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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

PENSAMENTO DO DIA 16.09.24

“Amor não é uma questão de contar anos, mas, sim, é fazer com que os anos contem o amor”.

 

Autor: Wolfman Jack Smith.

Estória: A Descoberta

Toninho, de nove anos, era um menino diferente e, por isso, causava muitas preocupações aos seus pais.

Frequentava a escola, mas não gostava de estudar e apresentava dificuldades em acompanhar a classe.

Apreensivos com seu futuro, os pais tentavam de todas as maneiras fazer com que Toninho se interessasse por alguma coisa. Mas, qual nada! Ele gostava mesmo era de brincar.

À medida que o tempo passava, os pais do menino ficavam cada vez mais aflitos. Já haviam tentado de tudo.

Procuraram despertar-lhe interesse pela música. Foi um desastre. Piano, Toninho não tinha paciência para suportar os monótonos exercícios. Violão, ele ficava irritado e colocava tanta força no manejo que em pouco tempo arrebentava as cordas. Violino, nem pensar. Bateria, ele não gostava de barulho. Enfim, para a música, não tinha vocação, nem ritmo e nem sensibilidade, deixando os professores desanimados.

— Já que você não tem tendência para a música, meu filho, quem sabe uma outra arte? A pintura, por exemplo. Veja o exemplo dos grandes gênios da pintura. É fascinante!

— Está bem. Vou tentar.

Mas, qual! Toninho não conseguia lidar com os pincéis nem com a mistura das cores. Ficava entediado, e logo desistiu.

— Se você não gosta de estudar, nem de música ou de pintura, quem sabe se interessa por algum esporte? Poderia talvez jogar futebol! — considerou a mãezinha dedicada.

— Nem pensar. Gosto de assistir jogo, mas não de correr atrás de uma bola.

— Bem, talvez então alguma modalidade de atletismo?

— Corrida, salto em distância, arremesso de peso... Nada disso faz o meu gênero.

— Tênis?

— Nem pensar.

— Talvez vôlei?

— Não tenho altura suficiente.

— Natação?

— Gosto de ir à piscina, mas entro na água apenas para refrescar o corpo do calor do sol.

— Basquete?

— Não tenho pontaria.

Enfim, tentaram todas as modalidades de esporte. Nada.

Os pais, cada vez mais preocupados. Toninho contava agora quinze anos. Crescera, transformando-se num rapaz alto e magro. Porém ainda não descobrira nada que o interessasse.

Experimentaram a informática, mas ele usava o computador apenas para divertir-se com os jogos.

A mãe de Toninho estava cada vez mais aflita, mas o pai insistia em afirmar:

— Fique calma, querida. Todas as pessoas têm habilidade ou tendência para alguma coisa. Nosso filho não é diferente. Ele vai acabar descobrindo do que gosta.

— Será? Tenho pedido tanto a Deus que ilumine nosso filho! — dizia a mãezinha um tanto desanimada.

Certo dia, Toninho encontrava-se passeando num parque. Sentou-se à borda do lago e pôs-se a pensar. Aquela situação também não era agradável para ele. Tinha vontade de fazer alguma coisa, mas não sabia o quê. Nesse momento, lembrou-se de Deus e orou com fervor suplicando ajuda e proteção. Sentia-se inútil e sem objetivos na vida. Abaixou a cabeça e chorou sentidamente.

Sentiu-se mais reconfortado. De repente, Toninho olhou em torno e viu um pedaço de madeira ali perto. Teve o impulso de pegá-lo nas mãos. Revirou-o para todos os lados, observando-o. Interessante! Pareceu-lhe ver a imagem de um pássaro de asas fechadas naquela madeira. No mesmo instante, Toninho pegou um canivete de estimação que trazia sempre no bolso, e começou a trabalhar.

Com habilidade, esculpiu a cabeça, colocou os olhos no lugar, trabalhou as asas. Depois, modelou as pernas e os pés, que se apoiavam num pedaço de galho.

Toninho não viu o tempo passar. Quando terminou, ele ficou extasiado diante da pequena escultura, obra de suas mãos.

Correu para casa. Queria contar a novidade. Chegando, mostrou a escultura.

— Vejam! Papai, você tinha razão. Todos nós temos potencialidades ignoradas e habilidades insuspeitas. Descobri que minhas mãos servem para alguma coisa. Também posso ser útil e criativo.

— Mas, quando foi que aprendeu a esculpir em madeira? — indagou o pai, intrigado.

— Não sei. Parece-me que já aprendi e que estou apenas recordando!

