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sábado, 30 de maio de 2009

CURSO BÁSICO DE ESPIRITISMO - 2 ANO
Terça feira, 02.06.2009.
6ª Aula - Lei de Conservação
a) Instinto de Conservação - Meios de Conservação
b) Necessário e Supérfluo - Privações Voluntárias - Mortificações
c) Provas Voluntárias - Verdadeiro Cilício
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PALESTRA NO EXPEDIÇÃO CARIDADE
Quarta feira, 03.06.2009

MENSAGEM

AMA E SERVE

Emmanuel

A grandeza do amor repousa invariavelmente na conjugação do verbo servir.
Sem atividade incessante no bem, não conseguiremos derramar os valores do coração.
A própria natureza é um livro aberto nesse sentido.
Tudo, em torno de nós, é um cântico de trabalho em doações da Eterna Bondade que se evidencia no mundo, de mil modos diferentes em cada instante de nossa vida...
Por amar, em nome do Pai Misericordioso,
serve o sol, sustentando todas as criaturas;
serve o chão, nutrindo a sementeira;
serve a nuvem, criando a chuva benéfica;
serve o vento, a serviço de abençoadas fecundações;
serve a árvore, para que o bem-estar do homem se consolide;
serve a flor, preparando a colheita;
serve a fonte, socorrendo a terra necessitada;
serve a pedra, garantindo a segurança do lar;
serve o pássaro, cooperando com o lavrador;
serve o mar, serve o rio, serve o adubo, serve o fogo...

Forças de Deus amparando a Humanidade ajudam em silêncio, sem retribuição e sem queixa...
Tudo porque o Divino Amor é devotamento, carinho, providência, abnegação...
Se desejas partilhar o concerto das bênçãos divinas, ama e serve, sem cogitar de ser amado e sem a expectação de ver-se servido...

Quem ama realmente nada pede, nada reclama, nada exige e nada procura senão a alegria do objeto amado, para que o amor se estenda, a multiplicar-se, soberano e sem fim.
Enquanto esperas o manto ilusório das considerações humanas, teu amor sofre a vizinhança da vaidade.
Enquanto aguardas a compreensão dos outros, o teu amor experimenta a inquietante aproximação do egoísmo...
Ama simplesmente.
Ajuda sem paga.
Dá sem reclamação.
Auxilia sem exigência.
E, servindo cada vez mais, serás um dia surpreendido, em pleno campo de trabalho, pelo Divino Servidor que te converterá com a sua luz em nova luz para a Terra e para os Céus.


Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



POEMA


ALMA GÊMEA


Emmanuel


Alma Gêmea da Minh'alma,
Flor de luz da minha vida,
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão !...
Quando eu errava no mundo,
Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração :

Vinhas na benção dos deuses,
Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade em sorrisos de esplendor !...
És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Por que sou tua esperança,
Como és todo o meu amor !!

Alma Gêmea da minhalma,
Se eu te perder, algum dia,
Serei a escura agonia
Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares,
Luz terna dos meus amores,
Ei de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus...


Do livro Há dois Mil Anos. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


PRECE

Oração da Manhã

Senhor, no silêncio deste dia que amanhece, venho pedir-Te a Paz, a Sabedoria, a Força. Quero olhar hoje o mundo com olhos cheios de Amor. Ser paciente, compreensivo, manso e prudente, ver além das aparências teus filhos como Tu mesmo os vês,e assim, não ver, senão o bem em cada um. Cerra meus ouvidos a toda calúnia. Guarda minha língua de toda maldade. Que eu seja tão bondoso e alegre que todos quantos se achegarem a mim, sintam a Tua presença. Reveste-me de Tua beleza, Senhor, e que no decurso deste dia, eu Te revele a todos. E que assim seja, sempre...

CONDUTA

O Bem: A Subida Que Não Cansa


Aprendi, há muito tempo, que o bem é uma subida que não cansa.

Para o espírita, está máxima apresenta infinitos valores filosóficos, porque, na verdade, ele sabe que – Fora da caridade não há salvação, como bem asseverou Allan Kardec.
Sabe mais o espírita: sabe que não existe sofrimento sem a sua razão de ser, visto Deus ser Pai de amor e bondade, justiça e misericórdia. Significa isto que ninguém sofre sem merecer a dor que purifica.

No caminho do bem, ou seja, da caridade, é preciso não desprezar o uso da razão, que esclarece, ao lado do amor, que consola. O amor deve andar de mão dadas com o esclarecimento, que instrui. Daí a asserção da Doutrina Espírita, conforme instrução do Espírito de Verdade: “Espíritas: amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo”.

Na prática da caridade, junto do pão, que alimenta, do remédio, que cura, da roupa, que protege e do aluguel que alivia, é preciso não menosprezar a palavra e o gesto de benevolência e indulgência, que consola e encoraja o socorrido, nosso irmão, animando-o na sua prova e na sua expiação, de modo que ele possa levar de vencida suas dificuldades e suas dores, sabendo que Deus é Pai de amor e bondade.

Foi por conhecer tão bem a Deus, que Jesus disse aos sofredores: “Bem aventurados sois, vós os que sofreis, por que sereis consolados”.

Pela lei de causa e efeito, a criatura sempre colhe o que semeia. “É dando que se recebe”. O receber é efeito como o dar é causa. Todo efeito justifica uma causa; toda causa gera um efeito. Em razão disto, fácil nos é entender o ensino de Jesus quando ele afirma que “cada qual receberá conforme suas próprias obras”.

A pessoa esclarecida sobre a razão de ser dos seus infortúnios – é óbvio – sentir-se-á mais fortalecida e mais encorajada a suportar, com humildade, os reveses da vida, compreendendo que nada acontece por acaso. Assim, sejam quais forem as vicissitudes que a estejam flagelando, ela se esforçará para superar tudo, escudada na certeza de que Deus, na sua sabedoria, permitindo que tudo aconteça – é porque está lhe guardando o melhor.

Busquemos, pois, com seriedade, o estudo da Doutrina Espírita, certos de que ela é a verdade da sentença de Jesus: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Ela será a força propulsora a impelir-nos na árdua escalada do nosso aperfeiçoamento.


A Flama Espírita - De A. Corrêa de Paiva - Uberaba, junho de 2001


Mensagem Fraterna


Dez Maneiras de Amar a Nós Mesmos

1. Disciplinar os próprios impulsos.

2. Trabalhar, cada dia, produzindo o melhor que pudermos.

3. Atender aos bons conselhos que traçamos para os outros.

4. Aceitar, sem revolta, a crítica e a reprovação.

5. Esquecer as faltas alheias sem desculpar as nossas.

6. Evitar as conversações inúteis.

7. Receber no sofrimento o processo de nossa educação.

8. Calar diante da ofensa, retribuindo o mal com o bem.

9. Ajudar a todos, sem exigir qualquer pagamento de gratidão.

10. Repetir as lições edificantes, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, perseverando no aperfeiçoamento de nós mesmos, sem desanimar e colocando-nos a serviço do Divino Mestre, hoje e sempre.

André Luiz

VINHA DE LUZ


162 - A LUZ INEXTINGUÍVEL

"A caridade jamais se acaba." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 13:8.)

Permaneces no campo da experiência humana, em plena atividade transformadora.

Todas as situações de que te envaideces, comumente, são apenas ângulos necessários, mas instáveis de tua luta.

A fortuna material, se não a fundamentas no trabalho edificante e continuo, é patrimônio inseguro.

A família humana, sem laços de verdadeira afinidade espiritual, é ajuntamento de almas, em experimentação de fraternidade, da qual te afastarás, um dia, com extremas desilusões.

A eminência diretiva, quando não solidificada em alicerces robustos de justiça e sabedoria, de trabalho e consagração ao bem, é antecâmara do desencanto.

A posição social é sempre um jogo transitório.

As emoções da esfera física, em sua maior parte, apagam-se como a chama duma vela.

A mocidade do corpo denso é floração passageira.

A fama e a popularidade costumam ser processos de tortura incessante.

A tranqüilidade mentirosa é introdução a tormentos morais.

A festa desequilibrante é véspera de laborioso reparo.

O abuso de qualquer natureza compele ao reajustamento apressado.

Tudo, ao redor de teus passos, na vida exterior, é obscuro e problemático.

O amor, porém, é a luz inextinguível.

A caridade jamais se acaba.

O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte.

Através do amor que nos eleva, o mundo se aprimora.

Ama, pois, em Cristo, e alcançarás a glória eterna.

Livro Vinha de Luz. Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 27 - Pedi e Obtereis

2 - Eficácia da prece
Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.)


Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.
Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser modificadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus conceda certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.
Desta máxima: "Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece", seria ilógico deduzir que basta pedir para obter e seria injusto acusar a Providência se não concede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.
O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante idéias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: "Ajuda-te, que o Céu te ajudará"; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. Tomemos um exemplo. Um homem se acha perdido no deserto. A sede o martiriza horrivelmente. Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o assista, e espera. Nenhum anjo lhe virá dar de beber. Contudo, um bom Espírito lhe sugere a idéia de levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si. Por um movimento maquinal, reunindo todas as forças que lhe restam, ele se ergue, caminha e descobre ao longe um regato. Ao divisá-lo, ganha coragem. Se tem fé, exclamará: "Obrigado, meu Deus, pela idéia que me inspiraste e pela força que me deste." Se lhe falta a fé, exclamará: "Que boa idéia tive! Que sorte a minha de tomar o caminho da direita, em vez do da esquerda; o acaso, às vezes, nos serve admiravelmente! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me ter deixado abater!"
Mas, dirão, por que o bom Espírito não lhe disse claramente: "Segue este caminho, que encontrarás o de que necessitas"? Por que não se lhe mostrou para o guiar e sustentar no seu desfalecimento? Dessa maneira tê-lo-ia convencido da intervenção da Providência. Primeiramente, para lhe ensinar que cada um deve ajudar-se a si mesmo e fazer uso das suas forças. Depois, pela incerteza, Deus põe a prova a confiança que nele deposita a criatura e a submissão desta à sua vontade. Aquele homem estava na situação de uma criança que cai e que, vendo alguém, se põe a gritar e fica à espera de que a venham levantar; se não vê pessoa alguma, faz esforços e se ergue sozinha.

