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sexta-feira, 29 de abril de 2022

ENTRE OS CRISTÃOS

“Mas entre vós não será assim.” Jesus (MARCOS, 10: 43)

Desde as eras mais remotas, trabalham os agrupamentos religiosos pela obtenção dos favores celestes.

Nos tempos mais antigos, recordava-se da Providência tão-­só nas ocasiões dolorosas e graves. Os crentes ofereciam sacrifícios pela felicidade doméstica, quando a enfermidade lhes invadia a casa; as multidões edificavam templos, em surgindo calamidades públicas.

Deus era compreendido apenas através dos dias felizes.

A tempestade purificadora pertencia aos gênios perversos.

Cristo, porém, inaugurou uma nova época. A humildade foi o seu caminho, o amor e o trabalho o seu exemplo, o martírio a sua palma de vitória. Deixou a compreensão de que, entre os seus discípulos, o princípio de fé jamais será o da conquista fácil de favores do céu, mas o de esforço ativo pela iluminação própria e pela execução dos desígnios de Deus, através das horas calmas ou tempestuosas da vida.

A maior lição do Mestre dos Mestres é a de que ao invés de formularmos votos e sacrifícios convencionais, promessas e ações mecânicas, como a escapar dos deveres que nos competem, constitui-nos obrigação primária entregarmo-nos, humildes, aos sábios imperativos da Providência, submetendo-nos à vontade justa e misericordiosa de Deus, para que sejamos aprimorados em suas mãos.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 155 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Prece: DIANTE DA INJUSTIÇA

Mestre, não nos deixes cometer a menor atitude de injustiça contra quem quer que seja...

No entanto, se somos os injustiçados, que saibamos esperar de Ti, sem que extrapolemos, na ânsia de nos defendermos.

A verdade acaba sempre se impondo por si mesma.

No momento justo, as nossas obras falarão por nós...

Haverá, sim, quem nos advogue a causa... A injustiça humana jamais prevalecerá sobre a Justiça Divina, que é Incorruptível.

As forças ocultas da Criação agindo em silêncio, conspiram em favor de quem é bom!

Senhor, a injustiça que sofremos hoje talvez nos seja corrigenda do ontem...

Quem sabe o que fizemos ou deixamos de fazer aos que jaziam sob a nossa tutela?

Quantas vezes, no passado, a nossa mão não terá se erguido para apedrejar?...

Dá-nos paciência, mas dá-nos também esperança!


Livro: Preces e Orações – Médium: Carlos A. Baccelli - Espírito: Irmão José.

Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Poesia: Sugestões da Vida

Muita gente pensa e diz
Que todo coração a envolver-se no bem
Parece caminhar na tempestade,
A lutar e sofrer como ninguém.

Entretanto, alma boa,
Prossegue edificando sem crer nisso,
Ninguém progride e nem se aperfeiçoa
Sem calos e sem choques em serviço.

Tudo o que serve, tudo o que auxilia,
É ação em disciplina firme e atenta;
Anota os benefícios mais singelos
Com que a vida na Terra te sustenta.

Fita uma vela acesa, em pleno escuro,
Nobre lição de apoio a que o mundo nos leva,
Recorda um vagalume afastando um gigante,
Um guarda a consumir-se eliminando a treva.

Solo ferido é o berço da semente,
Semente sufocada é a fonte da fartura,
O trigo não fornece pão à mesa,
Sem sofrer na engrenagem que o tritura.

O piso que mantém a casa erguida
Oculta-se no chão em gratuito recesso,
A movimentação das máquinas no mundo
É força que se queima em louvor do progresso.

As férreas vigas do edifício enorme
Em que dispões de lar, segurança e defesa,
Vestem-se no cimento que se faz
Das pedras que se arranca à natureza.

Assim também, alma querida e bela,
Aprendendo a servir no campo do Senhor,
É preciso esquecer-nos no trabalho,
Buscando na humildade a presença do amor.

Por: Maria Dolores

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 20 de abril de 2022

150 Para Pedir Um Conselho

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

24. PREFÁCIO. Quando estamos indecisos sobre o fazer ou não fazer uma coisa, devemos antes de tudo propor-nos a nós mesmos as questões seguintes:

1ª - Aquilo que eu hesito em fazer pode acarretar qualquer prejuízo a outrem?

