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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

O BANQUETE DOS PUBLICANOS

“E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?” (MATEUS, 9: 11)

De maneira geral, a comunidade cristã, em seus diversos setores, ainda não percebeu toda a significação do banquete do Mestre, entre publicanos e pecadores.

Não só a última ceia com os discípulos mais íntimos se revestiu de singular importância. Nessa reunião de Jerusalém, ocorrida na Páscoa, revela-­nos Jesus o caráter sublime de suas relações com os amigos de apostolado. Trata-­se de ágape íntimo e familiar, solenizando despedida afetuosa e divina lição ao mesmo tempo.

No entanto, é necessário recordar que o Mestre atendia a esse círculo em derradeiro lugar, porquanto já se havia banqueteado carinhosamente com os publicanos e pecadores. Partilhava a ceia com os discípulos, num dia de alta vibração religiosa, mas comungara o júbilo daqueles que viviam a distância da fé, reunindo-­os, generoso, e conferindo-­lhes os mesmos bens nascidos de seu amor.

O banquete dos publicanos tem especial significado na história do Cristianismo. Demonstra que o Senhor abraça a todos os que desejem a excelência de sua alimentação espiritual nos trabalhos de sua vinha, e que não só nas ocasiões de fé permanece presente entre os que o amam; em qualquer tempo e situação, está pronto a atender as almas que o buscam.

O banquete dos pecadores foi oferecido antes da ceia aos discípulos. E não nos esqueçamos de que a mesa divina prossegue em sublime serviço. Resta aos comensais o aproveitamento da concessão.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 137 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

COISAS TERRESTRES E CELESTIAIS

“Se vos tenho falado de coisas terrestres, e não me credes, como crereis se vos falar das celestiais? Jesus (JOÃO, 3: 12)

No intercâmbio com o mundo espiritual, é frequente a reclamação de certos estudiosos, relativamente à ausência de informações das entidades comunicantes, no que se refere às particularidades alusivas às atividades em que se movimentam.

Por que não se fazem mais explícitos os desencarnados quanto ao novo gênero de vida a que foram chamados? Como serão suas cidades, suas casas, seus processos de relações comuns? Através de que meios se organizam hierarquicamente? Terão governos nos moldes terrestres?

Indagam outros, relativamente às razões pelas quais os cientistas libertos do plano físico não voltam aos antigos centros de pesquisas e realizações, vulgarizando métodos de cura para as chamadas moléstias incuráveis ou revelando invenções novas que acelerem o progresso mundial.

São esses os argumentos apressados da preguiça humana.

Se os Espíritos comunicantes têm tratado quase que somente do material existente em torno das próprias criaturas terrenas, num curso metódico de introdução a tarefas mais altas e ainda não puderam ser integralmente ouvidos, que viria a acontecer se olvidassem compromissos graves, dando-­se ao gosto de comentários prematuros?

É necessário compreenda o homem que Deus concede os auxílios; entretanto, cada Espírito é obrigado a talhar a própria glória.

A grande tarefa do mundo espiritual, em seu mecanismo de relações com os homens encarnados, não é a de trazer conhecimentos sensacionais e extemporâneos, mas a de ensinar os homens a ler os sinais divinos que a vida terrestre contém em si mesma, iluminando lhes a marcha para a espiritualidade superior.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 136 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

O OURO INTRANSFERÍVEL

“Aconselho-­te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças.” (APOCALIPSE, 3: 18)

Sempre vulgares as aquisições de custo fácil.

Nada difícil ao homem comum perseguir as possibilidades financeiras, aliciar interesses mesquinhos, inventar mil recursos para atingir os fins inferiores; entretanto, os que adotam semelhante norma desconhecem o caráter sagrado do mais humilde patrimônio que lhes vai às mãos, abusando da posse para sentirem­-se, depois, mais empobrecidos que nunca.

A recomendação divina é suficientemente clara.

Para que um homem se enriqueça, deve adquirir o Ouro provado no fogo, fortuna essa que procede das mãos generosas do Altíssimo.

