Mina e Celma
descendiam de famílias que imigraram para o Brasil. Foram amigas nos dias da
infância, mas se tornaram adultas, casaram-se e nunca mais se encontraram.
Depois de
transcorridos muitos anos, certa tarde Mina foi visitar uma amiga. Como
houvesse se demorado mais do que o previsto, fez parar um taxi e tomou caminho
de volta. Notou que ao volante estava uma mulher e pôs-se a conversar com ela.
Ambas
notaram algo de familiar entre as duas e finalmente reconheceram-se. Celma, simples,
porém autêntica; e Mina, sofisticada, presunçosa e toda superficial.
Notando que
Celma era a mesma pessoa ingênua, articulou um plano para vê-la humilhada ao
seu lado. Convidou-a para um chá íntimo e ela credulamente aceitou. No horário
estabelecido, Celma compareceu nos seus trajes de serviço.
Mina
preveniu as amigas da sua roda sobre o jeito de ser da convidada, mas se fingiu
cordial ao recebê-la. Vieram os cumprimentos estudados, um pouco de conversa e
em seguida foi servido um cálice de licor acompanhado de canapés; mas tudo com
grande requinte. Sem se preocupar com o aparato, Celma serviu-se a vontade.
Falou alto,
gesticulou o quanto julgou necessário. Daí..., olhares zombeteiros, risinhos
irônicos e piscadinhas maliciosas... Celma, o alvo das atenções.
Mas esta cena
não se prolongou por longo tempo. O telefone tocou. Avisava que o neto de Mina
fora acidentado.
Esta, transtornada,
retorna a sala e comunica o fato.
Foi então que
ela viu sair cada amiga sem se preocupar com o seu desespero. Mas Celma
permaneceu. Solicita e experiente, entrou logo em ação, conduzindo Mina a
clínica onde o neto se encontrava, e para satisfazer as exigências preliminares
do hospital, ela teve de emprestar dinheiro também.
Estava sendo
exigida a presença dos pais da criança e foi a essa altura que Mina precisou
dizer que a filha era desquitada e o garotinho sofria muito com a ausência do
pai.
Celma,
seguindo a direção indicada pela amiga, saiu a procura da mãe e depois do pai
da criança, mas só depois de uma hora de busca os dois foram encontrados.
O pai,
bebendo num bar e a mãe jogando numa casa de jogos clandestinos. De volta a
clínica, novo problema: sangue para o menino.
Mina se
comunica com sua roda de amigas, mas nenhuma foi encontrada com disposição para
doar.
Celma ligou
para as suas vizinhas e não tardou surgir um grupo da amizade dela e a criança
recebeu o sangue necessário. Alta madrugada, Mina e Celma se separaram, porém o
quadro era outro.
A primeira
sem a máscara da hipocrisia, humilhada e envergonhada, sentia-se pequena ao
lado, da verdadeira amiga. Esta, cansada mas feliz, estava em paz consigo
mesma, por haver cumprido o dever de "SER AMIGO"
Autor Desconhecido
- Fonte: CVDEE - Centro Virtual de
Divulgação e Estudo do Espiritismo.
Fonte da imagem: Internet Google.
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