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quarta-feira, 30 de março de 2022

PASSES

“E rogava-lhe muito, dizendo: Minha filha está moribunda; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que sare, e viva.” (MARCOS, 5: 23)

Jesus impunha as mãos nos enfermos e transmitia-lhes os bens da saúde.

Seu amoroso poder conhecia os menores desequilíbrios da Natureza e os recursos para restaurar a harmonia indispensável.

Nenhum ato do Divino Mestre é destituído de significação.

Reconhecendo essa verdade, os apóstolos passaram a impor as mãos fraternas em nome do Senhor e tornavam-se instrumentos da Divina Misericórdia.

Atualmente, no Cristianismo redivivo, temos, de novo, o movimento socorrista do plano invisível, através da imposição das mãos. Os passes, como transfusões de forças psíquicas, em que preciosas energias espirituais fluem dos mensageiros do Cristo para os doadores e beneficiários, representam a continuidade do esforço do Mestre para atenuar os sofrimentos do mundo.

Seria audácia por parte dos discípulos novos a expectativa de resultados tão sublimes quanto os obtidos por Jesus junto aos paralíticos, perturbados e agonizantes.

O Mestre sabe, enquanto nós outros estamos aprendendo a conhecer.
É necessário, contudo, não desprezar lhe a lição, continuando, por nossa vez, a obra de amor, através das mãos fraternas.

Onde exista sincera atitude mental do bem, pode estender-se o serviço providencial de Jesus.

Não importa a fórmula exterior. Cumpre­-nos reconhecer que o bem pode e deve ser ministrado em seu nome.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 153 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 28 de março de 2022

CIÊNCIA E AMOR

“A ciência incha, mas o amor edifica.” Paulo. (I CORÍNTIOS, 8: 1)

A ciência pode estar cheia de poder, mas só o amor beneficia. A ciência, em todas as épocas, conseguiu inúmeras expressões evolutivas. Vemo-la no mundo, exibindo realizações que pareciam quase inatingíveis. Máquinas enormes cruzam os ares e o fundo dos oceanos. 
A palavra é transmitida, sem fios, a longas distâncias. A imprensa difunde raciocínios mundiais. Mas, para essa mesma ciência pouco importa que o homem lhe use os frutos para o bem ou para o mal. Não compreende o desinteresse, nem as finalidades santas.

O amor, porém, aproxima-­se de seus labores e retifica-os, conferindo-lhe a consciência do bem. Ensina que cada máquina deve servir como utilidade divina, no caminho dos homens para Deus, que somente se deveria transmitir a palavra edificante como dádiva do Altíssimo, que apenas seria justa a publicação dos raciocínios elevados para o esforço redentor das criaturas.

Se a ciência descobre explosivos, esclarece o amor quanto à utilização deles na abertura de estradas que liguem os povos; se a primeira confecciona um livro, ensina o segundo como gravar a verdade consoladora. A ciência pode concretizar muitas obras úteis, mas só o amor institui as obras mais altas. Não duvidamos de que a primeira, bem interpretada, possa dotar o homem de um coração corajoso, entretanto, somente o segundo pode dar um coração iluminado.

O mundo permanece em obscuridade e sofrimento, porque a ciência foi assalariada pelo ódio, que aniquila e perverte, e só alcançará o porto de segurança quando se render plenamente ao amor de Jesus Cristo.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 152 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 25 de março de 2022

MOCIDADE

“Foge também dos desejos da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.” Paulo (II TIMÓTEO, 2: 22)

Quase sempre os que se dirigem à mocidade lhe atribuem tamanhos poderes que os jovens terminam em franca desorientação, enganados e distraídos. Costuma-se esperar deles a salvaguarda de tudo.

Concordamos com as suas vastas possibilidades, mas não podemos esquecer que essa fase da existência terrestre é a que apresenta maior número de necessidades no capítulo da direção.

O moço poderá e fará muito se o espírito envelhecido na experiência não o desamparar no trabalho.

Nada de novo conseguirá erigir, caso não se valha dos esforços que lhe precederam as atividades. Em tudo, dependerá de seus antecessores.

