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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Pensamento do mês de Dezembro

“O Natal não é apenas uma festa no coração e no lar. É também a reafirmação da nossa atitude cristã perante a vida”.

Chico Xavier

Poesia: Na Vinha do Senhor

Precisa-se de um homem novo...
para atuar no movimento
Que encare com destemor...
os desafios deste momento

Que se integre nos grupos...
trace as metas confiante
Que abrace e honre seu cargo...
sereno e perseverante

Precisa-se de um homem sério...
entusiasta, empolgado
Que os outros sigam, respeitem...
por ser nobre e educado

Que arquitete e construa...
com responsabilidade e coerência
Perfil do homem de bem...
incorporado na vivência

Que use o discernimento...
atenda as “vozes amigas”
Partilhe trabalho e poder...
esqueça queixas e intrigas.

Precisa-se de um bom espírita...
conhecedor da Doutrina
Agindo conforme prega...
as leis da Justiça Divina

Que dignifique o seu grupo...
veja em cada servidor
Alguém buscando equilíbrio...
entre o respeito e o amor

Precisa-se de alguém com fé...
sensível e harmonizado
Mesmo não o reconhecendo...
seja bom e evangelizado

E por fim que seja humilde...
forte, que a hora é de dor
Para servir de operário...
na vinha de Nosso Senhor.

Autor Desconhecido
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

13 Limites da Encarnação

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 4 – Ninguém Pode Ver o Reino de Deus, Se Não Nascer de Novo

SÃO LUIS                                                                                             Paris, 1859

24 – Quais são os limites da encarnação?

A encarnação não tem, propriamente falando, limites nitidamente traçados, se por isto se entende o envoltório que constitui o corpo do Espírito, pois a materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se purifica. Em certos mundos, mais avançados que a Terra, ele já se apresenta menos compacto, menos pesado e menos grosseiro, e consequentemente menos sujeito a vicissitudes. Num grau mais elevado, desmaterializa-se e acaba por se confundir com o perispírito. De acordo com o mundo a que o Espírito é chamado a viver, ele se reveste do envoltório apropriado à natureza desse mundo.

O perispírito mesmo sofre transformações sucessivas. Eteriza-se mais e mais, até a purificação completa, que constitui a natureza dos Espíritos puros. Se mundos especiais estão destinados, como estações aos Espíritos mais avançados, estes não ficam sujeitos a eles, como nos mundos inferiores: o estado de libertação que já atingiram permite-lhes viajar para toda parte, onde quer que sejam chamados pelas missões que lhes foram confiadas.

Se considerarmos a encarnação do ponto de vista material, tal como a vemos na Terra, podemos dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende do Espírito, portanto, libertar-se mais ou menos rapidamente da encarnação, trabalhando pela sua purificação.

Temos ainda a considerar que, no estado de erraticidade, ou seja, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito está em relação com a natureza do mundo a que o liga o seu grau de adiantamento. Assim, na erraticidade, ele é mais ou menos feliz, livre e esclarecido, segundo for mais ou menos desmaterializado.

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 04.12.23

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer”.

Autoria: Gandhi

Estória: Presente Para Jesus

Quando a professora entrou na sala, os alunos estavam conversando entre si e cada um falava do presente que iria pedir no Natal.

Aproveitando a oportunidade, já que este seria o último dia de aula antes do encerramento do ano letivo, a professora lembrou aos seus alunos:

— Na Festa de Natal comemora-se o nascimento de Jesus. Então, o aniversariante é Jesus e não devemos ficar tão preocupados em ganhar presentes. Ao contrário, devemos nos lembrar das palavras do Mestre quando disse que tudo o que fizermos aos mais necessitados será a ele mesmo que estaremos fazendo.

— Mas então o que podemos fazer, professora? — perguntou um dos garotos.

— Isso é vocês que devem resolver. Pensem e decidam.

De toda a classe, somente Vera, Carla e Raul ficaram preocupados com as palavras da professora.

A caminho de casa eles iam conversando. Eram vizinhos e amigos, e estavam sempre juntos.

— O que podemos dar de presente de Natal para as pessoas, como se o estivéssemos dando ao próprio Jesus? — perguntou Carla, pensativa.

— Que tal dar balas e doces? Cada um de nós pedirá dinheiro à sua mãe e compraremos as guloseimas. Depois, sairemos distribuindo às pessoas! — sugeriu Raul.

Vera, porém, ponderou:

— Desse modo, na verdade serão nossas mães que estarão dando os presentes, não nós, porque não temos dinheiro! Então, penso que não podem ser coisas que precisamos comprar. Que tal darmos nossas roupas?

Carla e Raul ficaram pensativos durante alguns instantes, depois Carla retrucou:

— Acho que não daria certo. Mesmo porque, se nós dermos nossas roupas, teremos que comprar outras! Ou então, daremos as que não usamos mais e que nem gostamos. Não seria um verdadeiro presente.

