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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

FAÇAMOS NOSSA LUZ

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens.” Jesus (MATEUS, 5: 16)

Ante a glória dos mundos evolvidos, das esferas sublimes que povoam o Universo, o estreito campo em que nos agitamos, na Crosta Planetária, é limitado círculo de ação. Se o problema, no entanto, fosse apenas o de espaço, nada teríamos a lamentar.

A casa pequena e humilde, iluminada de Sol e alegria, é paraíso de felicidade. A angústia de nosso plano procede da sombra.

A escuridão invade os caminhos em todas as direções. Trevas que nascem da ignorância, da maldade, da insensatez, envolvendo povos, instituições e pessoas.

Nevoeiros que assaltam consciências, raciocínios e sentimentos.

Em meio da grande noite, é necessário acendamos nossa luz. Sem isso é impossível encontrar o caminho da libertação. Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não poderemos ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos, que ajudam em nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer que seja.

É indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de que as trevas não nos dominem.

É possível marchar, valendo-nos de luzes alheias. Todavia, sem claridade que nos seja própria, padeceremos constante ameaça de queda. Os proprietários das lâmpadas acesas podem afastar-se de nós, convocados pelos montes de elevação que ainda não merecemos.

Vale­te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa vontade ao óleo do serviço e da humildade e acende o teu archote para a jornada. Agradece ao que te ilumina por uma hora, por alguns dias ou por muitos anos, mas não olvides tua candeia, se não desejas resvalar nos precipícios da estrada longa!...

O problema fundamental da redenção, meu amigo, não se resume a palavras faladas ou escritas. É muito fácil pronunciar belos discursos e prestar excelentes informações, guardando, embora, a cegueira nos próprios olhos.

Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de auto­educação, de conversão substancial do “eu” ao Reino de Deus.

Podes falar maravilhosamente acerca da vida, argumentar com brilho sobre a fé, ensinar os valores da crença, comer o pão da consolação, exaltar a paz, recolher as flores do bem, aproveitar os frutos da generosidade alheia, conquistar a coroa efêmera do louvor fácil, amontoar títulos diversos que te exornem a personalidade em trânsito pelos vales do mundo...

Tudo isso, em verdade, pode fazer o espírito que se demora, indefinidamente, em certos ângulos da estrada.

Todavia, avançar sem luz é impossível.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 180 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

O NOVO MANDAMENTO

“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei.” Jesus (JOÃO, 13: 34)

A leitura despercebida do texto induziria o leitor a sentir nessas palavras do Mestre absoluta identidade com o seu ensinamento relativo à regra áurea Entretanto, é preciso salientar a diferença.

O “ama a teu próximo como a ti mesmo” é diverso do “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”.

O primeiro institui um dever, em cuja execução não é razoável que o homem cogite da compreensão alheia. O aprendiz amará o próximo como a si mesmo.

Jesus, porém, engrandeceu a fórmula, criando o novo mandamento na comunidade cristã. O Mestre refere-se a isso na derradeira reunião com os amigos queridos, na intimidade dos corações.

A recomendação “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” assegura o regime da verdadeira solidariedade entre os discípulos, garante a confiança fraternal e a certeza do entendimento recíproco.

Em todas as relações comuns, o cristão amará o próximo como a si mesmo, reconhecendo, contudo, que no lar de sua fé conta com irmãos que se amparam efetivamente uns aos outros.

Esse é o novo mandamento que estabeleceu a intimidade legítima entre os que se entregaram ao Cristo, significando que, em seus ambientes de trabalho, há quem se sacrifique e quem compreenda o sacrifício, quem ame e se sinta amado, quem faz o bem e quem saiba agradecer.

Em qualquer círculo do Evangelho, onde essa característica não assinala as manifestações dos companheiros entre si, os argumentos da Boa Nova podem haver atingido os cérebros indagadores, mas ainda não penetraram o santuário dos corações.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 179 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

A PORTA DIVINA

“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á.” Jesus (JOÃO, 10: 9)

Nos caminhos da vida, cada companheiro portador de expressão intelectual um pouco mais alta converte­-se naturalmente em voz imperiosa para os nossos ouvidos. E cada pessoa que segue à frente de nós abre portas ao nosso espírito.