Era imensa a perplexidade e a alegria dos pais. Finalmente, Toninho descobrira uma razão para viver!

Desse dia em diante, Toninho como que tivera sua vista alargada. Tudo o que via, enxergava com outros olhos, vislumbrando sempre o que poderia fazer, modificar, transformar, esculpir.

Tornou-se um grande artista. Seus trabalhos eram muito procurados e suas exposições bastante concorridas. Ficou conhecido no Brasil e no exterior, mas jamais deixou de ser a criatura simples que era.

Agora, porém, tinha um objetivo. Ajudar crianças, passando seus conhecimentos e ensinando que somente nos sentiremos felizes quando trabalharmos com amor fazendo aquilo que gostamos.

Agradecia sempre a Deus, que o ajudara quando mais precisava, indicando-lhe o caminho que deveria trilhar.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

PENSAMENTO DO DIA 13.09.24

“Eu decidi ficar com o amor. O ódio é um fardo muito grande pra suportar.”

 

Autor: Martin Luther King

AVAREZA

"E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de cada um não consiste na abundância das coisas que possui." - (LUCAS, 12:15.)

Fujamos à retenção de qualquer possibilidade sem espírito de serviço.

Avareza não consiste apenas em amealhar o dinheiro nos cofres da mesquinhez.

As próprias águas benfeitoras da Natureza, quando encarceradas sem preocupação de benefício, costumam formar zonas infecciosas. Quem vive à cata de compensações, englobando-as ao redor de si, não passa igualmente de avaro infeliz.

Toda avareza é centralização doentia, preparando metas de sofrimento.

Não basta saber pedir, nem basta a habilidade e a eficiência em conquistar. É preciso adquirir no clima do Cristo, espalhando os benefícios da posse temporária, para que a própria existência não constitua obstáculo à paz e à alegria dos outros. Inúmeros homens, atacados pelo vírus da avareza, muito ganharam em fortuna, autoridade e inteligência, mas apenas conseguiram, ao termo da experiência, a perversão dos que mais amavam e o ódio dos que lhes eram vizinhos.

Amontoaram vantagens para a própria perda. Arruinaram-se, envenenando, igualmente, os que lhes partilharam as tarefas no mundo. Recordemos a palavra do Mestre Divino, gravando-a no espírito.

A vida do homem não consiste na abundância daquilo que possui, mas na abundância dos benefícios que esparge e semeia, atendendo aos desígnios do Supremo Senhor.

Livro: Vinha de Luz – Lição 052 – Médium: Chico Xavier – Espirito: Emmanuel.
Imagem Meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

PENSAMENTO DO DIA 11.09.24

“Só sei que nada sei, e o fato de saber isso, me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa”.   

 Autoria: Sócrates

Prece: DIANTE DA VIOLÊNCIA

Senhor, a violência de que somos vítimas, na maioria das vezes, é consequência de nossa indiferença e do nosso descaso para com os nossos irmãos:

- para com aquelas crianças que deixamos crescer na marginalidade...

- para com os jovens aos quais não damos oportunidade de estudar e trabalhar...

- para com os pais de família que se corrompem para alimentar os filhos...

A violência que sofremos é o resultado de uma violência maior que praticamos.

Auxilia-nos a construir o mundo que idealizaste no Teu Evangelho.

Encoraja-nos a renunciar ao excesso, para que não falte nada a ninguém.

Quando realmente formos irmãos do nosso próximo, a violência desaparecerá e a paz que conhecemos em Ti se fará sobre a Terra!

 
Livro: Preces e Orações – Médium: Carlos A. Baccelli - Espírito: Irmão José.

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

PENSAMENTO DO DIA 09.09.24

“A pessoa certa é a que está ao seu lado nos momentos incertos”.

 Autor: Aldo Novak

Estória: A Galinha Intransigente

Existiu certa vez uma galinha que nunca estava satisfeita com nada. Vivia de mal com o mundo e não perdoava a menor ofensa, mesmo involuntária.

Passava o tempo a queixar-se da vida e a criticar tudo o que os animais da fazenda faziam. No terreiro, ninguém estava livre dos seus comentários.

Se um patinho se machucava, ela logo dizia:

- Bem feito! Quem manda dona Pata deixar seus filhotes soltos por aí?

Se o cachorrinho era picado por uma abelha ao enfiar o focinho no tronco de uma árvore, ela logo exclamava com ar satisfeito:

- Teve o que merecia! Quem manda ficar enfiando o nariz onde não deve?