Somente essa riqueza espiritual, adquirida nas situações de trabalho árduo, de profunda compreensão, de vitória sobre si mesmo, de esforço incessante, conferirá ao Espírito a posição de ascendência legítima, de bem-­estar permanente, além das transformações impostas pelo sepulcro, e apenas levará a efeito tão elevada conquista após entregar­-se totalmente ao Pai para a grandeza do Divino Serviço.

O homem mobilizado pelo homem poderá, sem dúvida, receber volumosos salários.

Convenhamos, porém, que esses bens se transformam sempre ou algum dia serão transferidos a outrem pelo detentor provisório. No entanto, quando o trabalhador gasta suas possibilidades nos trabalhos do bem, com esquecimento do egoísmo, desinteressado de si próprio, colocando acima dos caprichos da personalidade os objetivos da Obra de Deus, lutando, amando, sofrendo e entregando-­se a Ele, adquire, indiscutivelmente, o ouro eterno e intransferível.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 135 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

BASTA POUCO

“Disse-­lhe Judas: Senhor, donde vem que te hás de manifestar a nós e não ao mundo?” (JOÃO, 14: 22)

Um dos fatos mais surpreendentes do Cristianismo é a posição escolhida pelo Salvador, a fim de anunciar as verdades eternas.

Não aparece Jesus em decretos sensacionais, em troféus revolucionários ou em situações de domínio.

Chega em paz à manjedoura simples, exemplifica o trabalho, conversa com alguns homens obscuros de uma aldeola singela e, só com isso, prepara a transformação da Humanidade inteira.

Para o mundo inferior, todavia, a pergunta de Tadeu ainda é de plena atualidade.

As criaturas vulgares só entendem os que se impõem aos demais, ainda que, para isso, sejam compelidas a ouvir sentenças tirânicas, proferidas em tribunas sanguinolentas; apenas compreendem espetáculos que ferem a visão e gestos teatrais dos que dominam por um dia para sofrerem amanhã o mesmo processo transformador imposto ao mundo transitório ao qual se dirigem.

Jesus, todavia, falou à alma imortal. Por esse motivo, suas revelações nunca morrem. Além disso provou não ser necessária a evidência social ou econômica para o serviço de utilidade a Deus, demonstrando, ainda, não ser para isso indispensável a cidade com as arregimentações e recursos faustosos. Bastarão os princípios edificantes e simples, uma aldeota sem nome e alguns poucos amigos.

O portador da boa vontade sabe que foi esse o material com que o Cristo iniciou a remodelação da vida terrestre.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 134 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Jujuba o Leãozinho

Habitando uma grande floresta, Jujuba, o leãozinho, crescia forte e sabido.

Sua mãe, Dona Leoa, cuidava dele com muito carinho: dava-lhe banho, penteava-lhe o pelo, aparava-lhe as unhas e alimentava-o.

Muito amorosa, sua mãe defendia-o contra os perigos da floresta, não permitindo que se afastasse muito da toca.

Mas Jujuba, vivendo sempre sozinho, sentia falta de amigos, desejava ter com quem brincar.

Certo dia Jujuba resolveu sair de casa para encontrar um amigo.

Encantado com tudo o que via, embrenhou-se na mata, afastando-se da toca.

Um pouco adiante viu um coelhinho escondido entre as árvores e perguntou:

– Olá! Quer ser meu amigo?

O coelho ao ver quem lhe dirigia a palavra arregalou os olhos, assustado, e gritou, sumindo no meio do mato:

– Um leão!...

Jujuba não entendeu a atitude do coelho, mas não desanimou.

Andando mais um pouco encontrou um veadinho que pastava tranquilamente. Aproximou-se e disse:

– Olá! Quer ser meu amigo?

Com as pernas bambas de medo, o animal fez meia-volta e desapareceu no meio da floresta, gritando:

– Fujam! Um leão! Um leão!...

Jujuba, triste, ainda não desanimou. Continuou andando e procurando. Mais adiante olhou para cima e viu um macaco enroscado num galho de árvore.

– Quer brincar comigo? – perguntou esperançoso.

