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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

EDIFICAÇÕES


“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.” Jesus (MATEUS, 5: 14)

O Evangelho está repleto de amorosos convites para que os homens se edifiquem no exemplo do Senhor.

Nem sempre os seguidores do Cristo compreendem esse grande imperativo da iluminação própria, em favor da harmonia na obra a realizar. Esmagadora percentagem de aprendizes, antes de tudo, permanece atenta à edificação dos outros, menosprezando o ensejo de alcançar os bens supremos para si.

Naturalmente, é muito difícil encontrar a oportunidade entre gratificações da existência humana, porquanto o recurso bendito de iluminação se esconde, muitas vezes, nos obstáculos, perplexidades e sombras do caminho.

O Mestre foi muito claro em sua exposição. Para que os discípulos sejam a luz do mundo, simbolizarão cidades edificadas sobre a montanha, onde nunca se ocultem. A fim de que o operário de Jesus funcione como expressão de claridade na vida, é indispensável que se eleve ao monte da exemplificação, apesar das dificuldades da subida angustiosa, apresentando-se a todos na categoria de construção cristã. Tal cometimento é imperecível.

O vaivém das paixões não derruba a edificação dessa natureza, as pedradas deixam-na intacta e, se alguém a dilacera, seus fragmentos constituem a continuidade da luz, em sublime rastilho, por toda parte, porque foi assim que os primeiros mártires do Cristianismo semearam a fé.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 76 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

NA CASA DE CÉSAR


“Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.” Paulo (FILIPENSES, 4: 22)

Muito comum ouvirmos observações descabidas de determinados irmãos na crença, relativamente aos companheiros chamados a tarefas mais difíceis, entre as possibilidades do dinheiro ou do poder.

A piedade falsa está sempre disposta a criticar o amigo que, aceitando laborioso encargo público, vai encontrar nele muito mais aborrecimentos que notas de harmonia. A análise desvirtuada tudo repara maliciosamente. Se o irmão é compelido a participar de grandes representações sociais, costuma­se estigmatizá-lo como traidor do Cristo.

É necessário despender muita vigilância nesses julgamentos.

Nos tempos apostólicos, os cristãos de vida pura eram chamados “santos”.

Paulo de Tarso, humilhado e perseguido em Roma, teve ocasião de conhecer numerosas almas nessas condições, e o que é mais de admirar — conviveu com diversos discípulos de semelhante posição, relacionados com a habitação palaciana de César. Deles recebeu atenções e favores, assistência e carinho.

Escrevendo aos filipenses, faz menção especial desses amigos do Cristo.

Não julgues, pois, a teu irmão pela sua fortuna aparente ou pelos seus privilégios políticos. Antes de tudo, lembra-te de que havia santos na casa de Nero e nunca olvides tão grandiosa lição.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 75 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

MÃOS LIMPAS


“E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.” (ATOS, 19: 11)

O Evangelho não nos diz que Paulo de Tarso fazia maravilhas, mas que Deus operava maravilhas extraordinárias por intermédio das mãos dele.

O Pai fará sempre o mesmo, utilizando todos os filhos que lhe apresentarem mãos limpas.

Muitos espíritos, mais convencionalistas que propriamente religiosos, encontraram nessa notícia dos Atos uma informação sobre determinados privilégios que teriam sido concedidos ao Apóstolo.

Antes de tudo, porém, é preciso saber que semelhante concessão não é exclusiva. A maioria dos crentes prefere fixar o Paulo santificado sem apreciar o trabalhador militante.

Quanto custou ao Apóstolo a limpeza das mãos?

Raros indagam relativamente a isso.

Recordemos que o amigo da gentilidade fora rabino famoso em Jerusalém, movimentara-se entre elevados encargos públicos, detivera dominadoras situações; no entanto, para que o Todo-Poderoso lhe utilizasse as mãos, sofreu todas as humilhações e dispôs-se a todos os sacrifícios pelo bem dos semelhantes.

Ensinou o Evangelho sob zombarias e açoites, aflições e pedradas. Apesar de escrever luminosas epístolas, jamais abandonou o tear humilde até a velhice do corpo.

Considera as particularidades do assunto e observa que Deus é sempre o mesmo Pai, que a misericórdia divina não se modificou, mas pede mãos limpas para os serviços edificantes, junto à Humanidade.

