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sábado, 21 de março de 2009

Curso Básico de Espiritismo 1º ano, terça, 24.03.2009 no Expedição Caridade

A 21ª aula do dia 17.03.09 será reposta nesta terça.

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Palestra no Expedição Caridade em 25.03.2009

POESIA

MAIS ALÉM


Auta de Souza


A sombra, em torno à estrada,

Não te importe,

Segue varando injurias e ameaças

E estende os dons do amor

No bem que faças,

Sem que o frio a vencer te desconforte.



Se, ante o mundo, o amparo humilde e forte

Levanta corações na luz que abraças,

Distribuindo graças sobre graças

Na fé que varre a dor, a treva e a morte.



Por mais pedras à frente, ajuda e avança

Por facho de bondade e de esperança,

Que o dever de servir jamais te doa...



Alguém te apoiará, dia por dia,

A envolver-te de paz e de alegria,

Esse alguém é Jesus que te abençoa.


Do livro Marcas do Caminho, Psicográfia: Francisco C. Xavier, Espíritos diversos

PRECE

EU PERDÔO

Pai, quando eu for chamado para junto de Ti, quero partir com o coração aliviado de qualquer sentimento menor que possa reter-me ao vale de lágrimas onde me encontro hoje.
Ah, Meu Deus, que nada do que já vivi e ainda vivo seja obstáculo à minha felicidade amanhã!...
Quando eu me for, quero alçar vôo como fazem as aves que planam livres por sobre as misérias humanas, e que não pousam no chão senão para buscar o alimento que as mantém fortes nas alturas!...
Quando meus olhos se cerrarem à ilusão da carne, é de minha vontade que eu me distancie do mundo com a leveza das almas experimentadas na forja das provas árduas, sem que o peso de suas lembranças anule meu anseio de libertação!
Desejo, Pai, libertar-me, sendo fiel à Tua lei de amor e de perdão!
Eu compreendo que a Terra é a escola onde Tu nos prepara para a angelitude!...
Eu compreendo que o sofrimento é a lição que nos faz avançar para a glória ou estacionar na senda de novas e mais dolorosas provas!...
Eu compreendo que tudo é seleção: os laços, a estrada, os acontecimentos...
De minhas atitudes colherei bem ou mal; com minhas decisões talharei o que serei amanhã. Alegrias infinitas ou sofrimentos sem conta nascem unicamente de meus atos, a revelia do que os outros me fazem ou deixam de fazer....
Por isso, Pai, conduz meu pensamento de tal sorte que, quando chegar minha hora, nada do que vivi possa retardar-me o passo ou prender-me outra vez ao sombrio grilhão da dor. De todos os momentos experimentados, que eu carregue comigo apenas aqueles que me proporcionaram coisas úteis e felizes. Que os infortúnios e mágoas do passado não sejam mais peso em meu coração a impedir a realização dos mais ardentes anseios de felicidade e sublimação!...
As lágrimas que me fizeram verter - eu perdôo.
As dores e as decepções - eu perdôo.
As traições e mentiras - eu perdôo.
As calúnias e as intrigas - eu perdôo.
O ódio e a perseguição - eu perdôo.
Os golpes que me feriram - eu perdôo.
Os sonhos destruídos - eu perdôo.
As esperanças mortas - eu perdôo.
O desamor e a antipatia - eu perdôo.
A indiferença e a má vontade - eu perdôo.
A desconsideração dos amados - eu perdôo.
A cólera e os maus tratos - eu perdôo.
A negligência e o esquecimento - eu perdôo.
O mundo, com todo o seu mal - eu perdôo.
A partir de hoje proponho-me a perdoar porque a felicidade real é aquela que nasce do esquecimento de todas as faltas!... No lugar da mágoa e do ressentimento, coloco a compreensão e o entendimento; no lugar da revolta, coloco a fé na Tua Sabedoria e Justiça; no lugar da dor, coloco o esquecimento de mim mesmo; no lugar do pranto coloco a certeza do riso e da esperança porvindoura; no lugar do desejo de vingança, coloco a imagem do Cordeiro imolado e o mais sublime dos perdões... Só assim, Pai, se um dia eu tiver que retornar à carne, poderei me levantar forte e determinado sobre os meus pés e não obstante todos os sofrimentos que experimentar, serei naturalmente capaz de amar acima de todo desamor, de doar mesmo que despossuído de tudo, de fazer feliz aos que me rodearem, de honrar qualquer tarefa que me concederes, de trabalhar alegremente mesmo que em meio a todos impedimentos, de estender a mão ainda que em mais completa solidão e abandono, de secar lágrimas ainda que aos prantos, de acreditar mesmo que desacreditado, e de transformar tudo em volta pela força de minha vontade, porque só o perdão rasga os véus sombrios do ressentimento e da revolta, frutos infelizes do egoísmo e do orgulho, libertando meu coração no rumo do bem e da paz, do amor verdadeiro e da felicidade eterna!