Ao vê-lo, o macaco assustou-se e foi embora, pulando de galho em galho. O filhote de leão, muito chateado e infeliz, pôs-se a chorar.

– Buá... Buá... Buá.

Ouvindo o choro, alguns animais que estavam escondidos se aproximaram. O leãozinho chorava de cortar o coração e eles se condoeram das suas lágrimas.

– Por que está chorando? – perguntou um enorme sapo.

Ao ouvir aquela voz, Jujuba parou de chorar e enxugou as lágrimas.

– Você está falando comigo? – estranhou, pois quisera conversar com ele.

– Sim, é com você mesmo! – confirmou o sapo. – O que aconteceu?

– Por que está chorando? – perguntou um enorme sapo.

E Jujuba, mais animado, explicou:

– Saí de casa para procurar um amigo. Alguém que quisesse brincar comigo. Mas ninguém gosta de mim...

E recomeçou a chorar: Buá... buá...

Ouvindo a reclamação do leãozinho, feita em voz macia e terna, o sapo olhou os outros animais, que abaixaram a cabeça.

– Não se envergonham de ter medo de um pequeno filhote? — perguntou-lhes o sapo.

O coelho, ainda tremendo de susto, indagou mais corajoso:

– É só isso que deseja? Não vai atacar-nos depois?

– Não! Por que iria atacá-los? Quero que sejamos amigos e que brinquem comigo. Sinto-me tão sozinho!

Então os animais perceberam que Jujuba era apenas um leãozinho delicado e gentil, incapaz de fazer mal a alguém. E disseram envergonhados:

– Perdoe-nos. Nós o julgamos mal sem conhecê-lo e sem saber quem era você. Queremos ser seus amigos, Jujuba. Pode contar conosco.

Satisfeito, o leãozinho agradeceu a todos e olhou em torno, preocupado.

– E agora? Creio que me afastei demais e acho que não sei voltar para casa!

Mas os bichos o tranquilizaram, afirmando-lhe:

– Não se preocupe. Nós o levaremos para casa.

Feliz, Jujuba retornou ao lar com um enorme acompanhamento de bichos e, desse dia em diante, tornaram-se grandes amigos e sempre brincavam juntos.

E os animais da floresta entenderam que não se deve julgar as criaturas pela aparência, sem conhecê-las. Que somos, na verdade, todos irmãos, filhos de um mesmo Pai, que nos criou, e que poderemos viver todos juntos em paz e harmonia, se tivermos boa vontade.

Autoria: Célia Xavier Camargo – Imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Progresso e Caridade

O Progresso expandiu-se, enaltecendo o mundo.
Com integral desembaraço,
Máquinas cortam vastidões do Espaço,
Vencendo imensidões, de segundo a segundo.

Não importa o engenho em que te escondas,
Para a realização de teus próprios misteres,
O radar marcará o sítio em que estiveres,
A palavra caminha sob as ondas.

Impulsos eletrônicos, motores
E usinas de energias nucleares,
Tudo facilidade onde te achares,
Conforto e evolução, por onde fores.

Por outro lado, em tudo se condensa,
O acesso à liberdade soberana,
Exalta-se o valor da inteligência humana,
Aclama-se o poder da grande imprensa.

Mas o clima ideal nascido de altos gênios,
Ocultam-se os tacões e as lâminas da guerra,
Tentando obstruir os avanços da Terra,
Usando a mesma fúria de há milênios...

Agitam-se no mundo os embates e as crises
De ódio, rebeldia, angústia e solidão...
Raciocínio se estranho ao coração
Não reconhece a dor dos infelizes

Há crianças vivendo nas calçadas,
Enfermos sem apoio, entre mães esquecidas,
A máquina, porém, não vê milhões de vidas,
Aguardando socorro em todas as estradas.

Eis porque na ascensão da Humanidade inteira,
Ao passo do Progresso em jornadas de luz,
A Caridade à frente é sempre fúlgida bandeira,
Por presença do amor e amparo de Jesus.

