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sexta-feira, 31 de maio de 2013

ENQUANTO PODES

“Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o Tribunal de Cristo”.
PAULO (ROMANOS, 14:10.)

Constrangido a examinar a conduta do companheiro, nessa ou naquela circunstância difícil, não lhe condenes os embaraços morais.

Lembra-te dos dias de cinza e pranto em que o Senhor te susteve a queda a poucos milímetros da derrota.

Não te acredites a cavaleiro dos novos problemas que surgirão no caminho...

Todo serviço incompleto, que deixaste na retaguarda, buscar-te-á, de novo, o convívio para que lhe ofereças acabamento. E o remate legal de todas as nossas lutas pede o fecho do Amor puro como selo da Paz Divina.

As pedras que arremessaste ao telhado alheio voltarão como tempo sobre o teto em que te asilas, e os venenos que destilastes sobre a esperança dos outros tornarão, no hausto da vida, ao clima de tua própria esperança, testando-te a resistência.

Aprende, pois, desde hoje, a ensaiar tolerância e entendimento, para que o remédio por ti mesmo encomendado às mãos do “agora” não te amargue a existência, destruindo-te o coração.

Toda semente produz no solo do tempo e as almas imaculadas não povoam ainda a Terra.

Distribui, portanto, a paciência e a bondade com todos aqueles que se enganaram sob a neblina do erro, para que te não faltem a paciência e a bondade do irmão a que te arrimarás no dia em que a sombra te ameace o campo das horas.

Auxilia, enquanto podes.

Ampara, quanto possas.

Socorre, quanto possível.

Alivia, quanto puderes.

Procura o bem, seja onde for.

E, enquanto podes, desculpa sempre, porque ninguém fugirá do exato julgamento na eterna lei.

Livro: Palavras de Vida Eterna, lição 40 - Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Não Ir aos Gentios

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 24 - NÃO POR A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE

8. Jesus enviou seus doze apóstolos, depois de lhes haver dado as instruções seguintes: Não procureis os gentios e não entreis nas cidades dos samaritanos. - Ide, antes, em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel; - e, nos lugares onde fordes, pregai, dizendo que o reino dos céus está próximo. (S. MATEUS, cap. X, vv. 5 a 7).

9. Em muitas circunstâncias, prova Jesus que suas vistas não se circunscrevem ao povo judeu, mas que abrangem a Humanidade toda.

Se, portanto, diz a seus apóstolos que não vão ter com os pagãos, não é que desdenhe da conversão deles, o que nada teria de caridoso; é que os judeus, que já acreditavam no Deus uno e esperavam o Messias, estavam preparados, pela lei de Moisés e pelos profetas, a lhes acolherem a palavra.

Com os pagãos, onde até mesmo a base faltava, estava tudo por fazer e os apóstolos não se achavam ainda bastante esclarecidos para tão pesada tarefa. Foi por isso que lhes disse: "Ide em busca das ovelhas transviadas de Israel", isto é, ide semear em terreno já arroteado.

Sabia que a conversão dos gentios se daria a seu tempo.

Mais tarde, com efeito, os apóstolos foram plantar a cruz no centro mesmo do Paganismo.

10. Essas palavras podem também aplicar-se aos adeptos e aos disseminados do Espiritismo. Os incrédulos sistemáticos, os zombadores obstinados, os adversários interessados são para eles o que eram os gentios para os apóstolos.

Que, pois, a exemplo destes, procurem, primeiramente, fazer prosélitos entre os de boa vontade, entre os que desejam luz, nos quais um gérmen fecundo se encontra e cujo número é grande, sem perderem tempo com os que não querem ver, nem ouvir e tanto mais resistem, por orgulho, quanto maior for a importância que se pareça ligar à sua conversão.

Mais vale abrir os olhos a cem cegos que desejam ver claro, do que a um só que se compraza na treva, porque, assim procedendo, em maior proporção se aumentará o número dos sustentadores da causa.

