PROBLEMAS DOS OUTROS
No que se refere à
inquietação, às vezes os problemas que nos atingem não são propriamente nossos,
mas dos outros.
Estaremos em paz de
consciência, todavia, entes amados terão assumido compromissos graves,
suscitando-nos desajuste e insegurança.
Possuímos, por
enquanto, o nome inatacado; no entanto, criaturas profundamente ligadas a nós
surgem sofrendo o assédio da injúria, com ou sem razão, impelindo-nos ao desejo
de preservá-las contra as pedras que lhes dilapidam a imagem.
Com o amparo de certas
escoras morais, conseguimos sustentar-nos relativamente livres, quanto aos
arrastamentos do coração; entretanto, afligimo-nos, como é justo, por almas abençoadas
de nosso convívio que aparecem na arena das lutas afetivas, suportando conflitos difíceis de
carregar.
Sob a proteção de
facilidades transitórias que nos resguardam a segurança, acalentamos a própria
resistência, diante das tentações que nos enxameiam a estrada, mas entes queridos
haverão tombado em delinquência, impulsionando-nos ao anseio de ajudá-los na recuperação da própria
paz.
Como, porém,
auxiliá-los de nossa parte?
Saberíamos,
porventura, orientar-lhes o tratamento restaurador se ignoramos toda a extensão
e conteúdo da influência que os precipitou na sombra mental em que se debatem?
E como poderíamos julgá-los se lhes desconhecemos o drama comovedor, desde o
princípio?
Seria desumano golpear
a ferida, sob o pretexto de socorrer o doente, e não seria lógico traçar
diretrizes em territórios acerca dos quais não possuímos ainda qualquer experiência.
Ante os problemas
daqueles que nos rodeiam, contudo, podemos ouvi-los com paciência e caridade,
doando-lhes esperança e consolo.
E, acima de tudo,
cabe-nos recordar que a luz da Divina Providência está em nós, tanto quanto neles,
e que, por isso mesmo, o máximo auxílio que nos será lícito prestar-lhes será
sempre respeitar-lhes as escolhas e decisões, orando por eles e rogando à mesma
Providência Divina os guie e esclareça, ampare e ilumine, reconhecendo que, no
íntimo das próprias vidas, são todos eles tão livres e responsáveis, diante de
Deus, quanto nós.
Livro: Rumo Certo,
lição 43 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem:
Internet Google.
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