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segunda-feira, 12 de abril de 2010


Árvore do Amor


O amor, meus amigos, não vai aparecer de repente, como num passe de mágica no teu coração.

É verdade que está lá, latente como uma semente.

Tens, no entanto que planta-lo, cultiva-lo, cuida-lo por muito tempo, para que um dia frutifique.

Inicialmente tens que saber que esta semente esta lá, e te dispores a cultivá-la.

Entender com a tua mente, que é pelo amor que encontraras a felicidade.

O primeiro passo consiste em cavar a terra do teu coração para lá plantares esta semente.

Aduba-la com as putrefações do mundo.

Este cultivo é duro difícil e demorado. Requer que se arregace as mangas e com as próprias mãos se cave a terra.

Aduba-la custa muitas dores e sofrimentos.

Depois o tempo passa e este também é um período difícil, de espera.

Onde não se vê o trabalho recompensado, porque a semente germina escondida.

Tempo duro em que a desesperança toma conta do ser.

Tempo em que se tem que ter Fé!

Quando o sol e a chuva, ainda que não vejamos faz germinar a semente.

Este sol e esta chuva são as lutas de cada dia, daqueles que esperam a germinação da semente que foi plantada.

Muitos se perdem neste sol e nesta chuva.

Um dia, quando menos se espera, aparece na terra o primeiro broto do amor.
Momento de felicidade e esperança, quando a Fé é recompensada.

Este também é um momento perigoso para o ser que evolui, por que muitos neste instante se perdem , param, acham que encontraram o amor.

A árvore existe, porém é frágil e fenece com facilidade, é tempo de mais trabalho, de proteger esta árvore dos ventos, do sol, da chuva e do orvalho.

Tempo de se ser forte para não deixar que as intempéries façam fenecer o amor que nasce.

Outros tantos por fraqueza aqui se perdem!

Com o passar do tempo, a árvore cresce, e vem a formar uma copa frondosa que dá sombra e dá conforto.

Belo momento quando se pode enfrentar as lutas da vida sob esta sombra acolhedora. Neste tempo vem a dificuldade maior daquele que cultiva o amor, é o tempo da poda! De novo tempo de dores e de sofrimentos.

Tempo de amor difícil, duro, reto, mas necessário.

Depois vem o tempo das flores! Primavera do amor! Beleza e perfume!

Ainda tempos difíceis!

Há que se ter controle, neste momento para não se colher as flores, e desta forma impedir que se gerem os frutos.

Destes momentos que cada vez são mais difíceis, este é o pior.

Julgando ter o amor e se julgando merecedor e credor desta árvore e desta flor.

Muitos neste momento se perdem, embriagados pela grandeza do instante.

Colher a flor da árvore do amor, trás simplesmente uma satisfação momentânea, há que se esperar o fruto.

O caminho é longo e duro, tendo uma dificuldade a cada tempo.

Um dia a flor se transforma em fruto.

Neste tempo se compreende que o fruto desta árvore não tem outra finalidade, que não seja, gerar mais sementes de amor, recriando este ciclo.

Então se entende que o verdadeiro amor se basta a si mesmo, não necessita recompensa.

O verdadeiro fruto da árvore do amor vai estar dentro do plantador!

O amor não dá outro fruto que não seja o próprio amor.

O ciclo do verdadeiro amor não tem inicio e nem fim.

Ele é a própria luta pela vida!


A. Brandão

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