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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

NA TRILHA DAS PROVAS

Em todos os trechos da vida, mais particularmente naqueles em que as tuas forças se vejam defrontadas pela provação, procura tempo, através da meditação, para comungar com as Forças Divinas que nos baseiam a existência, e reconhecerás que estamos todos em Deus, tanto quanto cada partícula no corpo em que se integra e cada mundo no edifício do universo de que todos partilhamos.

Se tiveres suficiente serenidade para analisar com o tempo a própria situação, compreenderás que nos fluxos e refluxos das nossas lutas evolutivas, segundo as leis que nos regem, estamos sempre no lugar adequado às necessidades de aprimoramento e reajuste espiritual que nos caracterizam na condição indicada em que devemos estar para o desempenho de determinadas obrigações; chamados a executar essa ou aquela tarefa que mais se nos aproprie ao adiantamento moral, conforme o programa traçado pelos Orientadores da Vida Superior; na equipe de criaturas afins com que nos cabe desenvolver o mandato que se nos descerra à possibilidade de servir; com os dons e desafios, dificuldades e vantagens que nos compete aceitar e manejar no trabalho a que fomos conduzidos em proveito próprio; e nas atividades justas nas quais encontraremos todo o material humano e todos os recursos circunstanciais de que carecemos para a obra de nossa própria ascensão espiritual.

Asserena-te sempre e abençoa as provas que te assinalem a estrada, de vez que são essas mesmas provas que te estruturam o degrau exato que podes e deves transpor na conquista da própria felicidade, ante a Vida Maior.

Livro: Rumo Certo, lição 46 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

APOIO DIVINO

Seja onde seja, recorda que Deus está sempre em nós e agindo por nós.

Para assegurar-nos, quanto a isso, bastar-nos-á a prática da oração, mesmo ligeira ou inarticulada, que desenvolverá em nós outros a convicção da presença divina, em todas as faixas da existência.

Certamente, a prece não se fará seguida de demonstrações espetaculares, nem de transformações externas imprevistas.

Pensa, todavia, no amparo de Deus e, em todos os episódios da estrada, senti-lo-ás contigo no silêncio do coração.

Nos obstáculos de ordem material, esse apoio não te chegará na obtenção do dinheiro fácil que te solva os compromissos, mas na força para trabalhar a fim de que os recursos necessários te venham às mãos; na hora de dúvida, não te virá em fórmulas verbais diretas que te anulem o livre arbítrio e sim na inspiração exata que te ajude a tomar as decisões indispensáveis à paz da própria consciência; nos momentos de inquietação, não surgirá em acontecimentos especiais que te afastem dos testemunhos de fé, mas percebê-los-ás contigo em forma de segurança e bom animo, na travessia da aflição; nos dias em que o mal te pareça derrotar a golpes de incompreensão ou de injúria, não se te expressará configurado em favores de exceção que te retirem dos ombros a carga das provas redentoras e sim na energia bendita da fé viva que te restaure a esperança, revestindo-te de coragem, a fim de que não esmoreças na rude jornada, em direção à vida nova.

Seja qual seja a dificuldade em que te vejas ou a provação que experimentes, recorda que Deus está contigo e nada te faltará, nos domínios do socorro e da bênção, para que atravesses todos os túneis de tribulação e de sombra, ao encontro da paz e a caminho da luz.

Livro: Rumo Certo, lição 05 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

NÃO CENSURES

Não censures.

Onde o mal apareça, retifiquemos amando, empreendendo semelhante trabalho a partir de nós mesmos.

O cirurgião ampara o corpo enfermo, empregando atenção e carinho, com bisturis adequados.

O artista afeiçoa a pedra ao próprio sonho, aformoseando-lhe a estrutura com paciência e vagar.

Ninguém desfaz a treva sem luz.

E reconhecendo-se que a luz nasce da força que se desgasta, em louvor da cooperação e do benefício, o amor procede do coração que se entrega ao trabalho para compreender e auxiliar.