2ª - Pode ser proveitoso a alguém?

3ª - Se agissem assim comigo, ficaria eu satisfeito?

Se o que pensamos fazer, somente a nós nos interessa, licito nos é pesar as vantagens e os inconvenientes pessoais que nos possam advir.

Se interessa a outrem e se, resultando em bem para um, redundará em mal para outro, cumpre, igualmente, pesemos a soma de bem ou de mal que Se produzirá, para nos decidirmos a agir, ou a abster-nos.

Enfim, mesmo em se tratando das melhores coisas, importa ainda consideremos a oportunidade e as circunstâncias concomitantes, porquanto uma coisa boa, em si mesma, pode dar maus resultados em mãos inábeis, se não for conduzida com prudência e circunspecção. Antes de empreendê-la, convém consultemos as nossas forças e meios de execução.

Em todos os casos, sempre podemos solicitar a assistência dos nossos Espíritos protetores, lembrados desta sábia advertência: Na dúvida, abstém-te. (Cap. XXVIII, nº 38.)

25. Prece: - Em nome de Deus Todo-Poderoso, inspirai-me, bons Espíritos que me protegeis, a melhor resolução a ser tomada na incerteza em que me encontro. Encaminhai meu pensamento para o bem e livrai-me da influência dos que tentarem transviar-me.

Assim seja.

Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Estória: A Dor de Garganta

Sentada à porta da sua casa em companhia de Cláudia, uma amiga, Mariana divertia-se a observar as pessoas que passavam, tecendo comentários em torno de cada uma delas. E dizia, rindo:

— Veja, Cláudia, aquela mulher lá do outro lado da rua. Que roupa horrorosa!

Dali a pouco comentava:

— E aquela outra? Olhe os cabelos dela, desgrenhados. Parece uma bruxa! Só falta a vassoura! — e caía na gargalhada.

Ao ver um garoto que passava na frente delas, criticou em voz alta, sem se preocupar que ele ouvisse:

— Olha o tênis desse menino! Está todo sujo e rasgado! Deve tê-lo encontrado numa lata de lixo.

O garoto, que ouvira a observação de Mariana feita com desprezo, virou-se e olhou para elas com expressão de tristeza e humilhação, e, baixando a cabeça, continuou seu caminho sem dizer nada.

Cláudia, de coração bom e generoso, ficou muito envergonhada com a atitude da amiga.

— Mariana, precisamos ter respeito com as pessoas. Não podemos tratá-las dessa maneira. Viu como o garoto ficou chateado?

Indiferente, Mariana retrucou, balançando os ombros:

— Que me importa? É bom mesmo que tenha ouvido, assim não sairá mais à rua daquele jeito!

— Ele não tem culpa de ser um menino pobre, Mariana. Com certeza é o melhor par de calçados que tem! Além disso, Jesus ensinou que devemos fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam. Você gostaria que alguém agisse assim com você?

Mariana, porém, que não estava acostumada a ser contestada pela amiga, reclamou com maus modos:

— Você é uma chata! Vá embora!

Levantou-se irritada e entrou batendo a porta, deixando Cláudia sozinha no portão.

A mãe, ao vê-la chegar daquele jeito indagou:

— Que falta de educação, minha filha! Por que bateu a porta daquela maneira?

E Mariana, numa crise de raiva, respondeu nervosa:

— A Cláudia me irrita, mamãe! Não quero mais saber dela. Não sou mais sua amiga.

A mãe não disse nada, limitando-se a convidá-la para almoçar.

A família acomodou-se para a refeição. Sentados à mesa, Mariana continuava de péssimo humor: reclamou do irmãozinho, que não comia direito; do avô, que fazia barulho para tomar a sopa; da comida, que não estava a seu gosto; e até do cachorro, que latia no quintal.

Após a refeição, a mãezinha chamou Mariana, sentou-se com ela no sofá e, aconchegando-a ao coração com muito carinho, perguntou:

— Minha filha, quer me contar o que aconteceu e que a deixou tão mal-humorada?

Mais calma, Mariana contou tudo o que acontecera. A mãe ouviu e, com serenidade, lembrando-se de todas as vezes que havia alertado a filha para esse problema, considerou:

— Sua amiga Cláudia tem razão, minha querida. Comece a observar seu comportamento e perceberá que você só enxerga o lado negativo de tudo. À hora do almoço mesmo, limitou-se a criticar seu irmãozinho, o avô, a comida e até o cãozinho de quem você gosta tanto. Nada disse de agradável para ninguém!

