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domingo, 18 de dezembro de 2011

O PROBLEMA DIFÍCIL


Entre os comentários da noite, um dos companheiros mostrou-se interessado em conhecer a questão mais difícil de resolver, nos serviços referentes à procura da Luz Divina.


Em que setor da luta espiritual se colocaria o mais complicado problema? Depois de assinalar variadas considerações, ao redor do assunto, o Mestre fixou no semblante uma atitude profundamente compreensiva e contou: — Um grande sábio possuía três filhos jovens, inteligentes e consagrados à sabedoria.


Em certa manhã, eles altercavam a propósito do obstáculo mais difícil de vencer no grande caminho da vida.


No auge da discussão, prevendo talvez conseqüências desagradáveis, o genitor benevolente chamou-os a si e confiou-lhes curiosa tarefa.


Iriam os três ao palácio do príncipe governante, conduzindo algumas dádivas que muito lhes honraria o espírito de cordialidade e gentileza.


O primeiro seria o portador de rico vaso de argila preciosa.


O segundo levaria uma corça rara.


O terceiro transportaria um bolo primoroso da família.


O trio fraterno recebeu a missão com entusiástica promessa de serviço para a pequena viagem de três milhas; no entanto, a meio do caminho, principiaram a discutir.


O depositário do vaso não concordou com a maneira pela qual o irmão puxava a corça delicada, e o responsável pelo animal dava instruções ao carregador do bolo, a fim de que não tropeçasse, perdendo o manjar; este último aconselhava o portador do vaso valioso, para que não caísse.


O pequeno séquito seguia, estrada afora, dificilmente, porquanto cada viajor permanecia atento a obrigações que diziam respeito aos outros, através de observações acaloradas e incessantes.


Em dado momento, o irmão que conduzia o animalzinho olvida a própria tarefa, a fim de consertar a posição da peça de argila nos braços do companheiro, e o vaso, premido pelas inquietações de ambos, escorrega, de súbito, para espatifar-se no cascalho poeirento.


Com o choque, o distraído orientador da corça perde o governo do animal, que foge espantado, abrigando-se em floresta próxima.


O carregador do bolo avança para sustar-lhe a fuga, internando-se pelo mato a dentro, e o conteúdo de prateada bandeja se perde totalmente no chão.


Desapontados e irritadiços, os três rapazes tornam à presença paterna, apresentando cada qual a sua queixa e a sua derrota.


O sábio, porém, sorriu e explicou-lhes: — Aproveitem o ensinamento da estrada.


Se cada um de vocês estivesse vigilante na própria tarefa, não colheriam as sombras do fracasso.


O mais intrincado problema do mundo, meus filhos, é o de cada homem cuidar dos próprios negócios, sem intrometer-se nas atividades alheias.


Enquanto cogitamos de responsabilidades que competem aos outros, as nossas viverão esquecidas.


Jesus calou-se, pensativo, e uma prece de amor e reconhecimento completou a lição.


Livro: Jesus no Lar, lição 36 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Néio Lúcio.
Fonte da imagem: Internet Google.

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