Autora: Maria Dolores
 

quarta-feira, 15 de setembro de 2021

138 Da Prece Pelos Mortos e Pelos Espíritos Sofredores

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 27 - PEDI E OBTEREIS

18. Os Espíritos sofredores reclamam preces e estas lhes são proveitosas, porque, verificando que há quem neles pense, menos abandonados se sentem, menos infelizes. Entretanto, a prece tem sobre eles ação mais direta: reanima-os, incute-lhes o desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação e, possivelmente, desvia-lhes do mal o pensamento. E nesse sentido que lhes pode não só aliviar, como abreviar os sofrimentos. (Veja-se: O Céu e o Inferno, 2ª Parte - "Exemplos").

19. Pessoas há que não admitem a prece pelos mortos, porque, segundo acreditam, a alma só tem duas alternativas: ser salva ou ser condenada às penas eternas, resultando, pois, em ambos os casos, inútil a prece. Sem discutir o valor dessa crença, admitamos, por instantes, a realidade das penas eternas e irremissíveis e que as nossas preces sejam impotentes para lhes pôr termo. 

Perguntamos se, nessa hipótese, será lógico, será caridoso, será cristão recusar a prece pelos réprobos? 

Tais preces, por mais impotentes que fossem para os liberar, não lhes seriam uma demonstração de piedade capaz de abrandar-lhes os sofrimentos? 

Na Terra, quando um homem é condenado a galés perpétuas, quando mesmo não haja a mínima esperança de obter-se para ele perdão, será defeso a uma pessoa caridosa ir carregar-lhe os grilhões, para aliviá-lo do peso destes? 

Em sendo alguém atacado de mal incurável, dever-se-á, por não haver para o doente esperança nenhuma de cura, abandoná-lo, sem lhe proporcionar qualquer alivio? 

Lembrai-vos de que, entre os réprobos, pode achar-se uma pessoa que vos foi cara, um amigo, talvez um pai, uma mãe, ou um filho, e dizei se, não havendo, segundo credes, possibilidade de ser perdoado esse ente, lhe recusaríeis um copo d’água para mitigar-lhe a sede? Um bálsamo que lhe seque as chagas? Não faríeis por ele o que faríeis por um galé? Não lhe daríeis uma prova de amor, uma consolação? 

Não, isso cristão não seria. Uma crença que petrifica o coração é incompatível com a crença em um Deus que põe na primeira categoria dos deveres o amor ao próximo.

A não eternidade das penas não implica a negação de uma penalidade temporária, dado não ser possível que Deus, em sua justiça, confunda o bem e o mal. Ora, negar, neste caso, a eficácia da prece, fora negar a eficácia da consolação, dos encorajamentos, dos bons conselhos; fora negar a força que haurimos da assistência moral dos que nos querem bem.

20. Outros se fundam numa razão mais especiosa: a imutabilidade dos decretos divinos. Deus, dizem esses, não pode mudar as suas decisões a pedido das criaturas; a não ser assim, careceria de estabilidade o mundo. O homem, pois, nada tem de pedir a Deus, só lhe cabendo submeter-se e adorá-lo.

Há, nesse modo de raciocinar, uma aplicação falsa do princípio da imutabilidade da lei divina, ou melhor, ignorância da lei, no que concerne à penalidade futura. Essa lei revelam-na hoje os Espíritos do Senhor, quando o homem se tornou suficientemente maduro para compreender o que, na fé, é conforme ou contrário aos atributos divinos.

Segundo o dogma da eternidade absoluta das penas, não se levam em conta ao culpado os remorsos, nem o arrependimento. É-lhe inútil todo desejo de melhorar-se: está condenado a conservar-se perpetuamente no mal. 

Se a sua condenação foi por determinado tempo, a pena cessará, uma vez expirado esse tempo. Mas, quem poderá afirmar que ele então possua melhores sentimentos? Quem poderá dizer que, a exemplo de muitos condenados da Terra, ao sair da prisão, ele não seja tão mau quanto antes? No primeiro caso, seria manter na dor do castigo um homem que volveu ao bem; no segundo, seria agraciar a um que continua culpado. A lei de Deus é mais previdente. Sempre justa, equitativa e misericordiosa, não estabelece para a pena, qualquer que esta seja, duração alguma. Ela se resume assim:

21. “O homem sofre sempre a consequência de suas faltas; não há uma só infração à lei de Deus que fique sem a correspondente punição”.