A bondosa senhora parou de falar, analisando o efeito de suas palavras, e prosseguiu:

— Não acha que deve mudar a maneira de encarar a vida, procurando ver mais o lado positivo das pessoas, das situações e das coisas? Você será bem mais feliz, pode acreditar. Além disso, Jesus ensinou que cada um receberá de acordo com as próprias obras. Aquilo que semeamos, colhemos. É da Lei.

Mariana ouviu as palavras da mãe e permaneceu pensativa o resto do dia.

Naquela noite, foram fazer uma visita à vovó que morava do outro lado da cidade. Na volta, o tempo virou para chuva e ventava muito. A temperatura caiu e, quando chegaram em casa, já estava chovendo.

No dia seguinte, Mariana acordou com dor de garganta e completamente sem voz. Ao ver a mãe na cozinha preparando o café, apanhou uma folha de caderno e escreveu:

— A senhora tinha razão. Já estou colhendo!

Ao ler o que estava escrito, a mãezinha sorriu achando graça e respondeu:

— É natural que você esteja com a garganta irritada, filha. Ontem apanhou muita friagem!

Mas apesar do comentário materno, Mariana conservou a íntima certeza de que estava recebendo pelo que fizera aos outros. Havia falado demais, menosprezado seus semelhantes, e agora estava sem voz.

— E se eu não puder falar nunca mais?!... — pensou ela, assustada.

Naquele momento, Mariana tomou uma decisão. Procuraria modificar sua maneira de agir, realçando o lado bom de tudo e passaria a respeitar todas as pessoas.

Começou a colocar em prática suas boas disposições logo ao sair de casa para ir à escola, pedindo desculpas à Cláudia pelo que fizera. Mas, tranquila e bem humorada, a amiga nem se lembrava mais do desentendimento.

Satisfeita da vida, levantando a cabeça e olhando o céu, Mariana exclamou contente:

— Que dia lindo!

Autoria: Célia Xavier Camargo – Imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 13 de abril de 2022

RENUNCIAR

“E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes tanto e herdará a vida eterna.” Jesus (MATEUS, 19: 29)

Neste versículo do Evangelho de Mateus, o Mestre Divino nos induz ao dever de renunciar aos bens do mundo para alcançar a vida eterna. Há necessidade, proclama o Messias, de abandonar pai e mãe, mulher e irmãos do mundo. No entanto, é necessário esclarecer como renunciar.

Jesus explica que o êxito pertencerá aos que assim procederem por amor de seu nome.

A primeira vista, o alvitre divino parece contrassenso.

Como olvidar os sagrados deveres da existência, se o Cristo veio até nós para santificá-los?

Os discípulos precipitados não souberam atingir o sentido do texto, nos tempos mais antigos.

Numerosos irmãos de ideal recolheram-se à sombra do claustro, esquecendo obrigações superiores e inadiáveis.

Fácil, porém, reconhecer como o Cristo renunciou.

Aos companheiros que o abandonaram; aparece glorioso, na ressurreição.

Não obstante as hesitações dos amigos, divide com eles, no cenáculo, os júbilos eternos. Aos homens ingratos que o crucificaram oferece sublime roteiro de salvação com o Evangelho e nunca se descuidou um minuto das criaturas.

Observemos, portanto, o que representa renunciar por amor ao Cristo. É perder as esperanças da Terra, conquistando as do Céu.

Se os pais são incompreensíveis, se a companheira é ingrata, se os irmãos parecem cruéis, é preciso renunciar à alegria de tê-los melhores ou perfeitos, unindo-nos, ainda mais, a eles todos, a fim de trabalhar no aperfeiçoamento com Jesus.

Acaso, não encontras compreensão no lar? Os amigos e irmãos são indiferentes e rudes?

Permanece ao lado deles, mesmo assim, esperando para mais tarde o júbilo de encontrar os que se afinam perfeitamente contigo. Somente desse modo renunciarás aos teus, fazendo-lhes todo o bem por dedicação ao Mestre, e, somente com semelhante renúncia, alcançarás a vida eterna.