Os inconformados abrem estradas à rebelião e à indisciplina.

Os velhacos oferecem passagem para o cativeiro em que exerçam dominação.

Os escritores de futilidades fornecem passaporte para a província do tempo perdido.

Os maledicentes encaminham quem os ouve a fontes envenenadas.

Os viciosos quebram as barreiras benéficas do respeito fraternal, desvendando despenhadeiros onde o perigo é incessante.

Os preguiçosos conduzem à guerra contra o trabalho construtivo.

Os perversos escancaram os precipícios do crime.

Ainda que não percebas, várias pessoas te abrem portas, cada dia, através da palavra falada ou escrita, da ação ou do exemplo.

Examina onde entras com o sagrado depósito da confiança. Muita vez, perderás longo tempo para retomar o caminho que te é próprio.

Não nos esqueçamos de que Jesus é a única porta de verdadeira libertação.

Através de muitas estações no campo da Humanidade, é provável recebamos proveitosas experiências, amealhando-as à custa de desenganos terríveis, mas só em Cristo, no clima sagrado de aplicação dos seus princípios, é possível encontrar a passagem abençoada de definitiva salvação.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 178 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Prece: DIANTE DA INDECISÃO

Diante da indecisão, auxilia-nos, Senhor, a tomar a atitude correta, para nós e para os outros.

Não nos permitas vacilar no bem que devemos aos nossos irmãos em Humanidade.

Que renunciemos ao que não é correto, nem tampouco justo.

Encoraja-nos a seguir adiante ou a retroceder no caminho, segundo o que melhor nos convier.

Que hoje seja o nosso dia e agora, o nosso instante de começar a empreender a necessária mudança em nossas vidas.

Inspira-nos, Senhor!

Como agirias se estivesses em nosso lugar?

Que não inventariemos prejuízos materiais e, sobretudo, morais, em detrimento dos ganhos da alma.

Os dividendos do espírito não se calculam pela aritmética comum.

Que não hesitemos por mais tempo em decidir pela nossa paz interior!

 
Livro: Preces e Orações – Médium: Carlos A. Baccelli - Espírito: Irmão José.

Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Estória: Respeito à Propriedade Alheia

Era uma tarde de domingo muito bonita e ensolarada. Os pássaros cantavam, as borboletas enfeitavam alegremente as flores e todos os animais brincavam felizes.

Foi então que Joãozinho disse a seu amigo Antoninho:

- Vamos aproveitar este dia bonito e passear no pomar de maçãs do Seu Joaquim?

Antoninho, com água na boca, respondeu:

- Oba! Vamos sim, quero comer aquelas maçãs maravilhosas!

Assim, foram correndo até o pomar. Chegando lá, olharam para todos os lados, para ver se não havia ninguém. Foi então, que após espreitarem com cuidado, subiram nos pés de macieiras.

Joãozinho dizia sorridente:

- Olha, Antoninho, que frutas deliciosas!

- São saborosas!

Antoninho, com o os olhos brilhando, respondeu:

- É verdade, ainda bem que podemos comer de graça. Vamos comer muitas maçãs e levar o que pudermos para casa.

E assim o fizeram.

Continuaram a comer muitas maças e quando já estavam apanhando algumas frutas para levarem embora, avistaram uma menina que se aproximava.

Era a Aninha, a sobrinha do Seu Joaquim.

Ficaram assustados, mas depois pensaram: é só uma menina!

Aninha se aproximou e perguntou:

- Quem são vocês? O que vocês fazem no pomar do tio Joaquim?

Eles responderam baixinho:

- Viemos comer algumas maças.

- E vocês pediram permissão para meu tio? - indagou Aninha.