Assim seja!
(Psicografia Instituto André Luiz, 08.03.2003)

MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ

TU E ALGUÉM

- Alguém falou mal de ti?
Perdoa.
E além de perdoar, aproveita a lição: quem sabe foi dito algo de verdadeiro que merece ser analisado para ser corrigido?

- Alguém te feriu?
Abençoa esse alguém.
Se agiu assim não sabe o que fez: quem pode atirar a primeira pedra?

- Espalhas o mal que alguém te fez?
Disciplina-te.
Nunca mais faças isso: olvidar o mal é o princípio do bem de que todos necessitamos.

- Demonstras mágoa reprovativa para com alguém?
Domina-te.
Não lhe dês satisfações prejudiciais. Ajuda a esse alguém e passa adiante exemplificando o amor fraternal.

- Tens insônia ruminando mentalmente o caso que te aborrece?
Vigia.
Pensa o menos possível no mal que outrem te fez: quem estende o sofrimento alheio recebe sempre sofrimento maior.

- Não cogitas de reconciliação?
Pondera.
Concilia-te na primeira oportunidade, com todos aqueles que te ofenderam, mostrando a iniciativa da boa vontade sem orgulho que te ensombre e sem bajulação que te avilte.

- Dizes perdoar e não queres mais ver os que te feririam?
Reconsidera.
Perdoemos não só com os sentimentos mas também com as ações transformando-nos em colaboradores, ainda que ocultos e indiretos, da felicidade e da paz de quantos se levantam por nossos adversários.

- Queres esquecer sem perdoar?
Reflete.
Perdoa incondicionalmente aqui e agora: uma restrição que imponhas é nuvem para o futuro cujos pormenores desconhecemos.

- Afirmas que perdoarás amanhã?
Medita.
Perdoa tão depressa quanto possível, aproveitando o dia que passa e ainda esta noite o teu sono será mais tranqüilo.

- Não te sentes com força de perdoar?
Ora.
A Providência Divina dar-te-á energias novas com que possas plantar humildade no coração e maturidade no espírito.

- Mentalizas a vingança?
Repara.
O ódio é suplício que impomos a nós próprios; perdão é alegria e amizade que partem de nós para fortalecimento da alegria e da amizade no mundo inteiro.

- Alguém não te entende a mensagem de reaproximação e bondade?
Acalma-te.
Se esse alguém permanece inabordável e irredutível, asserena a consciência e aguarda confiante, servindo quanto puderes, na certeza de que estarás junto desse alguém ao lado do amor infinito de Deus, que auxilia e espera sempre.

(ANDRÉ LUIZ, do livro "Sol nas Almas", cap.60, edição CEC)

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Cap. X, ítens 4 e 6

OS SINAIS DOS TEMPOS

E continuou Jesus: - Quando vêem aparecer uma nuvem no poente, logo afirmam que vem chuva, e assim acontece... E quando vêem soprar o vento sul, dizem que haverá calor, e assim também acontece!
Hipócritas! Sabem interpretar o aspecto da terra e do céu, entretanto, não sabem discernir esta época? E porque não julgam também por si mesmos o que é justo?
Quando forem com o seu adversário ao magistrado, se esforcem para livrar-se deste adversário pelo caminho, para que não suceda que ele os arraste ao juiz, o juiz os entregue ao oficial e o oficial os recolha à prisão... E digo que não sairão dali, enquanto não pagarem até o último centavo! (Lucas 12, vs. 54-59)