— Já sei! — disse Raul — e se fizermos visitas às casas?

— Bem lembrado. Contudo, só a visita não é suficiente. Também precisamos levar “algo mais”. Mas, o quê?!... E não pode ser de comprar porque não temos dinheiro! — lembrou Vera.

Afinal, Carla, de olhos brilhantes, disse:

—Tive uma ideia! Se nós desejamos dar alguma coisa, e não pode ser adquirido com dinheiro, mas deve representar nosso esforço, nosso sentimento, que tal levarmos alegria e espírito natalino através da música? Olhem! Nós três gostamos de cantar. Podemos ensaiar algumas músicas natalinas e, na véspera do Natal iremos cantar para as pessoas! Que tal?

Vera e Raul bateram palmas, aplaudindo a ideia.

Assim, os três amiguinhos escolheram as músicas e ficaram dias ensaiando.

Na véspera do Natal, se arrumaram direitinho e saíram de casa percorrendo as ruas do bairro. Paravam na frente das casas, começavam a cantar e, ao ouvirem as vozes infantis, os moradores abriam as portas, atraídos pelas belas melodias.

E em cada casa que eles passavam, os moradores iam acompanhando o pequeno grupo, que crescia sempre. Percebendo o movimento, eles olharam para trás e perceberam, com emoção, que agora todas as pessoas do bairro os acompanham e cantavam junto com eles. A alegria, o entendimento e a fraternidade haviam dominado os corações de todos, graças àquelas crianças.

Como a noite avançasse, sorridentes e felizes, os moradores resolveram fazer uma grande festa no meio da rua.

Em pouco tempo, trouxeram mesas, cadeiras, toalhas e enfeites natalinos. Cada um colaborou com os pratos que havia preparado em casa para a sua ceia, e, juntando tudo, uma linda festa surgiu!

Pessoas necessitadas, moradores de rua, se aproximaram, encantados, e também participaram, tornando-se a grande festa realmente uma comemoração digna do Aniversário de Jesus.

Vibrações de paz, amor e fraternidade envolveram a todos. Vizinhos que estavam brigados fizeram as pazes. Pessoas que não se conheciam, começaram a conversar e se tornaram amigas, aumentando os elos afetivos.

Estavam todos satisfeitos e abraçaram Carla, Vera e Raul, agradecendo-lhes pela excelente ideia.

Pela primeira vez na vida, sentiam-se mais perto de Jesus, comemorando a Festa de Natal como se o Divino Aniversariante estivesse ali presente!

FELIZ NATAL!

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 01.12.23

“Não existe grandeza onde não há simplicidade, bondade e verdade”.

Autor: Leon Tolstoi

Biografia: JOHANN HEINRICH PESTALOZZI

1746 – 1827

UM DOS MAIORES EDUCADORES DA HUMANIDADE E MESTRE DE ALLAN KARDEC

Pestalozzi passou a ser conhecido, devido ao conjunto de sua obra, como "O Educador da Humanidade".

Johann Heinrich Pestalozzi nasceu em Zurich, Suíça, no ano de 1746. Órfão de pai aos 4 anos, passou por grandes dificuldades, juntamente com a mãe e três irmãos, fato este que ajudou a consolidar sua personalidade predominantemente humanista, tornando-o um homem sensível e sonhador, sempre preocupado com o destino dos necessitados. Ainda estudante, já demonstrava interesse pela causa dos desamparados, participando sempre de movimentos de reforma política e social. Em 1774, na esteira de seu pioneirismo, fundou um orfanato, onde tinha a intenção de ensinar técnica de agricultura e comércio, tentativa que fracassou alguns anos depois. Resolveu, então, transformar o projeto agrícola fracassado em um Instituto Filantrópico para crianças abandonadas, no que também não teve sucesso. Porém, nunca desistiu de seus objetivos.

Durante a Invasão Napoleônica, em 1798, quando a cidade de Stans foi invadida e seus habitantes massacrados pelas tropas, Pestalozzi reuniu as crianças desamparadas e passou a cuidar delas em meio às mais precárias condições. Claramente influenciado pelas ideias de Jean Jacques-Rousseau, acreditava na educação como um desenvolvimento total do indivíduo, num conjunto moral, intelectual e físico, cuja potencialidade se encontra na criança, que deve ser estimulada, principalmente no lar em que vive: "A escola deve ser a continuação do lar. É no lar que se encontra o fundamento de toda cultura verdadeiramente humana e social" – concluía o educador.

Pestalozzi acreditava que o indivíduo, desde criança, possui todos os meios necessários para a socialização plena e que o papel do educador é justamente promover o desenvolvimento desses valores já existentes em cada indivíduo, sempre ressaltando a importância da família na formação da personalidade. Para ele, a mãe é a figura central do desenvolvimento educacional. E ele entendia que o conhecimento não é propriamente adquirido, mas sim desenvolvido, pois cada ser humano já nasce com a tendência espontânea da natureza de seu próprio desenvolvimento. Somente precisa do estímulo do educador, sempre subordinado à educação moral e espiritual.