A juventude pode ser comparada a esperançosa saída de um barco para viagem importante. A infância foi a preparação, a velhice será a chegada ao porto.

Todas as fases requisitam as lições dos marinheiros experientes, aprendendo-se a organizar e a terminar a viagem com o êxito desejável.

É indispensável amparar convenientemente a mentalidade juvenil e que ninguém lhe ofereça perspectivas de domínio ilusório.

Nem sempre os desejos dos mais moços constituem o índice da segurança no futuro.

A mocidade poderá fazer muito, mas que siga, em tudo, “a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor”.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 151 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 23 de março de 2022

Prece: Acalma Minha Alma Senhor

Acalma minha alma, Senhor, que se confrange em pesares, ante os problemas mal resolvidos ou sem solução.

Acalma minha alma, Senhor, quando a madrugada chega e o sono não vem para o reclamado repouso do corpo cansado da luta diária.

Acalma minha alma, Senhor, e toma minha vida em Tuas mãos.

Conduza-me para que eu não me perca nos caminhos tortuosos do desespero e da angústia que, insistentes, batem à porta de meus      pensamentos e de meu coração.

Acalma minha alma, Senhor, equilibra minhas energias e fortalece meu espírito e assim, somente assim, com Teu amor alicerçando minha vida, é que poderei vencer hoje e sempre.

Amém!

Autoria Desconhecida.
 

segunda-feira, 21 de março de 2022

Estória: A Pipa de Coração

Gabriel era apaixonado por pipas.

Desde pequeno seu pai lhe ensinara a fazer pipas e a soltá-las.

Era com imensa alegria que ele levava a pipa para o campo e corria, soltando a linha, até vê-la subir no ar, cada vez mais alto.

Margarida, uma amiga de Gabriel, sempre pedia:

— Gabriel, você me deixa soltar a sua pipa? Só desta vez!

Mas ele respondia:

— Não. Isso não é coisa de menina. Além disso, você não sabe, e vai estragar minha pipa.

E a menina, inconformada, reclamava:

— Mas eu deixo você andar na minha bicicleta! E ler meus livros!

Certo dia, Gabriel tinha feito uma linda pipa nova e a garota tornou a pedir para que ele a deixasse soltá-la.

— Não adianta, Margarida. Você não vai colocar a mão na minha pipa nova.

A menina afastou-se dele e foi embora, muito brava e revoltada.

Após as aulas, passando perto da casa de Gabriel, Margarida viu que ele estava se divertindo num balanço, junto de outra amiga. Viu também que ele havia deixado a pipa nova encostada em uma árvore.

Ela se aproximou e, sem que ele percebesse, pegou a pipa e saiu correndo.

Chegando em casa, foi logo empinar a pipa. Com satisfação, viu que ela subiu e soltou mais linha. De repente, tentou puxar e não conseguiu: a pipa estava presa num galho. Com medo de que Gabriel, procurando a pipa e não a encontrando, viesse atrás dela, puxou com força e a pipa rasgou, caindo no chão, toda estragada.

Margarida, assustada, recolheu os restos e correu a escondê-los em seu quarto.

Não demorou muito, apareceu Gabriel.

— Roubaram minha pipa, Margarida. Você viu quem foi?

— Não, não vi.

Ela entrou em sua casa e deixou-o na rua, sozinho.

A mãe notou que Margarida estava estranha. Na hora de dormir perguntou a ela:

— Você não está bem, minha filha, parece triste. Quer contar o que aconteceu?

A menina começou a chorar e contou para a mãe o que tinha acontecido.

— Não tive intenção de estragar a pipa dele, mamãe. Só quis ter o gostinho de brincar um pouco com ela! Agora não sei o que fazer!

A mãe abraçou-a, carinhosa:

— Eu sei, minha filha. Porém você cometeu um gesto feio: pegou o brinquedo dele sem pedir. E depois, acabou estragando-o.

— O que devo fazer, mamãe?

— Faça uma prece e peça que Jesus a ajude. Lembre-se de tudo o que já aprendeu. Consulte sua cabecinha, pense bem. Amanhã tenho certeza que você acordará com a solução. Agora, boa noite. Durma bem, minha filha.

