Senhor!...
Sei que nos deste a todos,
Um encargo
ou missão.
Nada
promoves sem objetivo,
Nada fazes
em vão.
À estrela
conferiste
A benção de
aguentar-se e refulgir sem véu,
Tal qual
sucede ao Sol que nos conduz
Pelas vias
do Céu.
Atribuíste à
Terra
A função de
compor e recompor
A forma em
que o trabalho nos confere
A ciência do
amor.
Colocaste no
mar a investidura imensa
De
externar-te o poder
E a fonte o
privilégio de ensinar-nos
A humildade
por norma e o perdão por dever.
Comissionaste
as árvores amigas,
Em que a
lição do bem se exprime e se condensa,
Para a
tarefa de guardar-te a vida
E auxiliar
sem recompensa.
Doaste à
flor o dom de perfumar
E puseste na
estrada o dom de conduzir,
Deste música
às aves, deste ao vento
O doce ministério
de servir.
Tudo te
filtra a glória soberana,
Tudo te
exalta a Lei,
Em razão
disso, eu própria reconheço,
Que quase
nada sou e quase nada sei
Mas se posso
pedir-te alguma coisa,
Converte-me,
Senhor, a própria imperfeição,
Num canal
pequenino que te mostre
A força da
bondade e a luz da compaixão.
Autora:
Maria Dolores
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