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domingo, 31 de outubro de 2010

Foi postado hoje na coluna "Grandes Nomes do Espiritismo" a biografia do mês de Novembro de 2010 em homenagem a FÉNELON.

O RICAÇO DISTRAÍDO


Existiu um homem devoto que chegou ao céu e, sendo recebido por um anjo do Senhor; implorou enlevado:

-Mensageiro Divino, que devo fazer para vir morar, em definitivo, ao lado de Jesus?

-Faze o bem – informou o Anjo – e volta mais tarde.

-Posso rogar-te recursos para semelhante missão?

-Pede o que desejas.

-Quero dinheiro, muito dinheiro, para socorrer o meu próximo.

O emissário estranhou o pedido e considerou:

-Nem sempre o ouro é o auxiliar mais eficiente para isso.

-Penso, contudo, meu santo amigo, que, sem o ouro, é muito difícil praticar a caridade.

-E não temes as tentações do caminho?

-Não.

-Terás o que almejas – afirmou o mensageiro -, mas não te esqueças de que o tesouro de cada homem permanece onde tem o coração, porque toda alma reside onde coloca o pensamento. Tuas possibilidades materiais serão multiplicadas. No entanto, não ouvides que as dádivas divinas, quando retidas despropositadamente pelo homem, sem qualquer proveito para os semelhantes, transformam-no em prisioneiro delas. A lei determina sejamos escravos dos excessos a que nos entregarmos.

Prometeu o homem exercer a caridade, servir extensamente e retornou ao mundo.

Os Anjos da Prosperidade começaram, então, a ajudá-lo.

Multiplicaram-lhe, de início, as peças de roupa e os pratos de alimentação; todavia, o devoto já remediado suplicou mais roupas e mais alimentos.

Deram-lhe casa e haveres. Longe, contudo, de praticar o bem, considerava sempre escassos os bens que possuía e rogou mais casas e mais haveres. Trouxeram-lhe rebanhos e chácaras, mas o interessado em subir ao paraíso pela senda da caridade, temendo agora a miséria, implorou mais rebanhos e mais chácaras. Não cedia um quarto, nem dava uma sopa a ninguém, declarando-se sem recursos para auxiliar os necessitados e esperava sempre mais, a fim de distribuir algum pão com eles. No entanto, quanto mais o Céu lhe dava, mais exigia do Céu.

De espontâneo e alegre que era, passou a ser desconfiado, carrancudo e arredio.

Receando amigos e inimigos, escondia grandes somas em caixa forte, e quando envelheceu, de todo, veio a morte, separando-o da imensa fortuna.

Com surpresa, acordou em espírito, deitado no cofre grande.

Objetos preciosos, pedaços de ouro e prata e vastas pilhas de cédulas usadas serviam-lhe de leito.

Tinha fome e sede, mas não podia servir-se das moedas; queria a liberdade, porém, as notas de banco pareciam agarrá-lo, à maneira de visco retentor de pássaro cativo.

-Santo Anjo! – gritou, em pranto – vem! Ajuda-me a partir, em direção à Casa Celestial!...

O mensageiro dignou-se a baixar até ele e, reparando-lhe o sofrimento, exclamou:

-É muito tarde para súplicas! Estás sufocado pelas correntes de facilidades materiais que o Senhor te confiou, porque a fizeste rolar tão somente em torno de ti, sem qualquer benefício para os irmãos de luta e experiência...

-E que devo fazer – implorou o infeliz – para retomar a paz e ganhar o paraíso?

O Anjo pensou, pensou... e respondeu:

-Espalha com proveito as moedas que ajuntas-te inutilmente, desfaze-te da terra vasta que retiveste em vão, entrega à circulação do bem todos os valores que recebeste do Tesouro Divino e que amontoaste em derredor de teus pés, atendendo ao egoísmo, à vaidade, à avareza e à ambição destrutiva e, depois disso, vem a mim para retomarmos o entendimento efetuado a sessenta anos...

Reconhecendo, porém, o homem que já não dispunha de um corpo de carne para semelhante serviço, começou a gritar e blasfemar, como se o inferno estivesse morando em sua própria consciência.


Livro: Alvorada Cristã – Médium: Chico Xavier - Espírito Néio Lúcio.


Fonte da imagem: Internet

sábado, 30 de outubro de 2010


A Jesus


Senhor, protege os corações cansados
Que se vão sem conforto e sem guarida
No aguaceiro de lágrimas da vida
Indiferente ou desesperados.

Ascendem para os céus todos os brados
Da alma humana tristonha e dolorida!
Balsamiza de amor toda ferida
Que punge os corações dos degredados;

Degredados na Terra tenebrosa
Terra da sombra estranha e dolorosa
Reclamada de prantos e de espinhos!

Ampara, meu Jesus, quem vai chorando
Entre dores e acúleos, soluçando
Na miséria de todos os caminhos...


Auta de Souza

sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Amor, Alimento das Almas


O maior sustentáculo da criatura é justamente o Amor.

A alma, em si, apenas se nutre de amor!

O amor divino é o cibo do universo!

Tudo se equilibra no amor divino de Deus.

Toda a estabilidade da alegria é problema de alimentação puramente espiritual.

Nas diversas esferas da vida, todo sistema de alimentação tem no amor a base profunda.

Todos nos movemos no amor e sem ele não teríamos existência.

Quanto mais nos elevarmos no plano evolutivo da Criação, mais extensamente conheceremos esta grande verdade: o Amor!

O sexo é manifestação sagrada desse amor universal e divino, mas é apenas uma expressão isolada do potencial divino.

O amor é o pão divino das almas, o pábulo sublime dos corações.


Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010


Recado do Tempo


Dias de incerteza pedem reflexão, tempo para pensar, mas tudo o que normalmente fazemos é ficarmos agitados, o medo, a ansiedade e até o desespero tomam conta de nós.

A alma aflita fica transtornada, e grita.

Todo o corpo reage mal...

Aprenda com a natureza. Silencie!

Ao agitar a água no barro, ela se turva, mas se deixá-la descansar, ela fica límpida.

Assim somos nós nos momentos de incerteza, naqueles momentos onde não sabemos o que fazer; quanto mais nos afligimos,
mais turvo ficamos.

Existem problemas que só o tempo pode resolver.

Situações que por maior que seja o nosso empenho, não encontramos uma resposta favorável.

É o convite da Vida, para uma reflexão:

- onde estou caminhando?
- o que estou plantando?
- eu me amo?
- sou feliz?

Reflita e mude o que precisa ser mudado.

Às vezes, a vida só está esperando uma atitude, um gesto no caminho da mudança, para que o problema que tanto nos aflige, seja solucionado, até mesmo sem a nossa participação.

“O tempo” é a exata medida das nossas atitudes, reflexo direto do que desejamos; conseqüência do que fazemos e deixamos de fazer, cronometricamente justo, certo e exato.

Pense nisso!

Paulo Roberto Gaefke

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 3 – Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai


II - Mundos de Expiações e de Provas

Santo Agostinho - Paris, 1862

13 – Que vos direi; que já não conheçais, dos mundos de expiações, pois que basta considerar a Terra que habitais? A superioridade da inteligência, num grande número de seus habitantes, indica que ela não é um mundo primitivo, destinado à encarnação de Espíritos ainda mal saídos das mãos do Criador.

Suas qualidades inatas são a prova de que já viveram e realizaram um certo progresso, mas também os numerosos vícios a que se inclinam são o indício de uma grande imperfeição moral. Eis porque Deus os colocou num mundo ingrato, para expiarem suas faltas através de um trabalho penoso e das misérias da vida, até que se façam merecedores de passar para um mundo mais feliz.

14 – Não obstante, não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação. As raças que chamais selvagens constituem-se de Espíritos apenas saídos da infância, e que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contato de Espíritos mais avançados.