Quando estiveres a ponto de desanimar ante os empeços do mundo, de espírito inclinado à acusação e à amargura, lembra-te de Deus cuja presença fulge nas faixas mais simples da Natureza.

A Divina Sabedoria apoia a semente para que germine, propiciando-lhe recursos imprescindíveis à existência; nutre-lhe os rebentos, doando-lhes condições precisas para que se desenvolvam e, convertida a planta em árvore benfeitora, assegura-lhe a seiva e aguarda-lhe ocasião justa para a colheita dos frutos que enriquecerá o celeiro.

Em toda a parte da Terra, surpreendemos a esperança de Deus, em função ativa, seja na pedra que se erguerá em utilidade, no carvão que se fará diamante, no espinheiral que se metamorfoseará em ninho de flores, na gleba inculta que se transfigurará em jardim.

Deus opera com tempo igual para todos.

E a própria Sabedoria Divina nos auxilia a todos indistintamente, agindo, criando, renovando e sublimando com apoio nas horas; sempre que nos vejamos defrontados por dificuldades e incompreensões, saibamos servir com paciência e aprenderemos que, à frente dos problemas da vida, sejam eles quais forem, não existem razões para que venhamos a esmorecer ou desesperar.

Livro: Rumo Certo, lição 49 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Ação da Prece - Transmissão do Pensamento

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 27 - PEDI E OBTEREIS

9. A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação.

Podemos orar por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades; as que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus. Quando alguém ora a outros seres que não a Deus, fá-lo recorrendo a intermediários, a intercessores, porquanto nada sucede sem a vontade de Deus.

10. O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser a quem oramos acuda ao nosso apelo, quer no em que apenas lhe chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisamos conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres, encarnados e desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera.

Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar o é do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som.

A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. E assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem a distância entre encarnados.

Essa explicação vai, sobretudo, com vistas aos que não compreendem a utilidade da prece puramente mística. Não tem por fim materializar a prece, mas tornar-lhe inteligíveis os efeitos, mostrando que pode exercer ação direta e efetiva. Nem por isso deixa essa ação de estar subordinada à vontade de Deus, juiz supremo em todas as coisas, único apto a torná-la eficaz.

11. Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe ideias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. Um homem, por exemplo, vê arruinada a sua saúde, em consequência de excessos a que se entregou, e arrasta, até o termo de seus dias, uma vida de sofrimento: terá ele o direito de queixar-se, se não obtiver a cura que deseja? Não, pois que houvera podido encontrar na prece a força de resistir às tentações.

12. Se em duas partes se dividirem os males da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por seus excessos (cap. V, nº 4), ver-se-á que a segunda, em quantidade, excede de muito à primeira. Faz-se, portanto, evidente que o homem é o autor da maior parte das suas aflições, às quais se pouparia, se sempre obrasse com sabedoria e prudência.

Não menos certo é que todas essas misérias resultam das nossas infrações às leis de Deus e que, se as observássemos pontualmente, seríamos inteiramente ditosos. Se não ultrapassássemos o limite do necessário, na satisfação das nossas necessidades, não apanharíamos as enfermidades que resultam dos excessos, nem experimentaríamos as vicissitudes que as doenças acarretam. Se puséssemos freio à nossa ambição, não teríamos de temer a ruína; se não quiséssemos subir mais alto do que podemos, não teríamos de recear a queda; se fôssemos humildes, não sofreríamos as decepções do orgulho abatido; se praticássemos a lei de caridade, não seríamos maldizentes, nem invejosos, nem ciosos, e evitaríamos as disputas e dissensões; se mal a ninguém fizéssemos, não houvéramos de temer as vinganças, etc.