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quinta-feira, 28 de maio de 2009

DEUS NUNCA ERRA !
Um rei que não acreditava na bondade de DEUS, tinha um servo que em todas as situações lhe dizia: Meu rei, não desanime porque tudo que Deus faz é perfeito , Ele não erra!
Um dia eles saíram para caçar e uma fera atacou o rei. O seu servo conseguiu matar o animal, mas não pôde evitar que sua majestade perdesse um dedo da mão.
Furioso e sem mostrar gratidão por ter sido salvo, o nobre disse: Deus é bom? Se Ele fosse bom eu não teria sido atacado e perdido o meu dedo.
O servo apenas respondeu: Meu Rei, apesar de todas essas coisas, só posso dizer-lhe que Deus é bom; e ele sabe o por que de todas as coisas
O que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra! Indignado com a resposta, o rei mandou prender o seu servo . Tempos depois, saiu para uma outra caçada e foi capturado por selvagens que faziam sacrifícios humanos.
Já no altar, prontos para sacrificar o nobre, os selvagens perceberam que a vítima não tinha um dos dedos e soltaram-no: ele não era perfeito para ser oferecido aos deuses.
Ao voltar para o palácio, mandou soltar o seu servo e recebeu -o muito afetuosamente. Meu caro, Deus foi realmente bom comigo! Escapei de ser sacrificado pelos selvagens , justamente por não ter um dedo! Mas tenho uma dúvida: Se Deus é tão bom, por que permitiu que você, que tanto o defende, fosse preso?
Meu rei, se eu tivesse ido com o senhor nessa caçada, teria sido sacrificado em seu lugar, pois não me falta dedo algum. Por isso, lembre-se: tudo o que Deus faz é perfeito
Ele nunca erra!Muitas vezes nos queixamos da vida e das coisas aparentemente ruins que nos acontecem, esquecendo-nos que nada é por acaso e que tudo tem um propósito.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

CURSO BASICO DE ESPIRITISMO
Terça Feira, 26 de Maio de 2009
5ª Aula: Lei de Reprodução
a) População do Globo - Sucessão e Aperfeiçoamento da Raças - Obstáculos à Reprodução
b) Casamento e Celibato - Poligamia
c) Indissolubilidade do Casamento - Divórcio
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Palestra no Expedição Caridade
quarta feira, 27 de Maio de 2009

POESIA

ANSEIO

Iveta Ribeiro

Admiro, Senhor,
As cataratas imponentes
Acionando turbinas,
De cuja força e majestade
O progresso desponta;
Se permites, porém,
Que algo te rogue a mais no que me concedeste,
Dê-me a simplicidade
Que puseste na fonte.


Admiro, Senhor,
O tronco alto e robusto
Que domina a montanha
E enfrenta sem receio
A tempestade, face a face;
Mas, se posso escolher,
Viverei feliz, anônima no vale,
Na condição da erva que se inclina
Para que o vento passe.


Admiro, Senhor,
A seara no campo,
Em plena afirmação de vitória e fartura,
Recordando um céu verde
Que em pepitas douradas se constela;
No entanto, se consentes
Que me externe, mostrando o meu desejo,
Quisera ter o encargo pequenino
Da semente singela.


Admiro, Senhor,
Todas as maravilhas que criaste,
O firmamento, os sóis, os continentes,
As rochas entre as quais talhaste a Terra
Sobre imenso maciço;
Dá-me, porém, a graça da humildade,
Que eu venha a ser, no mar de Tua Glória,
Uma gota sem nome,
Ocupada em serviço.


Da Obra “Vereda De Luz” – Espíritos Diversos – Médium: Francisco C. Xavier

PRECE

Prece de alguém que sofre

Senhor, meu Deus, Pai bondoso, busco-O com esperança
de que o seu amor seja capaz de acalmar-me agora.
Busco o colo e o aconchego de quem me conhece
desde sempre e sabe bem os motivos das minhas
dores e do meu desespero.
Pai de justiça e de amor envolva meu coração
dolorido em Seu afeto infinito, para que meu
desânimo arrefeça e que eu não desista da luta.
Ampare-me em seus braços, dando-me a certeza
de que jamais estarei sozinho, mesmo quando o
silêncio for meu único companheiro e a estrada
da vida me parecer deserta.
Dá-me forças e coragem para seguir meu caminho,
por mais duras que sejam as provas e por mais
distante que meu amor possa estar de meus olhos.
Peço, Senhor, que suas palavras ecoem em minha intimidade, guiando meus passos e curando as
feridas que sangram em minha alma.
Feridas causadas por minha incúria, por meu egoísmo
e pela minha falta de capacidade de perdoar.
Envolva-me em um abraço afetuoso, capaz de estancar essas lágrimas que insistem em rolar de meus olhos e de molhar minha face.
Não pretendo que o sofrimento que ora vivo seja simplesmente arrancado de meus dias.
Se ele está presente em mim hoje é porque
o semeei no passado, bem sei.
Peço apenas humildemente, Senhor,
para suportá-lo com dignidade.
Peço que me auxilie a me manter em pé, nesses
momentos tão duros, em que sinto os joelhos
cedendo ao peso do cansaço e do desalento.
Não permita, pai, que a tristeza tome, de vez,
conta de meu pensamento, impedindo-me de
ver com clareza e de acreditar no amanhã.
Não deixe, Senhor, que o remorso
e o arrependimento pelos meus erros sejam
desculpa para novos deslizes e maiores enganos.
Fortaleça meu desejo de suportar as dificuldades
que me possibilitarão ser uma criatura melhor.
Que a paixão seja alavanca de progresso e
não mais motivação para novos equívocos.
Ajude-me, Senhor, a trilhar o caminho do bem,
por mais estreita que seja a sua porta,
por mais pesado que seja o meu fardo.
Que a revolta e o desespero não preencham
meus dias e nem povoem minhas noites.
Ilumine, com a sua verdade, Senhor,
meus atos e minhas palavras.
Pois, sinto-me tão só e tão perdido, nesse mundo
de desterro e de exílio, onde a felicidade
é fugaz e passageira.
Somente a certeza da sua presença constante em
minha existência pode me trazer a paz e o conforto
que meu espírito infeliz tanto almeja.
Abra meus olhos para as verdades eternas da vida
e conceda-me a graça de confiar sempre,
sem hesitação e sem esmorecimento.
Auxilia-me, Pai bondoso, para que eu possa seguir
em frente, de uma vez por todas, deixando para trás meu passado equivocado, construindo,
a partir de hoje, bases de amor e de felicidade
para o futuro. Que assim seja...


DECISÃO

De hoje em diante

Você já traçou, alguma vez, um plano de felicidade ainda que por apenas um dia?

Pois uma pessoa nos enviou um plano que trará dias muito felizes para quem o seguir.

Ela se propôs ao seguinte:

De hoje em diante, todos os dias, ao acordar, direi: eu hoje vou ser feliz!

Vou lembrar de agradecer ao sol pelo seu calor e luminosidade. Sentirei que estou vivendo, respirando. Posso desfrutar de todos os recursos da natureza, gratuitamente.

Não preciso comprar o canto dos pássaros, nem o murmúrio das ondas do mar. Lembrarei de observar a beleza das árvores, das flores, da relva, da natureza em geral.

Vou sorrir mais, sempre que puder. Vou cultivar mais amizades e neutralizar as inimizades.

Não vou julgar os atos dos meus semelhantes e vou aprimorar os meus.

Lembrarei de ligar para alguém só para dizer que estou com saudades.

Reservarei alguns minutos de silêncio para ter a oportunidade de ouvir.

Não vou lamentar nem amargar as injustiças, mas vou pensar no que posso fazer para diminuir seus efeitos.

Terei sempre em mente que o tempo passado não volta mais e vou aproveitar bem todos os minutos.

Não vou sofrer por antecipação, prevendo futuros incertos, nem com atraso, lembrando de coisas sobre as quais não posso fazer nada.

Não vou sofrer pelo que não tenho e que gostaria de ter, e buscarei ser feliz com o que possuo. E o maior bem que tenho é a própria vida.

Vou lembrar de ler uma poesia, ouvir uma canção e dedicá-las a alguém.

Vou fazer algo por alguma pessoa sem esperar nada em troca, apenas pelo prazer de vê-la sorrir.

Vou lembrar que existe alguém que me quer bem, e dedicar uns minutos para pensar em Deus, assim ele saberá que está sempre em meu coração.

Vou procurar transmitir um pouco de alegria aos outros, especialmente quando sentir que a tristeza e o desânimo querem se aproximar.

E, quando a noite chegar, eu vou olhar para o céu, para as estrelas e para o luar e agradecer aos anjos e a Deus, porque hoje eu fui feliz!



Sem dúvida esse é um roteiro traçado por alguém que deseja realmente conquistar a paz de consciência e, por conseqüência, a felicidade.

E nós podemos até dizer que tudo isso é muito difícil de alcançar, mas uma coisa é certa: é bem simples.

A única coisa que precisamos, é ter vontade. E para acionar a vontade, basta querer.

***



Existe uma pessoa, e somente uma, capaz de fazer você feliz.

Se você deseja conhecê-la, fique em frente ao espelho e diga: olá!

No espelho você verá a pessoa responsável pelo seu destino.

Você é herdeiro de si mesmo.

Seus atos lhe pertencem.

E a sua felicidade espera pela sua decisão.

FONTE VIVA


96 - ALEM DOS OUTROS


"Não fazem os Publicanos também o mesmo?"
- Jesus. MATEUS, 5:46.


Trabalhar no horário comum irrepreensivelmente, cuidar dos deveres domésticos, satisfazer exigências legais e exercitar a correção de proceder, fazendo o bastante na esfera das obrigações inadiáveis, são tarefas peculiares a crentes e descrentes na senda diária.

Jesus, contudo, espera algo mais do discípulo.

Correspondes aos impositivos do trabalho diuturno, criando coragem, alegria e estímulo, em derredor de ti?

Sabes improvisar o bem, onde outras pessoas se mostraram infrutíferas?

Aproveitas, com êxito, o material que outrem desprezou por imprestável?

Aguardas, com paciência, onde outros desesperaram?

Na posição de crente, conservas o espírito de serviço, onde o descrente congelou o espírito de ação?

Partilhas a alegria de teus amigos, sem inveja e sem ciúme, e participas do sofrimento de teus adversários, sem falsa superioridade e sem alarde?

Que dás de ti mesmo no ministério da caridade?

Garantir o continuísmo da espécie, revelar utilidade geral e adaptar-se aos movimentos da vida são característicos dos próprios irracionais.

O homem vulgar, de muitos milênios para cá, vem comendo e bebendo, dormindo e agindo sem diferenças fundamentais, na ordem coletiva. De vinte séculos a esta parte, todavia, abençoada luz resplandece na Terra com os ensinamentos do Cristo, convidando-nos a escalar os cimos da espiritualidade superior. Nem todos a percebem, ainda, não obstante envolver a todos. Mas.. para quantos se felicitam em suas bênçãos extraordinárias, surge o desafio do Mestre, indagando sobre o que de extraordinário estamos fazendo.