Em 1805, Pestalozzi fundou o famoso Internato de Yverdon, cujas atividades principais eram desenho, escrita, canto, educação física, modelagem, cartografia e excursões ao ar livre. Durante os 20 anos de funcionamento, a escola foi frequentada por estudantes de vários países europeus. Tal Instituto, devido à sua popularidade, ganhou renome internacional.

O espiritismo trouxe grandes influências das ideias de Pestalozzi, principalmente no que diz respeito à importância do lar como base para a educação espiritual e para a formação da personalidade do indivíduo. A didática de Pestalozzi, preceitua que "[...] a melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter" e que "[...] a universidade pode fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem".

Em 1825, devido a disputas internas, foi obrigado a encerrar suas atividades no Instituto de Yverdon, o que lhe causou enorme tristeza. Dotado de vasta cultura, em 1781, publicou um romance em quatro volumes, intitulado "Leonardo e Gertrude", muito divulgado, onde expunha suas ideias de reforma social e política. O livro conta a história de Gertrudes, uma mulher generosa, dotada de bondade e inteligência infinitas. Sua dedicação aos filhos era tamanha que, além de tirar seu marido Leonardo do vício da embriaguez, conseguiu influenciar os habitantes da aldeia onde morava: fez com que todos aplicassem seus métodos em benefício da população, alcançando o bem estar social tão almejado por Pestalozzi, que acreditava plenamente possível realizar na prática, o conteúdo de sua obra. Johann Heinrich Pestalozzi casou-se com Ana Schultz, companheira amiga e fiel, que lhe deu o filho Jacob, falecido ainda jovem. Jacob, porém, deixou-lhe o neto Gottlieb, que permaneceu ao lado do avô até os últimos dias deste, quando, acometido de grave doença, veio a desencarnar em 17 de fevereiro de 1827.

Fonte do texto: Biografias Espíritas

Imagem meramente ilustrativa(não tenho como comprovar se a imagem é realmente do homenageado) - Fonte: Internet Google.
 

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 30.11.23

“Se você se sentar e pensar sobre o que traz mais sentido para a vida, verá que ajudar os outros a encontrar felicidade e liberdade do sofrimento é o que faz sentido”.

 

Autoria: Dzigar Kangtrul Rinpoche

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

INDICAÇÃO DE PEDRO

"Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a." - Pedro. (I PEDRO, 3:11.)

A indicação do grande apóstolo, para que tenhamos dias felizes, parece extremamente simples pelo reduzido número de palavras, mas revela um campo imenso de obrigações.

Não é fácil apartar-se do mal, consubstanciado nos desvios inúmeros de nossa alma através de consecutivas reencarnações, e é muito difícil praticar o bem, dentro das nocivas paixões pessoais que nos empolgam a personalidade, cabendo-nos ainda reconhecer que, se nos conservarmos envolvidos na túnica pesada de nossos velhos caprichos, é impossível buscar a paz e segui-la.

Cegaram-nos males numerosos, aos quais nos inclinamos nas sendas evolutivas, e acostumados ao exclusivismo e ao atrito inútil, no desperdício de energias sagradas, ignoramos como procurar a tranquilidade consoladora.

Esta é a situação real da maioria dos encarnados e de grande parte dos desencarnados que se acomodam aos círculos do homem, porque a morte física não soluciona problemas que condizem com o foro íntimo de cada um.

A palavra de Pedro, desse modo, vale por desafio generoso.

Nosso esforço deve convergir para a grande realização.

Dilacere-se-nos o ideal ou fira-se-nos a alma, apartemo-nos do mal e pratiquemos o bem possível, identifiquemos a verdadeira paz e sigamo-la.

E tão logo alcancemos as primeiras expressões do sublime serviço, referente à própria edificação, lembremo-nos de que não basta evitar o mal e sim nos afastarmos dele, semeando sempre o bem, e que não vale tão-somente desejar a paz, mas buscá-la e segui-la com toda a persistência de nossa fé.

Livro: Vinha de Luz – Lição 027 – Médium: Chico Xavier – Espirito: Emmanuel.
Imagem Meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 27.11.23

“Cada boa ação que você pratica é uma luz que você acende em torno dos seus próprios passos”.

Autor: Chico Xavier

Estória: O Brinquedo Avariado

Naquele quarteirão morava uma criança diferente.

Netinho havia nascido com uma deficiência mental e não conseguia pensar ou falar direito. Ficava sentado no portão, quietinho, pois gostava de olhar o movimento da rua e ver as crianças brincarem.

E, porque era diferente, muitas crianças o rejeitavam, maltratando-o, jogando-lhe pedras ou caçoando dele. Agiam assim especialmente os amigos André, Tiago, Pedro e Alfredo.