Os dois se olharam e disseram que ninguém estava vendo.

Aninha apontou para o céu e disse:

- Deus está vendo, Ele sabe tudo o que fazemos e somos responsáveis pelas nossas atitudes.

Após ouvirem o que Aninha falou, Joãozinho e Antoninho ficaram envergonhados.

- Você tem razão Aninha, Deus vê tudo o que fizemos, por isso, devemos sempre agir corretamente, disse Joãozinho.

Antoninho tomou coragem e pediu desculpas. Disse que desse dia em diante sempre pediriam permissão para pegarem coisas que não fossem suas, respeitando as coisas alheias.

Autoria: Carla Kitzmann – Imagem meramente ilustrativa - Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Poesia: Vida

Não digas, coração, que a vida é triste,
Porque a vida é grandeza permanente
E a Natureza, em tudo, é um cântico de glória,
Desde o sol à semente.

Mágoas? Dizes que as mágoas lembram trevas,
Que nem de longe sabes entendê-las...
Contempla o céu noturno, revelando
Avalanches de estrelas.

Asseveras que os sonhos são feridas,
Quais picadas de espinhos agressores...
Fita o verde das árvores podadas,
Recobertas de flores.

Nos dias de aflição, ante a força das provas,
Recorda, na amargura que te oprime,
Que a ostra faz nascer do próprio seio em chaga
A pérola sublime.

Assim também, nas trilhas da existência,
Se choras sem apoio e caminhas sem paz,
Não te queixes do mundo... Serve, ama,
Espera e vencerás.

A vida! ... Toda vida é luz eterna,
Escalando amplidões e buscando apogeus...
E a presença da dor, em qualquer parte,
É uma bênção de Deus.

Autora: Maria Dolores

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

164 Por Um Agonizante

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

57. PREFÁCIO. A agonia é o prelúdio da separação da alma e do corpo. Pode dizer-se que, nesse momento, o homem tem um pé neste mundo e um no outro. É penosa às vezes essa passagem, para os que muito apegados se acham à matéria e viveram mais para os bens deste mundo do que para os do outro, ou cuja consciência se encontra agitada pelos pesares e remorsos. Para aqueles cujos pensamentos, ao contrário, buscaram o Infinito e se desprenderam da matéria, menos difíceis de romper-se são os laços que o prendem à Terra e nada têm de dolorosos os seus últimos momentos. Apenas um fio liga, então, a alma ao corpo, enquanto que no outro caso profundas raízes a conservam presa a este. Em todos os casos, a prece exerce ação poderosa sobre o trabalho de separação. (Ver, adiante, "Preces pelos doentes"; também O Céu e o Inferno, 2ª Parte, cap. I - "O Passamento".)
 
58. Prece. - Deus onipotente e misericordioso, aqui está uma alma prestes a deixar o seu envoltório terreno para volver ao mundo dos Espíritos, sua verdadeira pátria. Dado lhe seja fazê-lo em paz e que sobre ela se estenda a tua misericórdia. 

Bons Espíritos, que a acompanhastes na Terra; não a abandoneis neste momento supremo. Dai-lhe forças para suportar os últimos sofrimentos por que lhe cumpre passar neste mundo, a bem do seu progresso futuro. Inspirai-a, para que consagre ao arrependimento de suas faltas os últimos clarões de inteligência que lhe restem, ou que momentaneamente lhe advenham. 

Dirigi o meu pensamento, a fim de que atue de modo a tomar menos penoso para ela o trabalho da separação e a fim de que leve consigo, ao abandonar a Terra, as consolações da esperança.

Assim seja.

Imagem meramente ilustrativa - Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Poesia: Vida e Amor

Ante as provas do mundo a que a vida te lance,
Não te sintas a sós, alma querida,
O amor é a luz os Céus, em toda parte,
Para a sustentação a própria vida.

Se algo te fere o coração ou pisa o sonho,
Não chores, nem te inclines para trás,
Ama, serve e prossegue construindo
Que o bem se te fará conforto e paz.

