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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O PALHACINHO TRISTE

Guilherme aproveitara muito bem suas lições na escola e passara de ano, com louvor. Seus pais, muito amorosos, lhe proporcionaram, então, alguns dias de férias numa conhecida cidade litorânea naquela região.

Eufórico, Guilherme arrumou a mala e, juntamente com seus pais e o irmãozinho, num dia muito bonito, saíram em viagem.

Ao chegar, logo à entrada da cidade, viram um circo cheio de luzes coloridas, jaulas com belos animais selvagens, elegantes cavalos e macacos engraçados. Com os olhos estatelados de emoção, Guilherme ouviu seu pai prometer que no dia seguinte iriam assistir ao espetáculo.

No outro dia, à hora aprazada, deram entrada no circo e logo começou a função. Bailarinas, equilibristas, mágicos e trapezistas, alternavam-se com palhaços, macacos engraçados, elefantes enfeitados com pedrarias, domadores de animais e muitas outras coisas...

Com um pacote de pipocas nas mãos, Guilherme acompanhava tudo rindo e batendo palmas, satisfeito.

De repente, olhou um dos palhaços que faziam piruetas e davam cambalhotas no picadeiro. Seu ar, embora o riso aberto era triste. Quando ele se aproximou mais, Guilherme percebeu que duas lágrimas brilhavam em suas faces pintadas.

Daquele momento em diante, nada mais teve graça, e a figura do palhaço triste não lhe saiu mais da cabeça.

Na manhã seguinte acordou e, em vez de ir à praia, voltou ao circo.

As imagens agora eram bem diferentes.

Não havia mais belas luzes coloridas e a impressão de luxo e riqueza desvaneceu-se inteiramente.

Algumas pessoas faziam a limpeza do local, enquanto outras lavavam e tratavam dos animais.

O garoto perguntou a alguém onde poderia encontrar o palhaço triste e informaram-lhe que ele estava no picadeiro.

Adentrando a enorme lona do circo, agora totalmente vazio; Guilherme parecia ainda ouvir os aplausos e os gritos da plateia.

Logo o viu. Uma pequena figura, sentada no chão, tendo a cabeça entre as mãos.

- Olá! - disse, à guisa de cumprimento.

O palhaço ergueu a cabeça, ao ouvir a voz estranha.

- Olá! - respondeu - O que o traz aqui, garoto?

- Bem, é que eu gostaria de ver um palhaço de perto.

- Ah! Com certeza vai se decepcionar. Sou apenas um homem como qualquer outro.

- Estranho! Sempre pensei que os palhaços deveriam levar vida alegre, sempre sorrindo e brincando, como se a existência fosse uma festa! - exclamou o menino.

- Puro engano, meu filho. Muitas vezes rimos para não chorar - disse, com pesar.

- Agora entendo isso. Ontem mesmo, durante o espetáculo, percebi que você estava triste, por quê?

- Deu para notar?!... A verdade é que estou com problemas muito graves.

E o palhaço lhe contou que estava com a filhinha doente e não tinha recursos para levá-la ao médico.

Contente por poder ajudar, Guilherme lhe assegurou:

- Ora, não se aflija! Meu pai é médico e poderá examinar sua filha.

Saiu correndo e, pouco depois, voltou acompanhado pelo pai.

Ficaram impressionados com a miséria do local. O carro em que viajavam, e que lhes seria de moradia, era muito pobre e sem conforto.

O médico examinou a criança e afirmou que ela, além de pneumonia, estava também muito desnutrida, precisando se alimentar melhor.

- Eu sei doutor. - disse o palhaço - Mas não tenho dinheiro. Ganho pouco e mal dá para as despesas mais urgentes.

- Não se preocupe. Sua filhinha deverá ser hospitalizada, mas ficará boa logo, com a ajuda de Deus.

O médico conduziu a menina para o hospital, onde ela foi medicada.

Em seguida, levou uma cesta contendo gêneros alimentícios que dariam para muitos dias e entregou também, ao palhaço, um envelope contendo certa importância em dinheiro.

- Mas, doutor, não sei quando poderei lhe pagar!...

- Não se preocupe. Quero apenas vê-lo fazer as crianças sorrirem.

Depois de alguns dias, a garotinha voltou para casa contente e saudável.

Era o último espetáculo do circo. Iriam levantar acampamento no dia seguinte. Guilherme e seus familiares estavam na primeira fila.

O palhaço aproximou-se, trazendo nas mãos um lindo balão vermelho, amarrado com um cordão.

Chegando junto a Guilherme entregou-lhe o balão, com sorriso aberto e feliz.

- Você agora não é mais um palhacinho triste - disse Guilherme.

- Não. Graças a você, posso sorrir novamente. Não sei como lhes agradecer tudo o que fizeram por mim.

O médico, bem-humorado, afirmou:

- É fácil! Faça um espetáculo bem alegre para deixar as crianças contentes.

Com um último olhar agradecido, o palhaço afastou-se dando cambalhotas e fazendo palhaçadas, acompanhado pelo riso das crianças.

Guilherme suspirou, satisfeito. O pai olhou para o menino, com carinho:

- Muitas vezes, o sofrimento e a dor estão onde menos esperamos, meu filho.

E é preciso ter sensibilidade para descobrir onde está a necessidade das pessoas. Se não fosse você, ninguém teria descoberto o problema do palhaço. Muito bem, meu filho, Jesus certamente está contente com você.

E completou;

- A verdade é que onde estivermos podemos ajudar alguém. Basta que tenhamos boa-vontade para isso.

Autor: Tia Célia - Publicado no Jornal O Imortal - Nº 552 - Janeiro de 2000.
Fonte do texto e imagem: Internet Google.

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