Se o gatinho, sem querer, entornava o prato de leite, ela reagia:

- Também com a educação que dona Gata lhe dá, só podia ser um trapalhão mesmo!

E assim ela criticava todos os animais do terreiro. E ai de alguém que lhe fizesse a mínima ofensa. Jamais teria o seu perdão.

Certo dia, ela descuidou-se arrumando o galinheiro e não viu que um de seus pintinhos desaparecera.

Quando percebeu, ficou apavorada e saiu gritando por ele:

- Chiquinho! Chiquinho! Onde está você?

Mas nada do Chiquinho aparecer. Perguntou para os vizinhos, para dona coruja, sempre muito esperta, e nada. Ninguém sabia dar notícias do pintinho.

Todos estavam preocupados e ajudando a procurar o filhote da galinha, até que dona Vaca lembrou-se de tê-lo visto atravessando o pasto a caminho do riacho.

Correram todos, e lá chegando ficaram surpresos e encantados com a cena que viram.

O pintinho caíra na água e, não sabendo nadar, debatera-se, ficando preso em umas plantas na outra margem do riacho que, embora estreito, não dava para alcançar.

O patinho, excelente nadador, já fizera vãos esforços para soltar o pintinho, que estava preso por uma das patas, mas ele era muito fraco e não tinha força suficiente.

O cachorrinho e o gatinho tiveram uma ideia e, nesse exato momento, a colocavam em execução.

O cachorrinho, que era o mais forte, se pendurou num galho de árvore à margem do regato e, ao mesmo tempo, segurou uma das patas do gatinho, que se esticou... Esticou... Esticou até conseguir agarrar o Chiquinho pelo pescoço. Depois, puxando-o com força, pode livrá-lo dos ramos que o prendiam.

Foi um alívio geral! Em pouco tempo, Chiquinho estava nos braços da mamãe Galinha, que respirava aliviada.

- Graças a Deus! Não sei como agradecer a vocês todos pela ajuda que me deram! — disse com lágrimas nos olhos.

Depois, pensando um pouco, completou envergonhada:

- E logo eu que sempre fui tão intolerante com todos! Mas, nunca mais criticarei ninguém. Nunca se sabe quando nós também vamos precisar da ajuda e do perdão dos outros. Hoje, por minha falta de atenção, meu filho quase perde a vida. Porém, em vez de me censurar, vocês me ajudaram. Quero que me perdoem tudo o que já lhes fiz, como espero que Deus me perdoe também.

E deste dia em diante, dona Galinha transformou-se numa criatura boa, paciente, tolerante e compreensiva para com as falhas do próximo e nunca mais criticou ninguém.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

PENSAMENTO DO DIA 06.09.24

“Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente”.

 

Autor: Érico Veríssimo

Poesia: A Criança e o Bem

Olha a criança e toma-a pela mão,
E a luz do Céu aponta-lhe, em seguida.
Pra que haja claridade pela vida
Que deverá viver com correção.

Que o Evangelho sirva de mediação
Entre o pequeno e a experiência vivida,
Pra que no bem seja a trilha mantida
Gerando amor e paz no coração.

Conduze seguramente a criança,
Pelos rumos da fé e da esperança
Renascida em busca da evolução.

Evita expô-la à sombra, ao vício, ao crime,
Mas, mostra-lhe que é o bem que nos redime,
Nas lidas diárias da renovação.

Mensagem psicografada por Raul Teixeira – Autor Espiritual: Jacy Pacheco.

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

PENSAMENTO DO DIA 04.09.24

“Aprendi que se a gente espalhar coisas boas por onde passar, a vida se encarrega de trazer outras melhores ainda para a vida da gente”.

 

Autor: desconhecido.

29 Bem Aventurados Os Que Têm Os Olhos Fechados

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 8 – Bem Aventurados os Puros de Coração

Vianney - Cura de Ars, Paris, 1863

20 – Meus bons amigos, porque me chamastes? Para que eu imponha as mãos sobre esta pobre sofredora que está aqui, e a cure? Ah, que sofrimento, bom Deus! Perdeu a vista, e as trevas se fizeram para ela. Pobre criança! Que ore e espere. Eu não sei fazer milagres, eu, sem à vontade do bom Deus. Todas as curas que obtive, e que conheceis, não se atribuais senão Aquele que é o Pai de todos nós.

