Era hora do
recreio, e as crianças conversavam no pátio da escola: Fred e Gugu, Pedro e
Marina. Fred era irmão de Gugu, e Pedro era irmão de Marina.
- Tô com
raiva do meu pai! - dizia Fred. Ele disse que ia me levar ao circo, e não
levou. Foi deixar para a última hora, aí teve que fazer serão na oficina, e não
deu tempo...
- Que é
serão? - perguntou Marina.
- É quando a
pessoa tem que ficar no trabalho até mais tarde, porque tem muito serviço para
fazer – explicou Gugu.
- Ah! ... -
continuou a garota. Minha mãe às vezes faz isso aí, lá no hospital onde ela
trabalha. Só que lá eles falam plantão, e não serão.
Eu não gosto
que ela fique de plantão! Quando ela sai fico de cara feia, e não faço nada do que
ela manda!
- É, Marina
- observou Pedro. Você faz isso mesmo, mas a mamãe precisa trabalhar e fazer
plantão para ganhar mais um dinheirinho, já que não temos mais o papai para nos
ajudar...
- Vocês não
têm pai? - perguntou Gugu.
- Ele desencarnou
no ano passado - esclareceu Pedro.
- Eu acho
que pai e mãe às vezes são muito chatos! Zangam com a gente à toa, não nos
deixam fazer o que queremos, botam horário para estudar, para ver televisão...
- tornou Fred.
Nisto, chegou
a professora Judith, trazendo duas lancheiras. E falou:
- Fred e
Gugu, a mãe de vocês veio trazer as lancheiras com as merendas que esqueceram
em casa.
- Puxa, que
lancheira legal, Gugu! A sua também Fred - disse Marina.
- Meu pai
comprou para nós, quando ele recebeu o salário - respondeu Gugu.
A professora
Judith, que ouvira parte da conversa das crianças, falou:
- Pois é,
meninos, eu ouvi um pouco da conversa de vocês, e gostaria de dar minha
opinião, porque também tenho filhos. Os pais às vezes fazem coisas das quais os
filhos não gostam. Nós não somos perfeitos, também enfrentamos problemas...,
mas, o importante é que os pais, além de nos terem dado um corpo para vivermos,
se dedicam a nos ajudar até que cresçamos, e mesmo depois, geralmente com
carinho e atenção. Quantas noites terão passado em claro, quando éramos bebês e
chorávamos... Quantas coisas terão deixado de comprar para eles a fim de nos
darem algum presente...
Eles
trabalham duro, e o salário é para nos sustentar, nos dar conforto, dentro de
suas possibilidades. É claro que os pais são também pessoas como as outras, com
qualidades e defeitos, mas sempre merecedores de nossa gratidão e amor. Se
tratamos bem pessoas que nem conhecemos direito, como não dispensar carinho e
atenção aos paizinhos que são responsáveis pela nossa existência?
Lembrando a
mamãe, às vezes com uma expressão de cansaço, quando chega do plantão, mas que
ainda encontra ânimo para lhe fazer um carinho, ou arrumar as coisas que ela se
recusara a fazer, Marina comentou:
- A senhora
tem razão, D. Judith! A mamãe às vezes fica muito chata, porém, durante a maior
parte do tempo ela é tão boa para a gente!
- O papai
também é muito legal. Acho que eu é que fico exigindo muito dele. Afinal, mesmo
não sendo o tempo todo como eu gostaria que ele fosse, é o meu melhor amigo de
verdade! - ponderou Fred, com um largo sorriso.
- Também
acho! - acrescentou Gugu
- Quando
chegar em casa vou dar um abração na mamãe - ajuntou Marina - e procurarei
ajudá-la para que não fique tão cansada com tanto serviço a fazer!
- Eu também!
- completou Pedro.
E como se
aquelas decisões fossem luz em seus corações, as crianças sentiram-se mais
leves e felizes, experimentando como é bom cumprirmos as leis de Deus, sendo
uma delas o "honrar pai e mãe", ou seja, respeitar, compreender,
auxiliar e cultivar afeição para com aqueles que nos deram a bênção do corpo.
Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação
e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.
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