Um dia,
Renato foi dar uma “voltinha”.
Antes de
sair, porém, passou pela cozinha e ao ver um prato de bananas, exclamou:
- Oba! ...
Está para mim! ...
E, guloso como
era, pegou duas bananas e saiu. Então, começou a saborear uma delas.
- Como está
gostosa! ... A sorte é que peguei duas...
E os olhos
luzindo de prazer, ia dando sua “voltinha”.
A manhã
estava linda! ... Os céus bem azuis, salpicados de nuvenzinhas brancas que
passavam de um lado para outro.
- Parecem carneirinhos
pastando – pensou Renato enquanto caminhava.
Andou,
andou... Depois de comer as duas bananas, ficou todo atrapalhado.
- E agora,
que vou fazer com estas coisas? ... Atirar no chão não devo... No bolso não
dá... Minhas calças estão limpinhas... Ficar com elas na mão... Também não
dá...
E Renato
olhava para as cascas de banana, sem saber o que fazer com elas.
Nisto, ao
passar por um jardim, um cão saltou nas grades, latindo.
- Oi Rajá!
... Tudo bom? ...
E largou na
calçada as desagradáveis cascas, para melhor acariciar seu amigo cão.
Durante
algum tempo, Renato ali esteve. Depois, continuou a dar sua “voltinha”,
completamente esquecido de tudo.
Foi então
que encontrou seu amigo Pepe.
- Oi! ...
Vamos brincar um pouco?
- Não posso,
Nato! Meu pai está esperando a marmita. Ele almoça lá no emprego.
Renato sabia
que Pepe era um bom menino, levava sempre a marmita para o pai, com muito cuidado.
Por isso, sem insistir, prosseguiu sua “voltinha”.
Mas, mal
tinha dado alguns passos, ouviu um grito – Ui! ...- e um barulho forte – ploctt...
Renato
voltou-se. Lá estava Pepe estendido no chão! A seu lado, a marmita virada e
toda a comida derramada! Rajá latia, como a pedir socorro.
Renato correu
para o amigo.
- Que foi? ...
Está machucado? ...
- Ui! – Gemia
Pepe, esfregando a perna – Que escorregão! ... Também, cascas de banana! ...
Renato ficou
vermelho! ... O coração bateu forte, forte ....
- Você
quebrou a perna? – Perguntou, aflito.
- Não sei...
Acho que não! ...
E Pepe,
ajudado por Renato, pôs-se de pé. Depois, forçou um sorriso e disse:
- Estou
bem... A perna não quebrou...
E meio manco,
deu alguns passos. Foi quando viu a comida esparramada na calçada. Então, começou
a chorar.
Coitado do
papai! Vai ficar sem almoço! ...
Renato ficou
nervoso. E enquanto pegava as cascas de banana, dizia:
- Não chore!
... Seu pai terá outro almoço...
Mas Pepe, segurando
a marmita vazia, explicou: a mãe trabalhava fora e já tinha saído.
Renato ficou
mais aflito. Correu para casa e, chorando, contou tudo à sua mãe.
- Eu sou o culpado!
... A culpa é minha...
Dona Vera
ficou muito aborrecida, mas logo falou:
- Vá buscar
Pepe. Vamos dar um jeito...
Renato saiu
com um tufão. Em dois segundos estava de volta com o amigo. E os dois choravam
juntos.
Dona Vera
examinou Pepe. Tinha o tornozelo inchado, mas não havia fratura.
- Não chore
mais! ... Seu pai não ficará sem almoço...
E assim dizendo,
ia abrindo as panelas e acomodando a comida na marmita.
Um largo
sorriso apareceu no rosto de Pepe. E muito agradecido, disse:
- Muito
obrigado! ... A senhora é muito boa! ... Renato também...
- Meu filho
é muito descuidado! – comentou dona Vera.
E como
Renato baixasse a cabeça muito triste, ela acrescentou:
- Mas garanto,
também, que ele vai se corrigir...
Os olhos de
Renato brilharam.
- Sim, mãe,
garanto! Não me esquecerei nunca do dia de hoje! ...
E enquanto
ele acompanhava Pepe, contou-lhe, muito envergonhado, o que havia acontecido
quando parara para brincar com Rajá.
FONTE:
LIVRO: CONTE MAIS - TEMA: RESPEITO A VIDA DOS SEMELHANTES.
CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e
Estudo do Espiritismo
Nenhum comentário:
Postar um comentário