Livro: Caminho, Verdade e Vida, lição 154 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Prece: Aos Anjos GUARDIÕES e ESPÍRITOS Protetores

Espíritos sábios e benevolentes, mensageiros de Deus, cuja missão é assistir aos homens e conduzi-los pelo bom caminho, amparai-me nas provas desta vida; dai-me a força de sofrê-las sem lamentações; desviai de mim os maus pensamentos, e fazei que eu não dê acesso a nenhum dos maus Espíritos que tentariam induzir-me ao mal.

Esclarecei a minha consciência sobre os meus próprios defeitos, e tirai-me dos olhos o véu do orgulho, que poderia impedir-me de percebê-los e de confessá-los a mim mesmo. Vós, sobretudo, meu Anjo Guardião, que velais mais particularmente por mim, e vós todos, Espíritos Protetores, que vos interessais por mim, fazei que eu me torne digno da vossa benevolência. Vós conheceis as minhas necessidades; que elas sejam satisfeitas segundo a vontade de Deus.

Meu Deus, permiti que os Bons Espíritos que me assistem possam ajudar-me, quando me achar em dificuldades, e amparar-me nas minhas vacilações. Senhor, que eles me inspirem a fé, a esperança e a caridade, que sejam para mim um apoio, uma esperança e uma prova da Vossa misericórdia. Fazei, enfim, que eu neles encontre a força que me faltar nas provas da vida, e para resistir às sugestões do mal, a fé que salva e o amor que consola.

Espíritos amados, Anjos Guardiães, vós a quem Deus, na sua infinita misericórdia, permite velarem, pelos homens, sede o nosso amparo nas provas desta vida terrena. Dai-nos a força, a coragem e a resignação; inspirai-nos na senda do bem, detendo-nos no declive do mal; que vossa doce influência impregne as nossas almas; fazei que sintamos a presença, ao nosso lado, de um amigo devotado, que assista os nossos sofrimentos e participe das nossas alegrias. 

E vós, meu Anjo Bom, nunca me abandoneis. Necessito de toda a vossa proteção, para suportar com fé e amor as provas que Deus quiser enviar-me.

Assim seja.
 

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Poesia: Tomadas de Sombra

O assunto parece estranho:
Tomadas de obsessão...
No entanto, elas são quais são
E surgem por onde vais;
Começam frequentemente
Nas palavras do caminho,
Quais se fossem seda ou linho.
Guardando finos punhais.

Aqui, uma queixa amarga
Recorda brando cochicho,
Atirando lama ou lixo
Sobre a conduta de alguém;
Ali, a conversa linda,
Na transmissão de um recado,
Lembra um doce envenenado,
Matando a força do bem.

Aparecem sob a forma
De ciúme ou desavença,
De desajuste que pensa
Ou pretende o que não é...
Faz-se impressão negativa
De certa mancha na estrada,
Uma frase desastrada,
Que nasce onde falta a fé.

Alma querida, se buscas
A paz segura de Cristo,
Crê, trabalha e atende a isto:
Não uses o verbo em vão...
Relembra que Deus nos chama para ajudar e servir
Que a nova luz do porvir
Nascerá do coração.

Autora: Maria Dolores

Fonte da imagem: Internet Google.
 

quarta-feira, 6 de abril de 2022

149 Ação de Graças Pela Vitória Alcançada Sobre Uma Tentação

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

Cap. 28 - COLETANIA DE PRECES ESPIRITAS

22. PREFÁCIO. Aquele que resistiu a uma tentação deve-o à assistência dos bons Espíritos, a cuja voz atendeu. Cumpre-lhe agradecê-lo a Deus e ao seu anjo de guarda. 

23. Prece. - Meu Deus; agradeço-te o haveres permitido eu saísse vitorioso da luta que acabo de sustentar contra o mal. Faze que essa vitória me dê a força de resistir a novas tentações. 

E a ti, meu anjo guardião, agradeço a assistência com que me valeste. Possa a minha submissão aos teus conselhos granjear-me de novo a tua proteção! 

Assim seja

Fonte da imagem: Internet Google.
 

segunda-feira, 4 de abril de 2022

A Casca de Banana

Laurinha estudava na escola de seu bairro, e estava na terceira série do primeiro grau.

Não se preocupava muito com os estudos, mas conseguia sempre ser aprovada, embora com dificuldade.

