“E onde quer que ele entrava, fosse nas
cidades, nas aldeias ou nos campos, depunham os enfermos nas praças e lhe
rogavam que os deixasse tocar ao menos na orla de seu vestido; e todos os que
nele tocavam, saravam.” (MARCOS, 6: 56)
Não raro,
surgem nas fileiras espiritualistas estudiosos afoitos a procurarem, de
qualquer modo, a aquisição de poderes ocultos que lhes confira posição de
evidência. Comumente, em tais circunstâncias, enchem-se das afirmativas de
grande alcance.
O anseio de melhorar-se,
o desejo de equilíbrio, a intenção de manter a paz, constituem belos
propósitos; no entanto, é recomendável que o aprendiz não se entregue a
preocupações de notoriedade, devendo palmilhar o terreno dessas cogitações com
a cautela possível.
Ainda aqui,
o Mestre Divino oferece a melhor exemplificação.
Ninguém
reuniu sobre a Terra tão elevadas expressões de recursos desconhecidos quanto
Jesus. Aos doentes, bastava tocar lhe as vestiduras para que se curassem de
enfermidades dolorosas; suas mãos devolviam o movimento aos paralíticos, a
visão aos cegos.
Entretanto,
no dia do Calvário, vemos o Mestre ferido e ultrajado, sem recorrer aos poderes
que lhe constituíam apanágio divino, em benefício da própria situação. Havendo
cumprido a lei sublime do amor, no serviço do Pai, entregou-se à sua vontade,
em se tratando dos interesses de si mesmo. A lição do Senhor é bastante
significativa.
É
compreensível que o discípulo estude e se enriqueça de energias espirituais,
recordando-se, porém, de que, antes do nosso, permanece o bem dos outros e que
esse bem, distribuído no caminho da vida, é a voz que falará por nós a Deus e
aos homens, hoje ou amanhã.
Livro: Caminho,
Verdade e Vida, lição 70 – Médium: Chico Xavier – Espírito: Emmanuel.
Fonte da imagem: Internet Google.
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