Margarida pensou... pensou... pensou...

Lembrou-se de que pegar a pipa do amigo sem permissão dele, mesmo tendo a intenção de devolver, foi um desrespeito e que, numa situação semelhante, não gostaria que fizessem o mesmo com ela.

No dia seguinte, tinha decidido o que fazer.

Após as aulas, comprou papel, muniu-se do necessário e fez uma pipa. Muitas vezes tinha visto Gabriel trabalhar e sabia como fazê-lo.

Mais tarde, enchendo-se de coragem, procurou o amigo e contou-lhe o que tinha acontecido, terminando por dizer:

— Peço-lhe desculpas, Gabriel. Não tive intenção de estragar sua pipa. Mas, para compensá-lo, aqui está outra que fiz especialmente para você.

— Aqui está, Gabriel. Espero que goste! — pegou a pipa e entregou ao garoto.

O menino ficou comovido ao ver sua pipa nova. Tinha o formato de um coração.

Depois, ele abraçou Margarida com carinho:

— Margarida, eu reconheço que sempre fui muito chato com você. Por isso, também tenho que lhe pedir desculpas. De hoje em diante, tudo vai ser diferente.

— Amigos?

— Amigos!

Dali a pouco, Gabriel já estava testando sua pipa nova, todo feliz da vida, enquanto Margarida o observava, satisfeita por ter resolvido o problema.

Gabriel virou-se para Margarida e sugeriu com um sorriso:

— Bom trabalho. Ela ficou ótima! Quer experimentar?

Autoria: Célia Xavier Camargo – Imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 18 de março de 2022

Poesia: Silêncio

Quando a palavra não seja
Estrutura definida
De luz, esperança e vida,
Nas falas que vêm e vão...
Modifica o assunto em pauta,
Guardando-a no grande arquivo
Do silêncio claro e vivo
Em que pulsa o coração.

É na escola social
Que a vida se aperfeiçoa;
Mesmo que a prova doa,
Nunca censures ninguém...
Se falas, fala evitando
Conflito, maldade e luta;
Auxilia a quem te escuta
Para o cultivo do bem.

As frases de sombra e lama,
Quando a queixa nos procura,
São lâminas de loucura,
Lembrando finos punhais...
São armas das mais estranhas
Nos mais estranhos perigos,
Matando grupos amigos
Ou abrindo chagas mortais.

Ninguém existe sem erros...
Se alguém te ofende ou injuria,
Perdoa!...O tempo em vigia
Corrige crentes e ateus.
Se alguém te fere; silêncio!...
Segue a luz em que te elevas;
o poder que vence as trevas
É a força do amor de Deus.

Autora: Maria Dolores

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 16 de março de 2022

148 Para Pedir a Força de Resistir a Uma Tentação

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

20. PREFÁCIO. Duas origens pede ter qualquer pensamento mau: a própria imperfeição de nossa alma, ou uma funesta influência que sobre ela se exerça. Neste último caso, há sempre indício de uma fraqueza que nos sujeita a receber essa influência; há, por conseguinte, indício de uma alma imperfeita. De sorte que aquele que venha a falir não poderá invocar por escusa a influência de um Espírito estranho, visto que esse Espírito não o teria arrastado ao mal, se o considerasse inacessível à sedução. 

Quando surge em nós um mau pensamento, podemos, pois, imaginar um Espírito maléfico a nos atrair para o mal, mas a cuja atração podemos ceder ou resistir, como se se tratara das solicitações de uma pessoa viva. Devemos, ao mesmo tempo, imaginar que, por seu lado, o nosso anjo guardião, ou Espírito protetor, combate em nós a influência e espera com ansiedade a decisão que tomemos. A nossa hesitação em praticar o mal é a voz do Espírito bom, a se fazer ouvir pela nossa consciência. 

Reconhece-se que um pensamento é mau, quando se afasta da caridade, que constitui a base da verdadeira moral, quando tem por princípio o orgulho, a vaidade, ou o egoísmo; quando a sua realização pode causar qualquer prejuízo a outrem; quando, enfim, nos induz a fazer aos outros o que não quereríamos que nos fizessem. (Cap. XXVIII, n° 15; cap. XV, nº 10.) 