Vem a seguir as raças semi-civilizadas, formadas por esses mesmos Espíritos em progresso. Essas são de algum modo, as raças indígenas da Terra, que se desenvolveram pouco a pouco, através de longos períodos seculares, conseguindo algumas atingir a perfeição intelectual dos povos mais esclarecidos.

Os Espíritos em expiação aí estão, se assim nos podemos exprimir como estrangeiros. Já viveram em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua obstinação do mal, que os tornava causa de perturbação para os bons. Foram relegados, por algum tempo, entre os Espíritos mais atrasados, tendo por missão fazê-los avançar, porque trazem uma inteligência desenvolvida e os germes dos conhecimentos adquiridos. È por isso que os Espíritos punidos se encontram entre as raças mais inteligentes, pois são estas também as que sofrem mais amargamente as misérias da vida, por possuírem mais sensibilidade e serem mais atingidas pelos atritos do que as raças primitivas, cujo senso moral é mais obtuso.

15 – A Terra nos oferece, pois, um dos tipos de mundos expiatórios, em que as variedades são infinitas, mas têm por caráter comum servirem de lugar de exílio para os Espíritos rebeldes à lei de Deus.

Nesses mundos, os Espíritos exilados têm de lutar, ao mesmo tempo, contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza, trabalho duplamente penoso, que desenvolve a uma só vez as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, na sua bondade, torna o próprio castigo proveitoso para o progresso do Espírito.

terça-feira, 26 de outubro de 2010


Os Girassóis


Você já viu um girassol?

Trata-se de uma flor amarela, muito grande, que gira sempre em busca do sol.

E é por essa razão que é popularmente chamada de girassol.

Quando uma pequena e frágil semente dessa flor brota em meio a outras plantas, procura imediatamente pela luz solar.

É como se soubesse, instintivamente, que a claridade e o calor do sol lhe possibilitarão a vida.

E o que aconteceria à flor se a colocássemos em uma redoma bem fechada e escura? Certamente, em pouco tempo, ela morreria.

Assim como os girassóis, nosso corpo também necessita da luz e do calor solar, da chuva e da brisa, para nos manter vivos.

Mas não é só o corpo físico que precisa de cuidados para que prossiga firme. O espírito igualmente necessita da luz divina para manter acesa a chama da esperança.

Precisa do calor do afeto, da brisa da amizade, da chuva de bênçãos que vem do alto. Todavia, é necessário que façamos esforços para respirar o ar puro, acima das circunstâncias desagradáveis que nos envolvem.

Muitos de nós permitimos que os vícios abafem a nossa vontade de buscar a luz, e definhamos dia a dia como uma planta mirrada e sem vida.

Ou, então, nos deixamos enredar nos cipoais da preguiça e do amolentamento e ficamos a reclamar da sorte sem fazer esforços para sair da situação que nos desagrada.

É preciso que compreendamos os objetivos traçados por Deus para a elevação de seus filhos, que somos todos nós.

E para que possamos crescer de acordo com os planos divinos, o criador coloca à nossa disposição tudo o de que necessitamos.

É o amparo da família, que nos oferece sustentação e segurança em todas as horas. A presença dos amigos nos momentos de alegria ou de tristeza a nos amparar os passos e a nos impulsionar para a frente.

São as possibilidades de aprendizado que surgem a cada instante da caminhada tornando-nos mais esclarecidos e preparados para decidir qual o melhor caminho a tomar.

Mas, o que acontece conosco quando nos fechamos na redoma escura da depressão ou da melancolia e assim permanecemos por vontade própria?

É possível que em pouco tempo nossas forças esmoreçam e não nos permitam sequer gritar por socorro.

Por essa razão, devemos entender que Deus tem um plano de felicidade para cada um de nós e que, para alcançá-lo, é preciso que busquemos os recursos disponíveis.

É preciso que imitemos o girassol.

Que busquemos sempre a luz, mesmo que as trevas insistam em nos
envolver.

É preciso buscar o apoio da família nos momentos em que nos sentimos fraquejar.

É preciso rogar o socorro dos verdadeiros amigos quando sentimos as nossas forças enfraquecendo.

É preciso, acima de tudo, buscar a luz divina que consola e esclarece, ampara e anima em todas as situações.

Quando as nuvens negras dos pensamentos tormentosos cobrirem com escuro véu o horizonte de tuas esperanças, e o convite da depressão rondar-te a alma, imita os girassóis e busca respirar o ar puro, acima das circunstâncias desagradáveis.

Quando as dificuldades e os problemas se fizerem insuportáveis, tentando sufocar-te a disposição para a luta, lembra-te dos girassóis e busca a luz divina através da oração sincera.


Autor Desconhecido.
Fonte do texto: Internet.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010


A Amizade


A amizade é o sentimento que imanta as almas umas às outras, gerando alegria e bem-estar.

A amizade é suave expressão do ser humano que necessita intercambiar as forças da emoção sob os estímulos do
entendimento fraternal. Inspiradora de coragem e de abnegação.

A amizade enfloresce as almas, abençoando-as com resistências para as lutas.

Há, no mundo moderno, muita falta de amizade!

O egoísmo afasta as pessoas e as isola.

A amizade as aproxima e irmana.

O medo agride as almas e infelicita.

A amizade apazigua e alegra os indivíduos.

A desconfiança desarmoniza as vidas e a amizade equilibra as mentes, dulcificando os corações.

Na área dos amores de profundidade, a presença da amizade é fundamental.

Ela nasce de uma expressão de simpatia, e firma-se com as raízes do afeto seguro, fincadas nas terras da alma.

Quando outras emoções se estiolam no vaivém dos choques, a amizade perdura, companheira devotada dos homens que se estimam.

Se a amizade fugisse da Terra, a vida espiritual dos seres se esfacelaria.

Ela é meiga e paciente, vigilante e ativa.

Discreta, apaga-se, para que brilhe aquele a quem se afeiçoa.

Sustenta na fraqueza e liberta nos momentos de dor.

A amizade é fácil de ser vitalizada.

Cultivá-la, constitui um dever de todo aquele que pensa e aspira, porquanto, ninguém logra êxito, se avança com aridez na alam ou indiferente ao elevo da sua fluidez.

Quando os impulsos sexuais do amor, nos nubentes, passam,
a amizade fica.

Quando a desilusão apaga o fogo dos desejos nos grandes romances, se existe amizade, não se rompem os liames da união.

A amizade de Jesus pelos discípulos e pelas multidões dá-nos, até hoje, a dimensão do que é o amor na sua essência mais pura,
demonstrando que ela é o passo inicial para essa conquista superior que é meta de todas as vidas e mandamento maior da Lei Divina.


Médium: Chico Xavier – Espírito: Joanna de Ângelis.

domingo, 24 de outubro de 2010


O REVOLUCIONÁRIO SINCERO


No curso das elucidações domésticas, Judas conversava entusiástico, sobre as anomalias na governança do povo, e, exaltado, dizia das probabilidades de revolução em Jerusalém, quando o Senhor comentou, muito calmo: — Um rei antigo era considerado cruel pelo povo de sua pátria, a tal ponto que o principal dos profetas do reino foi convidado a chefiar uma rebelião de grande alcance, que o arrancasse do Trono.

O profeta não acreditou, de início, nas denúncias populares, mas a multidão insistia.

“O rei era duro de coração, era mau senhor, perseguia, usurpava e flagelava os vassalos em todas as direções” — clamava-se desabridamente.

Foi assim que o condutor de boa-fé se inflamou, igualmente, e aceitou a idéia de uma revolução por único remédio natural e, por isso, articulou-a em silêncio, com algumas centenas de companheiros decididos e corajosos.

Na véspera do cometimento, contudo, como possuía segura confiança em Deus, subiu ao topo dum monte e rogou a assistência divina com tamanho fervor que um Anjo das Alturas lhe foi enviado para confabulação de espírito a espírito.