Livro Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 13 – Que a Mão Esquerda Não Saiba o Que Faz a Direita

Os Infortúnios Ocultos

4 – Nas grades calamidades, a caridade se agita, e vêem-se generosos impulsos para reparar os desastres. Mas, ao lado desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam desapercebidos, de pessoas que jazem num miserável catre, sem se queixarem. São esses os infortúnios discretos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que venham pedir assistência.
Quem é aquela senhora de ar distinto, de trajes simples, mas bem cuidados, seguida de uma jovem que também se veste modestamente? Entra numa casa de aspecto miserável, onde sem dúvida é conhecida, pois à porta é saudada com respeito. Para onde vai? Sobe até a água furtada: lá vive uma mãe de família, rodeada pelos filhos pequenos. À sua chegada, a alegria brilha naqueles rostos emagrecidos. É que ela vem acalmar todas as suas dores. Traz o necessário, acompanhado de suaves e consoladoras palavras, que fazem aceitar a ajuda sem constrangimentos, pois esses infortunados não são profissionais de mendicância. O pai se encontra no hospital, e durante esse tempo à mãe não pode suprir as necessidades.
Graças a ela, essas pobres crianças não sofrerão nem frio nem fome; irão à escola suficientemente agasalhados e no seio da mãe não faltará o leite para os menorzinhos. Se uma entre elas adoece, não lhe repugnará prestar-lhe os cuidados materiais. Dali seguirá para o hospital, levará ao pai algum consolo e tranqüilizá-lo quanto à sorte da família. Na esquina, uma carruagem a espera, verdadeiro depósito de tudo o que vai levar aos protegidos, que visita sucessivamente. Não lhes pergunta pela crença nem pelas opiniões, porque, para ela, todos os homens são irmãos e filhos de Deus. Finda a visita, ela diz a si mesma: Comecei bem o meu dia. Qual é o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, tem um nome que não revela a ninguém, mas é o anjo da consolação. E, à noite, um concerto de bênçãos se eleva por ela ao Criador: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem.
Por que se veste tão simplesmente? Para não ferir a miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha adolescente? Para lhe ensinar como se deve praticar a beneficência. A filha também quer fazer a caridade, mas a mãe lhe diz: “Que podes dar, minha filha, se nada tens de teu? Se te entrego alguma coisa para dares aos outros, que mérito terás? Serei eu, na verdade, quem farei a caridade, e tu quem terás o mérito? Isso não é justo. Quando formos visitar os doentes, ajudar-me as a cuidar deles, pois dar-lhes cuidados é dar alguma coisa. Isso não te parece suficiente? Nada mais simples: aprende a fazer costuras úteis, e assim confeccionarás roupinhas para essas crianças, podendo dar-lhes alguma coisa de ti mesma”. É assim que esta mãe verdadeiramente cristã vai formando sua filha das virtudes ensinadas pelo Cristo. É espírita? Que importa?
Para o meio em que vive, é a mulher do mundo, pois sua posição o exige; mas ignoram o que ela faz, mesmo porque não lhe interessa outra aprovação que a de Deus e da sua própria consciência. Um dia, porém, uma circunstância imprevista leva à sua casa uma de suas protegidas, para lhe oferecer trabalhos manuais. “Psiu! — diz-lhe ela. Não contes a ninguém!” Assim falava Jesus.

quinta-feira, 21 de maio de 2009


PEGADAS NA AREIA



Uma noite eu tive um sonho...

Sonhei que estava andando na praia com o Senhor e através do céu, passavam cenas da minha vida.

Para cada cena que passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era meu e o outro era do Senhor.

Quando a última cena passou diante de nós, olhei para trás, para as pegadas na areia e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.

Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso me aborreceu deveras e perguntei então ao Senhor:

- Senhor, Tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, Tu andarias sempre comigo, em todo o caminho. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo porque nas horas em que eu mais necessitava de Ti, Tu me deixaste sozinho.

O Senhor me respondeu:

- Meu querido filho. Jamais eu te deixaria nas horas de provas e de sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que eu te carreguei nos braços.

Do livro "Pegadas na areia" - Margareth Fishback Powers - Ed.Fundamento

sábado, 16 de maio de 2009

CURSO BASICO DE ESPIRITISMO
2º ANO - TERÇA FEIRA, 19.05.2009
4ª Aula: Lei do Trabalho
a) Necessidade do Trabalho
b) Limite do Trabalho - Repouso
c) Cuidar do Corpo e do Espirito
Livro Jesus no Lar - Lição 43: A Gloria do Esforço
===================================== PALESTRA NO EXPEDIÇÃO CARIDADE
QUARTA FEIRA, 20.05.2009

PRECE

ABENÇOA A MINHA ALEGRIA!

Senhor, minha estrada é feita de dias que nem sempre estiveram claros e felizes, e onde horas sombrias turvaram meu coração de aflição e lágrimas...
Experimentei muitas vezes, meu Pai, a solidão, o abandono e a ingratidão... Em minha memória persistem ainda momentos amargos, onde se misturam dor e mágoa, a dizer de almas que passaram por mim quais tormentas humanas deixando para trás um rastro infeliz de dano e destruição... No corpo, meu Pai, a marca do tempo, e em minha alma, a marca dos sentimentos alheios e que nem sempre estiveram de acordo com a Tua Lei de fraternidade, caridade e perdão...
Amei, Senhor, e nem sempre fui amado; reparti, e muitas vezes passei por privações; estendi a mão amiga e tropecei por falta de apoio; abracei e me vi sozinho; sequei lágrimas e chorei a sós minhas dores; ofertei abrigo e caminhei ao desamparo; clareei caminhos e me surpreendi sem rumo na noite da prova; solucionei enigmas e me perdi de mim mesmo; suscitei esperanças e vi meus sonhos se desfazendo sob os pés de ingratos; indiquei o Senhor como remédio adequado a todo sofrimento e me esqueci de Ti na hora de meu martírio por não ouvir da boca dos que beneficiei palavras que me lembrassem de Tua presença ao meu lado...
Mesmo assim, Senhor, não deixei meu sorriso perder-se entre as brumas da aflição e da tristeza. Persisti vida afora, da maneira que me foi possível, preservando dentro de mim o tesouro da confiança e da fé, a se manifestar na tímida alegria com que soube sempre saudar a vida, nas suas mais diversas manifestações!...
Vive em mim a alegria por laço indestrutível a ligar-me à Ti, qual caminho sólido e seguro e no qual Te vislumbro porque és acima de tudo claridade, vida e contentamento! Se é na confiança no amanhã que nasce a força para enfrentar o hoje, por mais difícil, é na luz e na magia de um sorriso abençoado por Ti que esta força torna-se poder irresistível e transformador!
Te rogo, Pai, abençoa sempre este meu estado de alma! Não permita que as provas pelas quais passei e ainda passarei empanem com sua sombra triste os dias que me restam sobre a Terra! Que nem a dor, nem a doença, sequer as perdas me façam deixar de cultivar no rosto o sorriso que desfaz toda melancolia e toda lágrima! Que eu saiba manter no coração a alegria qual facho permanente de luz a unir-me ao teu Amor, e a me falar de alegrias maiores e mais venturosas que reservas a todos os filhos que embora açoitados pelos males do mundo permanecem contigo sem desfalecer, seguindo em frente jubilosos e pacificados desde agora, no rumo do Teu Reino eterno de infinita glória e felicidade!

Assim seja!

André Luiz

INSTRUÇÃO

VIVER MELHOR

Todos queremos ser felizes, viver melhor.
Entretanto, ouçamos a experiência.
A felicidade não é um tapete mágico. Ela nasce dos bens que você espalhe, não daqueles que se acumulam inutilmente.
Tanto isto é verdade que a alegria é a única doação que você pode fazer sem possuir nenhuma.
Você pode estar em dificuldade e suprimir muitas dificuldades dos outros.
Conquanto às vezes sem qualquer consolação, você dispõe de imensos recursos para reconfortar e reerguer os irmãos em prova ou desvalimento.
A receita de vida melhor será sempre melhorar-nos, através da melhora que venhamos a realizar para os outros.
A vida é dom de Deus em todos.
E quem serve só para si não serve para os objetivos da vida, porque viver é participar, progredir, elevar, integrar-se.
Se aspirarmos a viver melhor, escolhamos o lugar de servir na causa do bem de todos.
Para isso, não precisa você acondicionar-se a alheios pontos de vista.
Engaje-se na fileira dos servidores que se lhe afine com as aptidões.
Aliste-se em qualquer serviço no bem comum.
É tão importante colaborar na higiene do seu bairro ou na construção de uma escola, quanto auxiliar a uma criança necessitada ou prestar apoio a um doente.
Procure a paz, garantindo a paz onde esteja.
Viva em segurança, cooperando na segurança dos outros.
Aprendamos a entregar o melhor de nós à vida que nos rodeia e a vida nos fará receber o melhor dela própria.
Seja feliz, fazendo os outros felizes.
Saia de você mesmo ao encontro dos outros, mas não resmungue, nem se queixe contra ninguém. E os outros nos farão encontrar Deus.
Não julgue que semelhante instrução seja assunto unicamente para você que ainda se acha na Terra. Se você acredita que os chamados mortos estão em paz gratuita, o engano é seu, porque os mortos se quiserem paz que aprendam a sair de si mesmos e a servirem também.

ANDRÉ LUIZ
( 4. Respostas da Vida, edição IDEAL)


POESIA

SONETO

RAIMUNDO DA MOTA DE AZEVEDO CORREIA

Tudo passa no mundo. O homem passa
Atrás dos anos sem compreendê-los;
O tempo e a dor alvejam-lhe os cabelos,
À frouxa luz de uma ventura escassa.


Sob o infortúnio, sob os atropelos
Da dor que lhe envenena o sonho e a graça,
Rasga-se a fantasia que o enlaça,
E vê morrer seus ideais mais belos!...


Longe, porém, das ilusões desfeitas,
Mostra-lhe a morte vidas mais perfeitas,
Depois do pesadelo das mãos frias...


E como o anjinho débil que renasce,
Chora, chora e sorri, qual se encontrasse
À luz primeira dos primeiros dias.


Ah!... se a Terra tivesse o amor, se cada
Homem pensasse no tormento alheio,
Se tudo fosse amor, se cada seio
De mãe nutrisse os órfãos... Se na estrada


Do contraste e da dor houvesse o anseio
Do bem, que ampara a vida torturada,
Que jamais viu um raio de alvorada
Dentro da noite eterna que lhe veio
Do sofrimento que ninguém conhece...

Ah! se os homens se amassem nessa estância
A dor então desapareceria...
A existência seria a ardente prece
Erguida a Deus do seio da abundância,
Entre os hinos da paz e da alegria.


Do livro Parnaso de Além-Túmulo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Mensagem Fraterna

Fazendo Sol

Amanheceste chorando pelos que te não compreendem.
Amigos rixaram contigo.
Nos mais amados, viste o retrato da ingratidão.
Aspiravas a desentranhar o carinho nos corações queridos, com a pureza e a simplicidade da abelha que extrai o néctar das flores sem alterá-las, e, porque não conseguiste, queres morrer...
Não te encarceres, porém, nos laços do desespero.
Afirmas-te à procura do amor, mas não te recordas daqueles para quem o teu simples olhar seria assim como o sorriso da estrela, descerrado nas trevas.
Mostram a cabeça encanecida, à feição de nossos pais, são irmãos semelhantes a nós ou são jovens e crianças que poderiam ser nossos filhos... Contudo, estiram-se em leitos de pedra ou refugiam-se em antros, fincados no solo, quais se fossem proscritos atormentados.
Não te pedem mais que um pão, a fim de que se lhes restaurem as energias do corpo enfermo, ou uma palavra de esperança que lhes console a alma dorida.
Não percas o tesouro das horas, na aflição sem proveito.
Podes ser, ainda hoje o apoio dos que esmorecem desalentados, ou a luz dos que jazem nas sombras; podes estender o cobertor agasalhante sobre aqueles a quem a noite pede perdão por ser fria, aliviar o suplício dos companheiros que a moléstia carcome ou dizer a frase calmante para os que enlouqueceram de sofrimento...
Sai, pois de ti mesmo para conhecer a glória de amar!...