Às vezes, atingido por uma pedrada, Netinho corria para dentro do portão, chorando. Sua mãe abraçava-o com carinho, olhava os meninos e dizia:

— Por que agem assim com meu filho? Que mal ele lhes fez?!...

Um dia, Dona Júlia, a mãe de Pedro, passando por ali viu o grupo de meninos mexendo com Netinho. Encolhido num canto, com os braços protegendo a cabeça, ele chorava, assustado.

A senhora aproximou-se, cheia de compaixão, abraçou o menino, consolando-o, e levou-o para dentro, entregando-o aos cuidados da mãe.

Depois voltou e, sem qualquer crítica ao comportamento dos garotos, convidou-os para irem tomar um suco em sua casa. Eles aceitaram satisfeitos o convite, muito surpresos por não terem levado a bronca que esperavam.

Enquanto preparava o suco, a mãe de Pedro deu alguns brinquedos para eles se distraírem: um violão, um pequeno toca-fitas, um pianinho, alguns jogos e várias outras coisas.

Quando voltou trazendo os copos de suco, perguntou risonha:

— Como é, estão se divertindo?

Os garotos reclamaram, decepcionados:

— Não dá para brincar! Está tudo quebrado! O violão está sem cordas — afirmou Tiago.

— E o toca-fitas não dá para ouvir música. Está sem as pilhas! — disse André.

— O pianinho está desafinado e faltam algumas teclas! — resmungou Alfredo.

E Pedro, indignado, explodiu:

— É isso mesmo, mamãe! Você sabe que estes brinquedos não funcionam. Os jogos estão faltando peças e o trenzinho elétrico está quebrado... Nada funciona!

Dona Júlia sentou-se e, olhando um por um, concordou:

— É verdade. Vocês têm toda razão. Estes brinquedos não funcionam. Mas, felizmente, são os brinquedos que estão avariados, e não vocês. Devem ser gratos a Deus por isso.

Sem entender direito, os meninos perguntaram:

— Como assim?

Com serenidade, Dona Júlia esclareceu:

— Todos vocês nasceram perfeitos! Não têm qualquer dificuldade para pensar e estudam com facilidade, pois seus cérebros trabalham com perfeição. E seus corpos também funcionam corretamente; seus sentidos não apresentam qualquer avaria: ouvem, falam, sentem e enxergam sem qualquer problema. Vocês têm mãos e pés que se movimentam com facilidade. Isso não é ótimo?

As crianças concordaram, satisfeitas. A mãe de Pedro prosseguiu:

— Já pensaram se um de vocês tivesse nascido cego? Ou sem um braço? Ou sem uma perna, e não pudesse andar?

— Ah! Seria horrível! Nem é bom pensar! — disse um dos meninos.

Dona Júlia concordou, continuando:

— Pois é. Mas existem pessoas que não são tão felizes, como vocês. Nasceram com alguma dificuldade de expressão no corpo ou na mente, como um brinquedo avariado. Vocês conhecem alguém assim?

Os garotos lembraram-se do menino que eles tanto amolavam.

— É o caso do Netinho, não é? — perguntou alguém.

— Exatamente. Netinho nasceu com um problema na cabeça e por isso não pode se expressar como todo mundo. Ele, como espírito, é inteligente como vocês, mas não consegue fazer o “aparelho”, que é o corpo, funcionar direito. Compreenderam?

— Quer dizer que ele entende tudo o que acontece ao seu redor? — indagou Pedro.

— Sem dúvida. Só não consegue fazer com que as outras pessoas saibam disso e sofre muito. Netinho merece todo o nosso respeito e carinho. Se Deus é Pai Justo e Bom, e sabe o que é melhor para nós, e fez com que Netinho nascesse com esse problema, é que esse sofrimento será útil para seu progresso.

Fez uma pausa e concluiu:

— Jesus disse que “deveríamos fazer aos outros, o que gostaríamos que os outros nos fizessem”. Assim, se vocês estivessem no lugar de Netinho, como gostariam de ser tratados?

Os meninos, meditando sobre o que tinham ouvido, ficaram envergonhados, somente agora percebendo como tinham sido injustos com Netinho, cada qual refletindo que poderia ter sido “ele” a nascer com qualquer problema.

No dia seguinte, houve uma grande mudança. Arrependidos, os meninos pediram desculpas a Netinho por tudo o que lhe tinham feito. Passaram a conversar com ele, chamando-o para brincar e aceitando-o como amigo.

Satisfeito e risonho, Netinho participava de tudo, aprendendo as brincadeiras e mostrando que as suas dificuldades não eram tão grandes como pareciam.

Dessa forma, Netinho se tornou um ótimo companheiro para todos eles.

*

A Doutrina Espírita nos fala sobre a responsabilidade dos pais em relação aos filhos, Espíritos que Deus lhes confiou, acreditando na capacidade deles como educadores.