Nas vossas aflições, voltai sempre os vossos olhos para o céu, e dizei, do fundo do vosso coração: “Meu Pai, curai-me, mas fazei que a minha alma doente seja curada antes das enfermidades do corpo; que minha carne seja castigada, se necessário, para que a minha alma se eleve para vós com a brancura que possuía quando a criastes”. Após esta prece, meus bons amigos, que o bom Deus sempre ouvirá, a força e a coragem vos serão dadas, e talvez também a cura que temerosamente pedistes como recompensa da vossa abnegação.

Mas desde que aqui me encontro, numa assembleia em que se trata, sobretudo de estudar, eu vos direi que os que estão privados da vista deviam considerar-se como os bem-aventurados da expiação.

Lembrai-vos de que o Cristo disse que era necessário arrancar o vosso olho, se ele fosse mau, e que mais valia atirá-lo ao fogo que ser a causa da vossa perdição. Ah, quantos existem sobre a Terra que um dia maldirão, nas trevas, por terem visto a luz! Oh, sim, como são felizes os que, na expiação, foram punidos pelos olhos! Seu olho não será causa de escândalo e de queda, e eles podem viver completamente a vida das almas, podem ver mais do que vós que tendes boa visão.

Quando Deus me permite abrir as pálpebras de algum desses pobres sofredores e devolvê-los à luz, digo a mim mesmo: Alma querida, por que não conheces todas as delícias do Espírito, que vive de contemplação e de amor? Então não pediríeis para ver as imagens menos puras e menos suaves, que aquelas que podes entrever na tua cegueira.

Oh, sim, bem-aventurado o cego que quer viver com Deus! Mais feliz do que vós que estais aqui, ele sente a felicidade, pode tocá-la, vê as almas e pode lançar-se com elas nas esferas espirituais, que nem mesmo os predestinados da vossa Terra conseguem ver. O olho aberto está sempre pronto a fazer a alma cair; o olho fechado, pelo contrário, está sempre pronto a fazê-la subir até Deus. Crede-me, meus bons e queridos amigos, a cegueira dos olhos é quase sempre a verdadeira luz do coração, enquanto a vista é quase sempre o anjo tenebroso que conduz à morte.

E agora algumas palavras para ti, minha pobre sofredora: espera e tem coragem! Se eu te dissesse: Minha filha, teus olhos vão abrir-se, como ficarias alegre! E quem sabe se esta alegria não te perderia?

Tem confiança no bom Deus, que fez a felicidade e permite a tristeza! Farei tudo o que me for permitido em teu favor; mas, por tua vez, ora e, sobretudo, pensa em tudo o que venho de dizer-te.
Antes de me afastar, vós todos que estais aqui, recebei a minha benção.

21 – NOTA: Quando uma aflição não é a consequência dos atos da vida presente, é necessário procurar a sua causa numa vida anterior. Isso que chamamos caprichos da sorte nada mais são que os efeitos da justiça de Deus. Ele não aplica punições arbitrárias, pois quer sempre que entre a falta e a pena exista correlação. Se, na sua bondade, lança um véu sobre os nossos atos passados, entretanto nos aponta o caminho ao dizer: “Quem matou pela espada, pela espada perecerá”, palavras que podemos traduzir assim: “Somos sempre punidos naquilo em que pecamos”. Se, pois, alguém é afligido com a perda da visão, é que a vista foi para ele uma causa de queda.

Talvez também tenha sido causa da perda da vista para outro; pode alguém ter ficado cego pelo excesso de trabalho que lhe impôs, ou ainda em consequência de maus tratos, de falta de cuidados, etc., e então sofre agora a pena de talião. Ele mesmo, no seu arrependimento, pode ter escolhido esta expiação, aplicando a si próprio estas palavras de Jesus: “Se vosso olho for motivo de escândalo, arrancai-o”.
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

PENSAMENTO DO DIA 02.09.24

"Deixe algum sinal de alegria onde passes".

 

Autor: Chico Xavier

Biografia: Afonso Cahagnet

Anos antes de surgirem os fenômenos tipológicos e as mesas falantes, girantes, através da mediunidade das irmãs Fox, no Estado de Nova York, os quais iniciaram celeremente uma verdadeira revolução nos conhecimentos do porquê de nossa existência, já Louis Alphonse Cahagnet, conceituado magnetizador, nascido em Caen (França), em 1809, mantinha relações com os entes do além-túmulo por intermédio de vários pacientes em estado sonambúlico, ou de êxtase, estados provocados pela ação magnética. Desse intercâmbio surgiu, em 1847, o primeiro tomo de — Arcanes de La vie future Dévoilés, mais ou menos ao mesmo tempo que aparecia nos Estados Unidos a volumosa obra mediúnica intitulada The principies of nature, her divine Révélations and a voice to mankind ditada pelos Espíritos ao reverendo William Fisbough, através da mediunidade de André Jackson Davis.