Perceberás, então, que a existência na Terra é apenas um dia na eternidade, aprendendo a iluminá-la de amor, como quem anda fazendo sol, nos caminhos da vida, e encontrarás, mais tarde, em cânticos de alegria, todos aqueles que te não amam agora, amando-te muito mais, por te buscarem a luz no instante do entardecer.


Meimei

Xavier, Francisco Cândido, Vieira, Waldo, O Espírito da Verdade, Por Espíritos Diversos. Brasília, DF, FEB, 1961, cap. 25.

VINHA DE LUZ

75 – ESPERANÇA


Emmanuel


"Porque tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança." - Paulo. (ROMANOS, 15:4.)


A esperança é a luz do cristão.

Nem todos conseguem, por enquanto, o vôo sublime da fé, mas a força da esperança é tesouro comum.

Nem todos podem oferecer, quando querem, o pão do corpo e a lição espiritual, mas ninguém na Terra está impedido de espalhar os benefícios da esperança.

A dor costuma agitar os que se encontram no "vale da sombra e da morte", onde o medo estabelece atritos e onde a aflição percebe o "ranger de dentes", nas "trevas exteriores", mas existe a luz interior que é a esperança.

A negação humana declara falências, lavra atestados de impossibilidade, traça inextricáveis labirintos, no entanto, a esperança vem de cima, à maneira do Sol que ilumina do alto e alimenta as sementeiras novas, desperta propósitos diferentes, cria modificações redentoras e descerra visões mais altas.

A noite espera o dia, a flor o fruto, o verme o porvir... O homem, ainda mesmo que se mergulhe na descrença ou na dúvida, na lágrima ou na dilaceração, será socorrido por Deus com a indicação do futuro.

Jesus, na condição de Mestre Divino, sabe que os aprendizes nem sempre poderão acertar inteiramente, que os erros são próprios da escola evolutiva e, por isto mesmo, a esperança é um dos cânticos sublimes do seu Evangelho de Amor.

Imensas têm sido, até hoje, as nossas quedas, mas a confiança do Cristo é sempre maior. Não nos percamos em lamentações. Todo momento é instante de ouvir Aquele que pronunciou o "Vinde a mim ..."

Levantemo-nos e prossigamos, convictos de que o Senhor nos ofereceu a luz da esperança, a fim de acendermos em nós mesmos a luz da santificação espiritual.


Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 19: A Fé Que Transporta Montanhas

1 - Poder da fé
1. Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu. dizendo: Ó raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui esse menino. - E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? - Respondeu-lhes Jesus: Por causa da vossa pouca fé. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (S. MATEUS, cap. XVII, vv. 14 a 20.)
2. No sentido próprio, é certo que a confiança nas suas próprias forças toma o homem capaz de executar coisas materiais, que não consegue fazer quem duvida de si. Aqui porém unicamente no sentido moral se devem entender essas palavras. As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má-vontade, em suma, com que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho de quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, tanto nas pequenas coisas, como nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer.
3. Noutra acepção, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança. Num como noutro caso, pode ela dar lugar a que se executem grandes coisas.
A fé sincera e verdadeira é sempre calma; faculta a paciência que sabe esperar, porque, tendo seu ponto de apoio na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao objetivo visado. A fé vacilante sente a sua própria fraqueza; quando estimulada pelo interesse, toma-se furiosa e julga suprir, com a violência, a força que lhe falece. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança; a violência, ao contrário, denota fraqueza e dúvida de si mesmo.
4. Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus. Por essa razão é que os bons Espíritos lhe vêm em auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado, cedo ou tarde, pela decepção e pelos malogros que lhe são infligidos.
5. O poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética; por seu intermédio, o homem atua sobre o fluido, agente universal, modifica-lhe as qualidades e lhe dá uma impulsão por assim dizer irresistível. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigamente por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural. Tal o motivo por que Jesus disse a seus apóstolos: se não o curastes, foi porque não tínheis fé.

terça-feira, 12 de maio de 2009

CURSO BASICO DE ESPIRITISMO - 2º ANO - Terça Feira, 12.05.2009
3ª aula - Lei de Adoração
a) Finalidade da Adoração, Adoração Exterior, Vida Contemplativa
b) Da Prece, Politeismo, Sacrificios
c) A Parabola da Figueira Seca
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PALESTRA NO EXPEDIÇÃO CARIDADE
quarta feira, 13.05.2009

PRECE

Oração para os momentos de desânimo


Sentir a presença de Deus nos anima e conforta.


Senhor, abro o meu coração e peço que a Tua
presença me levante neste momento tão difícil que estou vivendo.
Desânimo, dúvida e fraqueza tomam conta do meu coração.
Tire de mim todo o sentimento de fracasso e de solidão.
Erga a minha vida com todo o Teu poder e amor.
Não me deixe ser vencido(a) pelo desânimo.
Só o Senhor pode me ajudar e libertar de todos
os inimigos e fantasmas da alma.
Senhor, recebo a Tua força em meu coração e o
Teu divino Espírito Santo para limpar e preencher
toda a minha vida. Não ficarei prostrado(a),
mas me levantarei para vencer e
cumprir todo o Teu propósito.

Assim seja.

NA EXALTAÇÃO DO AMOR

A folha ressequida que cai, anônima, do pedúnculo em que nasceu, é bem o símbolo do poder oculto de Deus em a Natureza.
Poder que é força, vida e amor... Quem a recolheu?
O Sol? Não. O Vento? Não. O Homem? Não.
A folha desceu por si mesma, segundo os ditames preestabelecidos pelas leis gerais do Universo, para o seio fecundante da Terra que a transforma em novo elemento no laboratório da incessante renovação.
Assim também se movem as criaturas e os destinos.
A folha cai... Os mundos caminham... O homem evolve...
Brilha o Sol, naturalmente, mantendo a Família Planetária nos domínios da Casa Cósmica. Avança o Vento, sem esforço, nutrindo a euforia das plantas.
Em princípios de soberana espontaneidade, constrói o Homem a própria existência.
Saber não é tudo.
Só o amor consegue totalizar a glória da vida. Quem vive respira. Quem trabalha progride. Quem sabe percebe.
Quem ama respira, progride, percebe, compreende, serve e sublima, espalhando a felicidade.
Siga, pois, seu roteiro, louvando o bem, esquecendo o mal e edificando sem repouso.
Se o caminho é áspero e sombrio, prossiga com destemor.
Lembre-se que na vanguarda há mais amplo local para a sua esperança.
Busque ouvir a mensagem do amor, onde passe.
Estude amando.
Responda aos imperativos da evolução, amando onde esteja.
Atenda ao semelhante, amando com alegria.
Satisfará, em tudo, a você mesmo, amando sempre.
Na marcha ascendente para o Reino Divino, o Amor é a Estrada Real. As outras vias chamam-se experiências que a Eterna Sabedoria, ainda por amor, traçou à grande viagem das almas para que o espírito humano não se perca.
Antes de você, o amor já era. Depois de você, o amor será.
Isso, porque o Amor é Deus em tudo. Viva, assim a vida, amando-a para entendê-la. Viver e amar... Amar e compreender...
Compreender e viver abundantemente...
Ângulos de uma verdade só - A Vida Eterna.
No entanto, viver sem amar é respirar sem trabalho digno; querer com exclusivismo entontecente é contemplar situações e circunstâncias com apriorismos que geram a enfermidade e a morte.
Se você sabe, portanto, o que é viver, por que não vive?
Só vive realmente quem ama.
Só ama efetivamente quem age para o bem de todos.
Só age, sem dúvida, para o bem de todos, quem compreende que o amor é a base da própria vida.
Fora dessa verdade, há também movimento e ação de sombra que tornará fatalmente à luz em ciclos determinados de choro, provação e martírio.
Nada novo, sempre a Lei, que funciona compassiva, mas inexorável, restituindo a cada sementeira a colheita certa.
Comande a embarcação de seu destino e não atribua a outrem os erros que as suas mãos venham a cometer.
De você mesmo depende a própria viagem.
Instrua a você, sem procurar encobrir, ante a própria consciência, as faltas que lhe arrojam a alma ao desencanto ou ao agravo das próprias necessidades do espírito.
Ainda que a noite lhe envolva o passo, alente, no imo do ser, o dia eterno da fé.
Não se confie ao sabor da invigilância, para que a invigilância não lhe arraste a existência ao sabor do sofrimento.
Antes de nós, o Universo era o Santuário da Glória Divina.
Lembremo-nos, pois, de que Deus nos criou para acrescentar-Lhe a grandeza.
Não Lhe diminuamos o esplendor, cultivando a treva...
Enganaremos a forma.
Jamais enganaremos a vida que palpita, triunfante, em nós mesmos.
Aprenda a buscar aquilo de que você carece no próprio aperfeiçoamento, antes que alguém lhe ensine a preço de aflição.
Busque o roteiro exato, antes que outros se lhe ofereçam, no dia de sua perturbação, para guias de sua dor.
Força é poder. Idéia é força.
Mas só o amor condiciona o poder para a vitória da luz.
Ame o caminho. Caminhe e vença.
Anote hoje os seus movimentos, no ritmo do trabalho e da oração, e o amanhã surgirá com brilho sempre novo.
Sorria para os lances mais difíceis da estrada e os panoramas próximos e remotos descerrar-se-ão sorrindo à sua alma.
Não pare senão para refazer o fôlego atormentado.
Mais além, é a estrada de destino.
Não escute o murmúrio das sombras senão para socorrer as vítimas do mal, a fim de que os gemidos enganadores do nevoeiro não lhe anestesiem o impulso de elevação.
A fraternidade ser-lhe-á anjo sentinela entre os pântanos da amargura.
Cante o poema da caridade, seja onde for, e as criaturas irmãs, ainda mesmo quando algemadas ao crime, responder-lhe-ão com estribilhos de amor.
Guarde compaixão e a paz ser-lhe-á doce prêmio.
Exemplifique a fé que lhe honra a inteligência e o mundo abençoar-lhe-á todas as palavras.
Amanheça todo dia no serviço que lhe compete e o dever retamente cumprido manterá você, invariavelmente, na manhã luminosa da vida. Antes de amparar a você, ampare aqueles que, desde muito, suspiram pela migalha de seu amparo.
Antes de nossa vontade, a vontade do Senhor.
Antes do bem para nós, o bem necessário aos outros.
Seja para você a justiça que observa e corrige e seja para o irmão de jornada a bondade que ajuda e absolve sempre.
Sobretudo, guarde a certeza de que o amor se emoldura na humildade que nunca fere.
Coloque você em último lugar e a vida encarregar-se-á de sua própria defesa em qualquer parte.
Ainda mesmo com sacrifício, sob chuvas de fel e gritos de calúnia, renda diariamente seu culto ao amor e o amor na própria vida brilhará em sua alma, convertendo-a em estrela para a Glória Sem-Fim.

ANDRÉ LUIZ
(O Espírito da Verdade, cap. 78)


POESIA

Fraternidade



João de Deus



Fraternidade é árvore bendita,

Cujas flores e ramos de esperança

Buscam a luz eterna que se agita,

Rumo ao país ditoso da bonança.