Tal exigência é lógica e necessária, pois o trabalho do Altíssimo deve resplandecer sobre os caminhos humanos.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 74 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

OPORTUNIDADE


“Disse-lhes, pois, Jesus: Ainda não é chegado o meu tempo, mas o vosso tempo está pronto.” (JOÃO, 7: 6)

O mau trabalhador está sempre queixoso. Quando não atribui sua falta aos instrumentos em mão, lamenta a chuva, não tolera o calor, amaldiçoa a geada e o vento.

Esse é um cego de aproveitamento difícil, porquanto somente enxerga o lado arestoso das situações.

O bom trabalhador, no entanto, compreende, antes de tudo, o sentido profundo da oportunidade que recebeu. Valoriza todos os elementos colocados em seus caminhos, como respeita as possibilidades alheias. Não depende das estações.

Planta com o mesmo entusiasmo as frutas do frio e do calor. É amigo da Natureza, aproveita-lhe as lições, tem bom ânimo, encontra na aspereza da semeadura e no júbilo da colheita igual contentamento.

Nesse sentido, a lição do Mestre reveste-se de maravilhosa significação. No torvelinho das incompreensões do mundo, não devemos aguardar o reino do Cristo como realização imediata, mas a oportunidade dos homens é permanente para a colaboração perfeita no Evangelho, a fim de edificá-lo.

Os cegos de espírito continuarão queixosos; no entanto, os que acordaram para Jesus sabem que sua época de trabalho redentor está pronta, não passou, nem está por vir. É o dia de hoje, é o ensejo bendito de servir, em nome do Senhor, aqui e agora...

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 73 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Peregrinação


Sofres, alma querida, os contratempos
Do dever a cumprir... O anseio, a prova,
O medo, a incompreensão, a insegurança...
E solas-te no lar, cuja paz te renova.

Quando a tristeza te procure a vida,
Não te acomodes sob o desalento...
Ouve os irmãos do mundo que te buscam,
Marcados de fadiga e sofrimento.

Venho de minha ronda costumeira...
Numa choça de latas e bagaços,
Vi pobre mãe, a sós, ninando em pranto
Um filho morto nos seus próprios braços.

Num telheiro a cair, encontrei um velhinho...
Ele viu-me e falou em voz sumida e mansa:
- “Moça, eu estou morrendo a pedir quem me faça
Uma prece de paz e de esperança...”.

Mais adiante, achei um hanseniano amigo
Que, em me vendo, clamou: “Minha irmã, por quem és,
Dá-me água, por Deus! Já não mais me equilibro!...
Quero buscar o poço e caíram-me os pés...”.

Logo após, descobri triste mulher enferma,
Erguendo, quase morta, a seguinte oração:
- “Meu Deus, além do amparo que me enviar,
se possível, Senhor, dá-me a bênção de um pão...”.

Por isso, coração, não te dês à amargura,
Esquece-te a servir, sem perguntar a quem...
O Cristo que buscamos nos espera,
Entre leiras de amor, na plantação do bem.

Autora: Maria Dolores

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

114 Os Falsos Profetas da Erraticidade


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 21 - FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS

10. Os falsos profetas não se encontram unicamente entre os encarnados. Há também, e em muito maior número, entre os Espíritos orgulhosos que, aparentando amor e caridade, semeiam a desunião e retardam a obra de emancipação da Humanidade, lançando lhe de través seus sistemas absurdos, depois de terem feito que seus médiuns os aceitem. E, para melhor fascinarem aqueles a quem desejam iludir, para darem mais peso às suas teorias, se apropriam sem escrúpulo de nomes que só com muito respeito os homens pronunciam.

São eles que espalham o fermento dos antagonismos entre os grupos, que os impelem a isolarem-se uns dos outros e a olharem-se com prevenção. Isso por si só bastaria para os desmascarar, pois, procedendo assim, são os primeiros a dar o mais formal desmentido às suas pretensões. Cegos, portanto, são os homens que se deixam cair em tão grosseiro embuste.

Mas, há muitos outros meios de serem reconhecidos. Espíritos da categoria em que eles dizem achar-se têm de ser não só muito bons, como também eminentemente racionais. Pois bem: passai-lhes os sistemas pelo crivo da razão e do bom senso e vede o que restará.