Do primeiro volume dos Arcanos fez-se uma tradução portuguesa, que sabemos ser muito antiga, mas não podemos precisar (o nome do tradutor e o ano de sua publicação, por falta absoluta de referências nesse sentido).

Na cidade de Argenteuil (arredores de Versalhes), Cahagnet fundava, também em 1847, a sociedade dos Estudantes Swedenborgia, no, que mais tarde se aproximou do Espiritismo kardecista.

Não obstante todo o cuidado que se deve tomar na aceitação das narrativas dos sonâmbulos, Gabriel Delanne é o primeiro a afirmar que com Cahagnet o caso é diferente, sustentando que o célebre magnetista realmente conversou com os Espíritos, identificando muitos deles. "Não são simples reprodução de diferença de vontade e seu dinamismo extraordinário e sua honestidade, adquirir posição de destaque, respeitado e admirado por todos quantos com ele privavam, mesmo os inimigos.

No primeiro tomo dos Arcanos da Vida futura desvendados, o Autor, numa dedicatória aos ilustres magnetizadores Barão du Potet e Hébert de Garnay, este último, gerente do Journal du Magnétisme, declara desassombradamente num certo ponto: "Outros têm temor em revelar verdades que poderiam ofender o espírito das seitas. Se estas últimas sustentam com denodo e boa fé os erros, quanto não devemos nos dar a conhecer a 'fim de esclarecê-las? Acaso devemos temer qualquer coisa quando nos é dado substituir a fé pela experiência, e quando demonstramos a todos a inefável bondade do Criador? Não, senhores, vós o sabeis após haver adquirido, como eu, provas irrefutáveis de um mundo melhor; são estas provas que se torna necessário que todos as obtenham, e a ciência, que propagais com tão' corajosa perseverança, deve fornecê-las a todas as pessoas".

"Se eu não houvesse sido auxiliado pela luz divina, teria sucumbido sob tão penosa tarefa" — declara mais adiante Cahagnet dos seres desaparecidos. Afonso Cahagnet se dissipa nos ares". Vós, O Barão du Potet, homem que na época era um tanto céptico com respeito a essas revelações do Além, mas que mais tarde foi constrangido a acreditar nelas e no mundo dos Espíritos, "por efeito de sério exame dos fatos", no próprio dizer dele, escreve então a Cahagnet longa carta de agradecimento, com alguma ironia, e são individualidades que conversam, se movem, vivem e afirmam categoricamente que a morte não as atingiu" — fala Delanne, confirmando o intercâmbio entre o Além e Cahagnet.

Em 1850 Cahagnet publicou Santuaire du Spiritualisme, ou o Estudo da alma humana e de suas relações com o Universo, segundo o sonanbulismo e o êxtase; em 1851 aparecia Lumière des morts ou Études Magnétiques, Philosophiques et spirétualistes, e Traitement des Maldies,” obra esta que engloba um estudo das propriedades medicinais de 150 plantas que a extática Adèle Maginot transmitira a Cahagnet, além de urna exposição de diversos métodos de magnetização; em 1353, traduzidas do alemão, dava à luz em Paris Lettres odiques-magnétiques du chevalier de Reichenbach.

Embora descendente de uma família pobre, e tendo trabalhado sucessivamente, para poder viver, como relojoeiro, torneiro de cadeiras, caixeiro de comércio, fotógrafo.

De fato, assim fez Cahagnet e, "interrogando os túmulos, falando com os seres falecidos" e anotando as palestras desse maravilhoso intercâmbio, edificou a portentosa obra com cerca de mil páginas, que formaram o tomo I dos Arcanos, descortinando para a Humanidade desorientada uma nova pátria; cheia de vida, de atividade, onde moram os nossos mortos. Na bela introdução a esse monumental trabalho adverte o Autor: "Sede prudentes, não admitais nem rejeiteis nada sem um exame maduro; aquilo que não puderdes compreender, jamais digais que não é" E mais adiante informa: "Esta obra vos oferecerá a prova de um mundo melhor que o nosso, onde vivereis após deixardes aqui o vosso corpo, e onde um Deus infinitamente bom vos recompensará em cêntuplo as aflições que vos eram proveitosas nesta terra de dor. Vou demonstrar que vossos pais e amigos ali vos esperam com impaciência, e que podeis, embora ainda sobre este globo, entrar em comunicação com eles, falar-lhes e deles obter as informações que julgardes necessárias".