Admitamos que o homem nada possa com relação aos outros males; que toda prece lhe seja inútil para livrar-se deles; já não seria muito o ter a possibilidade de ficar isento de todos os que decorrem da sua maneira de proceder? Ora, aqui, facilmente se concebe a ação da prece, visto ter por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos bons, granjear deles força para resistir aos maus pensamentos, cuja realização nos pode ser funesta. Nesse caso, o que eles fazem não é afastar de nós o mal, porém, sim, desviar-nos a nós do mau pensamento que nos pode causar dano; eles em nada obstam ao cumprimento dos decretos de Deus, nem suspendem o curso das leis da Natureza; apenas evitam que as infrinjamos, dirigindo o nosso livre-arbítrio. Agem, contudo, à nossa revelia, de maneira imperceptível, para nos não subjugar a vontade. O homem se acha então na posição de um que solicita bons conselhos e os põe em prática, mas conservando a liberdade de segui-los, ou não.

Quer Deus que seja assim, para que aquele tenha a responsabilidade dos seus atos e o mérito da escolha entre o bem e o mal. E isso o que o homem pode estar sempre certo de receber, se o pedir com fervor, sendo, pois, a isso que se podem sobretudo aplicar estas palavras: "Pedi e obtereis."

Mesmo com sua eficácia reduzida a essas proporções, já não traria a prece resultados imensos? Ao Espiritismo fora reservado provar-nos a sua ação, com o nos revelar as relações existentes entre o mundo corpóreo e o mundo espiritual. Os efeitos da prece, porém, não se limitam aos que vimos de apontar.

Recomendam-na todos os Espíritos. Renunciar alguém à prece é negar a bondade de Deus; é recusar, para si, a sua assistência e, para com os outros, abrir mão do bem que lhes pode fazer.

13. Acedendo ao pedido que se lhe faz, Deus muitas vezes objetiva recompensar a intenção, o devotamento e a fé daquele que ora. Daí decorre que a prece do homem de bem tem mais merecimento aos olhos de Deus e sempre mais eficácia, porquanto o homem vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que somente nascem do sentimento da verdadeira piedade. Do coração do egoísta, do daquele que apenas de lábios ora, unicamente saem palavras, nunca os ímpetos de caridade que dão à prece todo o seu poder. Tão claramente isso se compreende que, por um movimento instintivo, quem se quer recomendar às preces de outrem fá-lo de preferência às daqueles cujo proceder, sente-se, há de ser mais agradável a Deus, pois que são mais prontamente ouvidos.

14. Por exercer a prece uma como ação magnética, poder-se-ia supor que o seu efeito depende da força fluídica. Assim, entretanto, não é. Exercendo sobre os homens essa ação, os Espíritos, em sendo preciso, suprem a insuficiência daquele que ora, ou agindo diretamente em seu nome, ou dando-lhe momentaneamente uma força excepcional, quando o julgam digno dessa graça, ou que ela lhe pode ser proveitosa.

O homem que não se considere suficientemente bom para exercer salutar influencia, não deve por isso abster-se de orar a bem de outrem, com a ideia de que não é digno de ser escutado. A consciência da sua inferioridade constitui uma prova de humildade, grata sempre a Deus, que leva em conta a intenção caridosa que o anima. Seu fervor e sua confiança são um primeiro passo para a sua conversão ao bem, conversão que os Espíritos bons se sentem ditosos em incentivar. Repelida só o é a prece do orgulhoso que deposita fé no seu poder e nos seus merecimentos e acredita ser-lhe possível sobrepor-se à vontade do Eterno.

15. Está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita.

Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a sós ou em comum. A influência do lugar ou do tempo só se faz sentir nas circunstâncias que favoreçam o recolhimento. A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e colimam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono. Mas, que importa seja grande o número de pessoas reunidas para orar, se cada uma atua isoladamente e por conta própria?! Cem pessoas juntas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma mesma aspiração, orarão quais verdadeiros irmãos em Deus, e mais força terá a prece que lhe dirijam do que a das cem outras. (Cap. XXVIII, nº 4 e nº 5.).

Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A Lição do Escravo

Há muito tempo, quando ainda existia a escravidão no Brasil, um negro velhinho, de cabelos de neve, chamado Bastião, vivia numa fazenda grande e bonita.