“A severidade do castigo é proporcionada à gravidade da falta”.

Indeterminada é a duração do castigo, para qualquer falta; fica subordinada ao arrependimento do culpado e ao seu retorno a senda do bem; a pena dura tanto quanto a obstinação no mal; seria perpétua, se perpétua fosse a obstinação; dura pouco, se pronto é o arrependimento.

“Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe concede a esperança”. Mas, não basta o simples pesar do mal causado; é necessária a reparação, pelo que o culpado se vê submetido a novas provas em que pode, sempre por sua livre vontade, praticar o bem, reparando o mal que haja feito.

"O homem é, assim, constantemente, o árbitro de sua própria sorte; pertence-lhe abreviar ou prolongar indefinidamente o seu suplício; a sua felicidade ou a sua desgraça dependem da vontade que tenha de praticar o bem."

Tal a lei, lei imutável e em conformidade com a bondade e a justiça de Deus.

Assim, o Espírito culpado e infeliz pode sempre salvar-se a si mesmo: a lei de Deus estabelece a condição em que se lhe toma possível fazê-lo. O que a mais das vezes lhe falta é a vontade, a força, a coragem. 

Se, por nossas preces, lhe inspiramos essa vontade, se o amparamos e animamos; se, pelos nossos conselhos, lhe damos as luzes de que carece, em lugar de pedirmos a Deus que derrogue a sua lei, tornamo-nos instrumentos da execução de outra lei, também sua, a de amor e de caridade, execução em que, desse modo, ele nos permite participar, dando nós mesmos, com isso, uma prova de caridade. (Veja-se O Céu e o Inferno, lª Parte, caps. IV, VII, VIII).

Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

HEGEMONIA DE JESUS

“Disse-­lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou.” (JOÃO, 8: 58)

É impossível localizar o Cristo na História, à maneira de qualquer personalidade humana.

A divina revelação de que foi Emissário Excelso e o harmonioso conjunto de seus exemplos e ensinos falam mais alto que a mensagem instável dos mais elevados filósofos que visitaram o mundo.

Antes de Abraão, ou precedendo os grandes vultos da sabedoria e do amor na História mundial, o Cristo já era o luminoso centro das realizações humanas. De sua misericórdia partiram os missionários da luz que, lançados ao movimento da evolução terrestre, cumpriram, mais ou menos bem, a tarefa redentora que lhes competia entre as criaturas, antecedendo as eternas edificações do Evangelho.

A localização histórica de Jesus recorda a presença pessoal do Senhor da Vinha. O Enviado de Deus, o Tutor Amoroso e Sábio, veio abrir caminhos novos e estabelecer a luta Salvadora para que os homens reconheçam a condição de eternidade que lhes é própria.

Os filósofos e amigos ilustres da Humanidade falaram às criaturas, revelando em si uma luz refratada, como a do satélite que ilumina as noites terrenas; os apelos desses embaixadores dignos e esclarecidos são formosos e edificantes; todavia, nunca se furtam à mescla de sombras.

A vinda do Cristo, porém, é diversa. Em sua Presença Divina temos a fonte da verdade positiva, o sol que resplandece.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 133 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

SEMPRE ADIANTE

“Porque de quem alguém é vencido, do tal faz­-se também escravo.” (II PEDRO, 2: 19)

O Espírito encarnado, a fim de alcançar os altos objetivos da vida, precisa reconhecer sua condição de aprendiz, extraindo o proveito de cada experiência, sem escravizar-­se.

O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legitima.

Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do corpo terrestre.

Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a dignidade devida. Comumente, se um rico é transferido a lugar de escassez, dá­-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendicância; se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em ordenador insensato, escravizando-­se à extravagância e à tirania.

É imprescindível muito cuidado para que as posições transitórias não paralisem os voos da alma.

