Lena é esta
garotinha simpática que vocês estão vendo, com laço de fita nos cabelos, brincando
com sua amiguinha Tita.
Tita é filha
da senhora que, há muitos anos, faz faxina na casa de Lena, e ela tem quatro
irmãozinhos, diferentes de Lena, que é filha única.
Como é bem
difícil sustentar uma família grande, a mamãe de Lena sempre ajuda a mamãe de
Tita, dando algumas roupas para as crianças, material escolar, e a própria Tita
aproveita alguns vestidos que a Lena, por algum motivo, não usa mais.
Talvez o
fato de Tita ser pobre, ou quem sabe por não ter uma aparência tão bonita quanto
a de Lena, esta, embora seja sua amiga, a trata com ares de superioridade. Em todas
as brincadeiras, a parte de Tita é sempre a mais pesada; Lena sempre é a chefe,
a quem manda, a princesa...
A mamãe de
Lena, observando que sua filha não tratava Tita com igualdade, com fraternidade,
ficou preocupada. Ela não queria que Lena crescesse com preconceitos.
Quem sabe o
que é preconceito?
É, por
exemplo, quando julgamos as pessoas pela aparência, pela cor, pela religião,
etc, achando que só os bonitos, bem vestidos, branquinhos, ricos, são bons, são
educados. E isto é muito errado!... E, é claro, que a mamãe de Lena não queria que
sua filha fosse uma pessoa preconceituosa. Resolveu, então, fazer uma coisa...
Que será que a mamãe de Lena fez?
Um dia,
chamou à cozinha as duas meninas, que estavam brincando no quarto de Lena.
- Crianças –
disse ela – sei que vocês gostam muito de salada de fruta com sorvete, não é?
- Oba, mãe,
você vai dar salada com sorvete pra gente? – gritou Lena. Eu quero o meu potinho
bem cheio, e o que sobrar pode dar para a Tita. Mamãe olhou muito séria para
Lena.
Vocês sabem
por quê?
- Calma,
calma – continuou mamãe – se querem salada de fruta têm que me ajudar a fazê-la!
- Nós
ajudamos, mamãe – falou Lena – enquanto eu apanho a saladeira, a Tita pega as
frutas e vai descascá-las. E vai jogar as cascas no lixo direitinho, viu Tita?
Mais uma
vez, mamãe olhou muito séria para Lena. Sabem por quê?
- As duas
vão pegar os potes e lavá-los. Eu descasco e corto as frutas, pois mexer com
facas é perigoso.
Tendo lavado
logo os potinhos, as meninas foram ver a mamãe preparar a salada.
- Uai, mãe,
por que você só está cortando maçã? - falou Lena. E as outras frutas?
- Engraçado,
minha filha, eu pensei que você só desse importância ao que fosse bonito,
caro...
- Mas, mãe,
salada de uma fruta só?...
- Veja: as
bananas têm amassadinhos; as uvas são daquelas pretinhas, bem pequenas; o mamão
está com uma cara engraçada, meio torto...
- Mas são
gostosos, mãe!... A gente tira os amassadinhos; as uvas pretinhas são docinhas...
E que importância tem o mamão estar torto, se ele estiver docinho? – argumentou
a menina.
Que bom que
você pensa assim, filhinha! Pelo jeito que você trata as pessoas que são diferentes
de você, até cheguei a imaginar que julgava pela aparência...
Realmente,
no reino das pessoas, como no reino das frutas, existem diferenças, o que não
quer dizer que a cor, o tamanho, a riqueza, possam fazer melhor ou pior...
Lena
imediatamente compreendeu que mamãe falava de Tita, e para provar que aprendera
a lição, abraçando a amiguinha, falou:
- Mamãe,
vamos fazer a salada com todas as frutas. Depois você dividirá a salada e o sorvete
em partes iguais para Tita e para mim! .
Fonte:
apostila da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora (AME-JF)
Imagem: Internet Google.
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