21. Prece: - Deus Todo-Poderoso, não me deixes sucumbir à tentação que me impele a falir. Espíritos benfazejos, que me protegeis; afastai de mim este mau pensamento e dai-me a força de resistir à sugestão do mal. Se eu sucumbir, merecerei expiar a minha falta nesta vida e na outra, porque tenho a liberdade de escolher. Assim seja,

Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 14 de março de 2022

AGUILHÕES

“Duro é para ti recalcitrar contra o aguilhão.” Jesus (ATOS, 9: 5)

O caminho evolutivo está sempre repleto de aguilhões.

De outro modo, não enxergaríamos a porta redentora.

Entrega-­se Deus aos filhos da Criação inteira, reparte com todos os tesouros de seu amor infinito, estimula-os a se elevarem, através de mil modos diferentes; entretanto, existem círculos numerosos como a Terra, em que as criaturas não se apercebem dessas realidades gloriosas e paralisam a marcha, dormindo no leito da ilusão.

Perante tal inércia, os mensageiros da Providência, aos quais se confiou a tarefa de iluminação dos que estacionam na sombra, promovem recursos para que se verifique o despertar.

Cientes de que Deus dá tudo — a vida, os caminhos, os bens infinitos, os gênios inspiradores e só pede às criaturas se lhe dirijam aos braços paternais — esses divinos emissários organizam os aguilhões, por amor aos seus tutelados.

Nesse programa, criou Jesus os mais nobres incitamentos, para a esfera terrestre. A riqueza e a pobreza, a fealdade e a formosura, o sofrimento e a luta são aguilhões ou oportunidades instituídos pelo Cristo, a benefício dos homens.

Cada existência e cada pessoa tem a sua dificuldade particular, simbolizando ensejo bendito.

Analisa a tua vida, situa teus aguilhões e não te voltes contra eles.

Se um espírito da grandeza de Paulo de Tarso não podia recalcitrar, imagina o que se pedirá do nosso esforço.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 150 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 11 de março de 2022

Ante o Céu Estrelado

Senhor:

Ante o céu estrelado, que nos releva a tua grandeza, deixa que nossos corações se unam à prece das coisas simples...

Concede-nos, Pai,
a compaixão das árvores,
a espontaneidade das flores,
a fidelidade da erva tenra,
a perseverança das águas que procuram o repouso nas profundezas.
a serenidade do campo,
a brandura do vento leve,
a harmonia do outeiro,
a música do vale,
a confiança do inseto humilde,
o espírito de serviço da terra benfazeja,

Para que não estejamos recebendo, em vão, tuas dádivas, e para que o teu amor resplandeça, no centro de nossas vidas, agora e sempre.

Assim Seja.

Emmanuel

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 9 de março de 2022

147 Para Pedir a Corrigenda de Um Defeito

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

18. PREFÁCIO. Os nossos maus instintos resultam da imperfeição do nosso próprio Espírito e não da nossa organização física; a não ser assim, o homem se acharia isento de toda espécie de responsabilidade. De nós depende a nossa melhoria, pois todo aquele que se acha no gozo de suas faculdades tem, com relação a todas as coisas, a liberdade de fazer ou de não fazer. Para praticar o bem, de nada mais precisa senão do querer. (Cap. XV, nº 10; cap. XIX, nº 12.) 

19. Prece: - Deste-me, ó meu Deus, a inteligência necessária a distinguir o que é bem do que é mal. Ora, do momento em que reconheço que uma coisa é mal, torno-me culpado, se não me esforçar por lhe resistir. 

Preserva-me do orgulho que me poderia impedir de perceber os meus defeitos e dos maus Espíritos que me possam incitar a perseverar neles. 

Entre as minhas imperfeições, reconheço que sou particularmente propenso a...; e, se não resisto a esse pendor, é porque contrai o hábito de a ele ceder. 