Convinde, pois, comigo, em que, todas as vezes que um Espírito indica, como remédio aos males da Humanidade ou como meio de conseguir-se a sua transformação, coisas utópicas e impraticáveis, medidas pueris e ridículas; quando formula um sistema que as mais rudimentares noções da Ciência contradizem, não pode ser senão um Espírito ignorante e mentiroso.

Por outro lado, crede que, se nem sempre os indivíduos apreciam a verdade, esta é apreciada sempre pelo bom senso das massas, constituindo isso mais um critério. Se dois princípios se contradizem, achareis a medida do valor intrínseco de ambos, verificando qual dos dois encontra mais ecos e simpatias. Fora, com efeito, ilógico admitir-se que uma doutrina cujo número de adeptos diminua progressivamente seja mais verdadeira do que outra que veja o dos seus em continuo aumento.

Querendo que a verdade chegue a todos, Deus não a confina num círculo acanhado: fá-la surgir em diferentes pontos, a fim de que por toda a parte a luz esteja ao lado das trevas.
Repeli sem condescendência todos esses Espíritos que se apresentam como conselheiros exclusivos, pregando a separação e o insulamento.

São quase sempre Espíritos vaidosos e medíocres, que procuram impor-se a homens fracos e crédulos, prodigalizando-lhes exagerados louvores, a fim de os fascinar e de tê-los dominados.

São, geralmente, Espíritos sequiosos de poder e que, déspotas públicos ou nos lares, quando vivos, ainda querem vitimas para tiranizar depois de terem morrido.

Em geral, desconfiai das comunicações que trazem um caráter de misticismo e de singularidade, ou que prescrevem cerimônias e atos extravagantes. Há sempre, nesses casos, motivo legítimo de suspeição.

Estai certos, igualmente, de que quando uma verdade tem de ser revelada aos homens, é, por assim dizer, comunicada instantaneamente a todos os grupos sérios, que dispõem de médiuns também sérios, e não a tais ou quais, com exclusão dos outros.

Nenhum médium é perfeito, se está obsidiado; e há manifesta obsessão quando um médium só é apto a receber comunicações de determinado Espírito, por mais alto que este procure colocar-se. Conseguintemente, todo médium e todo grupo que considerem privilégio seu receber as comunicações que obtêm e que, por outro lado, se submetem a práticas que tendem para a superstição, indubitavelmente se acham presas de uma obsessão bem caracterizada, sobretudo quando o Espírito dominador se pavoneia com um nome que todos, encarnados e desencarnados, devem honrar e respeitar e não permitir seja declinado a todo propósito.

É incontestável que, submetendo ao crivo da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos Espíritos, fácil se torna rejeitar a absurdidade e o erro.

Pode um médium ser fascinado, e iludido num grupo; mas, a verificação severa a que procedam os outros grupos, a ciência adquirida, a alta autoridade moral dos diretores de grupos, as comunicações que os principais médiuns recebam, com um cunho de lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, justiçarão rapidamente esses ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos mistificadores ou maus.

Erasto, discípulo de São Paulo. (Paris, 1862,)
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Valorizar-se


Apesar da diferença de idade, as vizinhas Luana e Antônia eram muito amigas. Naquele dia, Antônia encontrou Luana sentada em um canto do quarto, com um olhar triste...

- E aí amiga, a festa bombou?

- É, respondeu Luana, meio sem entusiasmo.

- E essa cara, o que aconteceu?

- Não aconteceu nada. Deixa pra lá...

Um silêncio se seguiu, enquanto Antônia foleava uma revista e Luana permanecia imóvel.

- Tá bom, eu conto! – exclamou Luana. É que eu fiquei com um carinha na festa e agora não acho ele no twitter, no Orkut, nem no msn... Na verdade, não sei nada dele, só o primeiro nome.

Novo silêncio, que é quebrado depois de alguns minutos por Antônia:

- Quer um chiclé?

- Quero!- disse logo Luana.

Antônia então tirou o chiclete da própria boca e ofereceu à amiga.

- Que nojo! – reclamou Luana. De onde você tirou essa ideia?