Deixar tranquilos os outros não é dar mostra de indiferença, mas de boa política. Chegar-lhes-á a vez, quando estiverem dominados pela opinião geral e ouvirem a mesma coisa incessantemente repetida ao seu derredor. Aí, julgarão que aceitam voluntariamente, por impulso próprio, a ideia, e não por pressão de outrem.

Depois, há ideias que são como as sementes: não podem germinar fora da estação apropriada, nem em terreno que não tenha sido de antemão preparado, pelo que melhor é se espere o tempo propício e se cultivem primeiro as que germinem, para não acontecer que abortem as outras, em virtude de um cultivo demasiado intenso.

Na época de Jesus e em consequência das ideias acanhadas e materiais então em curso, tudo se circunscrevia e localizava. A casa de Israel era um pequeno povo; os gentios eram outros pequenos povos circunvizinhos. Hoje, as ideias se universalizam e espiritualizam.

A luz nova não constitui privilégio de nenhuma nação; para ela não existem barreiras, tem o seu foco em toda a parte e todos os homens são irmãos. Mas, também, os gentios já não são um povo, são apenas uma opinião com que se topa em toda parte e da qual a verdade triunfa pouco a pouco, como do Paganismo triunfou o Cristianismo.

Já não são combatidos com armas de guerra, mas com a força da ideia.

Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Prato Principal

Certo homem deu uma grande ceia e convidou a muitos.

À hora da ceia, enviou seu servo para dizer aos convidados:

- Vinde, porque tudo já está preparado.

Mas todos, um a um, começaram a se desculpar.

O primeiro disse: - Comprei um campo e preciso ir vê-lo. Peço-lhe que me dês por escusado.

Outro disse: - Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las. Peço-te que me dês por escusado.

E outro disse: - Casei-me há pouco, por isso não posso ir.

Voltando, o servo relatou tudo ao seu senhor. Então o dono da casa, indignado, disse ao seu servo: - Vai depressa pelas praças e ruas da tua cidade e traz-me aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.

Disse-lhe o servo: - Senhor, o que ordenaste já foi feito, e ainda há lugar.

E disse o senhor ao servo: - Vai pelos caminhos e ao longo dos cercados e obriga-os a entrar, para que a minha casa fique cheia. Pois eu te digo que nenhum daqueles que foram convidados provará da minha ceia.

Lucas, 14:16-24

Bem, caro leitor, não é difícil identificar Deus como o anfitrião desta história.

A ceia representa a comunhão com os valores espirituais.

O convite divino manifesta-se de duas formas:

Objetivamente: Envolve a tradição familiar, a crença do berço.

Subjetivamente: Exprime-se nas dúvidas existenciais, na inquietação inexprimível, no indefinível anseio do sagrado.

Poucos são receptivos.

Jesus reporta-se a três escusas:

O que comprou um campo e vai vê-lo.

Está envolvido com o cotidiano, num somatório de atividades, interesses e prazeres. Impedimentos se sucedem - a novela, o cinema, o futebol, a visita, o passeio, o contratempo, o compromisso inadiável...

Não tem tempo!

O que comprou uma junta de bois.

Enrosca-se na atividade profissional, o ganha-pão, o dinheiro do mundo. O expediente que se prolonga, o compromisso marcado, a convocação inesperada...

Não tenho tempo!

O que acaba de se casar.

Prende-se às solicitações familiares. Não encontra espaços vazios na agenda. Há sempre alguém a atender...

Não tem tempo!

Parecem ignorar o óbvio:

Tempo é uma questão de preferência.

Sempre encontramos espaço no cotidiano para fazer o que desejamos.

Vendo que seus apelos são inúteis, o Senhor decide convidar os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.

Lembra um pensamento corrente nas lides espíritas:

Aproximamo-nos do Espiritismo por convite do amor ou por convocação da dor.

Amor ao conhecimento: a vontade de aprender, desdobrar horizontes, equacionar a existência...

Há, também, o amor romântico. No jogo da sedução vale tudo, até a adesão à crença do ser amado. Isso antes do casamento. Depois, é outra história.

A maioria vem pela dor.

