Desde muito chorava o belo filho morto,
Num desastre de mar em suntuoso falucho...
Triste, a fidalga anciã vivia em pranto e luxo,
No esplêndido solar ao pé de velho porto...
Certo dia, a criada, em rijo desconforto,
Dá-lhe um pobre enjeitado, um magro pequerrucho.
Ela clama: Não quero! Isto é morcego e bruxo,
Tem na face de monstro o nariz feio e torto!...
E a dama solitária, em angústia insofrida,
Atravessou a morte e acordou noutra vida,
Buscando, ansiosa e rude, a afeição do passado...
Debalde soluçou, na lição do destino...
Ao desprezar na terra o infeliz pequenino,
Recusara, orgulhosa, o filho reencarnado.
Jorge Faleiros
Do livro: Poetas Redivivos, Médium: Francisco Cândido Xavier.
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.

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