O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Cap. 10 –
Bem Aventurados Os Misericordiosos
AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA
11 – Não julgueis, pois,
para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis
julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus,
VII: 1-2).
12
– Então lhe trouxeram os escribas e os fariseus uma mulher que fora apanhada em
adultério, e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora
mesmo apanhada em adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a estas tais.
Qual
é a vossa opinião sobre isto? Diziam, pois os judeus, tentando-o, para o
poderem acusar. Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra.
E como eles perseveraram em fazer-lhe perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhes:
Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra. E tornando
a abaixar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um,
sendo os mais velhos os primeiros. E ficou só Jesus com a mulher, que estava no
meio, em pé. Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te
acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe
disse: Nem eu tampouco te condenarei; vai, e não peques mais. (João, VIII:
3-11).
13
– “Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra”, disse Jesus. Esta
máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não necessite para si
mesmo. Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos
julgamos a nós mesmos, nem condenar nos outros os que nós desculpamos em nós.
Antes de reprovar uma falta de alguém, consideremos se a mesma reprovação não
nos pode ser aplicada.
A
censura de conduta alheia pode ter dois motivos: reprimir o mal, ou
desacreditar a pessoa cujos atos criticamos. Este último motivo jamais tem
escusa, pois decorre da maledicência e da maldade. O primeiro pode ser
louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, pois dele pode resultar um
bem, e porque sem ele, o mal jamais será reprimido na sociedade. Aliás, não
deve o homem ajudar o progresso dos seus semelhantes? Não se deve, pois, tomar
no sentido absoluto este princípio: “Não julgueis para não serdes julgados”,
porque a letra mata e o espírito vivifica.
Jesus
não podia proibir de se reprovar o mal, pois ele mesmo nos deu o exemplo disso,
e o fez em termos enérgicos. Mas quis dizer que a autoridade da censura está na
razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. Tornar-se culpável daquilo
que se condena nos outros é abdicar dessa autoridade, e mais ainda, arrogar-se
arbitrariamente o direito de repressão. A consciência íntima, de resto, recusa
qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de algum
poder, viola as leis e os princípios de que está encarregado de aplicar.
A
única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo.
É o que resulta evidentemente das palavras de Jesus.
Fonte da imagem:
Internet Google.
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