Ah! É o vaga-lume.
Pois bem, da
janela de sua toca, o besouro fungava aborrecido, olhando a lanterna verde que
o vagalume acabara de acender.
Quanto
brilhava! Parecia uma pequenina estrela caída do céu. Tão linda!
O besouro
era assim. Sempre queria ser igual aos amigos, aos vizinhos, aos parentes.
Quando o gafanhoto comprou uma casaca verde e apareceu todo bonito na festa dos
bichinhos, ele ficou de boca aberta, querendo ser como o gafanhoto.
Voltou para
casa aborrecido e tristonho.
O que
aconteceu – perguntou- lhe a mulher. Ele não respondeu e foi dormir todo
zangado.
O mesmo
aconteceu quando ele ouviu o canarinho cantando.
Que voz
linda. – pensava ele. – E eu não sou capaz de fazer um assobio.
E assim,
sempre querendo ser como os outros, era um besouro triste.
Mas, o que mais
irritava mesmo era o vagalume, pois, pensava ele:
O vagalume
não e um bichinho como eu? Por que tem ele aquela lanterna verde tão bonita e
eu não tenho?
De tanto se
aborrecer com isso, o besouro resolveu abandonar tudo e ir morar sozinho na
floresta. Mas ele ia tão afobado, tão raivoso, que não vendo os galhos secos de
uma arvore, estes lhe feriram os olhos.
Ah! Que dor
nos olhos! Quase não vejo nada... Como poderei caminhar?
E ficou
parado por instantes quando ouviu uma vozinha:
Que bichinho
bonito, como ele tem as patas bem feitas. São tão bonitinhas as suas patas!
Como e o seu nome?
Mas, o
besouro com olhinhos machucados não viu a formiga e como a formiga havia falado
em bichinho bonito, ele não pensou que fosse com ele.
Fale o seu
nome, eu sou a formiguinha.
Está falando
comigo? Eu me chamo besouro. Machuquei os olhos nestes galhos.
Espere um
pouco, vou buscar água fresquinha para banha-lo e num instante ficara bom.
Enquanto ele
esperava, ouviu outra voz:
Que bichinho
interessante! Tão bonitinho! Ele tem o corpo coberto por uma capa preta!
Isso não e capa
preta, são minhas asas...
Ah! Você tem
asas! Pode voar. Oh! Como você é feliz!
Enquanto
isso, a formiguinha já tinha chegado. Lavou os olhos do besouro, pôs uma
pomadinha e ele passou a enxergar bem. Pode ver, então, que quem falava com ele
era a minhoca. E olhando ao seu redor viu tantos bichinhos..., uns pequenos,
outros rastejando pelo chão, e, apesar de tudo viviam felizes.
Começou a
pensar..., olhou para as suas patinhas..., tão bem feitas. Olhou para suas asas
fortes..., sem elas nunca poderia voar. E tão depressa...
E o besouro
continuou pensando:
- Estes bichinhos
não tem nada disso e vivem contentes, nem ficam irritados por não serem como eu
sou... Ah! Eu também vou procurar viver alegre com o que eu tenho e não ficarei
mais triste com a beleza do vaga-lume, nem de bicho algum.
Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação
e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.
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