Não me criaste culpado, pois que és justo, mas com igual aptidão para o bem e para o mal; se tomei o mau caminho, foi por efeito do meu livre-arbítrio. Todavia, pela mesma razão que tive a liberdade de fazer o mal tenho a de fazer o bem e, conseguintemente, a de mudar de caminho. 

Meus atuais defeitos são restos das imperfeições que conservei das minhas precedentes existências; são o meu pecado original, de que me posso libertar pela ação da minha vontade e com a ajuda dos Espíritos bons. 

Bons Espíritos que me protegeis, e, sobretudo tu, meu anjo da guarda, dai-me forças para resistir às más sugestões e para sair vitorioso da luta. 

Os defeitos são barreiras que nos separam de Deus e cada um que eu suprima será um passo dado na senda do progresso que dele me há de aproximar. 

O Senhor, em sua infinita misericórdia, houve por bem conceder-me a existência atual, para que servisse ao meu adiantamento. Bons Espíritos, ajudai-me a aproveitá-la, para que me não fique perdida e para que, quando ao Senhor aprouver ma retirar, eu dela saia melhor do que entrei. Assim seja. (Cap. V, n° 5; cap. XVII, n° 3.)

Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 7 de março de 2022

A Visita

Sílvia morava numa casa confortável, tinha pais amorosos, frequentava uma boa escola e nada lhe faltava.

Filha única, ela se acostumara a ver satisfeitas todas as suas vontades, e jamais aceitava “não” como resposta.

Com o passar dos anos, os pais de Sílvia perceberam como tinham errado na educação da filha. Reconheceram que tinham transformado a menina, agora com oito anos, numa criaturinha egoísta, arrogante, insatisfeita, orgulhosa e exigente. Quando não faziam sua vontade, jogava-se no chão e esperneava, berrando a plenos pulmões.

Após passar por inúmeros vexames, os pais de Sílvia resolveram que era preciso mudar, antes que fosse tarde demais. O que era engraçadinho numa criança de dois anos tornara-se inaceitável numa garota de oito.

Querendo colocá-la diante da realidade, certo dia a mãe lhe disse:

— Venha, minha filha. Vamos sair.

— Oba! Vamos fazer compras? Estou mesmo precisando de um montão de coisas! Quero comprar algumas camisetas, três calças jeans, alguns calçados e também brinquedos. Estou cansada dos que tenho. São velhos e imprestáveis! — considerou a menina, fazendo uma careta.

A mãe, tranquilamente, afirmou:

— Não vamos fazer compras, Sílvia.

— Ah! Não? E aonde vamos, posso saber?

— Vamos fazer uma visita.

— Não quero fazer visita! Quero fazer compras! — respondeu a criança, mal-humorada.

Sem perder a calma, a mãe insistiu:

— Primeiro a visita. Depois, se você se comportar, veremos!

Sem dar maiores explicações, Olinda pegou a filha pela mão e levou-a até o carro. De cara amarrada, a menina olhava pela janela.

O carro deixou as ruas de maior movimento, encaminhando-se para um bairro na periferia. Aonde iriam? — pensou Sílvia.

Estacionaram numa rua muito pobre. As casas eram miseráveis, as pessoas sujas e malvestidas. Nas ruas, não havia calçadas nem asfaltamento. Crianças brincavam na terra, em meio a poças de lama malcheirosa.

Sílvia sentiu nojo. Que lugar horrível!

A mãe parecia não notar tanta sujeira. Caminhava serena, cumprimentando as pessoas com um sorriso amistoso. Diante de uma casa, parou. Bateu na porta e alguém veio abrir. Era uma mulher toda despenteada, rosto sujo e roupas remendadas.

— Bom dia, Maria. Viemos fazer-lhes uma visita.

O semblante da dona da casa iluminou-se ao ver a recém-chegada.

— Dona Olinda! Que prazer tê-la em nossa casa! Entre! Entre!

Sílvia estranhou. Nunca pensou que sua mãe tivesse relacionamento com “essa gentinha”.

Entraram. A moradia era muito pequena. Na sala, que também servia de quarto, Sílvia viu um leito. Aproximou-se, curiosa.

Uma menina, que parecia ter a sua idade, estava deitada.

— Ela está doente? — perguntou surpresa.