À frente do emissário sublime, o profeta acusou o soberano, asseverando quanto sabia de oitiva e suplicando aprovação celeste ao plano de revolta renovadora.

O mensageiro anotou-lhe a sinceridade, escutou-o com paciência e esclareceu: — Em nome do Supremo Senhor, o projeto ficará aprovado, com uma condição:

Conviverás com o rei, durante cem dias consecutivos, em seu próprio palácio, na posição de servo humilde e fiel, e, findo esse tempo, se a tua consciência perseverar no mesmo propósito, então lhe destruirás o trono, com o nosso apoio. O chefe honesto aceitou a proposta e cumpriu a determinação.

Simples e sincero, dirigiu-se à casa real, onde sempre havia acesso aos trabalhos de limpeza e situou-se na função de apagado servidor; no entanto, tão logo se colocou a serviço do monarca, reparou que ele nunca dispunha de tempo para as menores obrigações alusivas ao gosto de viver.

Levantava-se rodeado de conselheiros e ministros impertinentes, era atormentado por centenas de reclamações de hora em hora.

Na qualidade de pai, era privado da ternura dos filhos; na condição de esposo, vivia distante da companheira.

Além disso, era obrigado, freqüentemente, a perder o equilíbrio da saúde física, em vista de banquetes e cerimônias, excessivamente repetidos, nos quais era compelido a ouvir toda a sorte de mentiras da boca de súditos bajuladores e ingratos.

Nunca dormia, nem se alimentava em horas certas e, onde estivesse, era constrangido a vigiar as próprias palavras, sendo vedada ao seu espírito qualquer expressão mais demorada de vida que não fosse o artifício a sufocar-lhe o coração.

O orientador da massa popular reconheceu que o imperante mais se assemelhava a um escravo, duramente condenado a servir sem repouso, em plena solidão espiritual, porquanto o rei não gozava nem mesmo a facilidade de cultivar a comunhão com Deus, por intermédio da prece comum.

Findo o prazo estabelecido, o profeta, radicalmente transformado, regressou ao monte para atender ao compromisso assumido, e, notando que o Anjo lhe aparecia, no curso das orações, implorou-lhe misericórdia para o rei, de quem ele agora se compadecia sinceramente.

Em seguida, congregou o povo e notificou a todos os companheiros de ideal que o soberano era, talvez, o homem mais torturado em todo o reino e que, ao invés da suspirada insubmissão, competia-lhes, a cada um, maior entendimento e mais trabalho construtivo, no lugar que lhes era próprio dentro do país, a fim de que o monarca, de si mesmo tão escravizado e tão desditoso, pudesse cumprir sem desastres a elevada missão de que fora investido.

E, assim, a rebeldia foi convertida em compreensão e serviço.

Judas, desapontado, parecia ensaiar alguma ponderação irreverente, mas o Mestre Divino antecipou-se a ele, falando, incisivo: — A revolução é sempre o engano trágico daqueles que desejam arrebatar a outrem o cetro do governo.

Quando cada servidor entende o dever que lhe cabe no plano da vida, não há disposição para a indisciplina, nem tempo para a insubmissão.


Livro: Jesus no Lar, lição 13 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 23 de outubro de 2010


Ao Sol do Campo



Prossegue, semeador, alçando monte acima,

A plantação da fé na gleba da esperança,

Ara, semeia, aduba, e, intimorato, avança,

Consagrado a servir no sonho que te arrima.



Não aguardes lauréis de transitória estima

E se a nuvem de angústia e lágrimas te alcança,

Deténs na própria fé refúgio e segurança

No grande espinheiral de amor que te sublima.



Vara vento, granizo, injúria, lama, prova,

E espalha, aqui e além, a paz que te renova,

No tempo a recordar solo vivo e fecundo.



Ama, serve e constrói! ... Onde lidas e esperas,

Trazes contigo a luz dos gênios de outras eras

Que promovem, com Cristo, a redenção do mundo.


Livro: Recanto de Paz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Auta de Souza.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010


NO QUADRO REAL


“Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os aborreceu, porque não são do mundo, assim como eu do mundo não sou” - Jesus. (João, 17:14.)


Aprendizes do Evangelho, à espera de facilidades humanas, constituirão sempre assembléias do engano voluntário.

O Senhor não prometeu aos companheiros senão continuado esforço contra as sombras até à vitória final do bem.

O cristão não é flor de ornamento para igrejas isoladas. É "sal da Terra", força de preservação dos princípios divinos no santuário do mundo inteiro.

A palavra de Jesus, nesse particular, não padece qualquer dúvida:
“Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.

Amai vossos inimigos.

Orai pelos que vos perseguem e caluniam.

Bendizei os que vos maldizem.

Emprestai sem nada esperardes.

Não julgueis para não serdes julgados.

Entre vós, o maior seja servo de todos.

Buscai a porta estreita.

Eis que vos envio como ovelhas ao meio dos lobos.

No mundo, tereis tribulações.

Mediante afirmativas tão claras, é impossível aguardar em Cristo um doador de vida fácil. Ninguém se aproxime d’Ele sem o desejo sincero de aprender a melhorar-se. Se Cristianismo é esperança sublime, amor celeste e fé restauradora, são também trabalho, sacrifício, aperfeiçoamento incessante.

Comprovando suas lições divinas, o Mestre Supremo viveu servindo e morreu na cruz.


Livro: Caminho, Verdade e Vida – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010


SIMPATIA


Auxilia o pântano e receberás a terra fecunda.

Purifica a fonte poluída e recolherás a água potável.

Seleciona o barro escuro e encontrarás a argila precisa em teu vaso.

Ampara hoje a sementeira frágil e terás a colheita feliz de amanhã.

Lavra a pedra e terás valiosas utilidades.

Aperfeiçoa a madeira bruta e exibirás preciosas peças de beleza e aprimoramento.

Não desprezes o cascalho contundente e nele, muitas vezes, identificarás a existência do ouro.

Assim também não fujas à dor porque a dor bem aproveitada é nobre instrumento, através do qual verte para nós outros a corrente dos recursos espirituais.

Se desejas realização e vitória, dons e talentos no campo da própria vida, não te esqueças da necessidade de simpatia.

Auxilia a todos, busca entender tudo e tudo respeitar e, com o tempo, perceberás que todos virão ao teu encontro, estendendo-te amparo e compreensão para que subas livremente à grandeza da Vida Maior.


Livro: Plantão de Paz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 10 – Bem Aventurados Os Misericordiosos

É Permitido Repreender Os Outros?


19 – Ninguém sendo perfeito, não se segue que ninguém tem o direito de repreender o próximo?

Certamente que não, pois cada um de vós deve trabalhar para o progresso de todos, e sobretudo dos que estão sob a vossa tutela.

Mas isso é também uma razão para o fazerdes com moderação, com uma intenção útil, e não como geralmente se faz, pelo prazer de denegrir. Neste último caso, a censura é uma maldade; no primeiro, é um dever que a caridade manda cumprir com todas as cautelas possíveis; e ainda assim, a censura que se faz a outro deve ser endereçada também a nós mesmos, para vermos se não a merecemos.


SÃO LUIS - Paris, 1860

20 – Será repreensível observar as imperfeições dos outros, quando disso não possa resultar nenhum benefício para eles, e mesmo que não as divulguemos?

Tudo depende da intenção. Certamente que não é proibido ver o mal, quando o mal existe. Seria mesmo inconveniente ver-se por toda a parte somente o bem: essa ilusão prejudicaria o progresso. O erro está em fazer essa observação em prejuízo do próximo, desacreditando-o sem necessidade na opinião pública. Seria ainda repreensível fazê-la com um sentimento de malevolência, e de satisfação por encontrar os outros em falta. Mas dá-se inteiramente o contrário, quanto, lançando um véu sobre o mal, para ocultá-lo do público, limitamo-nos a observá-lo para proveito pessoal, ou seja, para estudá-lo e evitar aquilo que censuramos nos outros. Essa observação, aliás, não é útil ao moralista? Como descreveria ele as extravagâncias humanas, se não estudasse os seus exemplos?