Especialmente a mãe, cuja presença é tão necessária ao filho, tem um papel preponderante no encaminhamento desse espírito, através da orientação ético-moral, constante das lições que Jesus nos legou.

No lar, primeira escola da alma, encontram-se todos os conteúdos imprescindíveis ao crescimento e amadurecimento do filho, especialmente através do exemplo dos pais, preparando-o para, no futuro, ser um cidadão digno e útil à sociedade, sabendo respeitar e amar a seus semelhantes como irmãos.

Às Mães, na passagem do seu dia, as nossas melhores e mais sinceras homenagens.

FELIZ DIA DAS MÃES!

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 24.11.23

“Se deres as costas à luz nada mais verás do que a tua própria sombra”.

Autoria: Zalkind

Prece: Oração Pelo Dia de Hoje

Senhor; venho a Ti neste dia entregar em tuas mãos todos os projetos que tenho para hoje, do amanhecer até que se ponha o sol. 

Louvado seja o Senhor em minha vida! 

Livra-me, Senhor, de toda intenção maligna contra mim no dia de hoje; dá-me forças para trabalhar com alegria e habilidade. Que eu possa, neste dia, ser usado como instrumento para levar a tua paz aos que necessitarem ou conviverem comigo.

Senhor, quero receber no meu coração todas as bênçãos que estão reservadas para mim. Ajuda-me a crescer mais um pouco neste dia.

Senhor, eu oro para que todas as bênçãos que estão preparadas para mim, eu as receba neste dia, e que eu possa crescer em comunhão e fé no Senhor Jesus.

Rendo-te graças, Senhor, porque Tu és bom; porque a Tua benignidade dura para sempre.

Em nome de Jesus, 

Amém.

Autor: José dos Reis de Macedo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 22.11.23

“Haja o que houver, distribua confiança e bom ânimo, porque a alegria é talvez a única dádiva que você é capaz de ofertar sem possuir”.

Autor: André Luiz

12 Progressão dos Mundos

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 3 – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

SANTO AGOSTINHO
Paris, 1862

19 – O progresso é uma das leis da natureza. Todos os seres da Criação, animados e inanimados, estão submetidos a ela, pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que parece, para os homens, o fim das coisas, é apenas um meio de levá-las, pela transformação, a um estado mais perfeito, pois tudo morre para renascer, e nada volta para o nada.

Ao mesmo tempo em que os seres vivos progridem moralmente, os mundos que eles habitam progridem materialmente. Quem pudesse seguir um mundo em suas diversas fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos da sua constituição, o veria percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas em graus insensíveis para cada geração, e oferecer aos seus habitantes uma morada mais agradável, à medida que eles também avançam na senda do progresso. Assim marcham paralelamente os progressos do homem, o dos animais seus auxiliares, o dos vegetais e o das formas de habitação, porque nada fica estacionário na natureza.

Quanto esta ideia é grandiosa e digna da majestade do Criador! E como, ao contrário, é pequena e indigna do seu poder aquela que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia da Terra, e restringe a humanidade a algumas criaturas que o habitam!

A Terra, seguindo essa lei, esteve material e moralmente num estado inferior ao de hoje, e atingirá; sob esses dois aspectos, um grau mais avançado. Ela chegou a um de seus períodos de transformação, e vai passar de mundo expiatório a mundo regenerador. Então os homens encontrarão nela a felicidade, porque a lei de Deus a governará.

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 17.11.23

“Amar é acolher, é compreender, é fazer o outro crescer”.

Autoria: Zilda Arns Neumann

Poesia: LIÇÃO DE FÉ

Coração, não te perturbes,

Se, em torno, há quem se desmande,

Se a luta surge tão grande,

Que tudo é aflição no ar...

Abraça os próprios deveres,

Acalma-te, serve e lida,

Que Deus, sustentando a vida,

Só nos pede confiar.

Olha os exemplos do campo,

Na noite de tempestade,

O solo é treva e ansiedade

Sob o granizo e bater;

Caem troncos, rolam penhas,

O raio quebra a montanha,

O lodo se desentranha,

É a gleba a se desfazer.

Escondem-se, furna em furna,

Os peregrinos da estrada,

Passarinhos na ramada

Lançam pios de oração;

Ouvem-se gritos selvagens,

É o vento brandindo o açoite,

Cortando as formas da noite

E uivando desolação.

Mas outro dia está pronto...

A madrugada vem vindo,

Um roseiral no céu lindo

É o jardim que o Sol produz;

O clarão cresce e se espalha,

A brisa afaga os caminhos,

Brilham copas, cantam ninhos,

Toda a Terra é um mar de luz.

Coração, assim também,

Depois da estrada de prova,

Eis que a vida se renova

Na esperança a ressurgir;

A bênção do amor renasce,

A alegria se proclama,

É Deus que te busca e chama

A novo e belo porvir.