Antônia riu e disse:

- Engraçado... o meu chiclé você não quer. Mas beijou e deu uns abraços em um garoto que você nem conhece... Dele você não teve nojo, né? E se ele tiver hepatite, herpes, cárie?

Antônia explicou que a cárie e algumas doenças são transmissíveis pelo beijo, inclusive a gripe.

- Sem falar na troca de energias, completou Antônia.

Agora foi a vez de Luana rir, dizendo que a troca de energias foi legal...

Nesse momento, a mãe de Luana entrou no quarto, com um enorme pote de pipocas. Quando ela saiu, Antônia continuou:

- Todas as nossas atitudes e sentimentos deixam marcas, em nós e com quem nos relacionamos. Por isso, é importante conhecermos as pessoas, seus valores e caráter. Você emprestaria o Toy para esse garoto que você ficou?

Toy era o cachorrinho de Luana, seu companheiro inseparável.

- Não emprestaria, né? - completou Antônia. Mas você emprestou a Luana! Valorizar quem gostamos inclui valorizar a si mesma! Valorizar o próprio corpo, a companhia... Se você conhecesse ele um pouco melhor, soubesse que é um cara legal, não estaria com esta cara hoje!

Luana sabia que a amiga estava com a razão. Contou a ela mais sobre a festa, enquanto Antônia explicou que somos responsáveis pelos relacionamentos que cultivamos, e completou:

- Também no ficar, no namorar, vale aquela regra ensinada por Jesus: “fazer aos outros o que queremos que nos façam”. Se todo mundo seguir, não haverá traições, nem mágoas.

E foi assim, conversando, enquanto comiam pipocas, que Luana prometeu à amiga que teria atitudes diferentes, no futuro.


Claudia Schmidt

Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

TRANSITORIEDADE


“Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão.” Paulo (HEBREUS, 1: 11)

Fala-nos o Eclesiastes das vaidades e da aflição dos homens, no torvelinho das ambições desvairadas da Terra.

Desde os primeiros tempos da família humana, existem criaturas confundidas nos falsos valores do mundo. Entretanto, bastaria meditar alguns minutos na transitoriedade de tudo o que palpita no campo das formas para compreender-se a soberania do espírito.

Consultai a pompa dos museus e a ruína das civilizações mortas. Com que fim se levantaram tantos monumentos e arcos de triunfo? Tudo funcionou como roupagem do pensamento. A ideia evoluiu, enriqueceu-se o espírito e os envoltórios antigos permanecem a distância.

As mãos calejadas na edificação das colunas brilhantes aprenderam com o trabalho os luminosos segredos da vida. Todavia, quantas amarguras experimentaram os loucos que disputaram, até a morte para possuí-las?

Valei-vos de todas as ocasiões de serviço, como sagradas oportunidades na marcha divina para Deus.

Valiosa é a escassez, porque traz a disciplina. Preciosa é a abundância, porque multiplica as formas do bem. Uma e outra, contudo, perecerão algum dia. Na esfera carnal, a glória e a miséria constituem molduras de temporária apresentação.

Ambas passam. Somente Jesus e a Lei Divina perseveram para nós outros, como portas de vida e redenção.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 72 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

PARA TESTEMUNHAR


“E vos acontecerá isto para testemunho.” Jesus (LUCAS, 21: 13)

Naturalmente que o Mestre não folgará de ver seus discípulos mergulhados no sofrimento. Considerando, porém, as necessidades extensas dos homens da Terra, compreende o caráter indispensável das provações e dos obstáculos.

A pedagogia moderna está repleta de esforços seletivos, de concursos de capacidade, de testes da inteligência.

O Evangelho oferece situações semelhantes.

O amigo do Cristo não deve ser uma criatura sombria, à espera de padecimentos; entretanto, conhecendo a sua posição de trabalho, num plano como a Terra, deve contar com dificuldades de toda sorte.

Para os gozos falsificados do mundo, o Planeta está cheio de condutores enganados.

Como invocar o Salvador para a continuidade de fantasias? Quando chamados para o Cristo, é para que aprendamos a executar o trabalho em favor da esfera maior, sem olvidarmos que o serviço começa em nós mesmos.

Existem muitos homens de valor cultural que se constituíram em mentores dos que desejam mentirosos regalos no plano físico.