SÃO LUIS - Paris, 1860

21 – Há casos em que seja útil descobrir o mal alheio?

Esta questão é muito delicada, e precisamos recorrer à caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só prejudicam a ela mesma, não há jamais utilidade em divulgá-las. Mas se elas podem prejudicar a outros, é necessário preferir o interesse do maior número ao de um só. Conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois é melhor que um homem caia, do que muitos serem enganados e se tornarem suas vítimas. Em semelhante caso, é necessário balancear as vantagens e os inconvenientes.

SÃO LUIS - Paris, 1860


terça-feira, 19 de outubro de 2010


A ÁRVORE ÚTIL


Vão e voltam viajores. Sucedem-se os dias ininterruptos.

A árvore útil permanece, à margem do caminho, atendendo, generosamente, aos que passam.

Mergulhando as raízes na terra, protege a fonte próxima, alentando os seres inferiores, que se arrastam no solo. Recolhendo o orvalho celeste, na fronde alta, atende aos pássaros felizes que cortam os céus.

Costuma descansar em seus braços a serpente venenosa. Na folhagem, as aves pacíficas tecem o ninho. A andorinha errante e exausta ganha força nova em seus galhos, enquanto o filhote mirrado ensaia o primeiro vôo.

O viajante repousa à sua sombra.

O botânico submete-a a estudos demorados e experiências laboriosas.

A agricultura apossa-se-lhe das sementes.

Pede o doente a substância medicamentosa. O faminto exige-lhe frutos.

Os jovens arrebatam-lhe as flores.

O podador reclama-lhe o fogo de inverno.

Não raro, seus ramos são conduzidos às câmaras mortuárias, onde chovem as lágrimas de dor ou aos adornos de praças festivas, onde vibram gargalhadas de ironia da multidão.

Em seu tronco respeitável, muitos servos do campo experimentam o gume afiado da foice ao deixar o rebolo.

Na ausência do homem, os animais grosseiros buscam-lhe os benefícios. A lesma percorre-lhe os galhos, o lobo goza-lhe o refúgio.

Seu trabalho, porém, não se circunscreve ao plano visível. Movimentando todas as suas possibilidades, o vegetal precioso esforça-se e respira, para que as criaturas respirem melhor, em atmosfera mais pura.

O mordomo da terra, no entanto, quase nunca vê o serviço integral, não lhe conhece os sacrifícios silenciosos e jamais relaciona a totalidade das dádivas recebidas.

Raramente, dá-lhes um punhado de adubo e nunca se informa, respeito à invasão dos vermes para defendê-la, convenientemente.

Conhecendo-lhe apenas o machado destruidor, se a colheita dos benefícios tangíveis oferece expressão menos abundante.

A árvore generosa, porém, continua produzindo e alimentando, servindo e espalhando o bem, nada esperando dos homens, mas confiando na garantia eterna de Deus.

Médiuns dedicados a Jesus, fixai a árvore útil como símbolo de vossas vidas!... Dilacerados e perseguidos, incompreendidos e humilhados, alimentando vermes e pássaros, auxiliando viajores felizes e infelizes, continuai em vosso ministério sublime de amor não obstante a indiferença do ingrato e o escárnio da foice, convencidos de que enquanto o machado do mundo vos ameaça, sustenta-vos na batalha do bem, o invisível manancial da Providência Divina.


Livro: Instrumentos do Tempo – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010


REFUGIA-TE EM PAZ


"Havia muitos que iam e vinham e não tinham tempo para comer"
(Marcos, 6:31)

O convite do Mestre, para que os discípulos procurem lugar à parte a fim de repousarem a mente e o coração na prece, é cada vez mais oportuno.

Todas as estradas terrestres estão cheias dos que vão e vêm, atormentados pelos interesses imediatistas, sem encontrarem tempo para a recepção de alimento espiritual. Inúmeras pessoas atravessam a estrada, famintas de ouro, e voltam carregadas de ilusões. Outras muitas correm às aventuras, sedentas de novidade emocional, e regressam com o tédio destruidor.

Nunca houve no mundo tantos templos de pedra, como agora, para as manifestações de religiosidade, e jamais apareceu tanto volume de desencanto nas almas.

A legislação trabalhista vem reduzindo a atividade das mãos como nunca; no entanto em tempo algum surgiram preocupações tão angustiosas como na atualidade.

As máquinas da civilização moderna limitaram espantosamente o esforço humano, todavia as aflições culminam, presentemente, em guerras de arrasamento científico.

Avançou a técnica da produção econômica em todos os setores, selecionando o algodão e o trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas para os olhos dos que contemplam a paisagem mundial, jamais se verificou entre os encarnados tamanha escassez de pão e vestuário.

Aprimoram-se as teorias sociais de solidariedade e nunca houve tanta discórdia.

Como acontecia nos tempos da permanência de Jesus no apostolado, a maioria dos homens permanece no vaivém dos caminhos, entre a procura desorientada e o achado falso, entre a mocidade leviana, e a velhice desiludida, entre a saúde menosprezada e a moléstia sem proveito, entre a encarnação perdida e a desencarnação em desespero.

Ó, meu amigo, se adotaste efetivamente o aprendizado com o Divino Mestre, retira-te a um lugar à parte, e cultiva os interesses da tua alma.

É possível que não encontres o jardim exterior que facilite a meditação, nem algum pedaço de natureza física onde repouses do cansaço material, todavia penetra no santuário, dentro de ti mesmo.

Há muitos sentimentos que te animam há séculos, imitando em teu íntimo, o fluxo e o refluxo da multidão. Passam apressados de teu coração ao cérebro e voltam do cérebro ao coração, sempre os mesmos, incapacitados de acesso à Luz Espiritual. São os princípios fantasistas de paz e justiça, de amor e felicidade, que o plano da carne te impôs. Em certas circunstâncias da experiência transitória, podem ser úteis, entretanto não vivas exclusivamente ao lado deles.

Exerceriam sobre ti o cativeiro infernal.

Refugia-te no templo à parte, dentro de tua alma, porque somente aí encontrarás as verdadeiras noções da paz e da justiça, do amor, e da felicidade reais, a que o Senhor te destinou.


Livro: Fonte Viva, lição 147 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

domingo, 17 de outubro de 2010


OS DESCOBRIDORES DO HOMEM


Finda a leitura de alguns trechos da história de Job, a palestra na residência de Simão versou acerca da fidelidade da alma ao Pai Todo-Poderoso.

Diante da vibração de alegria em todos os semblantes, Jesus contou, bem-humorado: — Apareceu na velha cidade de Nínive um homem tão profundamente consagrado a Deus que todos os seus contemporâneos, por isso, lhe rendiam especial louvor.

Tão rasgados eram os elogios à sua conduta que as informações subiram ao Trono do Eterno.

E, porque vários Arcanjos pedissem ao Todo-Poderoso a transferência dele para o Céu, determinou a Divina Sabedoria fosse procurado, na selva da carne, a fim de verificar-se, com exatidão, se estava efetivamente preparado para a sublime investidura.

Para isso, os Anjos Educadores, a serviço do Altíssimo, enviaram à Terra quatro rudes descobridores de homens santificados — e a Necessidade, o Dinheiro, o Poder e a Cólera desceram, cada qual a seu tempo, para efetuarem as provas indispensáveis.

A necessidade que, em casos desses, sempre surge em primeiro lugar, aproximou-se do grande crente e se fez sentir, de vários modos, dando-lhe privações, obstáculos, doenças e abandono de entes amados; entretanto, o devoto, robusto na confiança, compreendeu na mensageira uma operária celeste e venceu-a, revelando-se cada vez mais firme nas virtudes de que se tornara modelo.