Livro: Antologia da Criança – Médium: Chico Xavier – Espírito: Maria Dolores.
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 13.11.23

“Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo, a mata, pois há certas coisas que não podem ser ajudadas, tem que acontecer de dentro para fora”.

Autor: Rubem Alves

Prece: Pai Nosso do Universo

Pai nosso que estás em todo o Universo Infinito, nossa morada de Luz,
 
Venha a nós o vosso reino de Amor.
 
Seja feita a vossa vontade soberana e justa, Assim na Terra, nossa Escola, como em todo o Universo, nossa Morada, 
e em nosso Universo interior.
 
O Pão Nosso de cada dia nos dai hoje, não somente o pão material, necessário ao nosso desenvolvimento e equilíbrio físico, como também o pão do espírito, necessário ao nosso equilíbrio e crescimento espiritual.
 
Perdoai as nossas ofensas, assim como perdoamos aos nossos ofensores. Ensinaste-nos a fazer aos outros o que gostaríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Encontramos, aí, aquele Princípio Universal de proceder, mesmo nas menores ações.
 
Não nos deixeis cair em tentação e livrai-nos do mal, pois estás conosco em todos os momentos nos ajudando a levantar de nossas quedas e a seguir em frente. Auxilia-nos a sair dos momentos difíceis, sabendo que podeis contar também com nossas próprias forças, pois que nos formastes com a vossa Essência Divina, colocando em nós mesmos os recursos nutrientes e curativos necessários ao nosso soerguimento.
 
De suas mãos Amorosas, Deus Pai, é que depende 
toda a VIDA. Ampara-nos hoje e Sempre. 

Assim Seja.

Autor Desconhecido.
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 10.11.23

“Pior que a dor é a mágoa, pois a dor oprime o físico e a mágoa comprime o coração”.

Autor: Ascendino Leite

Poesia: O Rio em Busca do Mar

Dizem que o rio quando chega
Nas redondezas do mar
Teme e treme de incerteza
De sumir, de se acabar
De deixar de existir
Mas não pode mais voltar.

Só permanece seguindo
Vai seguindo sem parar
E o temor vai aumentando
E ele começa a lembrar
Da sua humilde nascente
Do olho d’água a brotar.

Do primeiro animalzinho
Que a sede vai saciar
E da grande alegria
De ter podido ajudar
E do seu pedido mudo
De mais crescer para mais dar

Sentiu que Deus escutara
E o fez crescer sem parar
Transbordar, sulcar a terra
Na ânsia de conquistar
Logo em riacho cantante
Iria se transformar.

Quando esse seu caminho
Pedras queriam barrar
Calava, amava e crescia
Crescia até transbordar
Crescendo e aprendendo
Caminha sem parar.

E sentiu felicidade
Vendo tudo se aproximar
Tanto peixe vivendo
Tanto animal a banhar
Viu o homem canalizando
Sua força pra irrigar.

Viu que Deus mais o enchia
Quanto mais tinha pra dar
E quanto mais se doava
Mais crescia sem parar
Outros veios desaguavam
E em rio viu-se transformar.

Viu cidades se formarem
Pra dele se saciar
Viu o homem utilizá-lo
Até pra se transportar
Sentia a felicidade
Em si também desaguar.

Ajudou plantas e bichos
Viveu pra dessedentar
Enfim ajudou o homem
A progredir sem parar
Alimentou e serviu
No seu caminho para o mar.

E agora que ao oceano
Já podia divisar
O medo se apossava
A cada aproximar
Mais veloz na correnteza
Não pode mais voltar

E docemente se entrega
Deixa-se ali desaguar
E agora sente mais vida
Sente a força lhe tomar
É uma força infinita
Que não tem como explicar.

E quanto mais se entrega
Começa a se transformar
Não sente a prisão das margens
Sente uma sem fim lhe tomar
Sente-se o próprio gigante
Morreu rio renasce mar.

Quem se apega ao caminho
Não percorre o caminhar
A vida é uma aventura
É um grande desaguar
Nascer, crescer e renascer
Como o rio buscando o mar.

Merlânio Maia
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 08.11.23

“Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades, pois quando há afinidade, qualquer reencontro retoma o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido”.

Autor: Arthur da Távola

11 Mundos Regeneradores

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 3 – HÁ MUITAS MORADAS NA CASA DE MEU PAI

SANTO AGOSTINHO

Paris, 1862

16 – Entre essas estrelas que cintilam na abóbada azulada, quantas delas são mundos, como o vosso; designados pelo Senhor para expiação e provas! Mas há também entre elas mundos mais infelizes e melhores, como há mundos transitórios, que podemos chamar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, girando no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo mundos primitivos, de provas, de regeneração e de felicidade. Já ouvistes falar desses mundos em que a alma nascente é colocada, ainda ignorante do bem e do mal, para que possa marchar em direção a Deus, senhora de si mesma, na posse do seu livre-arbítrio. Já ouvistes falar das amplas faculdades de que a alma foi dotada, para praticar o bem. Mas ai!, existem as que sucumbem! Então Deus, que não quer aniquilá-las, permite-lhes ir a esses mundos em que, de encarnações em encarnações podem fazer-se novamente dignas da glória a que foram destinadas.