O senhor, dono das terras, era mau e prepotente. Por qualquer coisa, chicoteava os escravos; e, se suas ordens não fossem obedecidas ou se o negro tentasse fugir, era colocado no tronco, onde ficava acorrentado sem comer e sem beber por muitos dias.

Por isso, os escravos eram revoltados e não gostavam do patrão. Mas Bastião era diferente. Dono de coração bom e generoso estava sempre contente da vida e tentando ajudar a todos.

A filhinha do fazendeiro, menina meiga e gentil, se afeiçoara ao velho Bastião e passava o tempo junto do escravo, ouvindo suas histórias.

Certo dia, um dos escravos, não suportando mais os maus-tratos, tentou fugir. Encontrado pelo feitor e aprisionado, foi acorrentado ao tronco.

O filho do escravo fujão, menino de apenas cinco anos, vendo o pai amarrado, aproximou-se em lágrimas, agarrando-se nas pernas dele.

Irritado com os gritos do pequeno, o senhor mandou que o atirassem no meio do mato para não mais ouvir seu choro.

O fazendeiro não percebeu, porém, que sua filhinha Ana, condoída da sorte do negrinho, embrenhara-se também pelo mato para fazer-lhe companhia.

Ao perguntar pela menina, que era a luz dos seus olhos, sentindo sua falta, lhe disseram que ela fora procurar o pequeno escravo.

Assustado, o patrão chamou alguns homens e foi atrás dela. Contudo, o velho Bastião, que percebeu o que estava acontecendo, já se adiantara e tinha ido procurar as crianças.

Quando o fazendeiro e seus homens chegaram, o encontraram com uma cobra venenosa morta nas mãos, e as crianças abraçadas e em segurança, encolhidas atrás de um tronco caído, trêmulas de medo.

Bastião matara a cobra, mas fora picado por ela.

Vendo o que tinha ocorrido, o senhor não sabia como manifestar sua gratidão, pois era evidente que o escravo defendera as crianças com a própria vida.

Abraçando a filhinha, que estava muito assustada, o patrão perguntou, pela primeira vez denotando gentileza no trato com um escravo:

— O que você deseja, Bastião, pela bravura que demonstrou salvando a vida da minha filha? Seja o que for que pedir, lhe será concedido.

E o velho escravo, em cujo organismo o veneno da cobra já fazia efeito, respondeu com os olhos úmidos de pranto, muito emocionado:

— Não salvei apenas sua filha, senhor, mas também a vida de um pequeno escravo, pois toda vida vem de Deus e é igualmente importante. Já que me permite externar um desejo, gostaria de lhe pedir que todas as criaturas fossem tratadas como seres humanos, sem distinção, uma vez que somos todos filhos do nosso Pai Celestial.

E percebendo o olhar de espanto do senhor perante seus conceitos, que não julgara possível encontrar num velho escravo, Bastião concluiu:

— Isso eu aprendi com Jesus Cristo.

Diante daquelas palavras que representavam uma lição para ele, uma vez que o escravo poderia ter-se vingado dele na pessoa de sua filha Ana, e não o fizera, o fazendeiro abaixou a cabeça, envergonhado, e concordou:

— É verdade. Você tem razão, Bastião. Seja assim como deseja. De hoje em diante eu prometo-lhe que os escravos serão bem tratados, com todo o respeito que se deve a seres humanos.

A partir desse dia, o fazendeiro melhorou consideravelmente a vida dos escravos, dando-lhes condições dignas de existência, melhorando suas moradias e fornecendo-lhes alimentação mais saudável.

Com a melhoria nas condições de vida, ele percebeu que o tronco não era mais necessário, pois os escravos passaram a gostar dele e do serviço na fazenda, e tudo o que faziam era de boa vontade e com um sorriso nos lábios.

Alguns anos depois, com o crescimento da ideia abolicionista no Brasil, esse fazendeiro foi dos primeiros a libertar seus escravos, transformando-os em trabalhadores assalariados.