Chegou, então, a vez do Dinheiro.

Acercou-se do homem e conferiu-lhe mesa lauta, recursos imensos e considerações sociais de toda sorte; mas o previdente aprendiz lembrou-se da caridade e, afastando-se das insinuações dos prazeres fáceis, distribuiu moedas e posses em multiplicadas obras do bem, conquistando o equilíbrio financeiro e a veneração geral.

Vitorioso na segunda prova, veio o Poder, que o investiu de larga e brilhante autoridade.

O devoto, contudo, recordou que a vida, com todas as honrarias e dons, é simples empréstimo da Providência Celestial e usou o Poder com brandura, educando quantos o rodeavam, por intermédio da instrução e do trabalho bem orientados, recebendo, em troca, a obediência e a admiração do povo entre o qual nascera.

Triunfante e feliz, o crente foi visitado, enfim, pela Cólera.

De maneira a sondar-lhe a posição espiritual, a instrutora invisível valeu-se dum servo fraco e ignorante e tocou-lhe o amor próprio, falando, com manifesta desconsideração, em assunto privado que, embora expressão da verdade, constituía certo desrespeito a qualquer pessoa de sua estatura social e indiscutível dignidade.

O devoto não resistiu.

Intensa onda sangüínea lhe surgiu no rosto congesto e ele se desfez em palavras contundentes, ferindo familiares e servidores e prejudicando as próprias obras.

Somente depois de muitos dias, conseguiu restaurar a tranqüilidade, quando, porém, a Cólera já lhe havia desnudado o íntimo, revelando-lhe o imperativo de maior aperfeiçoamento e notificando ao Senhor que aquele filho, matriculado na escola de iluminação, ainda requeria muito tempo, na experiência purificadora, para situar-se nas vibrações gloriosas da vida superior.

Curiosidade geral transparecia do semblante de todos os presentes, que não ousaram trazer à baila qualquer nova ponderação.

Estampando no rosto sereno sorriso, o Cristo terminou: — Quando o homem recebe todas as informações de que necessita para elevar-se ao Céu, determina o Pai Amoroso seja ele procurado pelas potências educadoras.

A maioria dos crentes perdem a boa posição, que aparentemente desfrutavam, nos exercícios da Necessidade que lhes examina a resistência moral; muitos voltam estragados das sugestões do Dinheiro que lhes observa o desprendimento dos objetivos inferiores e a capacidade de agir na sementeira do bem; alguns caiem, desastradamente, pelas insinuações do Poder que lhes experimenta a competência para educar e salvar os companheiros da jornada humana, e raríssimos são aqueles que vencem a visita inesperada da Cólera, que vem ao círculo do homem anotar-lhe a diminuição do amor próprio, sem a qual o espírito não reflete o brilho e a grandeza do Criador, nos campos da vida eterna.

O Mestre calou-se, sorriu compassivamente, de novo, e, porque ninguém retomasse a palavra, a reunião da noite foi encerrada.


Livro: Jesus no Lar, lição 12 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 16 de outubro de 2010


A FLOR DA ESPERANÇA



Amanheceu e o sol brilha de novo.

A vida se renova em cada alvorecer.

Todo dia oferece uma chance, é momento pra recomeçar, primavera vem espalhando suas cores o chão, que hoje é triste, florescerá.

Cultive o sorriso, não deixe a estação passar.

Plante o amor. Que essa flor haverá de brotar.

Renove o sentimento que há dentro do seu coração, faça do seu tempo o esteio da evolução.

Semeie uma nova luz.

Não pense em desistir.

Vamos tentar crescer a cada dia.

Cante uma canção.

Segure a minha mão e lembre:

Plante o amor.

Que essa flor haverá de brotar.


Autor desconhecido.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


NÃO JULGUES TEU IRMÃO


Amigo.

Examina o trabalho que desempenhas.

Analisa a própria conduta.

Observa os atos que te definem.

Vigia as palavras que proferes.

Aprimora os pensamentos que emites.

Pondera as responsabilidades que recebeste.

Aperfeiçoa os próprios sentimentos.

Relaciona as faltas em que, porventura, incorreste.

Arrola os pontos fracos da própria personalidade.

Inventaria os débitos em que te inseriste.

Sê o investigador de ti mesmo, o defensor do próprio coração, o guarda de tua mente.

Mas, se não deténs contigo a função do juiz, chamado à cura das chagas sociais, não julgues o irmão do caminho, porque não existem dois problemas, absolutamente iguais, e cada espírito possui um campo de manifestações particulares.

Cada criatura tem o seu drama, a sua aflição, a sua dificuldade e a sua dor.

Antes de julgar, busca entender o próximo e compadece-te, para que a tua palavra seja uma luz de fraternidade no incentivo do bem.

E, acima de tudo, lembra-te de que amanhã, outros olhos pousarão sobre ti, assim como agora a tua visão se demora sobre os outros.

Então, serás julgado pelos teus julgamentos e medido, segundo as medidas que aplicas aos que te seguem.


Livro: Comandos do Amor – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010


REFLEXÕES


O dinheiro que ajuda a alguém é o companheiro da caridade.

O dinheiro que educa é semeador de luz.

O dinheiro que sustenta as letras edificantes é lâmpada acesa.

O dinheiro que resgata dívidas é testemunho de correção.

O dinheiro que estimula o bem, nas suas variadas formas, é missionário do Céu.

O dinheiro que alivia é bálsamo da Vida Superior.

O dinheiro que cura é alimento divino.

O dinheiro que gera trabalho digno é dínamo do progresso.

O dinheiro que restaura o bom ânimo é fraternidade em ação.

O dinheiro que planta alegria e fé renovadora é criador de bênçãos imortais.

Mas o dinheiro que para no cofre ou na bolsa, que não se converte à bondade, repousando indefinidamente, longe da luta pelo enriquecimento comum, é metal inútil, que transforma o seu possuidor em balão cativo na Terra, escravo das inutilidades, temores, sombras e convenções destrutivas que retêm a criatura, à distância da verdade, no purgatório da avareza ou da perturbação.


Livro: Endereços da Paz – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 12 – Amai os Vossos Inimigos

A Vingança

JULES OLIVIER - Paris, 1862

9 – A vingança é um dos últimos resíduos dos costumes bárbaros, que tendem a desaparecer dentre os homens. Ela é como o duelo, um dos derradeiros vestígios daqueles costumes selvagens em que se debatia a humanidade, no começo da era cristã. Por isso, a vingança é um índice seguro do atraso dos homens que a ela se entregam, e dos Espíritos que ainda podem inspirá-la. Portanto, meus amigos, esse sentimento jamais deve fazer vibrar o coração de quem quer que se diga e se afirme espírita. Vingar-se é ainda, vós o sabeis, de tal maneira contrário a este preceito do Cristo: “Perdoai aos vossos inimigos”, que aquele que se recusa a perdoar, não somente não é espírita, como também não é cristão.

A vingança é um sentimento tanto mais funesto, quanto a falsidade e a vileza são suas companheiras assíduas. Com efeito, aquele que se entrega a essa paixão cega e fatal quase nunca se vinga às claras.

Quando é o mais forte, precipita-se como uma fera sobre o que considera seu inimigo, pois basta vê-lo para que se inflamem a sua paixão, a sua cólera e o seu ódio. No mais das vezes, porém, assume uma atitude hipócrita, dissimulando no mais profundo do seu coração os maus sentimentos que o animam. Toma, então, caminhos escusos, seguindo o inimigo na sombra, sem que este desconfie, e aguarda o momento propício para feri-lo sem perigo. Ocultando-se, vigia-o sem cessar, prepara-lhe cilada odiosa, e quando surge à ocasião, derrama-lhe o veneno na taça.