17 – Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os felizes. A alma que se arrepende, neles encontra a paz e o descanso, acabando por se purificar. Sem dúvida, mesmo nesses mundos, o homem ainda está sujeito às leis que regem a matéria. A humanidade experimenta as vossas sensações e os vossos desejos, mas está isenta das paixões desordenadas que vos escravizam. Neles, não há mais o orgulho que emudece o coração, a inveja que o tortura e o ódio que os asfixia. A palavra amor está escrita em todas as frontes; uma perfeita equidade regula as relações sociais; todos manifestam a Deus e procuram elevar-se a Ele, seguindo as suas leis.

Nesses mundos, contudo, ainda não existe a perfeita felicidade, mas a aurora da felicidade. O homem ainda é carnal, e por isso mesmo sujeito às vicissitudes de que só estão isentos os seres completamente desmaterializados. Ainda tem provas a sofrer, mas estas não se revestem das pungentes angústias da expiação.

Comparados à Terra, esses mundos são mais felizes, e muito de vós gostariam de habitá-los, porque representa a calma após a tempestade, a convalescença após uma doença cruel. Menos absorvido pelas coisas materiais, o homem entrevê melhor o futuro do que vós; compreende que são outras as alegrias prometidas pelo Senhor aos que se tornam dignos, quando a morte ceifar novamente os seus corpos, para lhes dar a verdadeira vida. É então que a alma liberta poderá pairar sobre os horizontes. Não mais os sentidos materiais e grosseiros, mas os sentidos de um perispírito puro e celeste, aspirando às emanações de Deus, sob os aromas do amor e da caridade, que se expandem do seu seio.

18 - Mas, ah!, nesses mundos o homem ainda é falível, e o Espírito do mal ainda não perdeu completamente o seu domínio sobre ele. 

Não avançar é recuar, e se ele não estiver firme no caminho do bem, pode cair novamente em mundos de expiação, onde o esperam novas e mais terríveis provas. Contemplai, pois, durante a noite, na hora do repouso e da prece, essa abóbada azulada, e entre as inumeráveis esferas que brilham sobre as vossas cabeças, procurai as que levam a Deus, e pedi que um mundo regenerador vos abrisse o seu seio, após a expiação na Terra.

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.
 

terça-feira, 7 de novembro de 2023

PENSAMENTO DO DIA 07.11.23

“Eu erro muito, quase todo o dia, mas durmo com a consciência tranquila, com a alma serena, pois não faço mal para ninguém”.

Autoria: Clarissa Corrêa

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Estória: Novo Filho, Novo Irmão!

Carlos estava na pré-adolescência, idade em que a revolta e a irritação eram constantes. Queixava-se de tudo e nunca estava contente com nada. Reclamava da família, da escola, da comida, das roupas, da casa, dos amigos.

Em razão disso, as pessoas começaram a se afastar dele, pois não há quem goste de alguém sempre mal-humorado.

Certo dia, ele estava particularmente desagradável. Havia brigado com sua irmãzinha, quebrado um brinquedo dela de propósito e batido no cachorro.

A mãe o repreendeu com carinho, dizendo:

— Meu filho, para vivermos bem com as pessoas, é preciso que aprendamos a amar e respeitar a todos os que convivem conosco e a tudo o que nos cerca. Todos nós o amamos, mas ninguém é obrigado a aguentar o seu mal humor constante. O que está acontecendo? Você tem tudo e está sempre aborrecido! Deixe de ser tão egoísta. Tem gente que tem bem menos do que você e não reclama. Pense nisso!

Carlos, vermelho de raiva, e mais irritado ainda com as palavras da mãe, afastou-se resmungando:

— Ninguém me entende nessa casa! Tudo é culpa minha!

Atravessou o jardim para sair; ao abrir o portão, parou, vendo um garoto de rua.

Em outra ocasião, ele teria escorraçado o menino. Contra sua vontade, porém, ficara pensativo. As palavras da mãe continuavam a vibrar em seus ouvidos. Sabia que ela tinha razão. Sentia seus amigos distantes, evitando se aproximar dele; a irmãzinha que sempre o estimara, agora o olhava receosa.

— Estou com fome. Tem pão velho? — perguntou o garoto com olhar triste.

As palavras do menino o tocaram fundo. Deve ser duro sentir fome — pensou.

Com o coração mais amolecido, Carlos entrou correndo e voltou em seguida com um copo de leite e um sanduíche que ele mesmo tinha preparado.

Enquanto o menino comia, sentou-se perto dele na calçada, e pôs-se a conversar.

— Meu nome é Carlos. E o seu? — perguntou.