É a fonte cristalina em que descansa

A alma humana fraca, errante e aflita;

É a luminosa bem-aventurança

Da mensagem de Deus, pura e infinita!...



Vós que chorais ao coro das procelas,

Vinde, irmãos! Desdobrai as vossas velas!...

Não vos sufoque o horror da tempestade



Fraternidade é o derradeiro porto,

A terra da união e do conforto,

Que habitaremos na Imortalidade.



Do livro Parnaso de Além-Túmulo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

ESTORIA


PEQUENA HISTÓRIA
Neio Lúcio



Um dia, a Gota d’água, o Raio de Luz, a Abelha e o Homem Preguiçoso chegaram ao Trono de Deus.

O Todo-Poderoso recebeu-os, com bondade, e perguntou pelo que faziam.

A Gota d’água avançou e disse:

Senhor, eu estive num terreno quase deserto, auxiliando uma raiz de laranjeira. Vi muitas árvores sofrendo sede e diversos animais que passavam, aflitos, procurando mananciais.

Fiz o que pude, mas venho pedir-te outras Gotas d’água que me ajudem a socorrer quantos necessitem de nós.

O Pai sorriu, satisfeito, e exclamou:

Bem-aventurada sejas pelo entendimento de minhas obras. Dar-te-ei os recursos das chuvas e das fontes.

Logo após, o Raio de Luz adiantou-se e falou:

- Senhor, eu desci ... desci ... e encontrei o fundo de um abismo. Nesse antro, combati a sombra, quanto me foi possível, mas notei a presença de muitas criaturas suplicando claridade.

Venho ao Céu rogar-te outros Raios de Luz que comigo cooperem na libertação de todos aqueles que, no mundo, ainda sofrem a pressão das trevas.

O Pai, contente, respondeu:

- Bem aventurado sejas pelo serviços à Criação. Dar-te-ei o concurso do Sol, das lâmpadas, dos livros iluminados e das boas palavras que se encontram na Terra.

Depois disso, a Abelha explicou-se:

- Senhor, tenho fabricado todo o mel, ao alcance de minhas possibilidades. Mas vejo tantas crianças fracas e doentes que te venho implorar mais flores e mais Abelhas, a fim de aumentar a produção...

O Pai, muito feliz, abençoou-a e replicou:

- Bem-aventurada sejas pelos benefícios que prestaste. Conceder-te-ei novos jardins e novas companheiras.

Em seguida, o Homem Preguiçoso foi chamado a falar.

Fez uma cara desagradável e informou:

- Senhor, nada consegui fazer. Por todos os lados, encontrei a inveja e a perseguição, o ódio e a maldade. Tive os braços atados pela ingratidão dos meus semelhantes. Tanta gente má permanecia em meu caminho que, em verdade, nada pude fazer.

O Pai bondoso, com expressão de descontentamento, exclamou:

- Infeliz de ti, que desprezastes os dons que te dei. Adormeceste na preguiça e nada fizeste. Os seres pequeninos e humildes alegraram meu Trono com o relatório de seus trabalhos, mas tua boca sabe apenas queixar, como se a inteligência e as mãos que te confiei para nada valessem.

Retira-te! Os filhos inúteis e ingratos não devem buscar-me a presença. Regressa ao mundo e não voltes a procurar-me enquanto não aprenderes a servir.

A Gota d’água regressou, cristalina e bela.

O Raio de Luz tornou aos abismos, brilhando cada vez mais.

A Abelha desceu zumbindo, feliz.

O Homem Preguiçoso, porém, retirou-se muito triste.



ANTOLOGIA DA CRIANÇA - Francisco Cândido Xavier - Autores Diversos


FONTE VIVA

105 - SOIS A LUZ

"Vós sois a luz do mundo."
- Jesus.(Mateus, 5,14)



Quando o Cristo designou os seus discípulos, como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra.

A missão da luz é clarear caminhos, varrer sombras e salvar vidas, missão essa que se desenvolve, invariavelmente, à custa do combustível que lhe serve de base.

A chama da candeia gasta o óleo do pavio.

A iluminação elétrica consome força da usina.

E a claridade, seja do Sol ou do candelabro, é sempre mensagem de segurança e discernimento, reconforto e alegria, tranqüilizando aqueles em torno dos quais resplandece.

Se nos compenetramos, pois, da lição do Cristo, interessados em acompanhá-lo, é indispensável a nossa disposição de doar as nossas forças na atividade incessante do bem, para que a Boa Nova brilhe na senda de redenção para todos.

Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho.

Busquemos o Senhor, oferecendo aos outros o melhor de nós mesmos.

Sigamo-lo, auxiliando indistintamente.

Não nos detenhamos em conflitos ou perquirições sem proveito.

"Vós sois a luz do mundo" ─, e a luz não argumenta, mas esclarece e socorre, ajuda e ilumina.



Livro Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier


O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 5: Bem Aventurados os Aflitos


Causas Anteriores das Aflições

6 – Mas se há males, nesta vida, de que o homem é a própria causa, há também outros que, pelo menos em aparência, são estranhos à sua vontade e parecem golpeá-lo por fatalidade. Assim, por exemplo, a perda de entes queridos e dos que sustentam a família. Assim também os acidentes que nenhuma previdência pode evitar; os revezes da fortuna, que frustram todas as medidas de prudência; os flagelos naturais; e ainda as doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiota, a imbecilidade etc.
Os que nascem nessas condições, nada fizeram, seguramente, nesta vida, para merecer uma sorte triste, sem possibilidade de compensação, e que eles não puderam evitar, sendo impotentes para modificá-las e ficando à mercê da comiseração pública. Por que, pois, esses seres tão desgraçados, enquanto ao seu lado, sob o mesmo teto e na mesma família, outros se apresentam favorecidos em todos os sentidos?
Que dizer, por fim, das crianças que morrem em tenra idade e só conheceram da vida o sofrimento? Problemas, todos esses, que nenhuma filosofia resolveu até agora, anomalias que nenhuma religião pode justificar, e que seriam a negação da bondade, da justiça e da providência de Deus, segundo a hipótese da criação da alma ao mesmo tempo em que o corpo, e da fixação irrevogável da sua sorte após a permanência de alguns instantes na Terra. Que fizeram elas, essas almas que acabam de sair das mãos do Criador, para sofrerem tantas misérias no mundo, e receberem, no futuro, uma recompensa ou uma punição qualquer, se não puderam seguir nem o bem nem o mal?
Entretanto, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos que devem ter a sua causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. Ora a causa sendo sempre anterior ao efeito, e desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. Por outro lado, Deus não podendo punir pelo bem o que se fez, nem pelo mal que não se fez, se somos punidos, é que fizemos o mal. E se não fizemos o mal nesta vida, é que o fizemos em outra. Esta é uma alternativa a que não podemos escapar, e na qual a lógica nos diz de que lado está a justiça de Deus.
O homem não é, portanto, punido sempre, ou completamente punido, na sua existência presente, mas jamais escapa às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea, e se ele não expia hoje, expiará amanhã, pois aquele que sofre está sendo submetido à expiação do seu próprio passado. A desgraça que, à primeira vista, parece imerecida, tem portanto a sua razão de ser, e aquele que sofre pode sempre dizer: “Perdoai-me, Senhor, porque eu pequei”.
7 – Os sofrimentos produzidos por causas anteriores são sempre, como os decorrentes de causas atuais, uma conseqüência natural da própria falta cometida. Quer dizer que, em virtude de uma rigorosa justiça distributiva, o homem sofre aquilo que fez os outros sofrerem. Se ele foi duro e desumano, poderá ser, por sua vez, tratado com dureza e desumanidade; se foi orgulhoso, poderá nascer numa condição humilhante; se foi avarento, egoísta, ou se empregou mal a sua fortuna, poderá ver-se privado do necessário; se foi mau filho, poderá sofrer com os próprios filhos; e assim por diante.
É dessa maneira que se explicam, pela pluralidade das existências e pelo destino da Terra, como mundo expiatório que é, as anomalias da distribuição da felicidade e da desgraça, entre os bons e os maus neste mundo. Essa anomalia é apenas aparente, porque só encaramos o problema em relação à vida presente; mas quando nos elevamos, pelo pensamento, de maneira a abranger uma série de existências, compreendemos que a cada um é dado o que merece, sem prejuízo do que lhe cabe no Mundo dos Espíritos, e que a justiça de Deus nunca falha.
O homem não deve esquecer-se jamais de que está num mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve lembrar que,se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe para se melhorar.
8 – As tribulações da vida podem ser impostas aos Espíritos endurecidos, ou demasiado ignorantes para fazerem uma escolha consciente, mas são livremente escolhidos e aceitas pelos Espíritos arrependidos, que querem reparar o mal que fizeram e tentar fazer melhor. Assim é aquele que, tendo feito mal a sua tarefa, pede para recomeçá-la, a fim de não perder as vantagens do seu trabalho. Essas tribulações, portanto, são ao mesmo tempo expiações do passado, que castigam, e provas para o futuro, que preparam. Rendamos graças a Deus que, na sua bondade, concede aos homens a faculdade da reparação, e não o condena irremediavelmente pela primeira falta.
9 – Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento por que se passa neste mundo seja necessariamente o indício de uma determinada falta; trata-se freqüentemente de simples provas escolhidas pelo Espírito, para acabar a sua purificação e acelerar o seu adiantamento. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas a prova nem sempre é uma expiação. Mas provas e expiações são sempre sinais de uma inferioridade relativa, pois aquele que é perfeito não precisa ser provado. Um Espírito pode, portanto, ter conquistado um certo grau de elevação, mas querendo avançar mais, solicita uma missão, uma tarefa, pela qual será tanto mais recompensado, se sair vitorioso quanto mais penosa tiver sido a sua luta. Esses são, mais especialmente, os casos das pessoas de tendência naturalmente boas, de alma elevada, de sentimentos nobres inatos, que parecem nada trazer de mal de sua precedente existência, e que sofrem com resignação cristã as maiores dores, pedindo forças a Deus para suportá-las sem reclamar. Podem-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam reclamações e levam à revolta contra Deus.
O sofrimento que não provoca murmurações pode ser, sem dúvida, uma expiação, mas indica que foi antes escolhido voluntariamente do que imposto; é a prova de uma firme resolução, o que constitui sinal de progresso.
10 – Os Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros; toda mancha lhes impede a entrada nos mundos felizes. Assim acontece com os passageiros de um navio tomado pela peste, aos quais fica impedida a entrada numa cidade, até que estejam purificados. É nas diversas existências corpóreas que os Espíritos se livram, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provas da vida fazem progredir, quando bem suportadas; como expiações, apagam as faltas e purificam; são o remédio que limpa a ferida e cura o doente, e quanto mais grave o mal, mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, portanto, que muito sofre, deve dizer que tinha muito a expiar e alegrar-se de ser curado logo. Dele depende, por meio da resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não perder os seus resultados por causa de reclamações, sem o que teria de recomeçar.