E nunca mais o fazendeiro se esqueceu do velho escravo Bastião que, na sua simplicidade, dera um exemplo de amor tão grande, que modificara sua vida e a de todos quantos residiam naquela propriedade.

Célia Xavier Camargo - Fonte: O Consolador.
Fonte do texto e imagem: Internet Google.

sábado, 19 de outubro de 2013

A Lagarta

A árvore é grande e bela,
Mas, na copa que se alteia,
Intromete-se a lagarta
Escura, disforme e feia.


No tronco maravilhoso,
Folhas verdes, flores mil...
O traço predominante
É a nota primaveril.


E basta uma só lagarta
De minúscula expressão,
Por fazer, na árvore toda,
Estrago e devastação.


De fato, o conjunto verde
É nobre, forte e preciso;
Mas, em todos os detalhes,
Há sinais de prejuízo.


A lagarta rastejante,
Mostrengo em miniatura,
Vai de uma folha a outra,
Dilacerando a verdura.


As flores, embora belas,
Perfumosas e garridas,
Aparecem deformadas,
Nas corolas carcomidas.


O passeio da lagarta,
Que demora e persevera,
Perturba toda expressão
Da filha da primavera.


Por mais que enflore e se esforce,
A árvore peregrina
Trai, aos olhos, a existência
Do verme que a contamina.


Encontramos na lição,
Desse pobre vegetal,
O homem culto e bondoso
Com o melindre pessoal.


Há muitas almas na Terra,
De feição nobre e segura,
Mas o melindre é a lagarta
Que as persegue e desfigura.

Autor: Casimiro da Cunha – Médium: Chico Xavier.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

COMPANHEIROS DISTANCIADOS

Quando esse ou aquele companheiro se nos distancia, deixando-nos a sós na Seara do Bem, habitualmente a nossa reação inicial é de choque e desagrado.

Recordamos para logo os votos em comum, as atividades partilhadas, as esperanças e os sonhos das horas primeiras...

Entretanto, embora devamos resguardar intacto o amor por eles, não é o sentimento negativo de amargor ou censura que a vida espera de nós outros, nessas circunstâncias.

É preciso entendê-los e acatá-los, antes de tudo. Lembrá-los no bem que nos fizeram, nas luzes que acenderam. E, ante a ausência, considerar as possíveis razões que a ditaram.

Esse se viu defrontado por obstáculos que não logrou vencer; aquele entrou a experimentar a enfermidade complexa; outro não achou em si a força necessária para garantir a própria esperança, e outro ainda passou imperceptivelmente a faixas de obsessão oculta.

E se integramos determinada equipe de trabalho, como condenar os companheiros doentes ou acidentados em serviço?

Claro que, em se verificando isso, nos cabe o dever de entregá-los a organizações capazes de restaurá-los, e continuar trabalhando, substituindo-os, quanto nos seja possível, na empresa em andamento.

Diante dos amigos que nos deixam nas frentes da luta edificante, procuremos honrá-los e abençoá-los com os nossos melhores pensamentos de carinho e de gratidão.

E reconhecendo, acima de tudo, que nos achamos todos submetidos à Sabedoria e à Misericórdia do Senhor, compete-nos a obrigação de compreender-nos e auxiliar-nos, uns aos outros, em quaisquer circunstâncias, na certeza de que, se o Senhor nos permite a mudança de atividade quando assim desejamos - e já nos achamos credenciados para colaborar com ele, nas construções do Evangelho -, isso se verifica a fim de que aprendamos, na escola da experiência, a servi-lo na Obra de Redenção e Aperfeiçoamento do Mundo, sempre mais, e melhor.

Livro: Rumo Certo, lição 17 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

NOS DIAS DIFÍCEIS

Nos dias difíceis, reflete nos outros dias difíceis que já se foram.

Depois de atravessados transes e lutas que supunhas insuperáveis, não soubeste explicar a ti mesmo de que modo os venceste e de que fontes hauriste as forças necessárias para te sustentares e refazeres, durante e depois das refregas sofridas.