Agora, já quase no final do ano, Laurinha ia fazer uma prova muito importante.

Sua mãe aconselhava-a a estudar, mas Laurinha respondia:

— Depois. Agora estou brincando.

— Laurinha, venha estudar, minha filha!

— Mais tarde, mamãe. Agora preciso conversar com minha amiga.

Algumas horas depois a mãezinha atenta a chamava novamente, e ela replicava:

— Amanhã, mamãe. Posso assistir à televisão? Só um pouquinho!

Depois, ficava com sono e ia para a cama e, no dia seguinte, tudo se repetia da mesma maneira.

Até que chegou o dia da prova.

Nervosa, Laurinha foi para a escola e voltou bastante deprimida.

Uma vergonha! Tirara nota ZERO na prova e fora a chacota de toda a classe. Os outros alunos foram bem e acharam as questões fáceis. Só ela não sabia nada, e, portanto, nada respondera.

A professora a chamara na frente, inquirindo a razão daquele tremendo fracasso, porém Laurinha, de cabeça baixa e muito envergonhada, nada respondeu.

Ao chegar em casa contou à sua mãe, chorando muito. Sentia-se humilhada perante os colegas de classe, achava que ninguém gostava dela. E tomou uma decisão:

— Não vou mais à escola! Não quero mais ver ninguém.

A mãe, com carinho, afagou-lhe os cabelos dizendo com ternura:

— Não se comporte dessa maneira, minha filha. Na verdade, você recebeu uma lição merecida. Colheu o que plantou, entende? Como não estudou nada, nada poderia saber, não é? O seu fracasso é, portanto, responsabilidade sua!

A menina fitou a mãe, surpresa, já parando de chorar.

— Pode ser. Mas não volto mais àquela escola. Nunca mais! E, depois, vou perder o ano mesmo!

Sua mãe sorriu, sabendo que não era o momento para insistir no assunto. Laurinha iria refletir e, provavelmente, mudaria de atitude.

Para espairecer, convidou-a para irem juntas à padaria da esquina. No caminho, a menina, que se distraía com o movimento da rua, pisou numa casca de banana que alguém jogara na calçada. Levou o maior tombo!

Rapidamente, toda dolorida e olhando em torno, para ver se alguém presenciara sua queda, Laurinha levantou-se, envergonhada.

A mãezinha viu naquele incidente oportunidade para uma lição e não perdeu tempo:

— Por que você não ficou esparramada no chão?

Laurinha olhou para a mãe, surpresa e sem entender a pergunta.

— O quê? Por que não fiquei no chão? Claro que não!

— Ah! Você não pensou em ficar na calçada, estatelada?

Laurinha replicou, horrorizada:

— Que ideia, mamãe! Naturalmente que não. Levantei o mais rápido possível!

A senhora balançou a cabeça, concordando:

— Isso mesmo, minha filha. É assim que devemos agir sempre. Não acha você que a situação na escola seja mais ou menos a mesma?

Laurinha escutou e pareceu meditar por momentos.

— Pense bem, querida. Em nossas vidas as dificuldades são obstáculos que precisamos superar. E não importa quantas vezes levemos uma queda, temos sempre que nos levantar e seguir em frente.

A menina sorriu e seus olhos se iluminaram.

— A senhora tem razão, mamãe! Uma prova mal feita não significa nada, a não ser que preciso me esforçar mais. Amanhã vou para a escola.

No dia seguinte, logo cedo, Laurinha voltou às aulas e, para alegria sua, a professora deu-lhe uma nova oportunidade para que pudesse recuperar os pontos perdidos.

Afinal, aquele problema que lhe parecera tão grande e sem solução, na verdade era bem pequeno.

E Laurinha, desse dia em diante, sempre que se via em dificuldades e tinha vontade de desistir, lembrava-se da lição que lhe dera uma humilde e desprezada casca de banana.

Autoria: Célia Xavier Camargo – Imagem: Internet Google.
 

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Biografia: JOÃO PINTO DE SOUZA

1891 – 1943

Nascido na cidade de Palmares (Pernambuco), no dia 8 de fevereiro de 1891, e desencarnado no dia 31 de julho de 1943, no Hospital Central do Exército, do Rio de Janeiro.

