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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A VOLTINHA DE RENATO

Um dia, Renato foi dar uma “voltinha”.

Antes de sair, porém, passou pela cozinha e ao ver um prato de bananas, exclamou:

- Oba! ... Está para mim! ...

E, guloso como era, pegou duas bananas e saiu. Então, começou a saborear uma delas.

- Como está gostosa! ... A sorte é que peguei duas...

E os olhos luzindo de prazer, ia dando sua “voltinha”.

A manhã estava linda! ... Os céus bem azuis, salpicados de nuvenzinhas brancas que passavam de um lado para outro.

- Parecem carneirinhos pastando – pensou Renato enquanto caminhava.

Andou, andou... Depois de comer as duas bananas, ficou todo atrapalhado.

- E agora, que vou fazer com estas coisas? ... Atirar no chão não devo... No bolso não dá... Minhas calças estão limpinhas... Ficar com elas na mão... Também não dá...

E Renato olhava para as cascas de banana, sem saber o que fazer com elas.

Nisto, ao passar por um jardim, um cão saltou nas grades, latindo.
- Oi Rajá! ... Tudo bom? ...

E largou na calçada as desagradáveis cascas, para melhor acariciar seu amigo cão.

Durante algum tempo, Renato ali esteve. Depois, continuou a dar sua “voltinha”, completamente esquecido de tudo.

Foi então que encontrou seu amigo Pepe.

- Oi! ... Vamos brincar um pouco?

- Não posso, Nato! Meu pai está esperando a marmita. Ele almoça lá no emprego.

Renato sabia que Pepe era um bom menino, levava sempre a marmita para o pai, com muito cuidado. Por isso, sem insistir, prosseguiu sua “voltinha”.

Mas, mal tinha dado alguns passos, ouviu um grito – Ui! ...- e um barulho forte – ploctt...

Renato voltou-se. Lá estava Pepe estendido no chão! A seu lado, a marmita virada e toda a comida derramada! Rajá latia, como a pedir socorro.

Renato correu para o amigo.

- Que foi? ... Está machucado? ...

- Ui! – Gemia Pepe, esfregando a perna – Que escorregão! ... Também, cascas de banana! ...

Renato ficou vermelho! ... O coração bateu forte, forte ....

- Você quebrou a perna? – Perguntou, aflito.

- Não sei... Acho que não! ...

E Pepe, ajudado por Renato, pôs-se de pé. Depois, forçou um sorriso e disse:

- Estou bem... A perna não quebrou...

E meio manco, deu alguns passos. Foi quando viu a comida esparramada na calçada. Então, começou a chorar.

Coitado do papai! Vai ficar sem almoço! ...

Renato ficou nervoso. E enquanto pegava as cascas de banana, dizia:

- Não chore! ... Seu pai terá outro almoço...

Mas Pepe, segurando a marmita vazia, explicou: a mãe trabalhava fora e já tinha saído.

Renato ficou mais aflito. Correu para casa e, chorando, contou tudo à sua mãe.

- Eu sou o culpado! ... A culpa é minha...

Dona Vera ficou muito aborrecida, mas logo falou:

- Vá buscar Pepe. Vamos dar um jeito...

Renato saiu com um tufão. Em dois segundos estava de volta com o amigo. E os dois choravam juntos.

Dona Vera examinou Pepe. Tinha o tornozelo inchado, mas não havia fratura.

- Não chore mais! ... Seu pai não ficará sem almoço...

E assim dizendo, ia abrindo as panelas e acomodando a comida na marmita.

Um largo sorriso apareceu no rosto de Pepe. E muito agradecido, disse:

- Muito obrigado! ... A senhora é muito boa! ... Renato também...

- Meu filho é muito descuidado! – comentou dona Vera.

E como Renato baixasse a cabeça muito triste, ela acrescentou:

- Mas garanto, também, que ele vai se corrigir...

Os olhos de Renato brilharam.

- Sim, mãe, garanto! Não me esquecerei nunca do dia de hoje! ...

E enquanto ele acompanhava Pepe, contou-lhe, muito envergonhado, o que havia acontecido quando parara para brincar com Rajá.

FONTE: LIVRO: CONTE MAIS - TEMA: RESPEITO A VIDA DOS SEMELHANTES.


CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo

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