No Evangelho, porém, não acontece assim. Quando o Mestre convida alguém ao seu trabalho, não é para que chore em desalento ou repouse em satisfação ociosa.

Se o Senhor te chamou, não te esqueças de que já te considera digno de Testemunhar

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 71 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Escolhendo o Presente do Papai


Andando pelas ruas de comércio da cidade, Julinho, de oito anos, pensava:

— O que vou comprar de presente para o papai?

Aproximava-se o Dia dos Pais e ele queria dar um presente ao seu pai, mas que representasse seu próprio esforço.

Conseguira economizar dez reais da mesada do mês e disse à mãe:

— Mamãe! Posso escolher um presente para o papai? Mas quero fazer isso sozinho!

Antes de responder, a mãe pensou um pouco, e achou que seria bom para o filho: ele ia exercitar a responsabilidade, aprender a utilizar o livre-arbítrio, isto é, entre várias opções de escolha, tomar a decisão adequada à quantia que tinha em suas mãos; além disso, saindo desacompanhado, também exercitaria a independência, tornando-se mais confiante e seguro de si mesmo.

Depois de pensar, a mãe decidiu:

— Está bem, Julinho, pode ir. Mas, espere um momento. Vou pegar o dinheiro para você levar.

— Não precisa, mamãe. Eu tenho dinheiro! Economizei na mesada deste mês — afirmou o menino com satisfação, tirando a nota de dez reais do bolso da calça e mostrando-o à mãe.

Agradavelmente surpresa, a senhora sorriu e disse:

— Então está bem, meu filho. Cuidado ao atravessar as ruas e guarde bem seu dinheirinho. Vá com Deus!

O menino arrumou-se, penteou os cabelos, colocou a nota no bolso da calça e despediu-se da mãe.

Andou por várias lojas. As opções eram muitas. Olhou calças e camisas, mas eram caras. Um par de sapatos? Nem pensar! Não tinha dinheiro para comprá-los.

Caindo na realidade, começou a ver coisas mais ao seu alcance. Talvez um lenço ou um par de meias? Quem sabe uma caixa de chocolates? Seu pai gostava de música; quem sabe um CD de músicas resolveria a questão?

As dúvidas eram muitas, e os preços também.

Na verdade, olhando as vitrines das lojas, Julinho pensava... pensava... Ele queria dar algo ao seu pai, a quem amava tanto, mas que ele pudesse se lembrar dele para sempre. Que o presente o acompanhasse por toda a vida!

Desse modo, as coisas de comer estavam descartadas. Uma gravata, uma caixa de lenços ou um par de meias, ele usaria por algum tempo, depois iria deixar de lado por terem ficado velhos. O CD, ele poderia não gostar das músicas.

Com a cabecinha cheia de dúvidas, Julinho passou por uma livraria e seus olhos se arregalaram:

— Um livro! Por que não pensei nisso antes?

Decidido, entrou na livraria e, no meio dos livros que estavam em exposição, achou um perfeito e com desconto! Era exatamente o que ele queria, e ao preço de dez reais! Seu pai iria adorar!

Mandou embrulhar para presente, pagou e saiu da loja todo feliz.

No domingo, Dia dos Pais, Julinho levantou-se cedo e, passando a mão no pacote, correu a abraçar seu pai. Com o presente escondido nas costas, ele chegou ao quarto do pai todo sorridente.

— Papai, parabéns pelo seu dia! Trouxe uma coisa para você. Olhe!

E estufando o peito com orgulho, entregou ao pai o lindo pacote amarrado com bela fita vermelha.

— Obrigado, filhinho. Mas, o que será? — disse o pai, mostrando curiosidade.

Ao abrir o pacote deparou-se com um livro.

— Meu filho! É um presente muito valioso. Adorei a ideia!

— Fui eu que escolhi, papai. Queria dar-lhe um presente que fosse útil em todas as ocasiões e que, cada vez que o abrisse, se lembrasse de mim.

Comovido, ele exclamou:

— Acertou em cheio, meu filho! Não poderia ter escolhido melhor. Obrigado!

Deu um grande e carinhoso abraço no pequeno Júlio. Depois, mostrou o livro à mãe.

— Veja, querida. É um exemplar de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”!

A mãe, também comovida, abraçou-se aos dois e ficaram os três enlaçados.

