O TEMPO II
Todas as criaturas gozam o tempo - raras aproveitam-no.
Corre a oportunidade - espalhando bênçãos.
Arrasta-se o homem - estragando as dádivas recebidas.
Cada dia é um país - de vinte e quatro províncias.
Cada hora é uma província - de sessenta unidades.
O homem, contudo, é o semeador - que não despertou ainda.
Distraído cultivador - pergunta: "que farei"?
E o tempo silencioso responde - com ensejos benditos:
De servir - ganhando autoridade.
De obedecer - conquistando o mundo.
De lutar - escalando os céus.
O homem, todavia, - voluntariamente cego, roga sempre mais tempo para zombar da vida:
Porque, se obedece - revolta-se, orgulhoso,
Se sofre - injuria e blasfema,
Se chamado a contas - lavra reclamações descabidas.
Cientistas - fogem da verdadeira ciência.
Filósofos - ausentam-se dos próprios ensinos.
Religiosos - negam a religião.
Administradores - retiram-se da responsabilidade.
Médicos - subtraem-se à Medicina.
Literatos - furtam-se à divina verdade.
Estadistas - centralizam a dominação.
Servidores do povo - buscam interesses privados.
Lavradores - abandonam a terra.
Trabalhadores - escapam do serviço.
Gozadores temporários - entronizam ilusões.
Ao invés de suar no trabalho - apanham borboletas da fantasia.
Desfrutam a existência - assassinando-a em si próprios.
Possuem os bens da Terra - acabando possuídos.
Reclamam liberdade - submetendo-se à escravidão.
Mas chega um dia - porque há sempre um dia mais claro que os outros,
Em que a morte - surge - reclamando trapos velhos...
O tempo recolhe então - apressado - as oportunidades que pareciam sem fim...
E o homem reconhece - tardiamente preocupado -
Que a Eternidade Infinita - pede conta do minuto.
Livro: Correio Fraterno – Médium: Chico Xavier – Espírito: André Luiz.
Fonte da imagem: Internet
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