Têm problemas, estão doentes, perturbados, desajustados, infelizes, deprimidos... São representados pelos estropiados da parábola.

Talvez você, leitor amigo, tenha procurado o Espiritismo pelo amor.

Parabéns!

Saiba que é uma exceção.

Lembro minha própria experiência.

Embora filho de família espírita, até os vinte anos estive totalmente alheio. Foi a partir de grave lesão num olho que me aproximei.

Como toda mãe espírita diante de um filho com problema de saúde, minha genitora logo pediu, em reunião mediúnica, o apoio de um mentor espiritual. Ele se propôs a ajudar.

Fiquei animado, até saber a condição imposta:

Era preciso que eu comparecesse às reuniões públicas do Centro, que eram diárias.

- Todos os dias?!

- Sim.

- Poxa, mamãe! Nenhuma folga, nem mesmo no domingo?!

- Meu filho, a dor e a necessidade não escolhem dias. Sempre há gente precisando de socorro.

Achei absurda a exigência. Não obstante, a enfermidade é extremamente persuasiva, principalmente quando envolve um dos dons mais preciosos – a visão.

Cumpri minha parte. O guia cumpriu a dele. Sarei.

Melhor que a cura - tomei gosto pelo Espiritismo.

Hoje participo por amor, com ajudazinha da dor, de vez em quando, que é para a gente não se distrair.

Segundo a parábola, os convidados desinteressados não provarão a ceia.

Acrescentaríamos que isso ocorrerá até que estejam também estropiados, o que, certamente, modificará suas disposições.

No banquete da espiritualidade, oferecido no Centro Espírita, temos as entradas.

É o alimento leve e imediato: o atendimento fraterno, o passe magnético, o tratamento espiritual, o receituário mediúnico, as vibrações dirigidas...

Curioso que muitos ficam apenas nesse antepasto. Melhoram, experimentam algum bem-estar; o problema de saúde parece superado, mente pacificada...

E logo procuram a saída!

Deixam o melhor, o prato principal, representado pelo conhecimento espírita. É esse que realmente nos alimenta e fortalece, ajudando-nos a viver de forma mais tranquila e feliz.

Se estivermos dispostos a experimentar, devemos saber que esse maná dos céus precisa ser bem mastigado para ser digerido.

Isso envolve o legítimo desejo de aprender, marcado pela leitura, o estudo, a assiduidade às reuniões, superando a mera intenção de receber benefícios.

No Japão há curioso costume.

As pessoas compram, em restaurantes e supermercados, determinados alimentos, acondicionados em pequenas caixas, o que lhes permite tomar sua refeição na rua, na praça, no local de trabalho, no metrô...

Algo semelhante pode ser feito com o banquete da espiritualidade. Acondicionar o prato principal em prática embalagem – o livro espírita!

A qualquer momento, em qualquer lugar, podemos “mangiare”, como diz o italiano, finas iguarias que saciam nossa fome de espiritualidade, proporcionando-nos momentos de leitura edificante.

Ao ouvir sobre a importância de ter o livro espírita ao alcance das mãos, uma senhora comentou:

- Infelizmente, não tenho o hábito da leitura.

Bem, sabemos que hábito é uma tendência adquirida com a repetição de determinadas ações.

Há alguns extremamente prejudiciais:

Fofocar.

Impressionante o prazer mórbido que as pessoas sentem em comentar aspectos negativos do comportamento alheio. Autoafirmação às avessas. Ao invés de se realizarem pelo que são, pretendem fazê-lo depreciando os outros.

Esbravejar.

Há quem resolve tudo no grito. Ergue a voz, impondo medo, sem conquistar respeito ou estima. Quando detém cargos de mando, sai de perto!

Xingar.

Há pessoas que escovam os dentes, sem escovar a conversa. Principalmente quando, irritadas, pronunciam obscenidades, a se expandirem em vibrações virulentas que conturbam qualquer ambiente.

Mentir.

Parece segunda natureza. Está tão incorporado ao comportamento humano, que o profeta Isaías proclama taxativo: todo o ser humano é mentiroso.