Concluindo sua introdução, disse que se sentiria muito feliz se "conseguisse firmar com outros homens essa crença que adquirira sobre a existência desse mundo de consolação, e fizesse penetrar pelo menos em algumas almas toda a felicidade que sentia, de esperanças tão doces".

Ao tomo I dos Arcanos, seguiram-se os tomos II e III. "Tudo o que a ignorância, o fanatismo, tal tolice reeditaram posteriormente contra a nossa doutrina foi então despejado sobre o pobre magnetizador" — diz Gabriel Delanne. Cahagnet, porém, não esmorece. Nessa época, eles, juntamente com outros companheiros, fundam, sob os auspícios da Sociedade dos Magnetizadores Espiritualistas, o jornal Le Magnétiseur Spiritualiste, no qual são consignados todos os fatos maravilhosos das relações com o Além, obtidos por ele e pelos magnetistas de todo o mundo que o quisessem fazer.

Os dois primeiros volumes dos Arcanos contêm as descrições de experiências realizadas com oito extáticos que possuíam a faculdade de ver e conversar com os Espíritos. Adélia Maginot foi uma das mais notáveis, sendo ela a intermediária de extensa série de evocações. Mais de 150 atas foram ratificadas por testemunhas que afirmaram reconhecer os Espíritos que a sonâmbula descreveu. O abade Almignana, doutor em Direito Canónico, teólogo, assistiu com entusiasmo a várias sessões de Cahagnet, tornando-se, adepto do magnetismo e desenvolvendo mesmo, suas possibilidades mediúnicas.

Somente no tomo III dos Arcanos refere-se o Autor aos fenômenos espíritas que se produziam nos Estados Unidos da América, e que foram também registados no nº 162 do Journal du Magnétisme. Neste volume, Cahagnet, em diálogos e refutações, responde vigorosa e inteligentemente aos seus contraditores: padres, homens de ciência, materialistas, etc., pondo por terra os diversos argumentos desfavoráveis ao conteúdo de sua obra. Cita ainda testemunhas merecedoras de crédito que relatam fenômenos de aparição, além de inúmeras respostas do Espírito de Swedenborg à questões formuladas.

Pouco depois de ter saído o primeiro tomo dos Arcanos, o Autor foi premiado por seus denodados esforços: ele recebe várias cartas, onde os signatários expandem sua satisfação, o seu júbilo emocionado por tão gratas revelações.

Outros, entretanto, como o Barão du Potet, acharam que o assunto era cedo ainda para ser tratado. Procederam tal, e qual, até hoje, procedem os nossos irmãos sacerdotes católicos, mesmo os desencarnados sempre a dizerem que o homem ainda não deve conhecer essas profundas questões do ser, sendo-lhe necessária a disciplina dogmática. Mas assim não pensava Cahagnet, e, hoje, nós com ele. Potet, por exemplo, escrevera: "Tratais destas questões com o avanço de 20 anos; o homem ainda não está preparado para compreendê-las", ao que Cahagnet replicou, no vol. III, dizendo: "Ah!
Respondemos então, porque o vemos banhar com suas lágrimas as cinzas daqueles que julga haver perdido para sempre? Em que momento da existência podemos chegar mais a propósito para dizer a esse homem: Consola-te, irmão, aquele que presumes separado de ti, para sempre, acha-se ao teu lado, a te asseverar, por meu intermédio, que ele vive, que é mais feliz do que na Terra, e que te aguarda nas esferas próximas para continuar o convívio contigo." 

Qual ocorreu com as obras de Kardec, as de Cahagnet também foram batizadas pelo fogo. A leitura dos Arcanos foi proibida em todos os países católicos, por decisão do Tribunal Supremo e Sagrado, chamado a "Sagrada Congregação", tribunal cristícola e não cristão, diz Cahagnet, tribunal que — informa ainda o Autor "julgou sem nos ouvir e condenou sem outro motivo que o de prazerosamente arremessar três de nossas obras, num só dia, no fogo... Em 1856, um ano antes de aparecer O Livro dos Espíritos, Cahagnet fazia surgir as Révélations d'outre-tombe, pelos Espíritos de Galileu, Hipócrates, Franklin, e outros, obra que estuda Deus, a preexistência das almas, a criação da Terra, vários problemas da Física, da Botânica, da Metafísica, da Medicina, a análise da existência do Cristo e do mundo espiritual, passando em revista as aparições e manifestações dos Espíritos, no século XIX, etc.

Magie magnétique, outra publicação da autoria dele, surgida em 1857 ou 1858, trata dos fenômenos de transporte, de suspensão, das possessões, das convulsões, etc.