Se o seu ódio não chega a esses extremos, ataca-o na sua honra e nas suas afeições. Não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas em todas as direções, vão crescendo pelo caminho. Dessa maneira, quando o perseguido aparece nos meios atingidos pelo seu sopro envenenado, admira-se de encontrar semblantes frios onde outrora havia rostos amigos e bondosos; fica estupefato, quando as mãos que procuravam a sua agora se recusam a apertá-la; enfim, sente-se aniquilado, quando os amigos mais caros e os parentes o evitam e se esquivam dele. Ah!, o covarde que se vinga dessa forma é cem vezes mais criminoso que aquele que vai direto ao inimigo e o insulta face a face!

Para trás, portanto, com esses costumes selvagens! Para trás com esses hábitos de outros tempos! Todo espírita que pretendesse ter, ainda hoje, o direito de vingar-se, seria indigno de figurar por mais tempo na falange que tomou por divisa o lema: Fora da caridade não há salvação. Mas não, não me deterei em semelhante idéia, de que um membro da grande família espírita possa jamais ceder ao impulso da vingança, mas, pelo contrário, ao do perdão.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010


SOLIDARIEDADE


Sem o devido culto à solidariedade na vida, indiscutivelmente, nossos passos, por mais firmes, não surpreenderiam à frente senão desequilíbrio e perturbação, desentendimento e morte.

Afere-se o valor da criatura em função da sociedade em que vive.

Imaginemos o senhor da mais alta fortuna terrena, relegado a plano deserto...

O dono da melhor inteligência sem ouvidos que o ouçam...

O pastor sem rebanho...

O palácio imponente sem viva alma que o povoe...

O navio mais suntuoso navegando sem ninguém...

Não adiantam a excelência e o poder, a riqueza e o destaque sem proveito.

A solidariedade reside nas bases mais simples da vida, para que a vida se estenda em cânticos de alegria e glorificação.

A fonte alimenta o arvoredo e o arvoredo protege a fonte, oferecendo-nos, com isso, a benção do fruto.

As pedras resguardam o cimento que as reúne e o cimento equilibra as pedras que o consolidam, doando-nos o refúgio do lar.

Tudo é interdependência e sustentação recíproca nos mínimos recantos da natureza, para que o homem desfrute o aprendizado da existência no corpo, breve estágio da luta para a sublime ascensão à Imortalidade Vitoriosa.

Atendamos aos impositivos da fraternidade e compreendamos que a Lei Divina, em tempo algum, nos deseja confiados ao insulamento que, no fundo, é sempre egoísmo, ainda mesmo quando nos retiremos do combate humano, a pretexto de conservar a virtude e garantir a fé.

A própria família, consangüínea a que todos nós nos enquadramos, quando no mundo carnal, é uma ordem de assistência mútua.

Ninguém surge na Terra, sem o carinho do berço e o berço é sempre a ternura de mãe, a desfazer-se em talentos de paz e luz.

Honremos ao Senhor que nos honra com as oportunidades atuais de realização e serviço e amparando-nos, uns aos outros, de acordo com as nossas deficiências, abreviaremos nosso caminho de acesso à Felicidade Maior.


Livro: Sentinelas da Luz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

domingo, 10 de outubro de 2010


A COROA E AS ASAS


Comentava-se, na reunião, as glórias do saber, quando o Cristo, para ilustrar a palestra, contou, despretensioso: — Um homem amante da verdade, informando-se de que o aprimoramento intelectual conduz à divina sabedoria, atirou-se à elevação da montanha da ciência, empenhando todas as forças que possuía no decisivo cometimento.

A vereda era sombria qual obscuro labirinto; contudo, o esforçado lidador, olvidando dificuldades e perigos, avançava sempre, trocando de vestuário para melhor acomodar-se às exigências da marcha.

De tempos a tempos, lançava à margem da estrada uma túnica que se fizera estreita ou uma alpercata que se lhe afigurava inservível, procurando indumentária nova, até que, um dia, depois de muitos anos, alcançou a desejada culminância, onde um representante de Deus lhe surgiu ao encontro.

O emissário cumprimentou-o, abraçou-o e revestiu-lhe a fronte com deslumbrante coroa de luz.

Todavia, quando o vencedor do conhecimento quis prosseguir adiante, na direção do Paraíso, recomendou-lhe o mensageiro que voltasse atrás dos próprios passos, a ver o trilho percorrido e que, de sua atitude na revisão do caminho, dependeria a concessão de asas com que lhe seria possível voar ao encontro do Pai Eterno.

O interessado regressou, mas, agora, auxiliado pela fulgurante auréola de que fora investido, podia contemplar todos os ângulos da senda, antes inextricável ao seu olhar.

Não conteve o riso, diante das estranhas roupagens de que os viajores da retaguarda se vestiam.

Aqui, notava uma túnica rota; acolá, uma sandália extravagante.

Peregrinos inúmeros se apoiavam em bordões quebradiços, enquanto outros se amparavam em capas misérrimas; entretanto, cada qual, com impertinência infantil, marchava senhor de si, como se envergasse a roupa mais valiosa do mundo.

O vencedor da ciência não suportou as impressões que o quadro lhe causava e abriu-se em frases de zombaria, reprovando acremente a ignorância de quantos seguiam em vestes ridículas ou inadequadas.

Gritou, condenou e fez ápodos contundentes.

Dirigiu-se à comunidade dos viajantes com tamanha ironia que muitos renunciaram à subida, retornando à inércia da planície vasta.

Após amaldiçoar a todos, indistintamente, voltou o herói coroado ao cume do monte, na expectativa de partir sem detença ao encontro do Pai, mas o Anjo, muito triste, explicou-lhe que a roupagem dos outros, que lhe provocara tanto sarcasmo inútil, era aquela mesma de que ele se servira para elevar-se, ao tempo em que era frágil e semi-cego, e que as asas de luz, com que deveria erguer-se ao Trono Divino, somente lhe seriam dadas, quando edificasse o amor no imo do coração.

Faltavam-lhe piedade e entendimento; que ele voltasse demoradamente ao caminho e auxiliasse os semelhantes, sem o que jamais conseguiria equilibrar-se no Céu.

Alguns minutos de silêncio seguiram-se indevassáveis...

O Mestre, todavia, imprimindo significativa ênfase às palavras, terminou: — Há muitas almas, na Terra, ostentando a luminosa coroa da ciência, mas de coração adormecido na impiedade, salientando-se no sarcasmo pueril e na censura indébita.

Envenenados pela incompreensão, exigentes e cruéis, fulminam os companheiros mais fracos no entendimento ou na cultura, ao invés de estender-lhes as mãos fraternais, reconhecendo que também já foram assim, tateantes e imperfeitos...

Enquanto, porém, não se decidirem a ajudar o irmão menos esclarecido e menos afortunado, acolhendo-o no próprio espírito, com sinceridade e devotamento, não receberão as asas com que lhes será lícito partir na direção do Céu.


Livro Jesus no Lar, lição 14 - Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

sábado, 9 de outubro de 2010


Saudade


Quantas cidades vi! ...Pelas estradas,

Pensava em ti, de caminho a caminho!...

Ansiava chegar ao nosso ninho,

para beijar-te, enfim, as mãos cansadas...



Voltava ao nosso sítio sem vizinho,

Onde fazia as minhas traquinadas,

Sem esquecer-te as preces de carinho,

Que tenho na memória, resguardadas.



Tudo passou... O tempo corre e avança,

Apenas teu amor me domina a lembrança...

Teus canteiros de flores onde estão?



Vives no Alto Além... Estás, porém comigo,

Quero rever-te em nosso lar antigo,

Na saudade sem fim do coração!...



Soneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier - Espírito Antonio Serra .

sexta-feira, 8 de outubro de 2010


SUBLIMAÇÃO


A Terra pode ser comparada a estádio imenso, onde cada criatura é convidada à realização de certas provas.

Não te detenhas na apreciação inoperante dos companheiros.

Inação é retaguarda.

Menor esforço é deficiência.