Melhor cultivar bons hábitos.

Um deles, gratificante: ler livros espíritas!

Inicialmente, alguns minutos diários, se há dificuldade.

Aos poucos iremos ampliando a capacidade de nos fixarmos na leitura, substituindo as horas vazias, desperdiçadas, jogadas fora, por uma excursão no deslumbrante universo espírita.

Tenhamos ao alcance das mãos as abençoadas caixas com o alimento principal, capaz de saciar nossa fome de paz e conforto, a qualquer momento, em qualquer lugar!

Livro: Histórias Que Trazem Felicidade - Richard Simonetti.
Fonte da imagem: Internet Google.

sábado, 25 de maio de 2013

Obrigada!

... E tu rezas por mim! Como agradeço

Essa esmola gentil de teu carinho...

Como as torturas de minh’alma esqueço

Nessa tua oração, floco de arminho!

Eu te bendigo, ó santa que estremeço,

Alma tão pura como a flor do linho.

É tua prece à mágoa que padeço

Asa de pomba defendendo um ninho!

Reza, criança! Junta as mãos nevadas

E cerra as níveas pálpebras amadas

Sobre os teus olhos como um lindo véu...

Depois, nas asas de uma prece ardente,

Deixa cantar minh’alma docemente,

Deixa subir meu coração ao céu!

Auta de Souza

quinta-feira, 23 de maio de 2013

E OS FINS?


“Mas nem todas as coisas edificam”. – Paulo. (I Coríntios, 10:23).

Sempre existiram homens indefiníveis que, se não fizeram mal a ninguém, igualmente não beneficiaram a pessoa alguma.

Examinadas nesse mesmo prisma, as coisas do caminho precisam interpretação sensata, para que se não percam na inutilidade.

É lícito ao homem dedicar-se à literatura ou aos negócios honestos do mundo e ninguém poderá contestar o caráter louvável dos que escolhem conscientemente a linha de ação individual no serviço útil.

Entretanto, será justo conhecer os fins daquele que escreve ou os propósitos de quem negocia.

De que valerá ao primeiro a produção de longas obras, cheias de lavores verbais e de arroubos teóricos, se as suas palavras permanecem vazias de pensamento construtivo para o plano eterno da alma?

Em que aproveitará o comerciante a fortuna imensa, conquistada através da operosidade e do cálculo, quando vive estagnada nos cofres, aguardando os desvarios dos descendentes?

Em ambas as situações, não se poderia dizer que tais homens cogitavam de realizações ilícitas; todavia, perderam tempo precioso, esquecendo que as menores coisas trazem finalidade edificante.

O trabalhador cônscio das responsabilidades que lhe competem não se desvia dos caminhos retos.

Há muita aflição e amargura nas oficinas do aperfeiçoamento terrestre, porque os seus servidores cuidam, antes de tudo, dos ganhos de ordem material, olvidando os fins a que se destinam.

Enquanto isso ocorre, intensificam-se projetos e experimentos, mas falta sempre a edificação justa e necessária.

Livro: Pão Nosso, Lição 28 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

PELAS OBRAS

“E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra”.
- Paulo, (I TESSALONICENSES, 5:13).

Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.

Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.

Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.

Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.

Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.

Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.

É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo de vida superior.

Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.

Livro: Fonte Viva, lição 24 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

DEUS TE ABENÇOA

"Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus..."
- Paulo (II CORÍNTIOS, 8:1.)

Acreditas-te frágil, mas Deus te suprirá de energias.

Reconheces a própria limitação, mas Deus te conferirá crescimento.

Afirmas-te sem ânimo, mas Deus te propicia coragem.

Declaras-te pobre, mas dispões das riquezas infinitas de Deus.

Entendamos, porém, que o processo de assimilar os recursos divinos será sempre o serviço prestado aos outros.

Não alegues, assim, fraqueza, inaptidão, desalento ou penúria para desistir do lugar que te cabe no edifício do bem.

Pela hora do otimismo com que amparas o trabalho dos companheiros, Deus te abençoa.