Viste a doença no ente amado assumir gravidade estranha e sem que lograsses penetrar o fenômeno em todos os detalhes, surgiu a medicação ou a providência ideais que a arrebataram da morte.

Experimentaste a visitação do desânimo, à frente dos obstáculos que te gravaram a vida, mas sem que te desses conta do amparo recebido, largaste o desalento das trevas e regressaste à luz da esperança.

Crises do sentimento que se te afiguravam invencíveis, pelo teor de angústia com que te alcançaram o imo da alma, desapareceram como por encanto sem que conseguisses definir a intervenção libertadora que te restituiu à tranquilidade.

Sofreste a ausência de seres imensamente queridos, chamados pela desencarnação, por tarefas inadiáveis, a outras faixas de experiência.

No entanto, sem que despendesses qualquer esforço, outras almas abençoadas apareceram, passando a nutrir-te o coração com edificante apoio afetivo.

Tudo isso, entretanto, sucedeu porque persististe na fé, aguardando e confiando, trabalhando e servindo, sem te entregares à deserção ou à derrota, ofertando ensejo à Bondade de Deus para agir em teu benefício.

Nas dificuldades em andamento, considera as dificuldades que já venceste e compreenderás que Deus, cujo infinito amor te sustentou ontem, sustentará também hoje.

Para isso, porém, é imperioso permanecermos fiéis ao cumprimento de nossas obrigações, de vez que a paciência, no centro delas, é o dom de esperar por Deus, cooperando com Deus sem atrapalhar.

Livro: Rumo Certo, lição 58 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 12 de outubro de 2013

INQUIETAÇÃO E RENOVAÇÃO

É possível que as tribulações do cotidiano, de quando em quando, te enevoem os olhos, com relação à senda em que a vida te situou.

Na escola da Terra, porém, a dificuldade é a prova que assegura a lição, e a crise é a época de exame, na qual nos assinalamos, quanto ao proveito no trato da experiência.

Imperioso não nos sintamos tomados de pessimismo ou pressa, à frente dos empeços na tarefa a concretizar.

E que não haja de nossa parte qualquer declaração de impossibilidade, no setor de tempo e limitação, porque o tempo está incessantemente ao nosso dispor, e a limitação, na essência, não existe nos domínios do espírito imperecível.

Muitas vezes, o rude aprendizado da criatura na derradeira quadra da existência terrestre é o agente de base que lhe garantirá o êxito na próxima reencarnação; e, com frequência, apenas depois de numerosas tentativas, supostamente frustradas, é que obtemos a realização que se objetiva.

Cada um de nós é um ser terno vivendo no Universo sem limites.

Pensa nisso, antes de qualquer predisposição ao desânimo ou desespero.

Se trazes alguma enfermidade recidivante, não descanses na assistência a ti mesmo, em demanda da cura necessária; se sofres erros crônicos, reconsidera a própria orientação, adotando novo rumo; se carrega desilusões, alija a carga de tristeza a que inconsequentemente te submetes, contemplando horizontes mais altos, e, se fracassaste em alguma iniciativa, refaze as próprias forças, empreendendo tarefas novas.

Recordemos: para sanar qualquer problema em que se nos encrava a marcha para diante, bastará sempre nos disponhamos a reagir construtivamente buscando a solução justa, trabalhando para isso, seja a começar ou recomeçar.

Livro: Rumo Certo, lição 16 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Eficácia da Prece

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 27 - PEDI E OBTEREIS

5. Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)

6. Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.

Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa.

Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não deveria ter procurado desviar de um raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo.

Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, consequências subordinadas ao que ele faz ou não.

Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.

7. Desta máxima: "Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece", fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.

O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: "Ajuda-te, que o Céu te ajudará"; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap. XXV, nº 1 e seguintes.)

8. Tomemos um exemplo. Um homem se acha perdido no deserto. A sede o martiriza horrivelmente. Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o assista, e espera. Nenhum anjo lhe virá dar de beber.