— Sabia que você iria gostar, papai. Certo dia, ouvi você dizer para a mamãe que este livro traz muito conhecimento para quem o lê e serve em todos os momentos: na alegria e na tristeza, na saúde e no sofrimento. Que ele consola, alegra, dá paz e esperança a quem precisa.

— Isso mesmo, meu filho. Você lembrou muito bem. Nesta obra estão contidas as lições que Jesus nos deixou para servir-nos de guia na existência.

Emocionado, naquele momento o pai pediu que orassem juntos para agradecer a Deus o filho tão especial que lhe dera, e também o dia que estava apenas começando, mas que prometia ser feliz e cheio de bênçãos.

Célia Xavier Camargo

Fonte da imagem: Internet Google.

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Paterno Amor


Na entrada do asilo,
Um homem robusto, jovem e tranquilo,
Apresentava o pai, um velho que contava
Oitenta e dois janeiros de existência,
À funcionária atenta que o ouvia...

Após sentá-lo num pequeno banco,
Falou à moça em tom seguro e franco:
- “O velho já não sabe o que pensa ou o que diz,
A gritar e a gemer de exigência à exigência,
Formou de minha casa
Um recanto infeliz,
Cujo clima de luta é fogo que me arrasa.

Não quero ver meu filho
Crescendo com o avô inconveniente,
Quero-lhe a internação
De modo permanente.

Quanto custa a pensão?”
A moça respondeu indiferente:
- “A pensão é de quatro mil cruzeiros
A serem pagos mensalmente”.

O senhor fez o cheque
Fazendo o pagamento da quantia
E depois de informar que voltaria,
Foi-se ao pai fatigado, explicando ao velhinho:
- “Meu pai, aqui é a nossa casa de descanso
Terás aqui mais sossego e carinho,
Ao voltarmos da Europa
Virei buscar-te, imediatamente.”

O pranto deslizou sobre a face enrugada
E o velho respondeu em voz tremente:
- “O que será, meu Deus? Que medonho empecilho!...
Estar aqui a sós, sem te encontrar, meu filho!...
E como aguentarei a falta de meu neto?
Não queria afastar-me de meu teto!...
Peço por Deus!... Não te demores
E vem logo buscar-me...”

O filho replicou, quase asperamente:
- “Sem dúvida, meu pai, que podes esperar-me,
Mas não faças alarme...
Nada fará de mim um filho diferente;
Creio que ao fim do mês que vem,
Regressarei como convêm...”

Mas o moço partiu e nunca mais voltou,
E ante a expressão do velho, triste e amarga,
Notava-se que o filho ali se despedira
Como quem se desliga de uma carga,
Agindo alegremente.

O velhinho viveu por lá, três anos,
De saudade, de dor e desenganos
A esperar pelo filho desertor;
A fadiga alterara-lhe a memória,
Não sabia contar a própria história,
Declarava-se um rico possuidor
De terras e fazendas produtivas,
Mas entregara tudo ao filho sem amor.

Numa procuração,
Sem julga-lo capaz de alguma ingratidão,
E embora o filho lhe pagasse o asilo,
Sem questionar o preço,
Não lhe enviava notas de endereço...

Após trinta e seis meses de clausura,
O velhinho ralado de amargura,
Morreu clamando a falta da família...
O cadáver desceu à vala da indigência,
Por fim se lhe acabara a penosa existência.
Mas o tempo não para em parte alguma...

Quarenta anos passados,
De coração batido e passos retardados,
O homem que internara o esquecido velhinho,
Nota que a morte chega a cercar-lhe o caminho,
Poderoso senhor, não consegue expressar-se.

Sob qualquer disfarce,
Tomba, inerte, no leito,
E ante o infortúnio da separação,
Grita por Deus, quer vida e proteção,
Mas a morte o reclama... o corpo se lhe esfria...

Vê-se desencarnado, em noite atroz,
Terrível e sombria...
Chora quase sem voz,
Quando sente que alguém lhe toma o cérebro cansado,
E lhe diz brandamente:
- “Filho do coração, não te aflijas, nem temas,
Acabaram-se agora os teus problemas;
Confia em Deus, não percas a esperança,
Acalma-te e descansa...”