Aceita a luta que as circunstâncias te oferecem, reconhecendo nos recursos naturais que recebeste a manifestação da Divina Vontade e adianta-te, com destemor, para frente.

Se há regras humanas, destinadas à obtenção de equilíbrio e beleza para o corpo, há disciplina de sublimação para a harmonia e glória da alma.

Cada dia é desafio sereno da natureza, constrangendo-nos docemente à procura de amor e sabedoria, paz e elevação.

Os exercícios podem ser diários e variados, na obra de nosso aperfeiçoamento espiritual, quando fugirmos à estagnação e à indiferença.

É a corrida às obras do bem incessante.

É a caça aos valores morais.

É a pesca das bênçãos e solidariedade.

É o salto sobre os obstáculos da calúnia.

É a regata do suor no cumprimento do dever.

É o treino constante na aquisição de conhecimentos superiores.

É a competição da fraternidade em que o vencedor será sempre o irmão mais atencioso, nos pequenos sacrifícios.

É a difícil ginástica dos bons exemplos.

É o esforço da hospitalidade.

É a demonstração de paciência diante da ignorância.

É a disputa do serviço que devemos aceitar por dom celeste.

É o bom combate, sem armas e sem palavras, na correção de nós mesmos.

Amigo, atende aos imperativos da saúde física porque o vaso de carne é concessão do Senhor para a extensão do Infinito Bem, mas não te esqueças da saúde espiritual e consagra-te, sob a luz do Evangelho, aos esportes da própria sublimação.


Livro: Taça de Luz – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010


DESCULPEMOS


Desculpemos, infinitamente...

Tudo na vida se reveste de importância fundamental no aprimoramento comum.

Dura é a pedra e áspera se nos afigura a longa extensão de areia, entretanto, fazem o leito das águas para que o rio não se perca.

Obscura é a noite, mas, sem ela, as criaturas encarnadas desconheceriam as estrelas.

Desditosa e feia é a lagarta, contudo é a tecelã dos fios de seda nobre que honra os ideais da beleza terrestre.

Asfixiante é a dor, mas, sem o sofrimento, jamais seríamos advertidos pela verdade.

Sempre que a mágoa ou a ofensa nos bater à porta, desculpemo-las quantas vezes se fizerem necessárias.

É pelo esquecimento de nossos erros que o Senhor se impõe sobre nós, porque só a bondade torna a vida realmente grande e em condições de ser divinamente vitoriosa, sentida com sinceridade e vivida em gloriosa plenitude.


Livro: Cartas do Coração – Médium: Chico Xavier – Espírito: Meimei.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 8 Bem Aventurados Os Puros de Coração

Escândalos: Cortar a Mão


11 – O que escandalizar, porém, a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de atafona, e o lançassem ao fundo do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é necessário que sucedam escândalos, mas ai daquele homem por quem vem o escândalo. Ora, se a tua mão, ou o teu pé, te escandaliza, corta-o e lança-o fora de ti. Melhor te é entrar na vida manco ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, ser lançado no fogo do inferno. E se o teu olho te escandaliza, tira-o, e lança-o fora de ti. Melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois, seres lançado no fogo do inferno. Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos declaro que os seus anjos no céu incessantemente estão vendo a face de meu Pai, que está nos céus. Porque o Filho do Homem veio a salvar o que havia perecido. (Mateus, XVIII: 6-11).

E se o teu olho direito te serve de escândalo, arranca-o e lança-o fora de ti; porque melhor te é que se perca um de teus membros, do que todo o teu corpo ser lançado no inferno. E se a tua mão direita te serve de escândalo, corta-a e lança-a fora de ti; porque melhor te é que se perca um dos teus membros, do que todo o teu corpo ir para o inferno. (Mateus, V: 29-30).

12 – Em seu sentido vulgar, escândalo é tudo aquilo que choca a moral ou as conveniências, de maneira ostensiva. O escândalo não está propriamente na ação, mas nas repercussões que ela pode ter. A palavra escândalo implica sempre a idéia de um certo estrépito.

Muitas pessoas se contentam com evitar o escândalo, porque o seu orgulho sofreria com ele e a sua consideração diminuiria entre os homens, procurando ocultar as suas torpezas, o que lhes basta para tranqüilizar a consciência. Esses são, segundo as palavras de Jesus: “sepulcros brancos por fora, mas cheios de podridão por dentro; vasos limpos por fora, mas sujos por dentro”.

No sentido evangélico, a acepção da palavra escândalo, tão freqüentemente empregada, é muito mais ampla, motivo por que não é compreendida em certos casos. Escândalo não é somente o que choca a consciência alheia, mas tudo o que resulta dos vícios e das imperfeições humanas, todas as más ações de indivíduo para indivíduo, com ou sem repercussões. O escândalo, nesse caso, é o resultado efetivo do mal moral.

13 – É necessário que sucedem escândalos no mundo, disse Jesus, porque os homens, sendo ainda imperfeitos, têm inclinação para o mal, e porque as más árvores dão maus frutos. Devemos, pois entender, por essas palavras, que o mal é uma conseqüência da imperfeição humana, e não que os homens tenham obrigação de praticá-lo.

14 – É necessário que venha o escândalo, para que os homens, em expiação na Terra, se punam a si mesmos, pelo contato de seus próprios vícios, dos quais são as primeiras vítimas, e cujos inconvenientes acabam por compreender. Depois que tiverem sofrido o mal, procurarão o remédio no bem. A reação desses vícios serve, portanto, ao mesmo tempo de castigo para uns e de prova para outros. É assim que Deus faz sair o bem do mal, e que os próprios homens aproveitam as coisas más ou desagradáveis.

15 – Se assim é, dir-se-á, o mal é necessário e durará sempre, pois se viesse a desaparecer, Deus ficaria privado de um poderoso meio de castigar os culpados. É inútil, portanto, procurar melhorar os homens. Mas, se não houvesse culpados, não haveria necessidade de castigos. Suponhamos a humanidade transformada numa comunhão de homens de bem: nenhum procuraria fazer mal ao próximo, e todos seriam felizes, porque seriam bons. Tal é o estado dos mundos adiantados, dos quais o mal foi excluído. Tal será o estado da Terra, quando houver progredido suficientemente. Mas enquanto certos mundos avançam, outros se formam, povoados por Espíritos primitivos, e que servem ainda de morada, de exílio e de lugar de expiação para os Espíritos imperfeitos, rebeldes, obstinados no mal, rejeitados pelos mundos que se tornam felizes.

16 – Mas ai daquele por quem vem o escândalo: quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que serviu, sem o saber, de instrumento para a justiça divina, sendo utilizados os seus maus instintos, nem por isso deixou de fazer o mal, e deve ser punido. É assim, por exemplo, que um filho ingrato é uma punição ou uma prova para o pai que o suporta, porque esse pai talvez tenha sido um mau filho, que fez sofrer o seu pai, e agora sofre a pena de talião. Mas o filho não terá desculpas por isso, e deverá ser castigado por sua vez, através dos seus próprios filhos ou de outra maneira.

17 – Se tua mão te serve de causa de escândalo, corta-a: figura enérgica, que seria absurdo tomar-se ao pé da letra, e que significa simplesmente a necessidade de destruirmos em nós todas as causas de escândalo, ou seja, do mal. É necessário arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa.

Quer dizer ainda que mais vale para o homem ter a mão cortada, do que esta ser para ele o instrumento de uma ação má; ser privado da vista, do que os seus olhos lhe servirem para maus pensamentos.

Jesus nada disse de absurdo, para quem souber compreender o sentido alegórico e profundo das suas palavras; mas muitas coisas não podem ser compreendidas, sem a chave oferecida pelo Espiritismo.

terça-feira, 5 de outubro de 2010


CALMA


Se você está no ponto de estourar mentalmente, silencie alguns instantes para pensar.

Se o motivo é moléstia no próprio corpo, a intranqüilidade traz o pior.