O nome de Cahagnet atravessa as fronteiras francesas. Em 1861, ele recebe a honrosa visita do sábio Aksakof que buscava dilatar seus conhecimentos e seus estudos sobre o magnetismo e o psiquismo.

O número de produções aumenta. Aparecem: Encyclopédie magnétique spiritualiste (1854-1861); Étude sur le Matérialisme et sur le Spiritualisme (1869); Étude sur Jâme et le libre arbitre (1880) e várias outras, parecendo-nos que a última obra de Cahagnet tenha sido Thérapeutique du magnétisme et du somnombulisme, impressa em 1883.

Realmente, Cahagnet foi um grande trabalhador, digno, sob todos os aspectos, da nossa admiração e reverência pela muita luz que, a par das críticas que sobre ele choviam, distribuiu entre muitos necessitados do espírito. "Um lutador soberbo", "que teve a glória de fazer-se o que foi: um dos pioneiros da verdade" manifesta-se G. Delanne, com ênfase.

Interrogando os mortos, Cahagnet obteve respostas interessantes e reveladoras sobre diversos assuntos: noções de magnetismo, as propriedades da alma, a oração como meio de evitar os maus pensamentos, o modo por que deve ela ser proferida, as punições reservadas no mundo espiritual aos criminosos, as ocupações dos Espíritos, as sociedades formadas pelos Espíritos, as obsessões, descrição da separação que se faz entre a alma e o corpo no momento da morte, descrição dos Espíritos luminosos, sensações experimentadas no momento da morte, formas diversas que os Espíritos podem tomar, o inferno dos católicos (o que é), o fenômeno dos transportes, reunião dos familiares e afins no espaço, noções sobre a loucura, suas causas, suas consequências no mundo espiritual, alucinações causadas pelos maus Espíritos, O livre arbítrio, a cura pela prece, a linguagem do pensamento entre os Espíritos, a vestimenta dos Espíritos, as consequências do suicídio no além-túmulo, os lugares de reparação do mal, etc. etc. Dezenas de Espíritos, conhecidos e desconhecidos, se comunicaram com Cahagnet.

Embora muitas respostas sejam imperfeitas e incompletas, pois O Espiritismo apenas alvorecia, e embora a obra do magnetista de Caen não se iguale à inimitável exposição feita nos livros de Kardec, todos os espíritas devemos reverenciar a memória, desse homem de fé e de coragem que foi — Cahagnet.

Atualmente o Espírito de André Luiz nos vem dando revelações mais claras sobre a vida no além-túmulo, revelações que resumidamente já estavam explanadas em 1847, nos Arcanos e em algumas outras obras ditadas por sonâmbulos.

Registaremos algumas das perguntas e respostas constantes no livro mencionado:

P. Que fazem os irmãos (da sonâmbula), no céu?

R. — Eles recreiam e passeiam.

— Não se pode recrear e passear durante uma eternidade, sem um fim.

R. — Oh! Eles fazem música, estudam ciências; ocupam-se melhor e com mais prazer que nós.

— Que faz ela (o Espírito da mãe da sonâmbula) no céu?

R. — Ela está com meu pai, meus irmãos, minha irmã, enfim, toda a família; ela se inquieta muito por mim, mas está muito feliz; ela lê e se sente satisfeita em ouvir meus irmãos tocar música. — Há então livros no céu?

R. — Eu te rogo crê-lo, e não são eles romances como na Terra.

— De que falam eles?

R. — Dos mistérios de Deus, das ciências; mas não são escritos da maneira por que o são sobre a Terra, diz-me a minha mãe.

Noutra página, diz o Espírito da mãe da sonâmbula que, para o conhecimento de altos problemas, há instrutores, "que são mais amigos que mestres”.

Eis agora como o Espírito de um sacerdote católico responde a algumas questões:

— A forma da alma que tendes é perfeitamente semelhante à do corpo em que ela habitava? R. — Sim.

— Vós dormis e comeis?

R. Dorme e come quem quer; isto não é uma necessidade como no Planeta; é mais uma satisfação para aqueles que o fazem.

Morais numa casa como na Terra?

R. — Eu estou numa casa; há casas nesta vida, do mesmo modo que sobre a Terra.

— Há também cidades e aldeias?

R. — Eu não sei como se nomeiam as cidades no céu; basta dizer-vos que há casas. Não me ocupo do resto.

Quais são as vossas ocupações ordinárias?

