Naquela
tarde, ao chegar da escola, Nina não entrou correndo pela porta da sala para
abraçar mamãe e fazer festinhas em seu gatinho Bóris. Ela estava meio
"jururu", e, pelos seus olhinhos, parecia ter chorado. Que teria
acontecido?
Mamãe
esperou quando Nina foi lanchar e falou, carinhosa:
- Então,
filhinha, não quer me contar o que aconteceu?
- Não
aconteceu nada...
- E desde
quando nada faz a gente chorar?
- Está bem,
mãe, vou lhe contar... Foi o Beto, aquele bobalhão lá da escola...
- O filho de
D. Adelaide? Que foi que ele fez?
- A D.
Carolina, da secretaria, foi até nossa sala para preencher uns dados que
faltavam nas fichas de matrícula.
Quando ela
perguntou qual era minha religião, eu disse: sou espírita.
- Muito bem,
e daí?
- E daí que
na hora do recreio o Beto se juntou com outros meninos e começaram a rir de
mim, dizendo:
- A Nina é
espírita... Ela acredita em alma do outro mundo, ela acredita em assombração...
- E você se
aborreceu com isto?
- No princípio
não, mas depois eles me "encheram" tanto que tive vontade de dar um
soco neles. . .
- Por que,
ao invés de dar um soco neles, você não pensou em lhes explicar que não
acredita em assombrações, mas sim em Espíritos?
- Mas como
eu poderia explicar o que é um Espírito?
Pegando Nina
pela mão, mamãe a levou até seu quarto. Abrindo o armário, de lá tirou um álbum
de retratos. E mostrou à garota duas fotografias, perguntando:
- Sabe quem
é esta, Nina?
- A do lado
direito eu sei: é a Vovó Marita, que já desencarnou.
- Pois está
do lado esquerdo também é a vovó; só que bem mais nova.
- Puxa, como
a vovó era bonita...
- E você
sabe, Nina, onde está vovó Marita agora, depois que desencarnou?
- Eu sei;
ela está no Mundo Espiritual. Perdeu seu corpo de carne, mas continua a ser a
vovó Marita em Espírito.
- E se
pudéssemos tirar um retrato da vovó, no Mundo Espiritual, como acha que ela
apareceria na fotografia?
Como um fantasma,
aquela figura que aprece vestir um lençol branco?
- Claro que
não, Mamãe. Ela apareceria em um retrato não muito diferente do que era quando
encarnada...
- Pois é,
minha querida. O Espírito é assim. Alguém que desencarnou, mas guarda as
qualidades que possuía. E, geralmente, a aparência da última reencarnação.
- Gostei
desta explicação, mãe. Acho até que vou levar os retratos da vovó Marita para o
Beto ver. E vou perguntar pra ele se a avó dele, que também já desencarnou,
virou fantasma. Aposto que ele vai achar muito melhor e mais certo dizer que
ela é um Espírito desencarnado, alguém do jeitinho que ele conheceu...
Mamãe sorriu
da ideia de Nina e a achou interessante.
Fonte: CVDEE - Centro Virtual de Divulgação
e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.
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