E beijando-lhe os cabelos,
Dedos mostrando carinhosos zelos,
Exclamou com ternura:
- “Agora, sim, achei minha ventura,
Eu sou teu pai!... Meu filho, estou aqui...
Amo-te agora, mais do que te amava,
E só Deus sabe a dor com que eu chorava
Com saudades de ti!”

Autora: Maria Dolores

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

113 Caracteres de Verdadeiro Profeta


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 21 - FALSOS CRISTOS E FALSOS PROFETAS

9. Desconfiai dos falsos profetas. É útil em todos os tempos essa recomendação, mas, sobretudo, nos momentos de transição em que, como no atual, se elabora uma transformação da Humanidade, porque, então, uma multidão de ambiciosos e intrigantes se arvoram em reformadores e messias. É contra esses impostores que se deve estar em guarda, correndo a todo homem honesto o dever de os desmascarar. Perguntareis, sem dúvida, como reconhecê-los. Aqui tendes o que os assinala:

Somente a um hábil general, capaz de o dirigir, se confia o comando de um exército. Julgais que Deus seja menos prudente do que os homens? Ficai certos de que só confia missões importantes aos que ele sabe capazes de as cumprir, porquanto as grandes missões são fardos pesados que esmagariam o homem carente de forças para carregá-los. Em todas as coisas, o mestre há de sempre saber mais do que o discípulo; para fazer que a Humanidade avance moralmente e intelectualmente, são precisos homens superiores em inteligência e em moralidade. Por isso, para essas missões são sempre escolhidos Espíritos já adiantados, que fizeram suas provas noutras existências, visto que, se não fossem superiores ao meio em que têm da atuar, nula lhes resultaria a ação.

Isto posto, haveis de concluir que o verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador. Tirai também esta outra consequência: se, pelo seu caráter, pelas suas virtudes, pela sua inteligência, ele se mostra abaixo do papel com que se apresente, ou da personagem sob cujo nome se coloca, mais não é do que um impostor, que nem sequer sabe imitar o modelo que escolheu.

Outra consideração: os verdadeiros missionários de Deus ignoram-se a si mesmos, em sua maior parte; desempenham a missão a que foram chamados pela força do gênio que possuem, secundado pelo poder oculto que os inspira e dirige a seu mau grado, mas sem desígnio premeditado. Numa palavra: os verdadeiros profetas se revelam por seus atos, são adivinhados, ao passo que os falsos profetas se dão, eles próprios, como enviados de Deus. O primeiro é humilde e modesto; o segundo, orgulhoso e cheio de si, fala com altivez e, como todos os mendazes, parece sempre temeroso de que não lhe deem crédito.

Alguns desses impostores tem havido, pretendendo passar por apóstolos do Cristo, outros pelo próprio Cristo, e, para vergonha da Humanidade, hão encontrado pessoas assaz crédulas que lhes creem nas torpezas. Entretanto, uma ponderação bem simples seria bastante a abrir os olhos do mais cego, a de que se o Cristo reencarnasse na Terra, viria com todo o seu poder e todas as suas virtudes, a menos se admitisse, o que fora absurdo, que houvesse degenerado. Ora, do mesmo modo que, se tirardes a Deus um só de seus atributos, já não tereis Deus, se tirardes uma só de suas virtudes ao Cristo, já não mais o tereis.

Possuem todas as suas virtudes os que se dão como sendo o Cristo? Essa a questão. Observai-os, perscrutai-lhes as ideias e os atos e reconhecereis que, acima de tudo, lhes faltam as qualidades distintivas do Cristo; a humildade e a caridade, sobejando-lhes as que o Cristo não tinha: a cupidez e o orgulho.

Notai, ao demais, que neste momento há, em vários países, muitos pretensos Cristos, como há muitos pretensos Elias, muitos S. João ou S. Pedro e que não é absolutamente possível sejam verdadeiros todos. Tende como certo que são apenas criaturas que exploram a credulidade dos outros e acham cômodo viver à custa dos que lhes prestam ouvidos.

Desconfiai, pois, dos falsos profetas, principalmente numa época de renovação, qual a presente, porque muitos impostores se dirão enviados de Deus. Eles procuram satisfazer na Terra a sua vaidade; mas uma terrível justiça os espera, podeis estar certos. - Erasto. (Paris, 1862.)
Fonte da imagem: Internet Google.