sábado, 9 de maio de 2009

A CRIANÇA E JESUS

Conta-se que um espírito, pronto para renascer, perguntou a Jesus:
Dizem-me que estarei sendo enviado à terra amanhã...tomarei um corpinho de criança e gostaria de saber como é que eu vou viver lá, sendo assim pequeno e indefeso?
E Jesus disse-lhe:
Entre muitos anjos, eu escolhi um especial para cuidar de você. Estará lhe esperando e tomará conta de você.
Mas o espírito ainda um pouco preocupado falou novamente com Jesus: diga-me, o que preciso fazer para ser feliz? Serei feliz lá?
E Jesus lhe respondeu: seu anjo cantará e sorrirá para você... A cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz."
E como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que os adultos falam?
Jesus o consolou dizendo:
Com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a pronunciar as primeiras palavras e assim você reaprenderá a falar.
E como poderei andar, se minhas pernas serão frágeis e incapazes de sustentar o meu corpinho?
O Benfeitor acalmou-o:
Para sustentá-lo você terá os braços do seu anjo, que velará noite e dia por você.
E o espírito insiste: e o que farei quando quiser falar com o Senhor?
Jesus esclareceu com carinho: seu anjo lhe falará de mim e do nosso pai que é Deus, o Criador de todas as coisas, e lhe ensinará a entrar em contato comigo através da oração.
Eu ouvi dizer que na terra há homens maus. Quem me protegerá?
Seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida.
Mas eu serei sempre triste porque eu não o verei mais por muito tempo.
Seu anjo sempre lhe falará sobre os meus ensinamentos, lhe ensinará a maneira de vir a mim, e eu estarei sempre com você.
Naquele momento havia muita confiança no coração daquela futura criança, e as vozes da terra já podiam ser ouvidas.
Nesse instante o espírito, apressado, fez sua última pergunta:
Oh Jesus, já estou pronto para ir agora, diga-me por favor o nome do meu anjo.
E Jesus, olhando-o com ternura respondeu: "você chamará seu anjo... de MÃE !
***
Cabe à mulher, que tem a honra de receber os filhos de Deus para ajudá-los a evoluir, a nobre missão de conduzí-los ao Criador, ensinando-os a viver com dignidade e fé.
Cabe ao homem, que se faz pai, a responsabilidade de assumir a paternidade com sobriedade e honradez.
Cabe ao pai e à mãe, na condição de co-criadores com Deus, a grandiosa missão de elevar a humanidade aos altos planos da felicidade, tomando nas mãos os homens, ainda crianças, para que aprendam a trilhar os caminhos dos verdadeiros homens de bem.

sexta-feira, 8 de maio de 2009


EM LOUVOR DAS MÃES


O lar é a célula ativa do organismo social e a mulher, dentro dele, é a força essencial que rege a própria vida.

Se a criança é o futuro, no coração das mães é que repousa a sementeira de todos os bens e de todos os males do porvir.

O homem é o pensamento.

A mulher é o ideal.

O homem é a oficina.

A mulher é o santuário.

O homem realiza.

A mulher inspira.

Compreender a gloriosa missão da alma feminina, no soerguimento na Terra, é apostolado fundamental do Cristianismo renascente em nossa Doutrina Consoladora.

Auxiliar, assim, o espírito materno, no desempenho de sua tarefa sublime, constitui obrigação primária de todos nós que abraçamos nos Centros Espíritas novos lares de idealismo superior e que buscamos na Boa Nova do Divino Mestre a orientação maternal para a renovação de nossos destinos.

Nesse sentido, se nos cabe reconhecer no homem o condutor da civilização e o mordomo dos patrimônios materiais na gleba planetária, não podemos esquecer que na mulher devemos identificar o anjo da esperança, ternura e amor, a descer para ajudar, erguer e salvar nos despenhadeiros da sombra, oferecendo-nos, no campo abençoado da luta regenerativa, novos tabernáculos de serviço e purificação.

Glorifiquemos, desse modo, o ministério santificante da maternidade na Terra, recordando que o Todo-Misericordioso, quando se designou enviar ao mundo o seu mais sublime legado para o aperfeiçoamento e a elevação dos homens, chamou um coração de mulher, em Maria Santíssima, e, através das suas mãos devotadas à humanidade e ao bem, à renunciação e ao sacrifício, materializou para nós o coração divino de Nosso Senhor Jesus Cristo, a luz de todos os séculos e o alvo de redenção da Humanidade inteira.


Do livro Cartas do Coração.- Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier.

quarta-feira, 6 de maio de 2009


CORAÇÃO DE MÃES

Maria Dolores


Dizem que quando a Terra foi criada,
Fazendo-se possuída
Pelos filhos da vida
Que vinham de outros mundos,
Tudo na estrada humana,
Cortando a imensidão dos campos infecundos,
Era a dominação do ódio que se aferra
À dissenção, à morte, ao desespero e à guerra...
Foi quando um mensageiro
Do Céu às criaturas
Regressou às Alturas
E disse humildemente ao Grande Deus:

- Senhor!

O que posso fazer dos homens sem amor?
Do cérebro mais tardo ao gênio mais precoce,
Tudo na Terra é luta em conquista da posse.
Comparece-te, oh Pai!... veneno, flecha e clava
Formam no mundo inteiro a Humanidade escrava
Da descrença, do mal, da impiedade e do crime.
Sem qualquer esperança a que se arrime.
Já não se agüenta ouvir os urros do mais forte

E o choro dos vencidos,
Pisados, massacrados e caídos
Nos sarcasmos da morte.
Que fazer, Grande Deus, nas trevas dessa luta,
Em que a luz se nos nega e ninguém nos escuta?



Revelou-se que o Pai de Infinita Bondade
Pensou, por muito tempo, e disse, comovido:
- Aceito, filho meu, quanto me falas,

Entendo-te o pedido!...
Volta ao mundo a servir na tarefa em que avanças;
Os que morrem no mal renascerão crianças.
A Terra evoluirá - ponderou o Senhor -
Ninguém alterará minha obra de amor.
A fim de desarmar a violência e a cobiça,
Instalarei no mundo a força da Justiça.
E para que haja amor exterminando o orgulho,
Sem pancada, sem grito, sem barulho,

Enviarei alguém,
Que ame os filhos meus, com o meu amor ao bem,
Na exaltação da paz, sem desprezo a ninguém.
Alguém que saiba amar, servir e sofrer,
Cultivando o perdão como simples dever.

Dizem que foi assim
Que a Terra começou a fazer-se jardim.
Ouviu-se verbo novo, alteraram-se imagens.
E conforme o Senhor mandou e prometeu,
Entre as rudes mulheres dos selvagens,
O Coração de Mãe apareceu.



(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da Prece,
em reunião pública da noite de 12 de Março de 1977, em Uberaba, Minas Gerais.)

domingo, 3 de maio de 2009

CURSO BASICO DE ESPIRITISMO - 2º ANO
terça feira, 05.05.2009
2ª aula: A Lei Divina ou Natural
a) Caracteres, Divisão e Conhecimento da Lei Natural
b) O Bem e o Mal
c) O Orgulho e a Humildade
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PALESTRA NO EXPEDIÇÃO CARIDADE
quarta feira, 06.05.2009

LOUVOR

ESTRELA


Meimei


Mãezinha Querida.

Enquanto a música festiva celebra a passagem do teu dia na Terra, venho falar-te a sós.

Sei que te ocultas na humildade, como se não fosses a nossa heroína de cada dia, entretanto, estás escondida entre nós, qual estrela brilhante na escuridão!...

Ante os poemas de louvor com que te honram a bênção, entro no santuário da memória para lembrar-te. E recolho, na concha da saudade, as canções com que me guardaste o berço, as palavras de ternura com que me deste apoio aos primeiros passos, o aconchego de teu colo e o veludo de tuas mãos...

Mas revejo, igualmente, o olhar agoniado com que recebias o golpe de nossos erros e o teu silêncio misturado de lágrimas, quando nosso gesto impensado te buscava ferir. Nunca falaste em perdão, porque nunca te detiveste nas nossas faltas, para seres em nossa estrada somente amor. Sei agora, contudo, quantas cruzes invisíveis de sofrimento te algemamos no coração...

Os dias passaram, ensinando-me o alfabeto da experiência no livro de tua própria renúncia e eis-me aqui, de alma renovada, para exaltar-te a glória desconhecida.

Quisera ofertar-te os mais belos tesouros do mundo, no entanto, Mãezinha, o ouro da terra é simples metal duro e frio, quando se trata de brindar uma estrela... Trago-te, assim, as flores do meu afeto, para que o perfume da minha oração de enternecimento e alegria desfaleça de amor aos teus pés, no trono de sacrifício em que Deus te coloca. E estendendo os meus braços, sequiosos de teu carinho, repito, de novo, em preces – Estrela divina, envolve-me em tua luz!...



Livro Os Dois Maiores Amores - Psicografia Chico Xavier - Autores Diversos

POESIA


Agradeço


Agradeço, Mãezinha, tudo o que me ofertas,
Desde o sono do berço e as canções de ninar,
Aos problemas da vida, ante as horas incertas,
Entre as provas do mundo e as carícias do lar.


Agradeço-te as mãos, a zelarem por tudo,
Nos recursos do pão, ao Sol de cada dia,
E no amparo da veste a servir-me de escudo,
A fim de que eu vencesse o vento e a noite fria.


Agradeço a oração, com que me deste à infância
O respeito à existência e a fé que me avigora...
Terna visão do Céu que relembro à distância,
No trabalho constante em que me vejo agora.


Agradeço-te, oh! Mãe, a proteção e a escola
Do teu mundo de amor que até hoje me alcança...
Melodia interior que me anima e consola,
Refazendo-me o ser no clima da esperança.


Agradeço o silêncio e o carinho incessantes
Com que buscas não ver meus enormes deslizes
E o teu claro perdão de todos os instantes,
Quando o erro me aponta as horas infelizes.



Mas acima dos dons de tanto reconforto,
Trago-te, em luz mais alta, a flor da gratidão,
Porque não me atiraste ao desprezo do aborto
E guardaste-me em Deus no próprio coração.


Mensagem de Maria Dolores, recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.

CONTO


As Rosas do Infinito


Em deslumbrante paisagem das esferas superiores do mundo espiritual, realizava-se singular exposição.

A paisagem exuberante fora carinhosamente preparada para a ocasião.

Flores de todos os tipos enfeitavam o ambiente numa festa de cores e perfumes.

Diversos mensageiros ali se apresentavam, trazendo os buquês de flores, das suas virtudes, para uma importante avaliação de méritos.

Os exemplares eram colocados, cada um a seu tempo, sobre uma toalha de linho translúcido para que pudesse se processar a análise das luzes que os coroavam.

O primeiro grupo se aproximou trazendo uma braçada de rosas, tecidas com as emoções do carinho materno que, lançadas sobre a toalha expediram suaves irradiações de azul indefinível, e os anjos abençoaram o devotamento das mães, que preservam os tesouros de Deus, na posição de heroínas desconhecidas.

Em seguida, alegre comissão juvenil trouxe para exame um delicado ramalhete de açucenas, estruturadas nos sonhos e esperanças dos jovens que sabem manter fidelidade ao Criador, e raios verdes de brilho intraduzível se projetaram em todas as direções.