Pelo gesto silencioso com que escoras o equilíbrio geral, Deus te abençoa.

Pela frase caridosa e esclarecedora com que asseguras o entendimento fraterno, Deus te abençoa.

Pela migalha de socorro ou de tempo que despendes no apoio aos necessitados, Deus te abençoa.

Pela atitude de tolerância e serenidade, à frente da incompreensão, Deus te abençoa.

Convivemos, sem dúvida, com almas heroicas, habilitadas aos mais altos testemunhos de fé em Deus, através do sacrifício pela felicidade dos semelhantes, mas Deus que abençoa o rio capaz de garantir as searas do campo, abençoa também a gota de orvalho que ameniza a sede da rosa.

Se erros e desacertos nos marcaram a estrada até ontem, voltemo-nos para Deus com sinceridade, refazendo a esperança e suportando sem mágoa, as acusações do caminho.

O homem, às vezes, passa enojado, à frente do charco, sem perceber que Deus alentou no charco os lírios que lhe encantam a mesa.

À face disso, se alguém te censura ouve com paciência.

Se existe sensatez na repreensão, aproveita o conselho; se for injusto o reproche, conserva a alma tranquila, na limpeza da consciência.

Em qualquer dificuldade, arrima-te a confiança, trabalhando e servindo com alegria, na certeza invariável de que Deus te vê e te abençoa.

Livro: Palavras de Vida Eterna, lição 180 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Candeia Sob o Alqueire. Porque fala Jesus por parábolas

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 24 - NÃO POR A CANDEIA DEBAIXO DO ALQUEIRE

1. Ninguém acende uma candeia para pô-la debaixo do alqueire; põe-na, ao contrário, sobre o candeeiro, a fim de que ilumine a todos os que estão na casa. (S. MATEUS, cap. V, v.15.)

2. Ninguém há que, depois de ter acendido uma candeia, a cubra com um vaso, ou a ponha debaixo da cama; põe-na sobre o candeeiro, a fim de que os que entrem vejam a luz; - pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente. (S. LUCAS, cap. VIII, vv. 16 e 17.)

3. Aproximando-se, disseram-lhe os discípulos: Por que lhes falas por parábolas?

- Respondendo-lhes, disse ele: É porque, a vós outros, foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado (1).

Porque, àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará.

- Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não veem e, ouvindo, não escutam e não compreendem.

- E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: Ouvireis com os vossos ouvidos e não escutareis; olhareis com os vossos olhos e não vereis. Porque, o coração deste povo se tornou pesado, e seus ouvidos se tornaram surdos e fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, para que seu coração não compreenda e para que, tendo-se convertido, eu não os cure. (S. MATEUS, cap. XIII, vv. 10 a 15.)

(1) No original francês falta o versículo 12 que aqui repomos. - A Editora da FEB, em 1948.

4. É de causar admiração diga Jesus que a luz não deve ser colocada debaixo do alqueire, quando ele próprio constantemente oculta o sentido de suas palavras sob o véu da alegoria, que nem todos podem compreender. Ele se explica, dizendo a seus apóstolos: "Falo-lhes por parábolas, porque não estão em condições de compreender certas coisas. Eles veem, olham, ouvem, mas não entendem. Fora, pois, inútil tudo dizer-lhes, por enquanto. Digo-o, porém, a vós, porque dado vos foi compreender estes mistérios."

Procedia, portanto, com o povo, como se faz com crianças cujas ideias ainda se não desenvolveram. Desse modo, indica o verdadeiro sentido da sentença: "Não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entrem a possam ver." Tal sentença não significa que se deva revelar inconsideradamente todas as coisas. Todo ensinamento deve ser proporcionado à inteligência daquele a quem se queira instruir, porquanto há pessoas a quem uma luz por demais viva deslumbraria, sem as esclarecer.

Dá-se com os homens, em geral, o que se dá em particular com os indivíduos. As gerações têm sua infância, sua juventude e sua maturidade. Cada coisa tem de vir na época própria; a semente lançada à terra, fora da estação, não germina.