Fui ao campo aprender simplicidade
E admirada vi, de alma surpresa,
Que toda a evolução do homem se realiza
Pelo extremado amor da natureza.

O Solo me explicou:- Há milênios recolho
Lixo, pancadaria, lodo e estrume
Mas devo responder aos golpes recebidos
Com celeiros de pão e vagas de perfume.

A Pedreira me disse:- o martelo me oprime,
A dinamite me estraçalha e arrasa
Para doar ao homem segurança,
Na proteção de sua própria casa.

Ouvi, no subsolo, a raiz da Roseira
A esclarecer-me sem quaisquer rancores:
- Ouço dizer que tenho rosas lindas,
Mas nunca vi as minhas próprias flores.

Disse o Minério Bruto: - sei que o fogo
Purificar-me-á, de pedaço em pedaço,
Enviando-me ao corpo do Progresso
Por vínculos de apoio e nervos de aço...

Então reconheci que, em toda a Terra,
Do recurso mais nobre aos mais plebeus
A vida inteira brilha e se aprimora
Sobre o amor e o perdão da grandeza de Deus.

Autora: Maria Dolores

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

163 Por Uma Criança Que Acaba de Nascer

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

53. PREFÁCIO. Somente depois de terem passado pelas provas da vida corpórea, chegam à perfeição os Espíritos. Os que se encontram na erraticidade aguardam que Deus lhes permita volver a uma existência que lhes proporcione meios de progredir, quer pela expiação de suas faltas passadas, mediante as vicissitudes a que fiquem sujeitos, quer desempenhando uma missão proveitosa para a Humanidade. O seu adiantamento e a sua felicidade futura serão proporcionados à maneira por que empreguem o tempo que hajam de estar na Terra. O encargo de lhes guiar os primeiros passos e de os encaminhar para o bem cabe a seus pais, que responderão perante Deus pelo desempenho que derem a esse mandato. Para lhos facilitar, foi que Deus fez do amor paterno e do amor filial uma lei da Natureza, lei que jamais se transgride impunemente.

54. Prece. - (Para ser dita pelos pais) - Espírito que encarnaste no corpo do nosso filho, sê bem-vindo. Sê bendito, ó Deus Onipotente, que no-lo mandaste. 

É um depósito que nos foi confiado e do qual teremos um dia de prestar contas. Se ele pertence à nova geração de Espíritos bons que hão de povoar a Terra, obrigado, ó meu Deus, por essa graça! 

Se é uma alma imperfeita, corre-nos o dever de ajudá-lo a progredir na senda do bem, pelos nossos conselhos e bons exemplos. Se cair no mal, por culpa nossa, responderemos por isso, visto que, então, teremos falido em nossa missão junto dele. 

Senhor, ampara-nos em nossa tarefa e dá-nos a força e a vontade de cumpri-la. Se este filho nos vem como provação para os nossos Espíritos, faça-se a tua vontade! 

Bons Espíritos que presidistes ao seu nascimento e que tendes de acompanhá-lo no curso de sua existência, não o abandoneis. Afastai dele os maus Espíritos que tentem orientá-lo para o mal. Dai-lhe forças para lhes resistir às sugestões e coragem para sofrer com paciência e resignação as provas que o esperam na Terra. (Cap. XIV, n° 9.) 

55. (Outra) - Meu Deus, confiaste-me a sorte de um dos teus Espíritos; faze, Senhor, que eu seja digno(a) do encargo que me impuseste. Concede-me a tua proteção. Ilumina a minha inteligência, a fim de que eu possa perceber desde cedo as tendências daquele que me compete preparar para ascender à tua paz. 

56. (Outra) - Deus de bondade, pois que te aprouve permitir que o Espírito desta criança viesse de novo sofrer as provas terrenas, destinadas a fazê-lo progredir, dá-lhe luz, a fim de que aprenda a conhecer-te, amar-te e adorar-te. 

