Dona Luísa,
mãe de Luna, estava no facebook e chamou a filha:
- Venha ver
estas fotos que Antônia postou!
Luna se
apressou – adorava fotos! Eram fotos da cidade em que a prima morava, realmente
lindas! Era inverno e as ruas e praças estavam cobertas de neve. Havia um
enorme parque temático perto da cidade e Antônia tinha ido andar de esqui, de
trenó. Tudo era tão lindo e diferente!
- Odeio
minha cidade! – reclamou Luna. Não tem neve, não tem parque, não tem nada pra
fazer! É uma cidade feia e sem graça!
A mãe apenas
ouviu, não disse nada.
Alguns dias
depois de uma conversa da mãe com a professora de Luna, a menina tinha como
tarefa da escola um trabalho com o tema: Minha cidade – aspectos positivos e
negativos.
- Nem sei
como começar! – protestou Luna.
- Converse
com algumas pessoas, sugeriu a mãe.
- Vou
começar por você, mãe!
- Não, eu
serei a última entrevistada, sorriu dona Luísa.
Como sabia
que não adiantava reclamar, Luna começou as entrevistas. Falou primeiro com a
avó Ângela, que contou como a cidade era antigamente e como mudou ao longo dos
anos: novos prédios, novas escolas, praças modificadas, além de muitas
lembranças... A avó falou do local onde conheceu o avô de Luna, a Igreja onde
casaram, o hospital onde nasceu dona Luísa, a escola onde ela, como professora,
viu muitas crianças crescerem, até se tornarem pais e mães, de outras crianças,
que agora frequentam a mesma escola... Ela até deu algumas dicas de lugares
para Luna fotografar.
No outro
dia, Luna foi conversar com seu tio Carlos, que contou que adora a cidade em
que mora, pois tem muitos amigos; que eles se encontram pra jogar futebol e
estudar no Centro Espírita que ele frequenta há muitos anos.
Luna também
entrevistou o pai, e seu Juarez falou da poluição, das pessoas que jogam lixo
nas ruas e nos rios, daqueles que não cuidam das calçadas em frente às suas
casas. Quando ele parecia desanimado, seu olhar mudou, e ele falou que cabe a
cada um fazer a sua parte para cuidar com responsabilidade do lugar em que
vive. Depois da conversa, Luna ficou pensando como poderia fazer a parte dela
para que a cidade fosse limpa e boa de viver.
A prima
Clara contou à Luna que estava feliz, porque estava estudando Veterinária,
curso conquistado pela Universidade local há poucos anos. Falou das
oportunidades de estudo e trabalho, e das indústrias. Luna ouviu atentamente e
anotou tudo.
Ao retornar
da casa de Clara, Luna observou que havia buracos nas ruas e poucas árvores.
Minha cidade não é perfeita, pensou.
Ao ouvir a
mãe, Luna entendeu que, embora a cidade tivesse alguns aspectos negativos, é o
local que, provavelmente, ela escolheu na espiritualidade para reencarnar, para
aprender e evoluir.
Luna
pesquisou na Internet a história da cidade, os pontos turísticos e acrescentou
fotos aos relatos: prédios, árvores, praças, famílias, estudantes, tornando o
trabalho escolar um sucesso!
Mas o mais
importante é que Luna compreendeu que a cidade que escolhemos para viver é
especial e importante para o progresso individual e coletivo. E que, embora
possa não ter parques temáticos e outras coisas que gostaríamos, é o lugar
adequado a cada um. Afinal, é onde escolhemos viver e progredir material e
espiritualmente, através do convívio com outras pessoas e dos desafios diários.
Claudia
Schmidt
Fonte da imagem: Internet Google.
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