Se a razão é enfermidade em pessoa querida, o seu desajuste é fator agravante.

Se você sofreu prejuízos materiais, a reclamação é bomba atrasada, lançando caso novo.

Se perdeu alguma afeição, a queixa tornará você uma pessoa menos simpática, junto de outros amigos.

Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás, a inquietação é desperdício de tempo.

Se contrariedades aparecem, o ato de esbravejar afastará de você o concurso espontâneo.

Se você praticou um erro, o desespero é porta aberta a faltas maiores.

Se você não atingiu o que desejava, a impaciência fará mais larga a distância entre você e o objetivo a alcançar.

Seja qual for a dificuldade, conserve a calma trabalhando, porque, em todo problema, a serenidade é o teto da alma, pedindo o serviço por solução.


Livro: Ideal Espírita – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010


NA GRANDE BATALHA


Imaginem vocês a vida física, como sendo uma vanguarda compacta de luta, em linhas enormes de soldados que orçam por alguns bilhões de elementos individuais.

Nessa frente, o atrito é uma corrida ao prêmio que nomeamos por "evolução", "redenção" ou "sublimação".

O trabalho do espírito, sempre mais fácil de ser realizado no setor da experiência, dentro das condições de encarnado, é uma concorrência de aspecto gigantesco à conquista de valores imperecíveis para a alma eterna. E as esferas imediatas, mais próximas à mente do homem, nesse caso, representam simbolicamente a retaguarda de abastecimento e de luz.

Cada desencarnação é o regresso de um lutador, mas, qual ocorre nas batalhas, que vocês conhecem aí, o número dos desajustados e dos loucos atinge esmagadora percentagem sobre a quota reduzida dos heróis.

Habitualmente, na Terra, quem volta do combate é candidato infalível ao hospital, onde atende às mutilações e às chagas por tempo indefinido.

Quem retorna do círculo carnal igualmente traz consigo dificuldades enormes.

Quase sempre, a mente que transitou nos caminhos terrestres volta para o "nosso lado" mais ou menos presa a entes amados que permanecem a distância, a sentimentos inconfessáveis, a objetos inferiores, respirando entre desilusões intraduzíveis, desacertos numerosos, doenças convertidas em vícios do pensamento, caprichos menos construtivos, perturbações da visão interna, compromissos pesados com determinados seres, inibições que se tornaram sistemáticas, cristalizações do raciocínio que se fizeram contumazes, opiniões endurecidas no tempo, preconceitos transformados em impedimentos ao verdadeiro progresso, temores infundados, medo das renovações, dificuldades à compreensão, defeitos de observação mágoas que atormentam incessantemente e um sem número de alterações íntimas que nos dão a idéia de reencontrar nos recém-chegados da Terra verdadeira legião de "soldados enfermos" exigindo-nos amparo, carinho e medicação.

E os milhões de criaturas em semelhante estado mental reclamam providências enérgicas nos setores da assistência, da reeducação e da reencarnação como, por enquanto, não podem vocês avaliar.

Até que entesouremos em nós mesmos a "consciência sublimada", que vocês no mundo designam por "santificação", há muitas e muitas léguas que andar nos domínios do trabalho e da experiência.

Por mais sacrificial e movimentada seja a nossa vida no corpo, se realmente acordamos para a verdade, afeiçoemo-nos à posição de legionários da boa vontade, estudando e servindo, auxiliando a todos e aprimorando-nos, quanto possível, porque a armadura de carne se desintegrará e o tempo nos reconduzirá à retaguarda, onde se fixarão em nossa alma o prêmio, a perturbação ou a derrota que houvermos adquirido por nós mesmos.


Livro: Irmãos Unidos – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.

domingo, 3 de outubro de 2010


A SALVAÇÃO INESPERADA


Num país europeu, certa tarde, muito chuvosa, um maquinista, cheio de fé em Deus, começando a acionar a locomotiva com o trem repleto de passageiros para a longa viagem, fixou o céu escuro e repetiu, com muito sentimento, a oração dominical.

O comboio percorreu léguas e léguas, dentro das trevas densas, quando, alta noite, ele viu, à luz do farol aceso, alguns sinais que lhe pareceram feitos pela sombra de dois braços angustiados a lhe pedirem atenção e socorro.

Emocionado, fez o trem parar, de repente, e, seguido de muitos viajantes, correu pelos trilhos de ferro, procurando verificar se estavam ameaçados de algum perigo.

Depois de alguns passos, foram surpreendidos por gigantesca inundação que, invadindo a terra com violência, destruíra a ponte que o comboio deveria atravessar.

O trem fora salvo, milagrosamente.

Tomados de infinita alegria, o maquinista e os viajores procuraram a pessoa que lhes fornecera o aviso salvador, mas ninguém aparecia.

Intrigados, continuaram na busca, quando encontraram no chão um grande morcego agonizante. O enorme voador batera as asas, à frente do farol, em forma de dois braços agitados e caíra sob as engrenagens. O maquinista retirou-o com cuidado e carinho, mostrou-o aos passageiros assombrados e contou como orara, ardentemente, invocando a proteção de Deus, antes de partir. E, ali mesmo, ajoelhou-se, ante o morcego que acabava de morrer, exclamando em alta voz:

- Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; perdoa as nossa dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores; não nos deixes cair em tentação e livra-nos do mal, porque teu é o reino, o poder e glória para sempre. Assim seja.

Quando acabou de orar, grande quietude reinava na paisagem.

Todos os passageiros, crentes e descrentes, estavam também ajoelhados, repetindo a prece com amoroso respeito. Alguns choravam de emoção e reconhecimento, agradecendo ao Pai Celestial, que lhes salvara a vida, por intermédio de um animal que infunde tanto pavor às criaturas humanas. E até a chuva parara de cair, como se o céu silencioso estivesse igualmente acompanhando a sublime oração.


Livro: Antologia da Criança – Médium: Chico Xavier – Espírito: Meimei.

sábado, 2 de outubro de 2010


Na Vinha do Senhor


Precisa-se de um homem novo...
para atuar no movimento
Que encare com destemor...
os desafios deste momento

Que se integre nos grupos...
trace as metas confiante
Que abrace e honre seu cargo...
sereno e perseverante

Precisa-se de um homem sério...
entusiasta, empolgado
Que os outros sigam, respeitem...
por ser nobre e educado

Que arquitete e construa...
com responsabilidade e coerência
Perfil do homem de bem...
incorporado na vivência

Que use o discernimento...
atenda as “vozes amigas”
Partilhe trabalho e poder...
esqueça queixas e intrigas.

Precisa-se de um bom espírita...
conhecedor da Doutrina
Agindo conforme prega...
as leis da Justiça Divina

Que dignifique o seu grupo...
veja em cada servidor
Alguém buscando equilíbrio...
entre o respeito e o amor

Precisa-se de alguém com fé...
sensível e harmonizado
Mesmo não o reconhecendo...
seja bom e evangelizado

E por fim que seja humilde...
forte, que a hora é de dor
Para servir de operário...
na vinha de Nosso Senhor.


Autor Desconhecido

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Hoje foi postada a biografia do mês de outubro na Coluna "Grandes Nomes do Espiritismo", uma homenagem a Jean Baptiste Henri "Lacordaire".

Caminhos Retos


Tempo sem desperdício.

Trabalho sem desanimo.

Estudo sem cansaço.

Oração sem inércia.

Alimentação sem abuso.

Tranqüilidade sem preguiça.

Alegria sem desordem.

Distração sem vício.

Fé sem fanatismo.

Disciplina sem violência.

Firmeza sem arrogância.

Amor sem egoísmo.

Ajuda sem paga.

Realização sem jactância.

Perdão sem exigência.

Dificilmente libertar-nos-emos da ilusão que nos confunde a vida, se fugimos de palmilhar esses caminhos retos, rumo à Imortalidade Triunfante.


Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.