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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

A Vovó Sabe Tudo

I - BRINCANDO E APRENDENDO

Vovó Esmeralda tricotava, enquanto, por cima dos óculos, cuidava de seus netinhos que brincavam na redondeza.

Depois de certo tempo, cansados de brincar cada um por si, os meninos vieram assentar perto de Paula, que lia poesias.

Conversa vai, conversa vem, Paula contou que a poesia que acabara de ler dizia que nascer e morrer são acontecimentos da vida.

Este assunto deixou Luizinho arrepiado que até pedira:

- Não fale em morte! Eu tenho medo.

- Mas o que é a morte? Perguntou Roberto com ares de intelectual.

- Não sei explicar. Disse Paula.

- Nem eu. Complementou Luizinho.

- Acho melhor a gente perguntar à vovó...

- Vamos, a vovó sabe tudo! Concordaram todos.

II - CONVERSANDO COM A VOVÓ

Um após o outro, seguiram até o banco onde vovó os observava.
Tão logo chegaram, vovó Esmeralda perguntou com a sabedoria de quem já viveu muito:

- O que houve crianças? O que está perturbando vocês?

- Estou com medo, vovó! Respondeu Luizinho.

- Medo de que? Perguntou vovó Esmeralda.

Antes que Luizinho respondesse, Paula explicou:

- Estou lendo uma poesia que diz que nascer e morrer são fatos naturais da vida, aí Luizinho ficou com medo e o Roberto quis saber o que é morte, mas nós não soubemos explicar.

- Então viemos lhe perguntar. Completou Roberto.

Aparentando indiferença às preocupações das crianças, vovó Esmeralda olhou em volta como se procurasse alguma coisa no jardim.

Continuou em silêncio até que seus olhos brilharam quando encontrou o que procurava.

III - A PASSAGEM

- Meus queridinhos, olhem que beleza aquela flor! Vejam, continuou a vovó, aquela borboleta como é linda. Observem como a vida está presente por todos os lados. Olhem...

- Vovó, acho que a senhora não entendeu a nossa pergunta. Atalhou Paula, interrompendo a fala da vovó.

- Nós queremos saber é o que é a morte.

Vovó Esmeralda com paciência e serenidade de que lhe eram peculiares, respondeu carinhosamente:

- Meus queridos, não há motivos para vocês se preocuparem tanto assim com esse assunto. Deus, que é Pai bondoso, não permitiria que nos acontecesse coisa ruim. A morte é uma passagem desta vida física para a vida espiritual.

- Como assim vovó? Quis saber Luizinho que não entendeu bem esta coisa de físico-espiritual.

- Mas vovó, é verdade que todos..., que todos nós vamos morrer?

Perguntou Roberto preocupado.

IV - A BORBOLETA

- Sim, isto é verdade, respondeu vovó Esmeralda. Mas só o corpo morre, e ele é uma sala de aula para o espírito.


- Como assim?

- Vejamos a borboleta. Ela passa por vários corpos durante a sua vida para dar o seu voo majestoso.

- Vocês conhecem as transformações da borboleta? perguntou a bondosa Esmeralda.

- Não! Deve ser legal. Conta prá nós vovó. Conta, insistiu Luizinho.

- A borboleta - diz vovó; nasce inicialmente de um pequeno ovo, a futura borboleta ensaia seus movimentados no desajeitado e irrequieto corpo de uma larva.

V - O SONO PROFUNDO

Treinada nos movimentos, ensaia os passos no corpo, agora transformado, da comilona lagarta. É hora do sono profundo...

A lagarta, tem dentro de si a futura borboleta. Ela sabe que precisa dormir para a grande transformação. Caminha silenciosa ao local onde deve adormecer. Deixa de ser comilona. Para e se enrosca e se transforma num casulo, aparentemente sem vida. Morre para o mundo...

Vovó fez uma pequena pausa.

- E aí vovó? Ela morreu mesmo? Pergunta Paula curiosa.

VI - A METAMORFOSE

- Não, querida. Sorriu e completou a vovó: É como se ela estivesse trocando de roupas.

Passados alguns dias, depois de várias transformações, nasce do casulo inerte a borboleta de extraordinária beleza.

Trêmula, inibida, encara o mesmo mundo em que vivera antes, como se nunca o tivesse conhecido.

Ensaia os primeiros movimentos com suas lindas asas. Voa, voa...

Olha de cima, o solo em que antes rastejava com seu pesado corpo de lagarta. É a beleza da vida superando a morte...

- Então morrer é isso vovó? pergunta Roberto.

- Meus queridos, a metamorfose da borboleta serve apenas para ilustrar o que a vovó quer explicar. Conosco acontece uma transformação parecida apenas.

- Como assim vovó? Quis saber Luizinho.

- A nossa vida também continua, independentemente do corpo, que é como o casulo da borboleta. Deixamos para trás ao morrermos, mas seguimos com o nosso ser espiritual, a nossa alma, o nosso ser que é imortal...

Continuamos a ser nós mesmos, com nossos pensamentos, nossa personalidade e gostos. A vida não cessa com a morte. A morte é como se fosse uma troca de roupas, assim como a borboleta trocou de corpo.

- Entenderam? perguntou a vovó.

- Quase tudo! Responderam todos.

Vovó Esmeralda sorriu um sorriso de quem já viveu muito, de quem é paciente e sabe que vai ter tempo para ensinar e aprender muito mais...

Morelli, Jaci.: A Vovó Sabe Tudo. Tema: A morte. Edição Editora Espírita Cristã Fonte Viva.


CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo

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