Mas, o que a prudência manda calar, momentaneamente, cedo ou tarde será descoberto, porque, chegados a certo grau de desenvolvimento, os homens procuram por si mesmos a luz viva; pesa-lhes a obscuridade.

Tendo-lhes Deus outorgado a inteligência para compreenderem e se guiarem por entre as coisas da Terra e do céu, eles tratam de raciocinar sobre sua fé. E então que não se deve pôr a candeia debaixo do alqueire, visto que, sem a luz da razão, desfalece a fé. (Cap. XIX, nº 7.)

5. Se, pois, em sua previdente sabedoria, a Providência só gradualmente revela as verdades, é claro que as desvenda à proporção que a Humanidade se vai mostrando amadurecida para as receber.

Ela as mantém de reserva e não sob o alqueire. Os homens, porém, que entram a possuí-las, quase sempre as ocultam do vulgo com o intento de o dominarem. São esses os que, verdadeiramente, colocam a luz debaixo do alqueire. É por isso que todas as religiões têm tido seus mistérios, cujo exame proíbem.

Mas, ao passo que essas religiões iam ficando para trás, a Ciência e a inteligência avançaram e romperam o véu misterioso. Havendo-se tornado adulto, o vulgo entendeu de penetrar o fundo das coisas e eliminou de sua fé o que era contrário à observação.

Não podem existir mistérios absolutos e Jesus está com a razão quando diz que nada há secreto que não venha a ser conhecido. Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o que o homem ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado, em mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na Terra, ele ainda se encontra em pleno nevoeiro.

6. Pergunta-se: que proveito podia o povo tirar dessa multidão de parábolas, cujo sentido se lhe conservava impenetrável?

É de notar-se que Jesus somente se exprimiu por parábolas sobre as partes de certo modo abstratas da sua doutrina. Mas, tendo feito da caridade para com o próximo e da humildade condições básicas da salvação, tudo o que disse a esse respeito é inteiramente claro, explícito e sem ambiguidade alguma.

Assim devia ser, porque era a regra de conduta, regra que todos tinham de compreender para poderem observá-la. Era o essencial para a multidão ignorante, à qual ele se limitava a dizer: "Eis o que é preciso se faça para ganhar o reino dos céus." Sobre as outras partes, apenas aos discípulos desenvolvia o seu pensamento. Por serem eles mais adiantados, moral e intelectualmente, Jesus pôde iniciá-los no conhecimento de verdades mais abstratas. Daí o haver dito: Aos que já têm, ainda mais se dará. (Cap. XVIII, nº 15.)

Entretanto, mesmo com os apóstolos, conservou-se impreciso acerca de muitos pontos, cuja completa inteligência ficava reservada a ulteriores tempos. Foram esses pontos que deram ensejo a tão diversas interpretações, até que a Ciência, de um lado, e o Espiritismo, de outro, revelassem as novas leis da Natureza, que lhes tornaram perceptível o verdadeiro sentido.

7. O Espiritismo, hoje, projeta luz sobre uma imensidade de pontos obscuros; não a lança, porém, inconsideradamente. Com admirável prudência se conduzem os Espíritos, ao darem suas instruções.

Só gradual e sucessivamente consideraram as diversas partes já conhecidas da Doutrina, deixando as outras partes para serem reveladas à medida que se for tornando oportuno fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o primeiro momento, somente a reduzido número de pessoas se teria ela mostrado acessível; houvera mesmo assustado as que não se achassem preparadas para recebê-la, do que resultaria ficar prejudicada a sua propagação.

Se, pois, os Espíritos ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque haja na Doutrina mistérios em que só alguns privilegiados possam penetrar, nem porque eles coloquem a lâmpada debaixo do alqueire; é porque cada coisa tem de vir no momento oportuno. Eles dão a cada ideia tempo para amadurecer e propagar-se, antes que apresentem outra, e aos acontecimentos o de preparar a aceitação dessa outra.

Fonte da imagem: Internet Google.