Logo após, lindas crianças foram portadoras de formosa auréola de jasmins, nascidos da ternura infantil, e que, depostos sobre a toalha, emitiram alvíssima luz, semelhante a fios de aurora sobre a neve.

Depois, pequeno agrupamento de criaturas iluminadas trouxe bela grinalda de cravos rubros, colhidos na renunciação dos sábios e dos heróis a serviço da humanidade, que exteriorizaram filigranas de luz avermelhada, quais se fossem rubis etéreos.

Em último lugar, compareceu a mais humilde comissão da festa.

Quatro almas, revelando características de extrema simplicidade, surgiram com um ramo singelo e triste. Eram rosas mirradas, de cor arroxeada, mostrando manchas esbranquiçadas ao longo de hastes espinhosas.

Depostas sobre a toalha, inflamaram-se de luz brilhante a irradiar-se do recinto até a imensidão dos céus.

Inesperada comoção encheu de lágrimas os olhos espantados da enorme assembléia.

E porque alguns dos presentes chorassem com interrogações imanifestas, o grande juiz da exposição esclareceu emocionado:

- Estas flores são as rosas de amor que raros trabalhadores do bem cultivam nas sombras. São pérolas de sentimento puro, de fraternidade real, da suprema consagração à virtude, do amor incondicional ao próximo.

Somente as almas libertas de todo o egoísmo conseguem servir a Deus, em meio às trevas e ao desespero.

Os espinhos que se destacam nas hastes agressivas simbolizam as dificuldades superadas...

As pétalas roxas significam o arrependimento e a consolação dos que já se transferiram da desolação para a esperança...

E os pontos brancos expressam o pranto silencioso e aflitivo dos heróis anônimos que sabem cultivar flores de virtudes no pântano, e servir sem reclamar...

E, entre cânticos de alegria, as rosas luminosas das virtudes cultivadas em meio ao sofrimentos terrenos, subiram rutilantes ao infinito...

***

As flores mais sublimes para o Céu, nascem na Terra, e são plantadas por criaturas que sabem viver para a vitória do bem.

São cultivadas com o suor do trabalho incessante e com as lágrimas silenciosas do próprio sacrifício.

CONDUTA


UMA CARTA MATERNA

Meimei


Meu filho, se procuras a bênção da felicidade, não te esqueças de que o Reino do Céu começa em nosso próprio coração e de que o primeiro lugar onde devemos trabalhar por ele é na própria casa onde vivemos.

A alegria verdadeira nem sempre é daqueles que dominam, mas nunca se aparta das almas generosas que aprendem a espalhar o bem.

Se queres que a tranqüilidade te acompanhe, busca ser útil.

Por que foges de teu pai, quando, cansado e abatido, mostra uma fisionomia preocupada? Por que te afastas da mãezinha, quando observas o orvalho das lágrimas em seus olhos?

Aproxima-te deles e faze-lhes sentir que tens um coração compreensivo e amoroso.

Um fio d’água transforma o deserto em oásis.

Um gesto de carinho opera milagres.

Quanta gente espera construir o Reino de Deus, acendendo fogueiras de entusiasmo na praça pública e esquecendo no frio da indiferença aqueles que o Céu lhes confiou! ...

Guarda a paz contigo, a fim de que a possas distribuir.

Entre as paredes do lar, Deus situou a nossa primeira escola.

Se não sabemos exercer a tolerância e a bondade com cinco ou dez pessoas, que esperam, pelo nosso entendimento e pelo nosso auxílio, debalde ensinaremos o caminho do bem-estar para os outros.

O primeiro degrau do Paraíso chama-se Gentileza.

Aprende a ajudar para que outros te ajudem e, onde estiveres, serás sempre um valoroso operário na edificação do Reino Divino.


ANTOLOGIA DA CRIANÇA - Francisco Cândido Xavier - Autores Diversos

RECONHECIMENTO

MATERNIDADE

André Luiz



Vemos em cada manifestação da Vida determinada meta de desenvolvimento, qual anseio do próprio Deus a concretizar-se.

Na Criação, o clímax da grandeza.

Na caridade, o vértice da virtude.

Na paz, a culminância da luta.

No êxito, a exaltação do ideal.

Nos filhos, a essência do amor.

No lar, a glória da união.

De igual modo, a maternidade é a plenitude do coração feminino que norteia o progresso.

Concepção, gravidez, parto e devoção afetiva representam estações difíceis e belas de um ministério sempre divino.

Láurea celeste na mulher de todas as condições, define o inderrogável recurso à existência humana, reclamando paciência e carinho, renúncia e entendimento.

Maternidade esperada.

Maternidade imprevista.

Maternidade aceita.

Maternidade hostilizada.

Maternidade socorrida.

Maternidade desamparada.

Misto de júbilo e sofrimento, missão e prova maternidade, em qualquer parte, traduz intercâmbio de amor incomensurável, em que desponta, sublime e sempre novo, o ensejo de burilamento das almas na ascensão dos destinos.

Principais responsáveis por semelhante concessão da Bondade Infinita, as mães guardam a chave de controle do mundo.

Mães de sábios...

Mães de idiotas...

Mães felizes...

Mães desditosas...

Mães jovens...

Mães experientes...

Mães sadias...

Mães enfermas...

Ao filtro do amor que lhes verte do seio, deve o Plano Terrestre o despovoamento dos círculos inferiores da Vida Espiritual, para que o Reino de Deus se erga entre as criaturas.

Mães da Terra!

Mães anônimas!

Sois vasos eleitos para a luz da reencarnação!

Por maiores se façam os suplícios impostos à vossa frente, não recuseis vosso augusto dever, nem susteis o hálito do filhinho nascente - esperança do Céu a repontar-vos do peito!...

Não surge o berço em vosso coração por acaso.

Mantende-vos, assim, vigilantes e abnegadas, na certeza de que se muitas vezes cipoais e espinheiros são vossa herança transitória entre os homens, todas vós sereis amparadas e sustentadas pela Bênção do Amor Eterno, sempre que marchardes fiéis à Excelsa Paternidade da Providência Divina.



Livro: O Espírito da Verdade - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

PRECE


Mulher


Neste planeta, onde as trevas imperam,
eu suplico, Mãe Santíssima, envolvei em Vosso puro manto os corações
das mulheres; Que, fortificadas por Vosso amor, nossas irmãs de jornada
não se percam pelos caminhos da vaidade, dos vícios.
Às mulheres foi dado o dom da vida.
Que isto esteja presente em seus corações e em seus espíritos.
Mães, esposas, irmãs, amigas, namoradas, a mulher é sempre
a luz que deve iluminar o caminho de seus companheiros.
Desde o berço, o amor materno nos ensina que na mão da mãe
encontramos a segurança que precisamos para crescer.
É através de seus ensinamentos que adquirimos confiança para seguirmos
em nossa jornada.
Permiti, Mãe Santíssima, que nossas irmãs não se desviem do caminho
traçado por Deus, esquecendo que são elas as flores, as luzes que devem alegrar e iluminar a vida; os ombros amigos que deverão estar sempre
prontos para o descanso e conforto daqueles que necessitem; a palavra
amiga, sincera e conselheira a manifestar-se sempre que se fizer preciso.
Que nunca falte à mulher um sorriso para distribuir e que ela saiba
de que seu sorriso depende a alegria de seus companheiros de jornada.
Enfim, Mãe, protegei as nossas irmãs, para que nesta reencarnação elas possam sair vitoriosas na sublime missão que lhes foi confiada.
Assim seja.

Marina C. Cruz

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap 14 – Honra a Teu Pai e a Tua Mãe

Piedade Filial

1 – Sabes os mandamentos: não cometas adultérios; não mates; não furtes; não digas falso testemunho; não cometais fraudes; honra a teu pai e a tua mãe (Marcos, X: 19; Lucas, XVIII: 20; Mateus, XIX: 19).
2 – Honra a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a Terra que o Senhor teu Deus te há de dar. (Decálogo, XX: 12)
PIEDADE FILIAL
3 – O mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”, é uma conseqüência da lei geral da caridade e do amor ao próximo, porque não se pode amar ao próximo sem amar aos pais; mas o imperativo honra implica um dever a mais para com eles: o da piedade filial. Deus quis demonstrar, assim, que ao amor é necessário juntar o respeito, a estima, a obediência e a condescendência, o que implica a obrigação de cumprir para com eles, de maneira mais rigorosa, tudo o que a caridade determina em relação ao próximo. Esse dever se estende naturalmente às pessoas que se encontram no lugar dos pais, e cujo mérito é tanto maior, quanto o devotamento é para elas menos obrigatório. Deus pune sempre de maneira rigorosa toda violação desse mandamento.
Honrar ao pai e à mãe não é somente respeitá-los, mas também assisti-los nas suas necessidades; proporcionando-lhes o repouso na velhice; cercá-los de solicitude, como eles fizeram por nós na infância.
É sobretudo para com os pais sem recursos que se demonstra a verdadeira piedade filial. Satisfariam a esse mandamento os que julgam fazer muito, aos lhes darem o estritamente necessário para que não morram de fome, enquanto eles mesmos de nada se privam? Relegando-os aos piores cômodos da casa, apenas para não deixá-los na rua, e reservando para si mesmos os melhores aposentos, os mais confortáveis? E ainda bem quando tudo isso não é feito de má vontade, sendo os pais obrigados a pagar o que lhes resta da vida com a carga dos serviços domésticos! É então justo que pais velhos e fracos tenham de servir a filhos jovens e fortes? A mãe lhe teria cobrado o leite, quando ainda estavam no berço? Teria, por acaso, contado as suas noites de vigília, quando eles ficavam doentes, os seus passos para proporcionar-lhes o cuidado necessário? Não, não é só o estritamente necessário que os filhos devem aos pais pobres, mas também, tanto quanto puderem, as pequenas alegrias do supérfluo, as amabilidades, os cuidados carinhosos, que são apenas os juros do que receberam, o pagamento de uma dívida sagrada. Essa, somente, é a piedade filial aceita por Deus.
Infeliz, portanto, aquele que se esquece da sua dívida para os que o sustentaram na infância, os que, com a vida material, lhe deram também a vida moral, que freqüentemente se impuseram duras privações para lhe assegurar o bem-estar! Ai do ingrato, porque ele será punido pela ingratidão e o abandono; será ferido nas suas mais caras afeições, às vezes desde a vida presente, mas de maneira certa noutra existência, em que terás de sofrer o que fez os outros sofrerem!
Certos pais, é verdade, descuidam dos seus deveres, e não são para os filhos o que deviam ser. Mas é a Deus que compete puni-los, e não aos filhos. Não cabe a estes censurá-los, pois que talvez eles mesmos fizeram por merecê-los assim. Se a caridade estabelece como lei que devemos pagar o mal com o bem, ser indulgentes para as imperfeições alheias, não maldizer do próximo, esquecer e perdoar as ofensas, e amar até mesmo os inimigos, quanto essa obrigação se faz ainda maior em relação aos pais! Os filhos, devem, por isso mesmo, tomar como regra de conduta para com os pais todos os preceitos de Jesus referentes ao próximo, e lembrar que todo procedimento condenável em relação aos estranhos, mais condenável se torna para com os pais. Devem lembrar que aquilo que no primeiro caso seria apenas uma falta, pode tornar-se um crime no segundo, porque, neste, à falta de caridade se junta à ingratidão.
4 – Deus disse: “Honrarás a teu pai e a tua mãe, para teres uma dilatada vida sobre a Terra que o Senhor teu Deus te há de dar”. Mas por que promete como recompensa a vida terrena e não a celeste? A explicação se encontra nestas palavras: “Que Deus vos dará”, suprimidas na forma moderna do decálogo, o que lhe desfigura o sentido. Para compreendermos essas palavras, temos de nos reportar à situação e às idéias dos hebreus, na época em que elas foram pronunciadas. Eles ainda não compreendiam a vida futura. Sua visão não se estendia além dos limites da vida física. Por isso, deviam ser mais fortemente tocados pelas coisas que viam, do que pelas invisíveis. Eis o motivo porque Deus lhes fala numa linguagem ao seu alcance, e, como as crianças, lhes apresentam como perspectiva aquilo que poderia satisfazê-los. Eles estavam então no deserto. A Terra que Deus lhes dará é a Terra da Promissão, alvo de suas aspirações. Nada mais desejavam e Deus lhes diz que viverão nela por longo tempo, o que significa que a possuirão por longo tempo, se observarem os seus mandamentos.
Mas, ao advento de Jesus, suas idéias estavam mais desenvolvidas. Tendo chegado o momento de lhes ser dado um alimento menos grosseiro, Jesus os inicia na vida espiritual, ao dizer: “Meu Reino não é deste mundo; é nele, e não sobre a Terra, que recebereis a recompensa das vossas boas obras”. Com estas palavras, a Terra da Promissão material se transforma numa pátria celeste. Da mesma maneira, quando lhes recorda a necessidade de observação do mandamento: “Honra a teu pai e a tua mãe”, já não é mais a Terra que lhes promete, mas o céu. (Caps. II e III).