Guarda a retidão de consciência e atira-­te ao trabalho edificante; então, a teus olhos, toda situação representará oportunidade de atingir o “mais alto” e o “mais além”.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 132 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

137 Preces Inteligíveis

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 27 - PEDI E OBTEREIS

16. Se eu não entender o que significam as palavras, serei um bárbaro para aquele a quem falo e aquele que me fala será para mim um bárbaro. - Se oro numa língua que não entendo, meu coração ora, mas a minha inteligência não colhe fruto. - Se louvais a Deus apenas de coração, como é que um homem do número daqueles que só entendem a sua própria língua responderá amém no fim da vossa ação de graças, uma vez que ele não entende o que dizeis? - Não é que a vossa ação não seja boa, mas os outros não se edificam com ela. (S. PAULO, 1ª aos Coríntios, cap. XIV, vv. 11, 14, 16 e 17).

17. A prece só tem valor pelo pensamento que lhe está conjugado. 

Ora, é impossível conjugar um pensamento qualquer ao que se não compreende, porquanto o que não se compreende não pode tocar o coração. 

Para a imensa maioria das criaturas, as preces feitas numa língua que elas não entendem não passam de amálgamas de palavras que nada dizem ao espírito. 

Para que a prece toque, preciso se torna que cada palavra desperte uma ideia e, desde que não seja entendida, nenhuma ideia poderá despertar. 

Será dita como simples fórmula, cuja virtude dependerá do maior ou menor número de vezes que a repitam. Muitos oram por dever; alguns, mesmos, por obediência aos usos, pelo que se julgam quites, desde que tenham dito uma oração determinado número de vezes e em tal ou tal ordem. 

Deus vê o que se passa no fundo dos corações; lê o pensamento e percebe a sinceridade. Julgá-lo, pois, mais sensível à forma do que ao fundo é rebaixá-lo. (Cap. XXVIII, nº 2.)

Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Enfermidade Providencial

Pedrinho brincava com seus amigos no jardim jogando bolinhas de gude. Eram garotos levados, mas Pedrinho gostava deles. Cansado da brincadeira, um deles disse, fazendo careta:

— Que dia mais chato! Nada temos para fazer.

Chutando umas pedras, Pedrinho concordou:

— Chato mesmo. Que tal se nós brincássemos de pega-pega?

Dedé, balançando a cabeça, respondeu:

— Outra vez? Já fizemos isso hoje!

— Que tal amarrarmos o rabo do gato e atearmos fogo para vê-lo correr? — sugeriu Joãozinho, maldoso, com os olhos brilhando de animação.

— Nada feito! — retrucou Dedé — Esqueceram que já fizemos isso? Meu gato está todo queimado e minha mãe ficou muito brava comigo.

Pedrinho concordou:

— É verdade. Temos que inventar coisas diferentes.

— Mas, o quê? — Dedé perguntou. — Já jogamos bola, corremos atrás do cachorro do Pedrinho, sujamos as roupas do varal da dona Antônia, tomamos sorvete...

— Já sei! — falou Joãozinho com ar inteligente e maroto — Vamos roubar frutas na chácara do velho Simão.

Todos bateram palmas. Afinal, tinham encontrado algo diferente para fazer. Nisso, a mãe de Pedrinho chamou-o para tomar banho e jantar. Como fosse tarde, resolveram deixar a brincadeira para o dia seguinte.

À noite, Pedrinho colocou o pijama e deitou-se. Sua mãe veio dar-lhe boa noite e juntos fizeram uma prece.

Naquele momento, envolvido pelas bênçãos da prece, Pedrinho sentiu remorso de tudo o que fizera e desejoso de realmente mudar.

O garoto orou a Jesus pedindo-lhe que o transformasse num menino bonzinho e o livrasse das tentações do mal.

Todavia, lembrando que os amigos ficariam esperando por ele, pediu à mãe que o acordasse cedo, e explicou:

— Combinei encontrar-me com o Dedé e o Joãozinho.

A mãezinha, preocupada, aconselhou:

— Olha lá, meu filho, o que vão fazer. Não gosto que ande na companhia desses meninos. São muito arteiros.

— Não se preocupe, mamãe. Não vamos fazer nada errado.