Faze, pela tua onipotência, que esta alma se regenere na fonte das tuas sábias instruções; que, sob a égide do seu anjo guardião, a sua inteligência se desenvolva e amplie e o leve a ter por aspiração aproximar-se cada vez mais de ti; que a ciência do Espiritismo seja a luz brilhante que o ilumine através dos escolhos da vida; que ele, enfim, saiba apreciar toda a extensão do teu amor, que nos põe em prova, para purificar-nos. 

Senhor, lança paterno olhar sobre a família a que confiaste esta alma, para que ela compreenda a importância da sua missão e faça que germinem nesta criança as boas sementes, até ao dia em que ela possa, por suas próprias aspirações, elevar-se sozinha para ti. 

Digna-te, ó meu Deus, de atender a esta humilde prece, em nome e pelos merecimentos daquele que disse: "Deixai venham a mim as criancinhas, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham." 

Assim seja.

Imagem meramente ilustrativa - Fonte: Internet Google.
 

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Estória: O Servo Infeliz

Existiu certa vez num país muito distante, um homem que vivia sempre muito infeliz e desgostoso da vida que levava.

Todo serviço era pesado e desagradável. Não havia tarefa que desejasse realizar e qualquer pequeno serviço que se lhe ordenasse era feito de má vontade.

Vivia resmungando pelos cantos e acabou por tornar-se uma companhia indesejável até junto dos outros servos da casa.

Se o patrão o mandava lavar e tratar dos cavalos, reclamava que o cheiro dos animais lhe causava mal-estar. Se a tarefa solicitada era ir até a cidade comprar mantimentos, alegava que o sol lhe dava tonturas e que era sempre ele a fazer o serviço pesado. Se ele era mandado recolher o rebanho no pasto ao anoitecer, alegava que o sereno era ruim para sua saúde delicada.

Enfim, qualquer tarefa que lhe fosse conferida era executada de mal humor e muita má vontade, embora tivesse corpo sadio e braços fortes.

Certo dia, ele e outro servo foram mandados à cidade para fazer um serviço, e, como não poderia deixar de ser, ele ia reclamando da vida para o companheiro que o escutava com paciência infinita.

— Pois é como lhe digo. Todo serviço mais desagradável fica para mim. Faço sempre as obrigações mais pesadas e, se não bastasse isso, vivo com problemas de saúde e dores no corpo todo. Já não aguento mais!

O outro, com delicadeza retrucava, convicto:

— Não é bem assim, meu amigo. Todos nós trabalhamos bastante, é verdade. Mas somos recompensados, pois o patrão é bom e generoso. Não podemos nos queixar da sorte. Além do mais, todo serviço é bênção de Deus.

— Qual nada! Somos tratados como animais e trabalhamos qual burro de carga para ganhar uma miséria. Ah! Como eu gostaria de ter uma vida diferente, de não precisar trabalhar!

E avistando na estrada, logo adiante, um homem sentado sob uma árvore, à frente de pequeno portão que dava acesso a uma casa simples, mas que exalava limpeza, apontou-o enquanto falava:

— Olha aquele homem ali calmamente sentado à beira do caminho. Sua fisionomia serena mostra que não deve ter problemas. E, para estar sentado a essa hora do dia, é sinal de que não trabalha. Isso é que é vida!

Aproximaram-se. O homem fitava-os com tranquilidade. Como ainda estivesse um pouco frio, trazia uma manta bastante surrada, mas limpa, que o cobria até a cintura.

Entabularam conversação, e o servo infeliz o inquiriu curioso:

— Diga-me, bom homem, o que faz da vida? Com certeza não deve trabalhar! Ah, como o invejo!

O estranho fitou-o serenamente e respondeu:

— É verdade. Não trabalho mais como antigamente porque não posso. Toda a minha vida fui um homem trabalhador. Chegava todas as noites em casa exausto, mas feliz, porque cumprira bem minhas obrigações. Um dia, porém, conduzia uma carroça rumo ao povoado quando sofri um acidente. Os cavalos assustaram-se e a carroça desgovernou-se.