João Pinto de Souza foi um dos pioneiros de programas espíritas radiofônicos, quando numa gloriosa noite de Quarta-feira às 21:00 horas, formada pela mais intensa emoção, anunciava ao microfone da PRE-6, “Rádio Sociedade Fluminense” – a Hora Espiritualista – o primeiro programa prolongado e permanente de Espiritismo pelo rádio. O pioneiro mesmo foi Caíbar Schutel um ano antes, em 1936, quando pela “Rádio Cultura de Araraquara PRD-4, irradiava palestras, que mais tarde reuniu num livro intitulado: “Palestras Radiofônicas”, com 206 páginas.

Antes dessas datas históricas, raras vezes, ouviram-se um ou outro confrade, a irradiação de uma comemoração solene, mais um fato social do que doutrinário propriamente dito. A imprensa espírita de 1937 diz que João Pinto de Souza foi o pioneiro desses programas, no Brasil e no Mundo, porém, vamos fazer justiça ao grande Caíbar Schutel, que um ano antes irradiava semanalmente conferências pelo rádio. No programa inaugural na “Rádio Ipanema”, quando se transferiu de Niterói para o Rio de Janeiro compareceram eminentes figuras do Espiritismo, como Manoel Quintão, Dr. Guillon Ribeiro, Professor Leopoldo Machado, Dr. Leôncio Corrêa, Comandante João Torres, Carlos Imbassahy e muitos outros, conforme fotografia histórica pertencente ao Museu Espírita do Estado de Guanabara. A Hora Espiritualista contou com integral apoio da Liga Espírita do Brasil, de cujo conselho João Pinto de Souza fazia parte. 

A inauguração do Programa na “Rádio Ipanema” causou tanta repercussão, que ao ato compareceram representantes de inúmeras Instituições Espíritas do Distrito Federal e do Estado do Rio de Janeiro, inclusive a Federação Espírita Brasileira. Graças ao dinamismo desse denodado companheiro, contamos hoje com a Fundação Cristã Espírita Cultural “Paulo de Tarso”, mantenedora da Rádio Rio de Janeiro, a Emissora dos Espíritas, dirigida pelo seu sucessor Geraldo de Aquino, que mantém o Programa até hoje com o nome de “Hora Espírita João Pinto de Souza”.

João Pinto de Souza era filho de família humilde, pobres de bens materiais, mas ricos de virtudes evangélicas na intimidade do lar. A situação financeira de seus pais não lhe permitiram receber instruções superior.

Fez o curso primário e trabalhou em algumas casas comerciais até atingir os 18 anos, quando se alistou no Exército como voluntário, sendo transferido para o 52.º Batalhão de Caçadores no Rio de Janeiro, onde fez os cursos de cabo e sargento. Posteriormente serviu na Fortaleza de São João e por merecimento foi lotado no Estado Maior do Exército, como sargento-escrevente. Estudando à noite, tentou por algumas vezes ingressar na Escola Militar, o que infelizmente não conseguiu. Serviu em alguns Estados da Federação, inclusive no Forte de Óbidos, no Pará, onde se reformou em 1931, na graduação de 1º Sargento, deixando bela folha de serviços. No Exército, foi um militar amante da disciplina, querido e respeitado por subordinados, colegas e superiores.

Não se sabe exatamente quando João Pinto de Souza aceitou a Doutrina. Na comunidade espírita era muito laborioso; de temperamento impulsivo e algumas vezes até explosivo, chegou a desagradar alguns confrades, porque em matéria de Espiritismo não admitia meio termo, era dinâmico, trabalhador e realizador, não compreendendo como certos confrades pudessem aceitar cargos e fugir dos encargos. Não ficava calado diante de coisas que lhe parecessem em desacordo com o espírito da Doutrina, extremamente sincero, desagradava aos acomodados, mas apesar de tudo, era fraterno e amigo e os companheiros compreendiam e toleravam os seus impulsos, sendo querido e admirado pelo seu constante e fecundo labor a bem da propaganda espírita e doutrinária.

Dotado de diversas faculdades mediúnicas, inclusive de efeitos físicos, serviu de instrumento para alguns pesquisadores nesse terreno. Essas sessões se realizavam na sua própria residência e eram dirigidas e controladas pelo saudoso confrade Sebastião Caramuru, com o máximo de cuidado para que não houvesse a mínima possibilidade de fraudes. Todos os assistentes e o próprio médium eram amarrados e lacrados, para que no final das sessões se pudesse constatar que ninguém havia se levantado de seus lugares.