A mãe despediu-se, dando-lhe um beijo no rosto:

— Está bem, meu filho. Boa noite! Que o seu anjo da guarda o proteja e lhe inspire bons pensamentos.

Na manhã seguinte, Pedrinho amanheceu muito indisposto. Passou mal à noite, teve febre, calafrios. A mãe examinou-o e, pelas manchas no corpo, achou que poderia ser catapora, pois tinha ouvido dizer que várias crianças estavam com essa doença.

Pedrinho não conseguiu levantar-se para ir ao encontro dos amiguinhos.

Mais tarde, um vizinho veio vê-lo e perguntou:

— Vocês sabem da novidade? Hoje pela manhã dois garotos entraram no pomar do velho Simão para roubar frutas e foram apanhados pelos cachorros quando tentavam pular o muro.

Preocupada, a mãe de Pedrinho perguntou:

— E os meninos?

— Estão bem, embora um pouco machucados. Levaram um susto terrível! Poderiam até ter morrido!

Pedrinho, assustado, ouvia a conversa. Depois, não se conteve e começou a chorar, falando com voz entrecortada de pranto:

— Ainda bem que fiquei doente!

E confessou tudo para sua mãe, que o ouviu em silêncio.

— Está vendo, meu filho, do que você se livrou? Agradeça a Jesus e ao seu anjo da guarda que o protegeram. Lembra-se da prece que fez ontem ao deitar? A oração nos protege sempre, e é ajuda preciosa nas dificuldades e perigos deste mundo. Procure sempre ser bom para merecer o amparo dos Amigos Espirituais.

— É verdade, mamãe. Procurarei ser um menino diferente de hoje em diante, eu prometo.

E completou com um suspiro aliviado:

— Bendita catapora!

Autoria: Célia Xavier Camargo – Imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Refúgio

Às vezes, dizes, coração amigo:
- “Como guardar-me em paz, na agitação do mundo?
Tanto fel ao redor!... Tanta gente em perigo!...
Tantas tribulações sem que se saiba, a fundo,
De que modo evitar a invasão desmedida
Das nuvens de aflição que atormentam a vida!...”

E contigo outras almas no caminho
Padecem sob o impacto violento
Das lâminas brutais do sofrimento
Que lhes ferem o ser, desolado e sozinho...

Aqui, alguém lastima um coração querido
Que ficou para trás, exânime e caído
Em trágicos enganos;
Ali tombam, a golpes desumanos
Dos chamados engenhos do progresso,
Existências repletas de esperança,
Ante as brechas de sombra em que a morte se lança
Entre o ouro e o sucesso...

Dos recursos plebeus aos valores mais altos,
sobram as provações que chegam, de imprevisto,
No clamoroso misto
De sequestros e assaltos.

Nos lares em geral, sob múltiplos níveis,
As desvinculações de pessoas amadas
São lesões e feridas desatadas
Para as almas sensíveis.

Assemelha-se a Terra à nave firme e atenta,
Sob rude tormenta.

Entretanto, alma boa,
Em plena luta que te aperfeiçoa,
Podes deter a paz contigo, estrada afora,
Prendendo-te ao dever que em tudo nos melhora.

Todo trabalho são é lúcido recanto
Que se nos faz refúgio aprazível e santo.

Um lar para servir,
Um filho a proteger,
A nobre preleção enviada ao porvir,
A página a escrever,
Um doente a zelar,
O trecho musical que se tem a compor,
O campo a cultivar
E o serviço do bem que é mensagem de amor...
Tudo isso, na terra, é cobertura,
Sustentando o equilíbrio da criatura.

Se buscas, em verdade, a paz, no dia-a-dia,
Coloca a tua fonte de alegria
E todos os impulsos que são teus
No trabalho que o mundo te confia
Porque o trabalho é sempre uma Bênção de Deus.

Autora: Maria Dolores
 

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

NOVA BIOGRAFIA

Hoje foi postada a biografia do mês de Setembro de 2021 na coluna "Grandes Nomes do Espiritismo" em homenagem JOÃO HUSS.