R. — Leio, escrevo e passo parte do meu tempo a aconselhar o bem aos indivíduos inclinados ao mal.

— Podeis então comunicar com eles?

R. — Sim, com os espíritos deles.

O espiritista italiano Ernesto Volpi, tendo publicado, em determinado ano, um artigo em que narrava os primeiros albores do Espiritismo no mundo, foi contraditado por alguns espíritas americanos, que disseram não ter sido Kardec o fundador do Espiritismo, porque antes dele já haviam aparecido Davis e Cahagnet.

Eis como Volpi, em junho de 1890, a isso respondia, com clareza e exatidão: "Os fundadores do Espiritismo são os Espíritos que sempre e em todos os tempos se têm manifestado. Doutro lado, é bom observar que não falei de Kardec somente, mas da Doutrina que ele compendiou. Neste ponto ele é mais completo que os precedentes, precisamente por que sua sábia capacidade coordenadora pôde servir-se também dessas últimas fontes. A Davis e a Cahagnet coube a glória de terem sido os primeiros a recolher os materiais para formar a base do Espiritismo moderno, e a Allan Kardec, a glória de havê-la solidamente estabelecida. “Dessa forma, fica definida a posição de Cahagnet na história do Espiritismo, lugar de pioneiro que sempre será lembrado pelo nosso coração agradecido”.

A 10 de Abril de 1885, com 76 anos, desencarnava, em Argenteuil, o velho batalhador — Cahagnet, a cujo enterro compareceram inúmeros amigos e espiritistas. A esposa, meses depois, o acompanhava.

O jornal Phare, dos departamentos do Seine-et-Oise e do Sena, publicou um artigo necrológico que a Revue Spirite de 1 de maio de 1885 transcreveu e do qual registaremos um trecho:
"Cahagnet é um exemplo raro do que pode uma firme vontade aliada a uma vasta inteligência. Ele se tornara, à força de trabalho e perseverança, um poder do livro”.

O bom livro é o farol que o pensador acende nas trevas do mundo para guiar os homens em sua eterna viagem no espaço infinito. Sem a materialização do pensamento, por meio dos símbolos da linguagem escrita; sem o veículo que a imprensa e o livro representam; sem esse processo de comunicação entre os homens, a Humanidade jamais poderia criar, edificar, iluminar e engrandecer civilizações.

Todos os povos basearam sempre o seu desenvolvimento, a sua grandeza, o seu fastígio, nos escritos transmitidos através de gerações sucessivas. As glórias e os penares, as alegrias e as dores, os triunfos e os reveses, em seus múltiplos aspectos registrados nos livros, serviram de roteiro na contínua sucessão dos dias e dos fatos.

As filosofias, as religiões, as doutrinas, as artes, as ciências, não teriam a história de sua evolução sem o concurso do livro. Sem ele os homens estariam ainda na lendária fase verbal, imersos na obscuridade da noite e impedidos de usufruir os benefícios das grandes conquistas do gênero humano.

É incontestável, pois, o poder do Livro, principalmente do bom livro. E se o livro de caráter edificante, nas especialidades criadoras e históricas, é bom, o Livro Espírita é ótimo porque elucida o espírito sobre o seu Destino Eterno, sobre a Vida Eterna no espaço infinito, quer esteja jungido ao corpo carnal, perecível, na superfície de planetas como a Terra, quer viva nas esferas ou regiões celestes, densas ou rarefeitas, obscuras ou luminosas ou sublimes, de acordo com o mérito de cada um, conquistado através de lutas, esforços e sacrifícios indescritíveis.

Sobre o Livro Espírita é que temos de edificar o templo da verdadeira Sabedoria. É nesse templo que a Humanidade futura terá de fruir a tranquilidade de que necessita para alcançar a felicidade com que sonha.

Difundamos, portanto, o Livro Espírita de modo contínuo, ininterrupto, por toda a parte e em todas as línguas, a fim de que seja estabelecido, na Terra, o reino da fraternidade espiritual que almejamos.

Lins de Vasconcellos, erudito, um profundo metafísico, e adquirira, no mundo que se ocupa do Magnetismo e do Espiritismo, distinguido lugar como publicista. Suas diversas obras e o número é grande traduzidas para o inglês e o alemão, valeram-lhe numerosos testemunhos de estima e simpatia. “Nada mais curioso e mais interessante a esse respeito que sua volumosa correspondência com sumidades científicas e literárias de todos os países”.

A Cahagnet, pois, rendamos as homenagens do espírito, e ele as merece plenamente.

Fonte: FEB.
Imagem meramente ilustrativa (não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.