Antes do início de cada sessão, fechava-se a porta que, além da fechadura, tinha trancas no seu interior e também ficava lacrada, com a assinatura de cada um dos presentes. Davam-se várias batidas no ambiente, investigando por todos os presentes, para que nem de leve pudesse duvidar da realidade dos fenômenos produzidos, na presença de respeitáveis personalidades. Nessas sessões registraram-se os fenômenos de voz direta, através de uma corneta acústica, escrita direta em línguas estrangeiras em papel previamente rubricado por todos os presentes e colocados dentro de uma caixa de madeira fechada, embrulhada e lacrada em vários pontos. Um artigo publicado na “Revista Espírita do Brasil”, de autoria do confrade Daniel Cristóvão, em setembro de 1943, afirma o seguinte: “Dos fenômenos de escrita direta, através da mediunidade de João Pinto de Souza, sobreleva uma mensagem escrita em francês, que jamais conseguimos esquecer, a qual foi redigida em papel rubricado por todos e colocada dentro de uma caixa cuidadosamente lacrada, cujo texto dizia assim: Ao meu Castelo, neste momento, nada mais quero senão revê-lo. Que seria a vida sem a virtude”. Mensagem assinada por Babet, destinada ao confrade Coronel José de Castelo Branco. E nesse artigo Daniel Cristóvão descreve com riqueza de detalhes os vários fenômenos produzidos naquela sessão.

O nome de João Pinto de Souza aparece nos Anais do Congresso Espírita, realizado no Rio de Janeiro em 1925, o qual deu origem à Liga Espírita do Brasil, fundada em 31 de março de 1926, por um grupo de valorosos defensores da pureza doutrinária, dentro do pensamento de Allan Kardec, revelado pelo Espírito da Verdade. 

Homens de incontestável valor moral e intelectual assinaram a ata de fundação da Liga, como o Desembargador Gustavo Farnese, Ângelo Torteroli, Dr. Xavier de Araújo, o escritor Coelho Neto e muitos outros expoentes da história do Espiritismo no Brasil. A Liga Espírita do Brasil tomou caráter federativo nacional, abrigando em seu seio instituições de vários Estados do Brasil, só abrindo mão dessa prerrogativa, quando da criação do Conselho Federativo Nacional, instituído pelo Pacto Áureo, em 5 de outubro de 1949, ao qual aderiu, passando a ser o Órgão Federativo no antigo Distrito Federal. Essa casa tem sido um posto avançado, um celeiro de defensores da Doutrina Espírita em toda sua pureza, à luz da Terceira Revelação. A Egrégia Entidade permanece na mesma unidade de pensamento, defendendo os mesmos ideais de seus antepassados em cujo seio figurou o nome ilustre de João Pinto de Souza.

Por ocasião do I Congresso Brasileiro de Jornalismo Espíritas, em 1939, quando se inaugurava uma “Exposição de Revistas e Jornais Espíritas”, ele foi homenageado pela Diretoria do Congresso, por ser o decano dos jornalistas espíritas presentes ao ato. No campo do jornalismo desenvolveu trabalhos notáveis, redigindo artigos para a imprensa espírita de todo o País. Era associado da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), onde atuou brilhantemente. Escreveu uma coluna espírita no jornal “A Pátria” e foi assíduo colaborador de “A Vanguarda”, jornais de grande tiragem naquela ocasião, ambos já extintos. Tinha muita facilidade para escrever e falar. Na tribuna espírita era vibrante a ponto de empolgar a assistência, sendo um dos conferencistas mais solicitados de sua época.

Tomou parte ativa em diversos movimentos espíritas, promoveu caravanas ao interior, visitas de confraternização e conferências públicas. Fundou e presidiu a União dos Centros Espíritas dos Subúrbios da Leopoldina, foi Presidente do Centro Espírita “Fé e Caridade”, tomou parte em inúmeras diretorias e assinou várias atas de fundações de instituições espíritas. Organizou grupos de Estudos nas Unidades Militares onde serviu, conforme publicou “Vanguarda” em suas reminiscências.

Fonte do texto: Biografias Espíritas – Imagem: Internet Google.