Contudo, um bom Espírito lhe sugere a ideia de levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si. Por um movimento maquinal, reunindo todas as forças que lhe restam, ele se ergue, caminha e descobre ao longe um regato. Ao divisá-lo, ganha coragem. Se tem fé, exclamará: "Obrigado, meu Deus, pela ideia que me inspiraste e pela força que me deste." Se lhe falta a fé, exclamará: "Que boa ideia tive! Que sorte a minha de tomar o caminho da direita, em vez do da esquerda; o acaso, às vezes, nos serve admiravelmente! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me ter deixado abater!"

Mas, dirão, por que o bom Espírito não lhe disse claramente: "Segue este caminho, que encontrarás o de que necessitas"? Por que não se lhe mostrou para o guiar e sustentar no seu desfalecimento? Dessa maneira tê-lo-ia convencido da intervenção da Providência.

Primeiramente, para lhe ensinar que cada um deve ajudar-se a si mesmo e fazer uso das suas forças. Depois, pela incerteza, Deus põe a prova a confiança que nele deposita a criatura e a submissão desta à sua vontade.

Aquele homem estava na situação de uma criança que cai e que, dando com alguém, se põe a gritar e fica à espera de que a venham levantar; se não vê pessoa alguma, faz esforços e se ergue sozinha.

Se o anjo que acompanhou a Tobias lhe houvera dito: "Sou enviado por Deus para te guiar na tua viagem e te preservar de todo perigo", nenhum mérito teria tido Tobias. Fiando-se no seu companheiro, nem sequer de pensar teria precisado. Essa a razão por que o anjo só se deu a conhecer ao regressarem.

Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Galinha

Ela trazia nas mãos uma galinha.

Cruzou silenciosamente o recinto, parou com humildade diante do professor e pediu, sem rodeios:

— Os senhores poderiam dar passe na minha galinha? Ela anda muito doente...

Todos os olhares alternaram imediatamente da mulher para a galinha e da galinha para o professor.

E agora?

Certamente inspirado pelo alto e pelos seus longos anos de convívio com a dor humana, nosso professor, com naturalidade, imediatamente respondeu-lhe:

— Ah! Minha irmã. A senhora veio ao lugar certo. E dirigindo-se a alguns médiuns passistas à sua volta, pediu-lhes para que se reunissem em torno da mulher e da galinha.

Compenetrados, todos aplicaram o passe magnético e, em seguida, solicitou para que ela e a galinha se acomodassem e participassem do estudo.

Finalizados os procedimentos, com muito jeitinho o professor, conduzindo-lhe pelo braço centro adentro, explicou-lhe solícito:

— Olha, a sua galinha vai melhorar. Mas na semana que vem seria bom que a senhora voltasse aqui ao centro. Não há mais necessidade de trazer a galinha novamente. Traga apenas uma garrafa com água que será fluidificada pelos bons espíritos. Mas, o importante mesmo é que a senhora volte, tá bom?

E despedindo-se afetuosamente, observou partir aquela sofrida mulher com os olhos radiantes, repleta de consolo e com sua autoestima em alta, convicta de que Deus não lhe desamparara em sua necessidade.

Assim, na condição de necessitados, muitos de nós, ao tomarmos conhecimento do espiritismo, também chegamos pela primeira vez na casa espírita carregando a nossa "galinha doente". Ela representa nossas necessidades materiais e espirituais mais básicas, a nossa carência de esclarecimento, nosso imediatismo, toda nossa humana sede de consolo, alívio e entendimento.

E quando na condição de benfeitores, sinceramente compenetrados em compartilhar os ideais de amor do Cristo, em favor de nossos semelhantes, alcançamos sempre a inspiração segura e certa, para que o bem se realize.

E sem alarde, pelas bênçãos de Deus e o auxílio dos bons espíritos, as mãos que se estendem em súplica se encontram com as que se estendem em auxílio para que, desse modo, o céu e a terra sempre se aproximem e se toquem, cada vez mais, em delicados e despercebidos elos de luz e fraternidade...

Adolfo Guimarães

Fonte do texto e imagem: Internet Google.