— Pedro.

— E onde você mora, Pedro? — perguntou

— Moro num bairro bem afastado, com umas pessoas que me acolheram. Não tenho família — disse o garotinho, baixando a cabeça, tristonho.

Ao ver Pedro lamentar não ter família, Carlos retrucou, sem pensar:

— Invejo você, Pedro. Ter família é muito chato! Especialmente mãe, que pega muito no pé da gente. Gostaria mesmo é de viver sozinho!

O garoto ergueu a cabeça e Carlos percebeu que seus olhos estavam cheios de lagrimas.

— Você não sabe o que é viver sozinho, Carlos. Não ter uma casa, não ter família, não ter pai, nem mãe; não ter alguém que lhe faça um carinho, que o oriente, até que ralhe com você. Alguém com quem você possa conversar, falar dos seus problemas, das suas dúvidas. Alguém que, quando você estiver doente, lhe dê remédio e fique a seu lado. Você não sabe o que é ser sozinho. Especialmente, sem ter uma mãe.

Carlos percebeu que dera uma mancada, e, constrangido concordou:

— Tem razão, Pedro. Falei sem pensar. Mas, e a família que o acolheu? Não e boa?

— É muito boa. Olha, não conheci meu pai, e quando minha mãe ficou doente e morreu, essa família me socorreu. Então, não quero ser ingrato, devo muito a ela. Apesar de extremamente pobre, me ajudou quando mais precisei. Mas não é a mesma coisa. Sinto falta da “minha mãe”, entende?

— Entendo.

Naquele momento é que Carlos sentiu a importância de ter uma família, de ter uma mãe. Seu coração encheu-se de um sentimento novo que brotava em seu íntimo e do qual ele nunca se dera conta, preocupado consigo mesmo: O AMOR.

Os dois meninos não perceberam é que, ali mesmo, abraçando-os com amor, estava a mãezinha de Pedro, desencarnada.

Na mente de Carlos brotava uma ideia. Uma imensa compaixão por Pedro fez com que ele o convidasse para entrar.

— Venha. Quero que conheça minha mãe.

Entraram. Carlos apresentou Pedro à mãezinha. Ele estava tão diferente, emocionado, que ela percebeu logo que algo tinha acontecido com o filho.

— Seja bem-vindo, Pedro. Mas, o que houve, meu filho?

— Mamãe! Sei que o Dia das Mães se aproxima e costumo dar-lhe um presente. A senhora aceitaria qualquer presente que eu lhe desse?

— Claro, meu filho! Porém, não preciso de presentes. Tenho vocês!

— Mas eu quero dar-lhe um presente, mamãe.

— Seja o que for, aceito com prazer, meu filho.

Aproximando-se de Pedro, que ouvia a conversa sem entender nada, Carlos colocou o braço em seus ombros, e, com os olhos rasos d’água, falou:

— Aceita um novo filho, mamãe? De quebra, terei um outro irmão!

— Mas...e a família de Pedro, meu filho?

Carlos contou à mãe a situação do novo amigo, mas ela, ainda em dúvida, questionou:

— Pedro, e essa família com a qual você mora? São seus amigos! Não ficariam tristes sem você?

Surpreso e encantado com a ideia de Carlos, sem poder nem acreditar nessa felicidade, ele respondeu:

— Não, senhora. São meus amigos sim, gosto muito deles e serei sempre grato. Ajudaram-me numa hora de necessidade, quando minha mãe morreu e fiquei só. Mas acredito que para eles seria um alívio não ter mais uma boca para alimentar. Sabe como é, a vida está tão difícil!...

— E você gostaria de vir morar conosco? Bem, parece que Carlinhos não pediu sua opinião e precisamos saber o que você realmente deseja!

O menino sorriu, emocionado:

— Eu ficaria muito feliz de ter uma nova família!

Também comovida com a situação de Pedro, a mãe não teve mais dúvidas. Correu para eles, abraçando-os, emocionada dizendo ao filho:

— Carlos, seu pai e eu sempre quisemos adotar mais um filho, porém tínhamos medo da sua reação. Seu pai e sua irmãzinha também ficarão muito felizes.

Depois, dirigindo-se a Pedro, completou:

— Seja bem-vindo, meu filho, ao seu novo lar.

E naquele dia, a alegria voltou àquela casa, com as bênçãos de Deus.

Carlos tornou-se um rapazinho mais compreensivo, bem-humorado e feliz, porque deixara de pensar apenas em si mesmo, estendendo amor a outro mais necessitado.

Alguns dias depois, reunidos para almoçar, a família atual e aquela que ajudara Pedro, comemoraram o Dia das Mães em conjunto, como se todos fossem parte de uma única família.

Ali, junto deles, radiante de alegria estava a mãezinha de Pedro, que envolveu a todos com infinito amor e gratidão.

Autoria: Célia Xavier Camargo
Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Internet Google.