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segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Minha Cidade É Especial


Dona Luísa, mãe de Luna, estava no facebook e chamou a filha:

- Venha ver estas fotos que Antônia postou!

Luna se apressou – adorava fotos! Eram fotos da cidade em que a prima morava, realmente lindas! Era inverno e as ruas e praças estavam cobertas de neve. Havia um enorme parque temático perto da cidade e Antônia tinha ido andar de esqui, de trenó. Tudo era tão lindo e diferente!

- Odeio minha cidade! – reclamou Luna. Não tem neve, não tem parque, não tem nada pra fazer! É uma cidade feia e sem graça!

A mãe apenas ouviu, não disse nada.

Alguns dias depois de uma conversa da mãe com a professora de Luna, a menina tinha como tarefa da escola um trabalho com o tema: Minha cidade – aspectos positivos e negativos.

- Nem sei como começar! – protestou Luna.

- Converse com algumas pessoas, sugeriu a mãe.

- Vou começar por você, mãe!

- Não, eu serei a última entrevistada, sorriu dona Luísa.

Como sabia que não adiantava reclamar, Luna começou as entrevistas. Falou primeiro com a avó Ângela, que contou como a cidade era antigamente e como mudou ao longo dos anos: novos prédios, novas escolas, praças modificadas, além de muitas lembranças... A avó falou do local onde conheceu o avô de Luna, a Igreja onde casaram, o hospital onde nasceu dona Luísa, a escola onde ela, como professora, viu muitas crianças crescerem, até se tornarem pais e mães, de outras crianças, que agora frequentam a mesma escola... Ela até deu algumas dicas de lugares para Luna fotografar.

No outro dia, Luna foi conversar com seu tio Carlos, que contou que adora a cidade em que mora, pois tem muitos amigos; que eles se encontram pra jogar futebol e estudar no Centro Espírita que ele frequenta há muitos anos.

Luna também entrevistou o pai, e seu Juarez falou da poluição, das pessoas que jogam lixo nas ruas e nos rios, daqueles que não cuidam das calçadas em frente às suas casas. Quando ele parecia desanimado, seu olhar mudou, e ele falou que cabe a cada um fazer a sua parte para cuidar com responsabilidade do lugar em que vive. Depois da conversa, Luna ficou pensando como poderia fazer a parte dela para que a cidade fosse limpa e boa de viver.

A prima Clara contou à Luna que estava feliz, porque estava estudando Veterinária, curso conquistado pela Universidade local há poucos anos. Falou das oportunidades de estudo e trabalho, e das indústrias. Luna ouviu atentamente e anotou tudo.

Ao retornar da casa de Clara, Luna observou que havia buracos nas ruas e poucas árvores. Minha cidade não é perfeita, pensou.

Ao ouvir a mãe, Luna entendeu que, embora a cidade tivesse alguns aspectos negativos, é o local que, provavelmente, ela escolheu na espiritualidade para reencarnar, para aprender e evoluir.

Luna pesquisou na Internet a história da cidade, os pontos turísticos e acrescentou fotos aos relatos: prédios, árvores, praças, famílias, estudantes, tornando o trabalho escolar um sucesso!

Mas o mais importante é que Luna compreendeu que a cidade que escolhemos para viver é especial e importante para o progresso individual e coletivo. E que, embora possa não ter parques temáticos e outras coisas que gostaríamos, é o lugar adequado a cada um. Afinal, é onde escolhemos viver e progredir material e espiritualmente, através do convívio com outras pessoas e dos desafios diários.

Claudia Schmidt

Fonte da imagem: Internet Google.

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