Toni era um
Lobinho pertencente a uma família de lobos maus, porém, ele era diferente dos
outros de sua espécie. Toni não nutria sentimentos de maldade dentro de si.
Quando todos
iam caçar, procurava sempre se esconder, pois adorava admirar a natureza e
colher morangos silvestres.
Todas as
tardes os lobos se reuniam para contar suas façanhas. Nessa hora, Toni se
calava, pois tinha receio de demonstrar seus sentimentos. Seus irmãos diziam
orgulhosos:
- Hoje corri
atrás de uma família de coelhos e devorei quase todos!
Lobinho
ouvia tudo com tristeza. Não conseguia imaginar-se agindo daquela maneira, e
pensava:
"Puxa,
se eles descobrirem o que realmente eu gosto de comer, vão me expulsar".
Assim o
tempo foi passando e Toni foi crescendo, porém magro, e isto preocupava o pai,
que dizia, alertando sua companheira:
- Lobinho
precisa caçar carne gorda.
- Meu bem -
disse a companheira, deixe o Lobinho passar alguns dias com seu irmão, o Lobão,
quem sabe ele não volta gordinho e esperto.
- Boa ideia!
- concordou o pai.
Então Toni
seguiu viagem, mas temeroso, pois não sabia como poderia enganar seu tio Lobão,
afinal ele era o melhor dos lobos caçadores.
Durante a
viagem, Toni orava e pedia a Deus que o iluminasse para que o tio não
descobrisse os seus gostos alimentares.
Já no meio
do caminho, Lobinho encontrou uma coelha, que, quando o avistou, saltou
assustada para dentro de um buraco de uma árvore.
Lobinho
parou diante da árvore e disse a Coelhinha:
- Por que
foge de mim? Não vou lhe fazer mal algum.
A Coelha,
tremendo de medo, colocou meio focinho para fora do buraco e disse:
- Você deve
ser louco! Onde já se viu um lobo não comer coelhos!
Lobinho
sorriu e disse:
- Claro que
não sou maluco. É que não gosto de caçar e nem de comer carne. Vivo de frutas
silvestres... - E começou a contar a sua história.
Foi assim
que a Coelha se tornou amiga de Lobinho.
Toni foi
seguindo viagem e logo às margens do riacho avistou a casinha de seu tio Lobão.
Quando bateu na porta, ouviu uma voz rouca:
- Quem é que
ousa perturbar meu descanso?
- Sou eu tio
Lobão, Toni.
- Entre
sobrinho.
Lobinho viu
seu tio Lobão deitado entre os cobertores. Estaria doente? -pensou.
- O quê
houve tio?
- Estou
doente sobrinho. É que esses dias comi uma coelha que estava prenha.
Quando
Lobinho ouviu aquilo, quase desmaiou, mas não podia chamar a atenção, e falou:
- Vou cuidar
de você tio. Vou preparar uma boa sopa de legumes e fazer uma vitamina de
morangos silvestres.
Lobão quis
ficar bravo, mas não conseguiu, de tão fraco que estava.
Assim,
durante alguns dias, tio Lobão ficou aos cuidados de seu sobrinho.
Numa linda
manhã, Toni teve uma surpresa: nem bem o dia havia amanhecido e seu tio estava curado
e bem disposto.
- Sobrinho,
hoje vamos caçar!
Lobinho
entrou em desespero. O que iria fazer? E se o tio descobrisse o seu segredo!
- Vamos,
sobrinho, à caçada!
Já no meio
da floresta Lobinho quis despistar o tio, mas não conseguiu. Envolvido em seus
pensamentos, ouviu o tio dizer: Olhe Lobinho, uma boa caça!
Toni
reconheceu a Coelha sua amiga, e pôs-se a orar.
Quando o tio
já ia pulando sobre a caça, Lobinho gritou:
- Tio Lobão,
esta deve ser da família daquela, lembra-se... O tio começou a passar mal só de
pensar no seu sofrimento, e desistiu.
Lobinho teve
que ficar cuidando do tio por mais tempo e, aos poucos, com jeitinho, foi
acostumando-o a viver de maneira mais simples e a ter uma alimentação mais
natural. É claro que o tio continuou sendo o Lobão mau, mas agora já não comia
tanta carne como antes.
Crianças: Muitas
vezes, para conseguirmos ajudar ao próximo, é preciso esconder o que realmente
somos e as nossas virtudes, para não ofender e nem ser rejeitado. Não é mentir,
mas reservar a verdade para a hora certa.
E nem
devemos ter medo, pois Jesus ampara e ilumina quem tem fé e deseja ser bom.
Autor: Tia
Mara. Fonte do texto e imagem: Internet Google.