— Márcia, quando bebê, esteve muito doente. A partir daí, não saiu mais dessa cama. Não anda, não fala, não enxerga. Só ouve. Tenho que lhe dar comida na boca. Faz as necessidades aí mesmo, por isso não há roupa que chegue. Agora mesmo, já está molhada. Fez xixi e preciso trocá-la.

Sílvia ficou olhando aquela menina que ali estava deitada, sem poder sair do leito, brincar, ir à escola ou passear. Seus olhos se encheram de lágrimas e sentiu o coração inundar-se de compaixão.

Nesse momento, ouviu que sua mãe dizia:

— Maria, trouxe gêneros alimentícios, leite e bolachas; para a Marcinha, roupas e calçados. Além disso, pegue este dinheiro. Não é muito, mas será o suficiente para pagar as contas de água, energia elétrica e comprar gás. Se precisar de mais alguma coisa, me avise. Sei que você é sozinha e não pode trabalhar porque tem que cuidar da Marcinha.

A pobre mulher não cabia em si de felicidade. Com lágrimas nos olhos agradeceu, comovida:

— Dona Olinda, foi Jesus quem mandou a senhora. Deus lhe pague! Nunca há de faltar nada para a senhora e para sua filha.

Despediram-se. Entrando no carro, iniciaram o caminho de volta. Chegando ao centro da cidade, Olinda perguntou:

— Quer fazer compras agora, minha filha?

Sílvia enxugou uma lágrima e balançou a cabeça:

— Não, mamãe. Descobri que não preciso de nada. Já tenho demais.

O resto do trajeto a menina manteve-se calada.

Mais tarde. Sílvia chamou sua mãe no quarto. Duas caixas de papelão se achavam no meio do aposento, abarrotadas de roupas, calçados e brinquedos. Com um sorriso radiante, Sílvia perguntou:

— O que acha, mamãe, de levarmos todas essas coisas para Marcinha? Afinal, não preciso delas. Tenho certeza de que, lá, terão muito mais utilidade. Também tenho alguns livros que pretendo doar. Como ela ouve, pretendo ler para ela.

Olinda abraçou a filha com carinho. A lição fora bem aproveitada. Agora estava certa de que Sílvia jamais voltaria a ser a mesma criança exigente e egoísta.

— Tem toda razão, querida. Hoje mesmo levaremos tudo para a Marcinha. Ela vai adorar!

Autoria: Célia Xavier Camargo – Imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 4 de março de 2022

Vencer

Em muitas ocasiões,
Sofres ante os próprios gritos,
Abafados nos conflitos
Das tentações a transpor...

É o fel do orgulho ferido,
A rebeldia, a tristeza,
As lutas da natureza,
Agindo em nome do amor.

Queres seguir nos princípios,
Que a Lei Divina te aponta,
Mas as sombras são sem conta
Que o desânimo produz...

Cais, reergues-te e caminhas,
Às vezes, cambaleando,
E, em preces, perguntas quando
Chegarás à Grande Luz.

Entretanto, alma querida,
Deus nos conhece os problemas,
Cala-te, serve e não temas
Treva, amargura ou pesar...

O erro é sinal de escola,
A dor é lição contigo
E Jesus segue contigo.
Não pares de trabalhar.

Autora: Maria Dolores

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 2 de março de 2022

Biografia: JOÃO PEDRO SCHLEDER

1846 - 1921

Nasceu em 1846, filho de Miguel Schleder e Marianna Pletz Schleder.

Foi fundador da Federação Espírita do Paraná e em 02de agosto de 1908, passou a integrar a Comissão Central; primeiro Conselho Superior e Legislativo da nova entidade.

Em 30 do mesmo mês e ano foi eleito presidente, permanecendo no cargo até 11de abril de 1909.

Em 10 de julho de 1921 desencarnou, sendo na oportunidade o Conselheiro mais antigo. Infelizmente não temos nos registros da Federação Paranaense melhores informes sobre as atividades desse confrade, que permaneceu por quase 20 anos como membro efetivo do órgão superior. Esse fato, todavia, não desmerece seu valor como membro que foi da família federativa.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.