sábado, 2 de maio de 2009

Caros amigos:

A partir de hoje, quase todos os dias publicarei uma mensagem em homenagem às Mães.

PARA REFLETIR

ANGUSTIA MATERNA


O coração materno é uma taça de amor em que a vida se manifesta no mundo.
Ser mãe é ser um poema de reconforto e carinho, proteção e beleza.
Entretanto, quão grave é o oficio da verdadeira maternidade!...
Levantam-se monumentos de progresso entre os homens e devemo-los, em grande parte, às mães abnegadas e justas, mas erguem-se penitenciarias sombrias e devemo-las, na mesma proporção, as mães indiferentes e criminosas.

É que, muitas vezes, transformamos o mel da ternura, destinado por Deus a alimentação dos servidores da terra, em veneno do egoísmo que gera monstros.
Fala-vos pobre mulher desencarnada, suportando, nas esferas inferiores, o peso de imensa angustia.
Resumirei meu caso para não inquietar-vos com a minha dor.
Moça ainda, desposei Claudino, um homem digno e operoso, que ganhava honestamente o pão de dia em atividades comerciais.

Um filhinho era o maior ideal de nossos corações entrelaçados no mesmo sonho.
E, por essa razão, durante seis anos consecutivos orei fervorosamente suplicando a Deus nos concedesse essa benção...
Uma criança que nos trouxesse a verdadeira alegria, que nos consolidasse o reino de amor e felicidade...
Depois de seis anos, o filhinho querido vagia em nossos braços.

Chamamos-lhe Pedro, em homenagem ao segundo imperador do Brasil, cuja personalidade nos merecia entranhado respeito.
Contudo, desde as primeiras horas em que me fizera mãe, inesperado exclusivismo me tomou o espírito fraco.
Acalentei meu filho como se a alma de uma leoa me despertasse no seio.
Não obstante os protestos de meu marido, criei Pedro tão somente para a minha admiração, para o meu encantamento e para o circulo estreito de nossa casa.
Muitas vezes perdia-me em cismas fantasiosas, arquitetando para ele um futuro diferente, no qual mais rico e mais poderoso que os outros homens vivesse consagrado à dominação.

Por esse motivo, mal ensaiando os primeiros passos, Pedro, estimulado por minha leviandade e invigilância, procurava ser forte em mau sentido.
Garantido por mim, apedrejava a casa dos vizinhos, humilhava os companheiros e entregava-se no templo domestico, aos caprichos que bem entendesse.
Debalde Claudino me advertia, atencioso.
Meus princípios, porém, eram diversos dos dele e eu queria meu filho, para vaidosamente reinar.
Na escola primária, Pedro se fez pequenino demônio.
Desrespeitava, perturbava, destruía...
Ainda assim, vivia eu mesma questionando com os professores, para que lhe fossem assegurados privilegio especiais.
A criança era transferida de estabelecimento a estabelecimento, porque instrutores e serventes me temiam a agressividade sempre disposta a ferir

Em razão disso, na primeira mocidade, vi meu filho incapacitado para mais amplos estudos.
A índole de Pedro não se compadecia com qualquer disciplina, porque eu, sua mãe, lhe favorecera o despotismo, a vaidade e o orgulho gritantes.

Quando nosso rapaz completou dezesseis anos, o pai amoroso e correto providenciou-lhe tarefa digna, mas, findo o terceiro dia de trabalho, Pedro chegou em casa choramingando, a queixar-se do chefe, e eu, em minha imprudência, lhe aceitei as lamentações e exigi que Claudino lhe dobrasse a mesada, retirando-o do emprego em que , a meu ver, apenas encontraria pesares e humilhações.

O esposo me fez ver a impropriedade de semelhante procedimento; no entanto, amava-me demais para contrariar-me os caprichos e, a breve tempo, nosso filho entregou-se a deploráveis dissipações.
Aquele para quem idealizara um futuro de rei, chegava ao lar em horas avançadas da noite, cambaleando de embriaguez..
O olhar piedoso de Claudino para as minhas lágrimas dava-me a entender que as minhas preocupações surgiam demasiado tarde.
Todos os meus cuidados foram então inúteis.

Gastador e viciado, Pedro confiou-se a bebida, à jogatina, comprometendo-se num estelionato de graves proporções, em que o nome paterno se envolveu numa divida muito superior as possibilidades de nossa casa.

Claudino, desditoso e envergonhado, adoeceu, sem que os médicos lhe identificassem a enfermidade, falecendo após longos meses de martírio silencioso.

Morto aquele que me fora companheiro devotadíssimo, vendi nossa residência para solver grandes débitos.
Recolhi-me com Pedro num domicilio modesto; entretanto, embora me empregasse, aos cinqüenta anos, para atender-lhe as necessidades, comecei a sofrer, das mãos de meu filho ébrio, dilacerações e espancamentos.
Certa noite, não pude conter-lhe os criminosos impulsos e caí golfando sangue...

Internada num hospital de emergência, senti medo de partilhar o mesmo teto com o homem que meu ventre gerara com desvelado carinho e que se me transformara em desapiedado verdugo.
Fugi-lhe, assim, ao convívio.
Procurei velha companheira da mocidade, passando a morar com ela num bairro pobre.

E, juntas, organizamos pequeno bazar de quinquilharias.
Pensava em meu filho, agora, entre a saudade e a oração, entregando-o a proteção da Virgem Santíssima.
Finda a tarefa diária, recolhia-me à sos em singelo aposento, trazendo em minhas mãos o retrato de Pedro e rogando ao anjo dos Desvalidos amparasse aquele cuja posição moral eu apenas soubera agravar com desleixo delituoso.
Amealhei algum dinheiro...

Dez anos correram apressados sobre a minha nova situação.
E porque as nossas migalhas viviam entesouradas em meu quarto de velha indefesa, cada noite me armava de um revolver sob o travesseiro, ao mesmo tempo que desbotada fotografia era acariciada por minhas mãos.
Numa noite chuvosa e escura, observei que um homem me rondava o leito humilde. Alteava-se a madrugada.

O desconhecido vasculhava gavetas procurando algo que lhe pudesse, naturalmente, atender a viciação.
Não hesitei um momento.
Saquei da arma e buscava a mira correta para que o tiro fosse desfechado com segurança, quando a luz de um relâmpago penetrou a vidraça...

Apavorada, reconheci, no semblante do homem que me invadia a casa, meu filho Pedro, convertido em ladrão.

Esmoreceram-se-me os braços. Quis gritar, mas não pude.

A comoção insofreável como que me estrangulava a garganta.

Contudo, através do mesmo clarão, Pedro me vira armada e bradou, sem reconhecer-me de pronto:

- Não me mates, megera! Não me mates!

Avançou sobre mim como fera sobre a presa vencida e, despojando-me do revolver a pender-me das mãos desfalecentes, sufocou-me com os dedos que eu tantas vezes tinha acariciado, e que me asfixiavam, agora, como garras assassinas...

Não consegui, realmente, pronunciar uma só palavra.

No entanto, ligada ainda ao meu corpo, meus olhos e meus ouvidos funcionavam eficientes.

Registrei-lhe o salto rápido sobre o acendedor de luz...

Naturalmente, ele agora contava simplesmente com um cadáver.

Contemplei-o com a ternura de mulher que ainda ama, apesar de sentir-se em derrocada suprema, e notei que Pedro se inclinou, instintivamente, para minha mão esquerda, crispada, a guardar-lhe a fotografia.

Horrorizado, exclamou: - Mãe, minha mãe! Pois és tu?

Para falar com franqueza, daria tudo para volver ao equilíbrio orgânico, acariciar-lhe de novo os cabelos e dizer-lhe: - "Filho querido, não se preocupe! Regenere-se e sejamos felizes voltando a viver juntos! Estou velha e cansada... Fique comigo! Fique comigo!..."

Entretanto, minha língua jazia inanimada e minhas mãos estavam hirtas.

Lagrimas ardentes borbotavam-me dos olhos parados, enquanto a voz querida me gritava estridente: - Mamãe! Mamãe! Minha mãe!...
Um sono profundo, pouco a pouco, se apoderou de mim e somente mais tarde acordei numa casa de socorro espiritual, onde pude reconstituir minhas forças para empreender a restauração de minha alma diante da Lei.

No entanto, até agora, busco meu filho para rogarmos juntos a benção da reencarnação em que eu possa extirpar-lhe do sentimento a hera maldita do orgulho e do egoísmo, da viciação e da crueldade.

E enquanto sofro as conseqüências de meus erros deliberados, posso clamar para as minhas companheiras do mundo:

- Mães da Terra, educai vossos filhos!

Afagai-os no carinho e na retidão, na justiça e no bem.

Uma criança no berço é um diamante do Céu para ser burilado.

Lembrai-vos de que o próprio Deus, em conduzindo à terra o seu Filho Divino, Nosso Senhor Jesus-Cristo, fê-lo nascer numa estrebaria, deu-lhe trabalho numa oficina singela, induziu-o a viver em serviço dos semelhantes e permitiu que Ele, o Justo, fosse imerecidamente imolado aos tormentos da cruz.


Do livro "Luz no Lar"- Espírito: Sebastiana Pires - Francisco Cândido Xavier