Tentando deter os animais, que saíram num galope desenfreado, pulei sobre os cavalos e fiquei entre eles, segurando-os com meus fortes punhos. O varal, porém, partiu-se, e eu perdi o equilíbrio, caindo entre as patas dos animais. Fiquei muito ferido, porém com a bênção de Deus, estou ainda vivo.

E, fazendo uma pausa, retirou a manta de sobre as pernas, concluindo:

— Fiquei sem minhas pernas, mas não lamento. Ainda posso fazer muita coisa, garanto-lhes. Tenho ainda os braços fortes, os dedos ágeis e a cabeça lúcida. Disse-lhes que não executava mais o serviço antigo...

E, apontando com a mão, mostrou um garoto sorridente que se aproximava trazendo um fardo de palha.

— Agora faço cestas para vender. Meu filho me ajuda e temos conseguido sobreviver com essa atividade.

E elevando a fronte para o alto, falou com os olhos rasos de lágrimas:

— Deus é muito bom! Tenho uma família amorosa, não me falta serviço e estou vivo com a graça de Deus. Como podem ver, tenho tudo o que preciso para ser feliz.

O servo descontente abaixou a cabeça, envergonhado pela lição que recebera. Comovido, saiu dali meditando em todas as dádivas que Deus lhe dera e que nunca soubera aproveitar e agradecer.

Desse dia em diante tornou-se um outro homem. Com bom ânimo e alegria realizava todas as tarefas, lembrando sempre de agradecer a Deus as oportunidades que lhe concedera na vida.

Autoria: Célia Xavier Camargo – Imagem meramente ilustrativa - Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Biografia: JOÃO URBANO DE ASSIS ROCHA

1854 – 1941

Velho militante da Doutrina Espírita, pertencia ao Grupo Espírita do Serrito, antes da Fundação da Federação Espírita do Paraná.

Nasceu em 1854 e desencarnou em Curitiba em 23 de dezembro de 1941.

Era filho de João Pedro da Rocha e Ana Pereira da Rocha.

Subscritor da ata de fundação, aos 2 de Agosto de 1902, foi eleito presidente no primeiro período social – Diretoria Provisória – de 31 de agosto de 1902 a 04 de outubro de 1903.

Deixou a presidência, mas continuou a prestar excelente colaboração à causa do Espiritismo, principalmente no setor doutrinário.

Esposo que fora da prestimosa e saudosa médium Josefina Rocha, trabalhou durante longos anos a seu lado na prestação dos mais assinalados serviços.

A 11 de julho de 1920 foi eleito Sócio Benfeitor da Federação, como prêmio a sua dedicação.

A 13 de janeiro de 1924 foi eleito membro efetivo do Conselho Central Permanente e a 14 do mesmo mês e ano foi designado para as funções de Diretor do Núcleo Central, departamento que agremiava os associados à Federação e que respondia pela execução dos trabalhos que se realizavam em sua sede social.

Em 10 de janeiro de 1926 foi eleito 2º Vice-Presidente, cargo que deixou a 16 de janeiro de 1927.
Deixou o cargo de Conselheiro, a pedido, em 14 de outubro de 1928, em virtude de seu estado de saúde não lhe permitir oferecer a colaboração que sempre foi a grande característica de seu caráter.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.
 

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Prece: Oração para o Dia de Finados

“Senhor, rogo as tuas bênçãos de luz para os meus entes queridos que vivem no mundo espiritual.

Que minhas palavras e pensamentos dirigidos a eles possam ajudá-los, a fim de continuarem na vida espiritual trabalhando pelo bem onde estiverem.

Espero com resignação o momento de me reunir a eles na pátria espiritual, pois sei que é temporária a nossa separação.

Mas, quando tiverem a tua permissão, que possam vir ao meu encontro para enxugar minhas lágrimas de saudade.”

Psicografia de Francisco Cândido Xavier.