ALLAN KARDEC: A misericórdia é complemento da doçura, porque aquele que não é misericordioso não saberia ser brando e pacífico; ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor denotam uma alma sem elevação, sem grandeza, o esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada que está acima dos insultos que se lhe pode dirigir; uma é sempre ansiosa, de uma suscetibilidade desconfiada e cheia de fel; a outra é calma, cheia de mansuetude e de caridade.
Ai daquele que diz: "Eu nunca perdoarei", porque se não for condenado pelos homens, se-lo-á certamente por Deus; com que direito reclamará o perdão das suas próprias faltas se ele mesmo não perdoa dos outros? Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz para perdoar ao irmão não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.
Mas há duas maneiras bem diferentes de perdoar; uma grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem segunda intenção, que poupa com delicadeza o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, tivesse mesmo este último toda a culpa. A segunda, pela qual o ofendido, ou aquele que acredita sê-lo, impõe ao outro condições humilhantes, e faz sentir o peso de um perdão que irrita, em lugar de aclamar; se estende a mão, não é com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a todo mundo: "Vejam quanto sou generoso!" Em tais circunstâncias, é impossível que a reconciliação seja sincera de parte a parte? Não, nisso não há generosidade, mas um modo de satisfazer o orgulho, Em toda contenda, aquele que se mostre mais conciliador, que prove mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza de alma, conquistará sempre a simpatia das pessoas imparciais.(4)
Há na prática do perdão, e na do bem em geral, mais que um efeito moral, há também um efeito material. Sabe-se que a morte não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, freqüentemente, com seu ódio, além do túmulo, aqueles contra os quais conservaram rancor; por isso o provérbio que diz: "Morto o animal, morto o veneno", é falso quando aplicado ao homem. O Espírito mau espera que aquele a quem quer mal esteja preso ao corpo e menos livre, para o atormentar mais facilmente, atingi-lo em seus interesses ou em suas mais caras afeições. É preciso ver, nesse fato, a causa da maioria dos casos de obsessão, daqueles sobretudo que apresentam uma certa gravidade, como a subjugação e a possessão. O obsidiado e o possesso são, pois, quase sempre, vítimas de uma vingança anterior, à qual, provavelmente, deram lugar por sua conduta. Deus o permite para puni-los do mal que eles próprios fizeram ou, se não o fizeram, por terem faltado com indulgência e caridade, não perdoando. Importa, pois, do ponto de vista da sua tranqüilidade futura, reparar mais depressa os erros que cometeu contra o próximo, perdoar seus inimigos, a fim de exterminar, antes de morrer, todo motivo de dissenções, toda causa fundada de animosidade ulterior; por esse meio, de um inimigo obstinado neste mundo, pode-se fazer um amigo no outro; pelo menos coloca o bom direito do seu lado, e Deus não deixa aquele que perdoou ser alvo de vingança. Quando Jesus recomenda reconciliar-se o mais depressa com o adversário, não é somente com vistas a apaziguar as discórdias durante a existência atual, mas evitar que elas se perpetuem nas existências futuras. "Não sairás de lá", disse Jesus, "enquanto não houveres pago até o último ceitil", quer dizer, satisfeito completamente a justiça de Deus. (6).

HISTORIA

O PERDÃO JUSTO

Meimei

Em certa cidade européia, um homem ignorante, considerado malfeitor, foi condenado à morte na forca.

O juiz fora severo no julgamento.

Afirmava que o infeliz era grande criminoso e que só a pena última podia solucionar-lhe a situação.

Alguns dias antes do enforcamento, o magistrado veio ao cárcere, em companhia de um filho, jovem, alegre e de bom coração que, em se aproximando de velho soldado, pôs-se a examinar-lhe a arma de fogo.

Sem que o rapaz pudesse refletir no perigo do objeto que revirava nas mãos, um tiro escapou, rápido, e, com espanto de todos, a bala, em disparada, alojou-se num dos braços do condenado à morte, que observava a cena, tranquilamente, da grade.



Banhado em sangue, foi socorrido pelo juiz e pelos circunstantes e, porque a palavra do magistrado fosse dura e cruel para o filho irrefletido, o prisioneiro lembrou os ensina-mentos de Jesus, ajoelhou-se aos pés do visitante ilustre e suplicou-lhe desculpas para o moço em lágrimas, afirmando que o jovem não tivera a mínima intenção de magoá-lo.

O juiz notou a profunda sinceridade da rogativa e, em silêncio, passou a reparar que o condenado era portador de nobre coração e de inexprimível bondade.

No dia imediato, promoveu medidas para a revisão do processo que lhe dizia respeito e, em pouco tempo, a pena de morte era comutada para somente alguns meses de prisão.

Perdoando ao rapaz que o ferira, o prisioneiro encontrou o perdão justo para as suas faltas, conseguindo, desse modo, recomeçar a vida, em bases mais sólidas de paz, confiança, trabalho e alegria.



Do livro “Pai Nosso”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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